segunda-feira, fevereiro 11, 2019
Estante do mês : Ai, o Amor, o Amor...
sexta-feira, fevereiro 08, 2019
Sucesso!!
quinta-feira, fevereiro 07, 2019
Para que serve a escola?
quarta-feira, fevereiro 06, 2019
ALERTA: um génio da lâmpada está na biblioteca!
terça-feira, janeiro 22, 2019
Livro da Semana: 50 Coisas para Desenhar e Pintar, vários autores
E já que andamos, nos últimos posts, a cavalgar a onda da criatividade – e tendo em conta que a montra deste mês é precisamente dedicada ao artesanato, desenho e design – o livro desta semana não será dedicado à literatura. Como o Plano nacional de Leitura deixa bem claro, ler não é só poesia ou romances que fizeram história. Com os livros, podemos também aprender muito sobre História, Geografia, Ciências... e até artes visuais!

sábado, janeiro 19, 2019
A minha vida vale um livro
segunda-feira, janeiro 14, 2019
O sonho de qualquer amante de livros
Já esteve muito mais perto a profecia de que o livro físico iria desaparecer, graças aos livros digitais (ebooks, como se chamam). Com efeito, houve uns aninhos em que estes eram comprados como pãezinhos quentes, ao passo que os físicos acumulavam pó nas prateleiras das livrarias.
No entanto, os mais velhos estão a rir-se neste momento: quando a companhia Amazon começou a vender kindles, toda a gente queria um e, durante um certo tempo, as livrarias físicas sofreram as passas do Algarve. Porém, assim que a novidade acabou, a queda da compra deste produto foi abrupta... E voltámos ao velhinho livro de capa dura ou mole. Como o jornal online The Guardian bem o diz, Os livros estão de volta: só os maluquinhos da electrónica é que achavam que iriam desaparecer. (leia o artigo aqui ) . Perante o espanto de todos, a Amazon decidiu fazer o contrário: comprou uma livraria física. E as vendas começaram a subir...
Não, nós não somos suspeitos: há imensas vantagens no livro digital, e podemos mencionar algumas delas: para já, estes nunca irão parar à “guilhotina” (livros destruídos, quando não se vendem); nunca se esgotam; se houver um incêndio na nossa casa, a nossa biblioteca está toda salva numa chapa; podemos modificar o tamanho da letra, o que é excelente para o leitor que sofre de problemas de vista ou está mesmo quase a cegar (há tablets que já têm um aplicativo “audio” para quem já estiver mesmo cego!); tornam-se obviamente muito baratos, pois os custos da publicação de um livro diminuem consideravelmente; podem ser comprados à distância de um simples clic, já não há a preocupação de que uma obra “não esteja à venda” no nosso país; por fim, são excelentes para quem anda “com a casa às costas”.
No entanto, faltou sempre qualquer coisa... Falta a beleza deslumbrante de uma capa, o cheiro do papel novo, o prazer de nos sentarmos à sombra de uma árvore, sem nos preocuparmos se a bateria está a esgotar ou não. Enfim, o prazer da privacidade, do silêncio, de estarmos sozinhos. Como este artigo bem afirma, as pessoas querem uma pausa para poderem estar longe do maldito écrã. Com efeito, o deslumbramento bimbo e subserviente que a geração dos anos 90 sentia pelas tecnologias já não se traduz nos tempos de hoje, muito pelo contrário!: ela é vista como sendo cada vez mais uma ameaça à nossa segurança e privacidade, e já começa a cansar ficar tudo registado num server qualquer, nem que seja a compra de um mundano par de peúgas!
O que falhou, então? Voltemos ao artigo: as pessoas esqueceram-se da diferença entre novidade e valor. Esqueceram-se do fator humano, esqueceram-se que um livro não é só um suporte físico que traz qualquer coisa. É também ele uma obra de arte. Oh, sim, os olhos compram...
Ora, publicadoras como a polaca Kurtiak and Ley nunca na vida se preocuparam com os livros digitais, e tal se deve ao facto de que esta companhia – que não tem feito outra coisa senão ganhar prémios atrás de prémios – satisfaz um público bem diferente do comum: desde 1989, a sua especialidade consiste em criar livros únicos e personalizados, feitos e pintados à mão. Em ocasiões especiais, edita uma obra num número muito muito limitado, e assim que a 1ª edição se esgota, acabou-se. Isto quer dizer que os afortunados que tiverem dinheiro e bom gosto para comprar uma destas obras de arte, enriquecerá de ano para ano, pois estas edições valerão ouro no futuro!
Kurtiak and Ley são o sonho de qualquer amante de livros: eles transformam este objeto numa extraordinária obra de arte. Sabemos que são caríssimos mas, se vocês virem o vídeo abaixo indicado, o dinheiro é sem dúvida bem gasto. Afinal, a verdadeira arte não vive apenas nos museus. Pode ser encontrada numa rua, numa parede, numa árvore...
E numa estante.
Vídeo de promoção da companhia Kurtiak and Ley (site oficial do youtube)
Imagens retiradas do site oficial
domingo, janeiro 13, 2019
Bibliomúsica – Eu quero viver no campo!
The Dead South - The Recap
sábado, janeiro 12, 2019
Já alguma vez OUVIU a língua da Babilónia?
Boa pergunta: a que soa? Obviamente que não há registos sonoros da mesma. Afinal, o fonógrafo chegou um bocadinho tarde: só foi descoberto no século XIX e esta língua desapareceu há cerca de 2000 anos, juntamente com outras como o Aramaico (a língua de Jesus). No entanto, um ramo científico chamado Linguística Diacrónica (o estudo da evolução das línguas, ao longo dos tempos) permite-nos fazer uma viagem ao passado e reconstruir, da forma mais fiel possível, sons que já desapareceram. Para isso, a Arqueologia e a Informática têm sido grandes aliados da Linguística: sabe-se hoje que o som “V” não existia originalmente no Latim (O “V” deve ser lido como se fosse o som “U”) graças a descobertas de cartas, livros e poesias do império Romano.
E é nestas coisas que se vê até que ponto algumas universidades do Ocidente – apesar da decadência geral do sistema de Ensino em toda a Europa e E.U.A - ainda continuam a dar cartas. Uma delas é a famosa Universidade de Cambridge. Chefiado pelo professor Martin Worthington, o seu departamento e um grupo de estudantes entusiasmados deram vida a uma velha estória com mais de 2000 anos de idade: O homem pobre de Nippur (uma cidade antiga que pertence, hoje, ao Iraque). E o resultado é fascinante: usando a atmosfera do próprio edifício universitário, assim como a lindíssima música da compositora Stef Conner, gerou-se uma ambiência irreal mas mágica, que nos transporta a um tempo perdido no tempo.
A primeira coisa que reparamos nesta história é o conceito de vingança, e até que ponto a violência estava normalizada nesta antiga civilização. A segunda é o facto de este império antigo valorizar a inteligência e a manha, e mostrar, através desta “fábula”, que nem a arrogância e as más ações dos ricos escapam à “justiça dos deuses”. O nome do pobre – Gimil- Ninutra – significa literalmente “vingança do deus Ninutra”, deus esse que era o patrono da cidade de Nippur. Assim, esta personagem representa o papel da deusa grega Némesis ou, melhor dizendo, “cá se fazem, cá se pagam”.
Para mais informações desta notícia, cliquem neste link .
Não se esqueçam de ativar as legendas!
Vídeo: O homem pobre de Nippur
As imagens foram retiradas do link acima mencionado.
quinta-feira, janeiro 10, 2019
Neurocientistas inventaram a música mais relaxante do mundo!
Não, não estamos a brincar: terapeutas de som, em colaboração com a companhia Marconi Union, criaram uma música, de nome weightless (leve, sem peso na língua inglesa), cujo objetivo consistia em baixar os níveis de ansiedade. No entanto, coloca-se aqui uma questão pertinente: como é que nós sabemos que esta experiência foi cientificamente comprovada?
A terapia de som não é uma ideia nova, muito pelo contrário: esta já era usada na Grécia Antiga, na Babilónia e no Egito. Durante a Idade Média, este tratamento à mente continuou a ser usado, desta vez escondido por detrás de uma capa piedosa chamada “cantos gregorianos” ou “Requiem”. No entanto, foi a partir do Romantismo (século XIX) que a música começou a ser usada única e exclusivamente para manipular paixões, instintos e desejos (a raiva, a revolta, o desejo sexual, mas também a empatia e a compaixão) e deixou de ser usada para curar, acalmar, apaziguar.
E durante quase trezentos anos, esta terapia foi esquecida…
Foi com a (re)descoberta da Cimática que o interesse pelo poder vibratório dos sons ressuscitou. Cientistas dos anos sessenta ficavam fascinados a olhar para todo o tipo de imagens e desenhos que as frequências vibratórias podiam criar numa chapa lisa – tonoscópio - e repararam que, segundo determinadas vibrações, apareciam cruzes, flocos de neve, quadrados, mandalas (ver imagem acima). Depressa começaram a perguntar a si mesmos se as velhas lendas à volta de “músicas que curavam” não teriam um fundo de verdade. Hoje, a plataforma youtube está carregadinha de inúmeras páginas que se dedicam única e exclusivamente a criar estes sons, com base em frequências. Um deles é o Numeditation.
Mas foi uma outra companhia residente na Inglaterra, a Mindlab International, que provou cientificamente a eficácia desta terapia. Após testarem inúmeras músicas “relaxantes” – enquanto visualizavam as ondas cerebrais dos participantes desta investigação – descobriram que a tal canção weightless era aquela que melhores resultados mostrava nos cérebros humanos (mais de 65% de eficácia). O mais interessante foi os cientistas constatarem que as participantes femininas eram precisamente aquelas que mais ficavam “afetadas”: muitas revelaram sentir-se tontas ou sonolentas! Segundo o neurocientista David Lewis-Hodgson – o autor desta pesquisa – tal pode dever-se ao facto de que são precisamente as mulheres que mais padecem, hoje em dia, de ataques de ansiedade.
Pois aqui ficam dois vídeos para aguçar a vossa curiosidade: o primeiro mostra as várias imagens que um tonoscópio pode criar. O segundo vídeo é- está claro! – a música weightless.
Fechem os olhos, ponham o quarto a meia-luz e experimentem. Depois digam qualquer coisa!
terça-feira, janeiro 08, 2019
Livro da Semana A Lisboa de Miguel Cervantes – editado por Maria Fernanda de Abreu
segunda-feira, janeiro 07, 2019
Estante do mês: Mãos à obra!
Imagem retirada daqui .
quinta-feira, dezembro 13, 2018
Montra do mês de Dezembro
terça-feira, dezembro 11, 2018
Livro da Semana
O livro dos cansaços, Licínia Quitério
Em tempos que já lá vão; no tempo em que uma ferida num dente equivalia à morte; no tempo em que “fazer amor” era sinónimo de “salvar a nossa tribo”; no tempo em que a família era tudo, e os lobos e os tigres espreitavam as nossas casas, farejando a criança tenra; no tempo em que o Homem-bicho valia tanto como uma lebre na serra e negociava a sua vida com os anjos e os demónios, taco a taco, como se o mundo fosse uma feira local... Foi nesse tempo que nasceu a Poesia.
Não, não se recitava, cantava-se. Canto I, Canto II, Lusíadas, Homero. Oráculo de Delfos, ladainhas da avó, cantigas a Santa Bárbara, serenatas à janela. Os deuses gostam da Música, que é a matemática do universo, a voz do Cosmos, a Alma Humana.
Depois vieram as máquinas e a Vida calou-se. Hoje não falamos, twitamos. As serenatas são hoje beats, o mistério já foi descoberto, a avó está longe “na terra”, a morrer sozinha. Resta-nos a chapa cheia de luzinhas brilhantes e barulhinhos engraçados. Morremos sentados. E mudos.
E, no entanto, este futuro já tinha sido profetizado por Marguerite Duras. Foi numa entrevista em 1985 (podem lê-la e ouvi-la aqui ). Acertou em tudo. Mas deixou sempre a esperança:
Um homem, um dia, lerá, e daí tudo recomeçará.
É tudo uma questão de tempo. Nós somos a geração que planta as sementes e guarda o conhecimento. Seremos necessários, no futuro. Por isso, as vozes humanas, que teimam ainda em cantar e fazer a diferença, surpreendem-nos quando estamos em estados de sonolência e brotam dos lados que menos esperamos.
Licínia Quitério é o exemplo perfeito desta “surpresa das palavras”: numa rede social chamada facebook, onde as pessoas gostam de ser vaidosas e de mostrar as suas vidas pessoais, foi neste lugar que se criou um grupo de amigos fieis, todos juntos à volta desta poetisa única, original, délfica. Fez-se sozinha: sem publicidade, sem ajuda de editoras, sem cunhas, sem amigos poderosos, sem prémios especiais. Foi cantando, calmamente, harmoniosamente. E o grupo foi crescendo, e o “passa a palavra” fluiu.
Não é só de prosa que o mundo da Literatura vive: a poesia, hoje, pode estar dormente, amorrinhada, esquecida. Mas ainda vive.
Foi - e será sempre - a Voz Humana no estado mais puro.
segunda-feira, dezembro 10, 2018
Exposição: comemoração dos 70 anos da declaração dos direitos humanos
Pintura do genial Norman Rockwell, retirada daqui.
sábado, dezembro 01, 2018
EBOOK: Catálogo dos livros expostos na Feira do Livro
EBOOK: Atenção, professores de Filosofia!
quinta-feira, novembro 29, 2018
sexta-feira, novembro 23, 2018
EBOOK: Atenção, professores de História do 3º ciclo! (Parte I)
quinta-feira, novembro 22, 2018
EBOOK: Montra do mês de Novembro - Terra, o meu planeta
terça-feira, novembro 20, 2018
Livro(s) da Semana Coleção Guia do Pequeno Ecologista
sábado, novembro 17, 2018
EBOOK: Coleção de livros dedicados à língua e cultura francesas
Esperemos que vos seja útil!
quinta-feira, novembro 15, 2018
EBOOK: Coleção de livros em língua estrangeira – Inglês
Antes de mais, um agradecimento: a Embaixada dos Estados Unidos da América ofereceu à nossa biblioteca caixas e caixas de livros dedicados sobretudo à cultura anglo-americana. Não são apenas publicações de cariz didático: muitas são também simplesmente lindas, um manjar para os sentidos, um prazer para a alma. Estamos, portanto, muito agradecidos por termos recebido um presente tão rico, tão variado e tão belo.
Nós já tínhamos uma boa variedade de edições em língua inglesa, sobretudo da editora Penguin. Agora, graças a esta oferta já referida, a Scholastic, entre outras, irá juntar-se à nossa coleção. Por isso mesmo, apresentamos várias obras aos professores e aos alunos. Muitos destes livros até poderão servir para contrato de leitura em várias disciplinas. Além disso, ajudarão os alunos a não só adquirir mais vocabulário como também servirão para os mesmos adquirirem mais cultura geral. E há gostos para tudo: História, Ciência, Música, Desporto, Literatura, Música, Pintura…
Convém também referir que, para além de livros, a nossa equipa também dispõe de revistas em língua inglesa, especialmente dedicadas a todas as crianças e jovens que queiram melhorar o seu Inglês.
Fica aqui um ebook da nossa coleção, para todos verem e comentarem.
Boa leitura!
quarta-feira, novembro 14, 2018
Adeus, Stan Lee!
Toda a gente já ouviu falar de George Lucas (Star Wars) e de Gene Roddenberry (Star Trek). Porém – embora todos saibam muito bem quem é o Capitão América, O Homem de Ferro, O Homem- Aranha, O Pantera Negra e até a Viúva Negra, entre muitos outros super-heróis – poucos estão a par do facto de que, por detrás destas personagens maravilhosas, esteve um dos homens mais criativos e visionários do século XX: Stan Lee. Por isso mesmo, é com grande tristeza que a equipa BE/CRE se despede do homem que mais influenciou o mundo das comics (nome que os Americanos dão à banda desenhada ligada à ficção científica).
Stan Lee morreu ontem, felizmente ao lado da sua filha. Morreu ontem aos 95 anos, com uma pneumonia. Os seus últimos anos foram passados nos tribunais e, graças a Deus, ganhou a causa. Foi vítima de violência no lar em que estava, foi explorado pelo seu manager pessoal, foi usado pela própria companhia que ele ajudou a engrandecer (a famosa Marvel). No fim, os ultra-radicais da esquerda americana vaiavam-no nas salas de cinema, por este ser um “branco privilegiado”. Isto levou a que até atores de Hollywood, enfurecidos com a forma como este genial ancião estava a ser tratado por fedelhos mimados, oferecessem as suas mansões e a sua companhia para que este herói da vida real tivesse uma velhice digna e bem merecida. Felizmente tudo acabou bem, mas Stan Lee não merecia isto…
Deixamos aqui uma homenagem sincera e sentida ao americano que criava histórias de encantar para crianças e adultos. Um americano que era progressista, defensor dos direitos humanos, crente da força das mulheres e globalista até aos ossos. O mais triste não é ele ter partido. O triste é constatarmos que os grandes partem… e já não há ninguém que os substitua.
As aparições de Stan Lee em todos os filmes da Marvel:
Imagens retiradas daqui .
segunda-feira, novembro 12, 2018
EBOOK: (Alguns) livros e manifestos que marcaram o mundo
Para quem ainda não teve tempo de dar um saltinho à biblioteca, a nossa equipa – a propósito do mês de Outubro, dedicado às bibliotecas escolares – decidiu montar uma exposição que fizesse um mini mini mini resumo de grandes obras e manifestos que causaram impacto nas massas. E, nesta pequenina coleção, nem sequer fugimos de algumas “obras malditas”. Na nossa biblioteca, é a Verdade e a História que interessam, não o “politicamente correto”, discursos bonitos e fofuchos que agradam às massas e não causam mossa a ninguém.
sexta-feira, novembro 09, 2018
quinta-feira, novembro 08, 2018
Asteróide ou sonda extraterrestre??
Vídeo: Oumuamua pode ser uma nave alienígena, dizem os Astrofísicos de Harvard
quarta-feira, novembro 07, 2018
Livro da Semana-Santiago, o lince da Herdade das Romeiras -Isabel Maria Fidalgo Mateus
Recentemente, publicámos um texto no nosso blog, como forma de agradecer a esta escritora, pelo gesto bonito de nos ter oferecido um dos seus livros à nossa biblioteca escolar (ler aqui) . Agora, como prometido, o livro desta semana contemplará, precisamente, a análise desta obra oferecida.
Fazendo parte da “Coleção Bichos”, a autora acima referida tem dedicado vários anos da sua vida a criar histórias infanto-juvenis onde os bichos são as personagens principais, e quase toda a trama é vista e contada pela boca de cada um destes seres gentis. E já são vários: temos o Sultão- o Burreco que veio de Miranda; temos o Signatus -o lobo do fojo de Guende; temos o Farrusco – um cão de gado transmontano; e agora chegou o Santiago.É muito comum escritores de literatura infanto-juvenil usarem animais para contar histórias que quase sempre têm uma lição de vida e uma lição de moral para oferecer às novas gerações. No entanto, o interessante desta coleção é o olhar muito emotivo, mas ao mesmo tempo realista e pouco fantasista destas narrativas. Com efeito, Isabel Mateus faz os possíveis e impossíveis para criar um enredo que o animal escolhido teria provavelmente seguido na vida real. As cenas de luta, a necessidade de comer, a rivalidade entre bichos até do próprio clã, a relação entre humanos e outros seres vivos, o conflito entre a “civilização” e a necessidade de proteger a terra...
Ora, este livro começa precisamente com dois linces ibéricos, criados em cativeiro, que serão libertados no seu habitat. A história não começa bem: a necessidade de comer, a briga entre dois linces machos por causa da comida, uma fêmea que abandona o macho, uma criança que encontra um animal ferido... Afinal, tanto esforço para nada? Mal chegou à Herdade e vai morrer logo? O mundo lá fora é imperdoável, uma selva onde só os fortes sobrevivem. O que fazer?
Pelo caminho, vai-se falando de projetos de recuperação e de salvação do património natural; as memórias dos velhos que conheciam o campo, quando ele era verde e habitado por tantas espécies; a culpa de querermos uma vida melhor às custas do sofrimento e morte de tantos outros bichos; a descrição das paisagens; o instinto, amor e lógica desta espécie que – graças a Deus! - já está a sair da lista que diz “em vias de”...
Isabel Maria Fidalgo Mateus cresceu apaixonada por Miguel Torga, um génio que, tal como ela, também era um filho de Trás-Os-Montes. Nota-se aqui a influência do mesmo, embora o estilo da escritora seja mais fotográfico e menos poético. A sua coleção “Bichos” é um excelente presente de Natal para crianças entre os 10 e os 100, que gostam de ler histórias sobre animais, ao mesmo tempo em que vão aprendendo um pouco sobre eles.
Lição de Vida – Tudo passa
Canção de Outono – Cecília Meireles
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...
Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Imagem retirada daqui .