sexta-feira, dezembro 05, 2014
quinta-feira, dezembro 04, 2014
Livro do mês: Em casa, de Bill Bryson
Livro do mês: Em casa, de Bill Bryson
Há muitas maneiras de estudar a História da Humanidade, mas ninguém consegue explicar e analisá-la melhor do que os franceses: graças ao movimento Nouvelle Histoire (Nova História, em Português), este ramo do Conhecimento Humano passou a ser estudado de uma forma completamente revolucionária: em vez de olharmos para os eventos do passado, centrando-nos apenas nas personagens históricas, o ideal é tentarmos primeiro perceber a sociedade em que essas pessoas viviam antes de relatarmos o que se passou. O olhar da História passa, portanto, a ser analisado debaixo para cima, e não o contrário.
Começam,
então, a aparecer livros muito sui
generis: a história
do pão, a história do quarto de dormir, a história da loucura, a
história do perfume, a história do banho... E Bill Bryson, o autor
do nosso livro do mês optou por escolher este método de analisar a
História da Humanidade mas, desta vez, através de um espaço muito
particular: a nossa própria casa.
E,
por muito estranho que pareça, há imenso para falar do nosso “lar
doce lar”! Por exemplo, sabiam que até às descobertas da rádio e
da televisão, a sala principal de convívio era a cozinha, e não a
sala de estar? E que todo
o espaço das moradias modernas gira à volta de dois objetos: a
televisão e o ar condicionado? Que o sistema de esgotos da nossa
casa de banho vem de leis implantadas desde o início do século XX?
Que toda a nossa despensa tem uma história para contar? Que o objeto
da cama tem muito que se lhe diga? Que o hall de entrada já foi
considerado um dos lugares mais importantes dos nossos aposentos? Que
as cortinas das nossas janelas têm um segredo muito antigo?
Em
casa é uma
verdadeira joia de surpresas, e neste século de livros tão pouco
interessantes, este é um dos poucos que nos ensina algo de novo, que
puxa pelo nosso cérebro e, por muito estranho que possa parecer, é
um bilhete grátis para uma viagem numa máquina do tempo.
Os
nossos avós tinham razão: o nosso armário, afinal, tem esqueletos
escondidos!!
Quem
diria!
terça-feira, outubro 28, 2014
A importância da leitura, segundo Hollywood
Quase todos os filmes que veem
desta gigantesca indústria de entretenimento apelam mais à
parvoíce, ao sexo e à violência do que à capacidade que todos nós
temos de sermos independentes e de procurarmos as respostas por nós
mesmos.
Hollywood sempre se interessou
por histórias passadas em escolas, mas a forma como olha a classe
dos professores é – podemos dizê-lo – um bocadinho
“extremista”: o docente ou é o “chato” que estraga a festa
dos pobrezinhos adolescentes ou é o messias que os vem salvar dos
“maus caminhos da vida”. Raramente encontramos um filme em que os
professores são aquilo que são: seres humanos que – à semelhança
de todos nós – cometem erros, desmotivam-se, animam uma turma ou
vivem submersos em papéis e reuniões.
Obviamente que existem
exceções e os filmes Clube
dos Poetas Mortos e
O Substituto
são perfeitos exemplos disso: embora os dois professores em questão
estejam a lecionar em escolas cujos alunos pertencem a classes
sociais totalmente opostas e à distância de quase um século, ambos
tentam ensinar ao seu “público” a importância de nos
encontrarmos através dos livros, e por que motivo eles são tão
necessários nas nossas vidas, particularmente no século em que
vivemos. No primeiro caso, Mr Pickering não vem salvar ninguém, uma
vez que a turma a quem ele leciona pertence, com algumas exceções,
a uma classe abastada. Já o segundo lida com adolescentes apáticos,
que não gostam de nada e não veem valor algum na escola, quanto
mais na prática da leitura. Em todo o caso, a voz do professor
continua – a bem ou a mal - a ser uma voz humana, pessoal,
individualista e, por isso mesmo, imprescindível.
É caso para nos perguntarmos
o que acontecerá aos alunos do futuro, quando um dia, em vez de
terem um ser de carne e osso a ensiná-los, terão um computador à
frente, que se limita a debitar o programa que foi baixado…
Subscrever:
Mensagens (Atom)