segunda-feira, junho 22, 2009

domingo, junho 21, 2009

Tão Velhinhos E Ainda Tão Novos!!

clip_image002 Está bem, pronto, cá na biblioteca somos todos suspeitos: a “malta” cresceu a ver a série Star Trek (em português, chamava-se Caminho das Estrelas). Eram poucos os que perdiam um episódio e nem a praia nos fazia esquecer que, à tarde, era hora de termos um encontro com o capitão James T.Kirk, o Scottie, o Sulu, a tenente Uhura, o médico rezingão, sempre a entrar em fricção com uma das personagens mais amadas dos fãs da ficção científica: o cientista meio-humano meio-vulcano Spock.

clip_image005E, no entanto, sejamos honestos: os actores da primeira série eram péssimos, nota-se que os cenários eram feitos de plástico e de esferovite, os monstros alienígenas provocam-nos hoje mais gargalhadas do que medo, os efeitos especiais eram da era pré-digital… Por que razão, então, o Caminho das Estrelas é ainda tão amado e tão respeitado, a ponto de sentirmos vergonha (quase um acto de traição!) de admitirmos que a melhor série de ficção científica de todos os tempos é, provavelmente, a Babylon 5 (foi exibida na Sic Radical, há uns atrás)?

A resposta é simples: as histórias. Ainda hoje nos fascinam, de tal forma são complexas e colocam questões bastante pertinentes à nossa sociedade. Por detrás de todo um cenário de alienígenas e de naves espaciais, os enigmas e problemas que a série propõe ao público não são mais do que críticas construtivas ao mundo real em que vivemos. Star Trek falou de tudo: do racismo, da intolerância (a tripulação da nave Enterprise foi revolucionária: foi a primeira série de televisão que apresentou a clip_image008personagem de uma mulher negra que, em vez de ser uma mulher a dias, era uma tenente brilhante), foi uma série muitíssimo ecológica antes de este tema ser uma moda, falou de política, de desafios científicos e tecnológicos e, por mais absurdo que pareça, inspirou um gigantesco número de inventores e de cientistas, que cresceram a devorar todos os episódios desta série. Por exemplo: sabia que o telemóvel foi criado porque o dono da Motorola ficou fascinado com o tricorder que os tripulantes usavam, para comunicarem à distância? Sabia que a invenção do laser deve-se a esta série? Sabia que a invenção do disco rígido dos nossos computadores deve-se ao Caminho das Estrelas? Sabia que uma série de ideias científicas que hoje são discutidas (como, por exemplo, a velocidade da luz e a velocidade warp) foram buscar inspiração à nave Enterprise? E foi também graças a Spock e os seus amigos que, actualmente, há cérebros de todo o mundo a descobrirem a chave daquela que será, provavelmente, a descoberta científica mais importante de todas: o teleporte. No dia em que tal acontecer, a paisagem do planeta Terra sofrerá um abalo gigantesco: poderemos viver em Nova Iorque e trabalharmos em Serpa! Por outras palavras: Gene Roddenberry, o criador da Star Trek, não se limitou a imaginar o futuro: construiu-o!

Mas por que razão estamos a falar disto tudo? Porque as novas gerações podem agora ver o filme Star Trek, que já está nas salas de cinema, desde o dia 7 de Maio. Nele, voltamos a encontrar as velhinhas personagens da primeira série. Porém, a diferença reside no facto de que ficamos a conhecer o passado de Spock e James T.Kirk antes de fazerem parte da tripulação da nave Enterprise. Importa referir que muitas personagens sofreram modificações (quase que não reconhecemos a tenente Uhura!), mas o Spock, esse, permaneceu intocável. É que os fãs nunca perdoariam o realizador de cinema, se este mudasse nem que fosse o dedo mindinho dele!

Já agora, fiquem sabendo que o primeiro beijo entre duas raças, que o mundo viu na televisão, teve lugar… na série Star Trek. E só foi aprovado pelo Comité de Censura porque a culpa foi dos alienígenas! Se não acreditem, confirmem! (http://www.youtube.com/watch?v=WG_bHeoqaOc )

Vejam o trailer e, já agora, dêem uma espreitadela ao site oficial: é que podem dar um belo passeio na nave! http://www.startrekmovie.com/

Trailer (legendado):

sábado, junho 20, 2009

PNL: À Conversa Com…

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A propósito da Semana da Leitura (já os últimos dias do ano lectivo), o escritor João Mário Caldeira foi convidado para “bater uma prosa”, como dizem os brasileiros, com os alunos mais jovens desta escola. Ex-professor e eterno apaixonado pelo Alentejo, suas paisagens e pessoas, não lhe foi difícil estabelecer contacto com o seu público.

clip_image004 Após a exposição de um mini-filme de três minutos, onde foi feito o balanço geral do Plano Nacional de Leitura e da equipa da biblioteca/Centro de Recursos (está no fim deste texto), iniciou-se o “bate-papo”. Para surpresa de alguns, João Mário Caldeira elogiou as novas tecnologias, afirmando que a Internet, os blogs, o Messenger - e muitas outras plataformas de conhecimento e de redes sociais - têm oferecido às novas gerações um manancial de informações e de saberes que, antes, pura e simplesmente não existiam. Com efeito, os “audiovisuais”, no seu tempo de estudante, não passavam de slides expostos numa máquina que já podia estar velha. Quanto ao resto, a televisão era um luxo e ouvia-se mais a rádio.

Por isso mesmo, o estímulo vinha dos livros. As bibliotecas itinerantes da Calouste Gulbenkian marcaram toda uma geração de portugueses que, não tendo acesso às grandes obras da Literatura Nacional e Mundial – e muitas vezes porque não tinham dinheiro para as comprar – podia, assim, usufruir clip_image006do prazer de ler e de aprender, através da leitura. O Plano Nacional de Leitura é, na opinião deste escritor, um bom projecto nacional, uma vez que pode (re)ensinar os jovens a descobrir o gosto pelos livros. O “Admirável Mundo Novo” da Era Digital também traz, como é óbvio, as suas desvantagens, que podem ser suplantadas pelo gosto da escrita e da leitura.

Falou-se, por fim, daquilo que pode motivar a vontade de escrever. No caso de João Mário Caldeira, o Alentejo vive dentro da sua mente, e este amor desencadeia a escrita. Foram lidas passagens do seu mais recente livro, Discurso Do Sol, da “Edições Colibri”, e vários alunos colocaram questões interessantes, como, por exemplo, “Qual foi o livro que mais gostou de escrever?” ou “Quando começou o seu gosto pela escrita?” ou “Os alunos de hoje são menos criativos?” e, por fim, “É Possível motivar alguém a gostar de ler?”.

clip_image008Foram apenas quarenta minutos de conversa, mas valeu a pena. No fim, vários alunos levaram para casa… livros. É que a equipa da biblioteca decidiu motivar os jovens para a leitura… oferecendo-lhes “Um Rebuçado Para A Alma”, outra das actividades inseridas no PNL.

Não sabem do que estamos falando? Então, vejam as fotos e confirmem. Até ao final da próxima semana (estamos a aproveitar “a boleia” dos exames nacionais”), todos os alunos, professores e funcionários podem levar para as férias vários livros. Mais de vinte já voaram das estantes. Apressa-te, senão não sobrará nenhum!

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Video do Balanço Geral do Plano Nacional de Leitura:

sexta-feira, junho 19, 2009

PNL: Tratados Como Duques E Duquesas

A nossa escola já sabe que a turma A do sétimo ano ficou em segundo lugar, no concurso Inês de Castro, patrocinado pelo Plano Nacional de Leitura. Porém, e tendo em conta que este dia foi motivo de diversão, de convívio e de cultura, vale a pena mostrar aqui os bons momentos passados ao pé da famosa Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Vale a pena referir que, durante o almoço, todos nós tivemos a bonita ilusão de sermos membros da mais fina nata da Aristocracia: a refeição foi muito bem confeccionada, os empregados que nos atendiam eram de uma simpatia e de uma competência a toda a prova, os espaços verdes eram deslumbrantes e, após a entrega dos prémios, ainda tivemos tempo para fazermos uma visita guiada à Quinta das Lágrimas, onde toda a história e recuperação do local foram mostradas ao público, até ao último pormenor.

De volta a Serpa ainda houve tempo (como não podia deixar de ser!) para um pulinho ao McDonald’s. Chegámos tarde e a más horas, mas a boa disposição nunca diminuiu.

Resta-nos agradecer à professora de Espanhol Ana Galvão, que se disponibilizou para acompanhar a turma, a simpatia dos motoristas e a boa vontade da Câmara Municipal de Serpa, por nos ter cedido o seu autocarro. Sem o apoio de todos eles, a viagem teria sido irrealizável.

Para o ano, há mais!

Música dos Deolinda, obrigado.

 

quarta-feira, junho 17, 2009

Vejam e Leiam (VI)

Dos alunos do 7ºA: Amélia Alves, Cristian Soeiro, Margarida Machado e Miguel Monteiro - Primavera Interrompida", de Daniel Marques

segunda-feira, junho 15, 2009

Lição de Vida – O que é a Felicidade?

Pão e Poesia

Composição: Moraes Moreira - Fausto Nilo (poema cantado por Simone)

clip_image002Felicidade
É uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar.


Se a vida fosse trabalhar
Nessa oficina,
Fazer menino ou menina,
Edifício e maracá,
Virtude e vício,
Liberdade e precipício,
Fazer pão, fazer comício,
Fazer gol e namorar.
Se a vida fosse o meu desejo,
Dar um beijo em teu sorriso
Sem cansaço
E o portão do paraíso
É teu abraço
Quando a fábrica apitar.


Não há passagemclip_image004
Entre o pão e a poesia
Entre o quero e o não queria
Entre a terra e o luar.
Não é na guerra
Nem a saudade
Nem futuro
É o amor no pé do muro
Sem ninguém policiar.
É a faculdade de sonhar,
É a poesia que principia
Quando eu paro de pensar.
Pensa na luta desigual,
Na força bruta, meu amor,
Que te maltrata
Entre o almoço e o jantar.


O lindo espaçoclip_image006
Entre a fruta e o caroço,
Quando explode é um alvoroço
Que distraiu o teu olhar.
É a natureza onde eu apareço
Metade da tua mesma vontade
Escondida em outro olhar.


E como doce
Não esconde a tamarinda
Essa beleza só finda
Quando a outra começar.
Vai ser bem feito
Nosso amor daquele jeito,
Nesse dia é feriado
Não precisa trabalhar.


Para não dizer
Que eu não falei da fantasia
Que acaricia o pensamento popular
O amor que fica entre a falaclip_image007
E a tua boca,
Nem mesmo a palavra mais louca
Consegue significar felicidade.


Felicidade
É uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina

Quando a gente quer amar.

 

Já agora, ouçam a música!

http://www.youtube.com/watch?v=Di3U6tZ7O9E

Imagens retiradas de:

http://www.elosmarketing.com.br/blog/?m=200712

http://iguanafricana.blogspot.com/search?q=

http://fundodaterra.blogspot.com/search?q=

sábado, junho 13, 2009

A Ciência Explica

Por que razão, ao fim de um dia, os biscoitos ficam moles e as carcaças ficam duras?

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Não há português que não tenha assistido a este fenómeno: se nos distrairmos e deixarmos ficar um bolinho ou uma baguete “ao relento” durante uma noite, no dia seguinte reparamos que o primeiro está molinho e desfaz-se, ao passo que, no caso do “panito”, podemos utilizá-lo como arma de crime, comê-lo (com dificuldade!) e escaparmos aos tribunais. Como é que isto é possível se, afinal, o ar é o mesmo??!!

O segredo está no sal e no açúcar. Uma vez que os biscoitos têm muito mais sal e açúcar do que uma carcaça ou baguete, a tendência é para ficarem mais moles, visto que estes dois ingredientes absorvem a humidade do ar (é por isso que as nossas avós nos ensinam a pôr bagos de arroz no sal, para que este não fique “molhado”, nos dias de Inverno!). Como a estrutura do bolinho é mais densa do que a de um pão, a humidade fica mais concentrada dentro do seu “corpo”.

As baguetes não contêm açúcar, mas contêm, é óbvio, muito amido, um composto químico que existe nos vegetais. Este é composto por 20 por cento de amilose e 80 por cento de amilopectina. São nomes esquisitos, mas basta-nos saber que existem na farinha. Ora, acontece que a farinha não está minimamente interessada na humidade e, por isso mesmo, não “atrai” a água que existe no ar. As moléculas da amilopectina, que ficam separadas pela humidade enquanto o ar está fresco, aproximam-se umas das outras e arrumam-se melhor à medida que o pão vai secando. A baguete, durante a noite, perde a água que existe dentro do seu corpo, ficando, assim, dura.

O truque para amolecer o pão é… borrifá-lo com pingas de água e depois metê-lo no microondas ou no forno. O “milagre” nota-se logo: em vez de termos nas nossas mãos uma “arma do crime”, voltamos a ter “alimento” para o nosso estômago.

(informações retiradas do livro Porque Não Congelam os Pinguins?, da editora Casa das Letras.)

Imagem retirada de: http://bangalore-city.blogspot.com/search?q=

sexta-feira, junho 12, 2009

Hoje Rufaram Os Tambores Na Escola!

 

clip_image002 E não, ninguém declarou guerra a ninguém. Para quem tem acompanhado o programa cultural organizado pela Câmara Municipal de Serpa (já agora, aqui vai o site com toda a programação: http://www.cm-serpa.pt/) não perdeu a excelente performance dos Meninos de Minas, um grupo de bem-dispostos adolescentes brasileiros de Minas Gerais. Mas a surpresa foi grande quando, sem que ninguém soubesse, apareceram na nossa escola e ofereceram-nos meia-hora de muito boa disposição.

clip_image004 O projecto Meninos de Minas tem como objectivo integrar adolescentes em risco de exclusão social. Através da música, da dança e da criação dos seus próprios instrumentos musicais, pretende-se proporcionar a estes jovens brasileiros a possibilidade de um futuro melhor.

O espectáculo tinha terminado, mas os alunos da Escola Secundária de Serpa desafiaram os artistas a dar-lhes umas lições de Capoeira. É que o show tinha sido pequenino e a “galera” ainda queria mais…

Que voltem sempre!

Para saberes mais, podes consultar o site da Embaixada do Brasil em Portugal: http://www.embaixadadobrasil.pt/docs/noticias_detalhe.asp?idNoticia=73.

E, neste vídeo, podes dar uma espreitadela ao bem que este projecto faz bem ao meio ambiente:

http://www.alterosa.com.br/html/noticia_interna,id_sessao=7&id_noticia=11531/noticia_interna.shtml

quinta-feira, junho 11, 2009

Bibliomúsica

Poucos conhecem-nos em Portugal, mas a sua música enfeitiça de tal forma, que vale a pena publicitarmos esta faixa, provavelmente uma das mais belas do seu álbum. Eis, senhoras e senhores, a música folk no seu melhor.

Como ainda não existe um vídeo para esta lindíssima canção, fiquem-se só pela canção.

E afinal… vídeo para quê? As boas músicas não precisam de vídeos…

The Fleet Foxes – Tiger Mountain Peasant song.

 

quarta-feira, junho 10, 2009

10 De Junho: Cinco Pequenos “Truques” Que Fazem Milagres

Não existe povo mais lamuriento do que o povo português. Levamos a vida a dizeclip_image002r mal de tudo e de todos. Levamos a santa vida a queixarmo-nos dos políticos, dos poderosos, dos colegas de trabalho, do patrão, da família, dos amigos, do empregado que serve os cafés, do funcionário da repartição das finanças, dos pombos, dos cães, dos gatos, de (já agora) Deus, dos santos, do mau tempo e do bom tempo e, por fim… de tudo o resto. O resultado está à vista: em vez de sermos uma nação bem-disposta e optimista, somos uns velhos precoces, incapazes de olharmos para o futuro com esperança e entusiasmo.

Longe vão os tempos em que os portugueses eram conhecidos mundialmente por serem “pobretes mas alegretes”. Como é que nós nos tornámos no povo mais depressivo da Europa é uma questão que ainda hoje é discutida, até porque existem nações europeias e mundiais com muito mais problemas do que a nossa e não é por isso que gastam o tempo todo a chorar e a dizer mal de tudo o que se mexe e pensa.

Ora bem: não se pode mudar as mentalidades de um dia para o outro, mas podemos melhorar o presente que nos rodeia. Serve este pequeno texto para falarmos de cinco pequenos gestos diários que podem fazer milagres ao nosso país. Experimentem e confirmem.

Truque número um: a boa educação abre portas – Sabe bem ouvir um “bom dia” ou “boa tarde” ou “boa noite”. Sabe bem ouvir um “se faz favor”, um “com licença”, um “obrigado”, um “desculpe”. Sabe bem ver uma cara sorridente, alguém que tenta comunicar connosco, em vez de impor a sua força e a sua agressividade. Quando as pessoas se sentem respeitadas, a sua disposição para ajudar o próximo aumenta exponencialmente. Aqueles nossos colegas, familiares ou amigos que “conseguem tudo dos outros” mais não fazem do que exercerem a boa educação. É por isso que eles passam sempre à nossa frente, saem das lojas com uma carrada de amostras, são sempre os primeiros a serem atendidos nos cafés e toda a gente lhes resolve um problema. Sorria mais, resmungue menos, respeite o próximo. Vai ver que não dói e não paga mais impostos por isso.

Truque número dois: não se atrase – Este item devia estar inserido no tópico da “boa educação”, mas é tantas vezes subestimado, que vale a pena ser destacado. O atraso é, segundo estudos internacionais, uma das razões porque Portugal está sempre… atrasado. Reuniões que começam meia-hora depois, encontros com empresários que começam uma hora depois, pessoas “penduradas” na mesa do café, porque os amigos chegam meia-hora depois… Chegar atrasado não é uma mania “tuga”: é uma grosseria. Os seres humanos não são imortais e, por isso mesmo, não se podem dar ao capricho de perderem tempo. Respeite a vida dos outros, cumpra prazos, não se alongue em conversas inúteis. Se todos os portugueses pensassem assim, sem dúvida que Portugal produziria mais riqueza.

Truque número três: divirta-se com pouco dinheiroclip_image004 – Um piquenique não é caro e garante uma boa tarde passada entre amigos e familiares. Uma ida ao jardim zoológico alegra qualquer criança. Um livro requisitado na biblioteca municipal não custa um tostão e alimenta a alma. Uma visita ao museu do lado está ao preço da uva mijona e é grátis para a pequenada. Um jantar entre amigos é garantia de boa disposição. O dinheiro proporciona-nos bem-estar e conforto mas não traz a felicidade. Se fosse assim, os ricos seriam as pessoas mais luminosas do planeta. E Deus sabe como muitos deles são infelizes. Pare de olhar com masoquismo para as montras dos centros comerciais e “vá para fora cá dentro”.

Truque número quatro: organize-se – Estudos confirmam: os clip_image006portugueses são dos povos mais desorganizados do mundo. E toda a gente sabe como a desorganização atrasa, mói o juízo, não traz satisfação pessoal e contribui para o aumento de problemas financeiros e mentais, a médio prazo. Fazer as coisas “em cima do joelho” é um hábito que temos de perder, de uma vez por todas. Não é fácil, mas é possível. Planeie as coisas com antecedência e tente o mais possível não deixar para amanhã o que pode fazer hoje. Vai ver que o seu stress diário irá diminuir!

Truque número cinco: arranje um passatempo – Não importa se é ponto-cruz, croché, bricolage, jardinagem, pintura, sessão de fitness, jogging, tirar fotografias, escrever, coleccionar selos, tocar um instrumento musical ou ler um livro. As pessoas que têm um passatempo são mais optimistas, mais mentalmente equilibradas, mais jovens e sentem-se mais realizadas. Uma vida de “trabalho-casa-casa-trabalho” e depois televisão não satisfaz ninguém. Você é um ser humano, você é importante: MIME-SE!

Fotos retiradas de:

http://newzar.wordpress.com/2009/01/

www.healingoutreach.com

http://www.eb1-dornelas-pampilhosa-serra.rcts.pt/actividades.htm

segunda-feira, junho 08, 2009

Livro Da Semana

clip_image002Crepúsculo, de Stephenie Meyer

Pronto, já chegou! Agradeçam à turma A do sétimo ano, porque foi graças ao segundo prémio do concurso “Inês de Castro”, do Plano Nacional de Leitura, que a escola ganhou um vale de cheques-Fnac, no valor de cinquenta euros. À justa para comprar os três volumes já saídos do mais romântico e famoso par de namorados da primeira década do século XXI (o lançamento do quarto volume, Amanhecer, está previsto, se não estivermos enganados, para o dia 9 de Junho).

Não vale a pena contar a história: a não ser que haja OVNIS a rondar Serpa e arredores, já toda a gente a conhece. Um belo vampiro apaixona-se por uma bela humana, e a simpática família de Edward protege-a e defende-a com garras e (desta vez literalmente) dentes. Para apimentar ainda mais a narrativa, temos uma luta milenar entre lobisomens (do lado do Bem) e vampiros (supostamente do lado do Mal). Por fim, ficamos a saber no segundo volume que esta raça de seres frios e imortais não é tão boazinha como pensamos. Talvez os Cullen sejam uma das grandes excepções que confirmam a regra…

Não sendo uma obra-prima literária, por que razão a biblioteca desta escola aconselha a leitura deste livro? Para começar, a história não se lê, devora-se. Qualquer leitor está ansioso para chegar ao fim, saber o que aconteceu, e fica a roer ansiosamente as unhas, à espera de próximo volume. Crepúsculo é aquele tipo de livros que pode criar em nós o tal desejado “clic!” que nos impulsionará para o gosto da leitura. É, repetimos, aquele tipo de livro que comprova aquilo que todos os amantes da leitura afirmam: ler é um prazer, não é uma seca. E é a maneira mais barata de viajarmos.

Em segundo lugar, o mito do vampiro está muitíssimo bem imaginado. Poucos são os escritores e realizadores de filmes que se apercebem de um facto muito importante: o vampiro não representa apenas a sensualidade e a liberdade. Representa também a solidão, o medo de ficarmos eternamente sozinhos num mundo onde toda a gente é feliz, menos nós. Porque, no fim de contas, há sempre um preço a pagar pelas nossas escolhas, e a Imortalidade é um “bem” que se paga muito caro. Os realizadores de cinema Friedrich Murnau e Francis Ford Coppola foram dos pouquíssimos artistas que abordaram este lado triste dos “filhos de Drácula”. Ao contrário da sanguessuga sensual que adora destruir e matar por puro e simples prazer, Stephenie Meyer opta por descrever uma família composta por seres solitários, que se juntam com o objectivo de se ampararem uns aos outros, e de proporcionarem uns aos outros o amor que não conseguiram ter, quando eram humanos.

De leitura compulsiva, vale a pena mergulharmos no universo ternurento desta escritora, a grande sensação da década, a seguir a J.K.Rowling.

quinta-feira, junho 04, 2009

Bibliomúsica

Eternamente Eternos

A moda pode mudar quinhentas vezes ao ano. Os computadores podem logo ficar fora de moda, ao fim de três meses. As novelas só ficam no ar durante seis meses. Os perfumes ficam rançosos, os Óscares são uma vez por ano, os artistas de rock podem ou não ficar para a História. Os casamentos vão e vêm. Mas os The Beatles serão sempre os The Beatles. Quer tenhamos dez, vinte, trinta, quarenta anos ou até mais, os “fabulous four” serão sempre uma marca de referência. Acompanham todas as gerações, assistem a todos os acontecimentos mundiais, e daqui a cinco séculos continuarão a ser escutados.

Por isso, aqui vai a nossa (uma de muitas) homenagem!

 

terça-feira, junho 02, 2009

Vejam e Leiam (V)

É da aluna Maria Rebocho, 7º A , o BookTrailer de hoje sobre “Adozinda” da escritora Sofia Ester.

segunda-feira, junho 01, 2009

Hoje É O Dia Mundial Da Criança!

E nada melhor do que o poeta Augusto Gil, para nos pôr de lagrimazinha nos olhos…

BALADA DA NEVE

clip_image002Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
clip_image004na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...


Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
. ..e cai no meu coração.

Augusto Gil

Fotos retiradas de:

http://xtremevssnow.blogspot.com/search?q=

www.rawa.org

Livro da Semana

 

clip_image002As Vinhas da Ira, de John Steinbeck

As palavras que actualmente mais ouvimos e lemos, assim que abrimos uma televisão, uma rádio, um jornal, uma revista ou um blog, são as palavras “Crise Mundial”, “bolha”, “Crash”, “Bolsa de Valores”, “especulação”, entre outras. Talvez para os mais distraídos e para os jovens, estes termos sejam uma verdadeira novidade, especialmente se tivermos em conta que, pela primeira vez, muitos adolescentes já ouvem os pais dizerem “não” a muitos luxos ou mimos que lhes pedem. Passou a ser uma regra de ouro em todas as casas portuguesas apertar o cinto, desligar a luz dos quartos desocupados, fechar a torneira de água, parar de fumar, cortar nas despesas supérfluas… E rezar para que nenhum dos cônjuges seja despedido do seu emprego.

Porém, para os mais atentos e mais instruídos, a palavra Crash (que, em inglês, significa “queda”, “quebra”, “choque”, “embate”) provoca muitas más memórias, todas elas ligadas a um dos dias mais negros da História do Século XX.

Corria o ano de 1929 e parecia que tudo dançava ao som de uma orquestra formidável: o admirável mundo novo criado pelos americanos suscitava a inveja mundial. Os americanos estavam todos eles ricos e prósperos, todos tinham acções, carros, casa própria, terrenos, rádio, comida na dispensa (não estamos, obviamente, a incluir as minorias étnicas. Essas sempre foram pobres e discriminadas). Até que numa terça-feira do dia 24 de Outubro (a célebre Quinta-feira Negra”) um homem, que ainda hoje ninguém sabe quem foi, entra na Bolsa de Valores bastante exaltado, e pede para que as suas acções sejam imediatamente postas à venda. Pelo menos, esta é uma das lendas urbanas que se contam para aí…

E é então que o pânico se instala no mundo inteiro: como um jogo de dominó, cada país arrasta o outro para a falência e, de um dia para o outro, gigantescas fortunas entraram em colapso. Diariamente as pessoas atiravam-se dos prédios e muitas morriam literalmente à fome, deixando-se ficar estendidas nas ruas, até a senhora morte as vir buscar. À noite, recolhiam-se os cadáveres, enquanto os vivos dormiam. O desespero era tal que chegava-se inclusivamente a arrancar as pedras das ruas para as poder vender no mercado negro. O Grande Crash da Quinta-feira Negra deixou traumas irreversíveis nas bolsas de valores, e basta, actualmente, um pequeno número de acções começar a cair dia após dia, para os corretores começarem a suar frio. Concluindo, a Crise Mundial de hoje é apenas uma das muitas que já apareceram e, por enquanto, não se compara nem um pouco à de 1929 (para quem ficou interessado neste tema, consultem a excelente página da revista brasileira Veja: http://veja.abril.com.br/historia/crash-bolsa-nova-york/especial-quebrou-panico-acoes-wall-street.shtml). clip_image004

O que é que tudo isto tem a ver com o livro da semana? Muito simples: As Vinhas da Ira contam precisamente o desespero de uma família de agricultores que, não tendo dinheiro para pagar ao banco as suas propriedades, é literalmente escorraçada da sua casa. Juntamente com milhares e milhares e milhares de famílias na mesma situação, decidem rumar até ao paraíso prometido: a Califórnia, terra da fartura e das laranjeiras que, de tão cheias, dão para encher a barriga de milhões de crianças, mulheres, velhos, adultos. Entusiasmados, compram uma carripana a cair aos bocados e metem-se a caminho deste novo Eldorado. A “Estrada 66”, uma gigantesca auto-estrada que percorre os Estados Unidos da América de uma ponta à outra, tornou-se lendária e símbolo da luta e do sonho. Take the Route 66 tornou-se uma canção emblemática, escutada com amor e esperança por ricos e pobres (http://www.youtube.com/watch?v=dCYApJtsyd0). Ao longo do livro, estes miseráveis são explorados, enganados, espancados, humilhados por tudo e todos. A “Terra das Oportunidades” não dá, afinal, oportunidades a todos… E a família Joads vê-se, pouco a pouco, destruída e mutilada.

E há personagens que nos marcam para sempre, particularmente a mãe Joads, que faz tudo por tudo para que a família não se desintegre, e assiste, cada vez mais resignada, ao fim da sua vida segura e tranquila. O fim desta história é um fim aberto: a jovem Rosaharn, depois de descobrir que o filho que pariu estava morto, oferece o leite dos seus seios a um velho moribundo, um dos muitos também expulsos das suas terras. É impossível ler este livro sem chorarmos, nem que seja uma só vez. Não estamos a falar de números, de estatísticas, estamos a falar de pessoas, de dramas reais que efectivamente tiveram lugar naqueles dias.

clip_image005John Steinbeck teve sérios problemas, graças a este libelo anti-capitalismo: acusado de ser comunista (um dos piores insultos que se pode dizer a um americano), o governo e os poderosos, picados por se reconhecerem nesta obra-prima, tentaram destruir-lhe a vida e a carreira. Em vão: Steinbeck ganhou o prémio Pulitzer, um dos mais prestigiados prémios que se podem dar a um escritor. E ganhou o prémio Nobel. E ganhou o respeito. E ganhou a imortalidade…

E tão actual, que este livro é…

Imagens retiradas de:

Revista Veja (já mencionada acima)

http://www.designlessbetter.com/blogless/tags/the-new-economy