Não, não estamos a brincar: terapeutas de som, em colaboração com a companhia Marconi Union, criaram uma música, de nome weightless (leve, sem peso na língua inglesa), cujo objetivo consistia em baixar os níveis de ansiedade. No entanto, coloca-se aqui uma questão pertinente: como é que nós sabemos que esta experiência foi cientificamente comprovada?
A terapia de som não é uma ideia nova, muito pelo contrário: esta já era usada na Grécia Antiga, na Babilónia e no Egito. Durante a Idade Média, este tratamento à mente continuou a ser usado, desta vez escondido por detrás de uma capa piedosa chamada “cantos gregorianos” ou “Requiem”. No entanto, foi a partir do Romantismo (século XIX) que a música começou a ser usada única e exclusivamente para manipular paixões, instintos e desejos (a raiva, a revolta, o desejo sexual, mas também a empatia e a compaixão) e deixou de ser usada para curar, acalmar, apaziguar.
E durante quase trezentos anos, esta terapia foi esquecida…
Foi com a (re)descoberta da Cimática que o interesse pelo poder vibratório dos sons ressuscitou. Cientistas dos anos sessenta ficavam fascinados a olhar para todo o tipo de imagens e desenhos que as frequências vibratórias podiam criar numa chapa lisa – tonoscópio - e repararam que, segundo determinadas vibrações, apareciam cruzes, flocos de neve, quadrados, mandalas (ver imagem acima). Depressa começaram a perguntar a si mesmos se as velhas lendas à volta de “músicas que curavam” não teriam um fundo de verdade. Hoje, a plataforma youtube está carregadinha de inúmeras páginas que se dedicam única e exclusivamente a criar estes sons, com base em frequências. Um deles é o Numeditation.
Mas foi uma outra companhia residente na Inglaterra, a Mindlab International, que provou cientificamente a eficácia desta terapia. Após testarem inúmeras músicas “relaxantes” – enquanto visualizavam as ondas cerebrais dos participantes desta investigação – descobriram que a tal canção weightless era aquela que melhores resultados mostrava nos cérebros humanos (mais de 65% de eficácia). O mais interessante foi os cientistas constatarem que as participantes femininas eram precisamente aquelas que mais ficavam “afetadas”: muitas revelaram sentir-se tontas ou sonolentas! Segundo o neurocientista David Lewis-Hodgson – o autor desta pesquisa – tal pode dever-se ao facto de que são precisamente as mulheres que mais padecem, hoje em dia, de ataques de ansiedade.
Pois aqui ficam dois vídeos para aguçar a vossa curiosidade: o primeiro mostra as várias imagens que um tonoscópio pode criar. O segundo vídeo é- está claro! – a música weightless.
Fechem os olhos, ponham o quarto a meia-luz e experimentem. Depois digam qualquer coisa!
2 comentários:
E resulta mesmo!!!
É realmente muito relaxante e acho que contemplar o vídeo potencializa o efeito...
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