O Blogue da BE vem por este meio divulgar a apresentação sobre o tema Cidadania e Desenvolvimento da editora Leya, do Encontro Digital Cidadania e Desenvolvimento.
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Peçam a um esquimó ou a um índio brasileiro que desenhem um
detetive, e o desenho é sempre o mesmo: um homem com um chapeuzinho engraçado,
com um cachimbo na boca e uma lupa na mão. Em todos os cantos do planeta, a
imagem icónica de um investigador de crimes é sempre esta, ao ponto de se ter
transformado naquilo que os psicólogos e antropólogos chamam um arquétipo: uma imagem simbólica que
pertence ao subconsciente coletivo da Humanidade.
E, no
entanto, poucos sabem que este cliché mundial começou com o detetive imaginário
mais famoso do mundo: Sherlock Holmes. Aliás – para sermos mais precisos – a
imagem icónica de Sherlock Holmes foi criada pelo ilustrador Sidney Paget, no
ano de 1891 (ver imagem à esquerda). As suas ilustrações ficaram tão famosas
que, a partir desse momento, este génio que combate o crime passou a usar o seu
inseparável deerstalker (uma boina de
fazenda que os caçadores ingleses usavam e usam durante o Inverno), mais o seu
cachimbo e lupa.
A inspiração
de Conan Doyle para a criação de Sherlock Holmes veio dos seus tempos de
faculdade: este escritor teve o privilégio de assistir às aulas de um “certo”
Joseph Bell, um cientista pioneiro na Ciência Forense, e que tinha o dom
extraordinário de observar os mais pequenos detalhes quer num espaço quer numa
pessoa. Através dessa observação, ele fazia diagnósticos dedutivos acerca da
personalidade e vida de alguém. Este Dr. Joseph Bell trabalhava lado a lado com
outro génio, Henry Littlejohn, um cientista brilhante que era constantemente
chamado pela Scotland Yard para resolver crimes e mistérios. Sherlock Holmes
foi a fusão destes dois homens geniais: a observação clínica, lado a lado com
os conhecimentos da Ciência Forense da época.
Mais de 133
anos depois, custa a acreditar que, ainda hoje, as histórias deste detetive
continuam a ser lidas e compradas por milhões de pessoas, no mundo inteiro. E
já agora – excelentes notícias! – já não têm direitos de autor, o que quer
dizer que podemos baixá-las na net, sem qualquer peso de culpa … desde que sejam
em Inglês. É que as traduções também têm direitos de editora. No entanto,
existem muitos “carolas” na net que traduzem voluntariamente as obras de
grandes escritores mundiais, publicando-as depois de graça na net. É saber
procurá-las…
Para quem
ainda ama este formato “antiquado” chamado “livro em papel”, a nossa biblioteca
dispõe de vários exemplares dedicados a este mítico detetive. Passem por cá, e
levem para casa raciocínios lógicos para desvendar no aconchego do lar.
Os
“detetives de sofá” nunca ficaram fora de moda!
Imagem retirada daqui.
A palestra 'Dormimos para sonhar', dirigida a alunos do 8º ano, a propósito dos conteúdos de "Saúde e bem-estar" da disciplina de Francês, teve como objetivo ensinar os alunos a importância do sonho, o ritmo circadiano, as últimas descobertas científicas relacionadas com o sono, bem como a explicação simbólica dos sonhos. Esta palestra suscitou um debate entusiástico entre todos os alunos, e vários pediram explicações para determinados sonhos que tiveram. Falou-se do hábito muito pouco saudável de deixar aparelhos elétricos no quarto (smartphones, playstations, etc) e a razão por que tantas crianças/jovens estão sempre cansados.
Anexamos aqui a apresentação em PowerPoint usada na palestra.
No entanto, na América Central e do Sul, o Día de los Muertos não é uma efeméride tão triste como por terras lusas. Para dizer a verdade, no México, por exemplo, é celebrado como uma festa na noite de 1 para 2 de novembro, tal como se faz em grande parte do mundo com o Dia das Bruxas na noite anterior, de 31 de outubro.
Este dia, na cultura hispano-americana, não tem um significado tão triste e depressivo como por cá, pois mesmo que se recorde com tristeza quem já faleceu, reforçam-se os laços entre os que ainda cá estão, em reunião familiar, que tem a mesma função que o Dia de Ação de Graças norte-americano ou até a nossa ceia de Natal: juntar toda a família a jantar, unidos, e celebrar essa família e essa união.
É graças à excelente adaptação para televisão do canal BBC one (imagem em cima) que muitos portugueses descobriram este padre muito especial: um homenzinho curvado, de óculos grossos e olhar penetrante, sempre carregando o seu guarda-chuva, andando de bicicleta, sempre atento aos problemas da sua vilazinha adorável.
E, no entanto, o escritor G. K. Chesterton teria dificuldades
em reconhecer esta versão moderna da sua personagem! O padre Brown dos livros
difere bastante daquele que vemos na televisão: sim, é verdade que este “servo
de Deus” está muito atento aos problemas sociais do século XX: a pobreza, a
discriminação, a crueldade, a guerra, a ganância, os refugiados, etc. Podemos
assumir que – no geral – padre Brown tem inclinações “socialistas”. No entanto,
ele não deixa de ser um conservador católico: a sua relação com os ateus pode
ser de respeito, mas é de grande desconfiança e, sobretudo, critica cultos
ligados a Wiccas, novas eras, etc. Além
disso, o humor do verdadeiro padre Brown é mais irónico, menos “explosivo”,
mais sóbrio. Para terminar, as suas investigações são solitárias: não há Lady
Felicia, não há Mrs. Mccarthy, não há inspector Mallory.
Padre Brown foi inventado numa altura em que a Igreja
Protestante Inglesa era muito “Anti-Papista”, muito anti-Católica. G.K.Chesterton
desejava falar de “um outro olhar”, um olhar pós modernista, pós guerra. O seu
desejo era criar uma personagem que, apesar de ter assistido a duas guerras
mundiais sangrentas, continuava a acreditar em Deus, e usava a força de Deus
para combater o crime, sem nunca perder o seu raciocínio científico e dedutivo.
Para isso, baseou-se num padre católico da vida real, O Reverendo John O’
Connor, para criar um imaginário que, inicialmente, era anglicano. Aos poucos,
tornou-se católico. E Chesterton tanto investigou a fé católica, que acabou por
se converter a ela!
Apesar das diferenças, podemos afirmar que a “adaptação
moderna” do Padre Brown é uma das poucas que consegue ser criativa, sem ser
“politicamente correta”. Mais ainda, evita politizar os seus episódios, o que é
uma mais-valia nos tempos de hoje. Quanto aos livros, vale a pena conhecer o
verdadeiro Brown: um homem extraordinariamente inteligente, muito humano, muito
“iluminado”. Um homem de pensamento complexo e raciocínio arguto, alguém que vê
com olhos de ver e ouve com ouvidos de ouvir.
Algo que só um padre a sério sabe fazer.
Imagem retirada de:
https://filmow.com/padre-brown-1a-temporada-t76232/ficha-tecnica/
Estávamos no ano de 1931. O escritor Georges Simenon, de
férias na Holanda, estava sentado numa esplanada bem ao pé de um canal. De
repente, quase como se fosse uma revelação divina, imaginou um inspetor de
polícia parisiense, a experienciar uns dias de descanso na nação das tulipas. A
sua própria constituição física – segundo o próprio autor – foi baseada na
figura do seu próprio pai. Nasce, então, Jules Maigret, o “Sherlock Holmes da
França”.
Porém, as diferenças acabam por aqui: Jules Maigret é um
homem casado – e bem casado. Não têm filhos - a única filha que tiveram morreu
à nascença - mas ele e ela são unha com carne. São tão unidos que, muitas
vezes, ele pede conselhos e opiniões à sua mulher, sempre que tem uma dúvida em
relação a um crime. Louise é a Watson deste universo policial.
E, por fim, temos uma outra forma de pensar e de viver este
mundo: o olhar sereno, mas ao mesmo tempo intelectual de Paris. Há uma
atmosfera francesa na grande literatura de Georges Simenon, um olhar
circunspeto mas também doce da existência humana. É impossível não amarmos esta
personagem, tão humana, tão compassiva.
A nossa biblioteca possui uma vasta coleção. Não, não são só
quatro volumes, são imensos. Os nossos visitantes têm muito por onde escolher.
E uma coisa é certa: o género policial – tantas vezes menosprezado e ignorado
pelas grandes academias e prémios internacionais – deve muito o seu prestígio a
escritores como Simenon. Não, não é só a história que importa: há toda uma
complexidade de pensamento humano, que se perde nas adaptações para o cinema ou
televisão.
É que Maigret não é assim tão fácil de dramatizar...
Coincidentemente (ou não…),
apenas três dias depois do feriado nacional de Espanha, no dia 15 de outubro,
será celebrado o Dia Mundial da Resolução de Conflitos. Parece ser coisa pouca
– estes dias especiais não parecem resolver nada -, mas há dias que nos fazem
pensar e refletir. Sejamos honestos: até que ponto é difícil sararmos feridas e
recomeçarmos de novo, sem os fantasmas do Passado e do Presente?
Já cantava Elton John: A palavra “desculpa” parece ser a mais
difícil de dizer. E, no entanto, este filme não está apenas a tentar expor
um conflito do passado, ainda tão vivo no século XXI: ao mesmo tempo, deixa bem
claro que a escravidão nunca acabou, simplesmente mudou de rosto e de táticas.
Hoje, já não é comum em muitos países vermos um Humano amarrado e acorrentado,
a ser vendido numa praça. Contudo, o que é que vocês acham que é o “trabalho
infantil”? O que é que vocês pensam que é o “trabalho à jorna”? O que é que
vocês pensam que a Apple é, quando coloca grades nas janelas das suas fábricas,
para impedir que os seus escravos-a-fazer-de-conta-de-que-são-trabalhadores não
possam cometer suicídio? Aliás, a inteligência desta corporação mortífera é tão
boa que eles nem sequer têm fábricas, pagam “o serviço” a outros carrascos. Assim,
a Apple não poderá ser acusada de maus tratos aos trabalhadores, pois pode
sempre alegar desconhecimento…
Também a Chuva ganhou em 2010 o Óscar do melhor filme estrangeiro e
foca dois tempos: a chegada de Cristóvão Colombo e o genocídio que os índios
sofreram, como consequência da dita cuja “Cristianização”, e foca o ano de
2000, quando os Colombianos declararam guerra à corporação Americana Bechtel,
uma companhia que supostamente devia distribuir a água a todos os nativos deste
país, mas decidiu, de um dia para o outro, vender a água da torneira a preço de
petróleo. Estas duas batalhas – uma do século XVI e outra do século XXI –
fundem-se numa sala de cinema escura, um espaço onde atores, realizadores,
músicos, pessoal de limpeza e restante público se encontram. Este é um lugar
que foi criado (sem dúvida!) para entreter, mas também foi criado para refletir
e mudar. E sarar feridas. E resolver conflitos.
Deixamos em baixo um pequeno trecho
do filme, para aguçar o apetite. Prestem muita atenção à cena do afogamento das
crianças. Reparem no olhar do “Homem Branco”, ainda arrogante o suficiente para
achar que a “sua cena” é mais importante do que outras coisas. E o olhar do Índio,
que não quebra, e que é de opinião de que há certas coisas que nunca poderão ser dramatizadas.
Por muito boas que as intenções
sejam.
Trecho do filme También la Lluvia (sem legendas) - Aqui
A Direção-Geral da Educação, através do Centro de Sensibilização SeguraNet, numa parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, lança a campanha de sensibilização Linha Internet Segura, nas Escolas. Nesse sentido, as Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas nº2 de Serpa associaram-se à iniciativa, juntamente com os professores de Informática do agrupamento, no sentido de afixar nas salas de informática e centro de recursos os cartazes aqui também divulgados, com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar para a importância de denunciar o cibercrime, o ciberbullying e outras formas de intimidação, ameaça ou assédio.
A Linha Internet Segura é um serviço que presta apoio telefónico ou online, de forma anónima e confidencial, sobre questões relacionadas com o uso de plataformas e tecnologias online. Dispõe de um sistema que permite reportar as ocorrências graves às autoridades competentes, quando existem indícios de que uma criança pode estar em perigo.
Horário de funcionamento da Linha Internet Segura: das 9h00 às 21h00, nos dias úteis.
Acessível através de:
. 800 21 90 90 (contacto telefónico gratuito)
. correio eletrónico - linhainternetsegura@apav.pt
Coleção Poirot, Agatha Christie
Já mencionámos no post anterior que 2020 é o ano em que celebramos os 100 anos da criação da personagem Hercule Poirot, um dos detectives mais famosos da história da literatura policial. Mais famoso do que ele, só Sherlock Holmes.
A inspiração para esta personagem tem como origem a própria
vida de Agatha Christie: durante a I Guerra Mundial, trabalhou como enfermeira
voluntária na Cruz Vermelha, e era bastante comum os médicos pedirem-lhe para
ir à dispensa dos remédios buscar este antídoto, este remédio, este comprimido,
etc. Foi por acidente que ela esbarrou com uma secção de venenos, bastante
volumosa, diga-se de passagem. Como é que se permitia uma coisa destas no
início do século passado, é algo que hoje nos ultrapassa: comprar arsénico nas
drogarias/farmácias era tão comum (supostamente era para matar ratos) que a sua
venda teve que ser proibida por lei, tal era o número de assassinatos à base
deste veneno. Mas sim, estes produtos mortíferos eram super comuns nas casas de
todo o cidadão inglês. Foi a partir deste momento que Agatha Christie criou um
enorme fascínio pela Toxinologia (ramo científico que estuda os venenos) e, se
nos lembramos que esta escritora papou todas as histórias de Sherlock Holmes
durante a sua infância, não demorou muito para começar a escrever os seus
próprios enredos.
Precisava de um detetive para solucionar os seus crimes
inventados. Como seria? Homem ou mulher? Alto ou baixo? Inglês ou estrangeiro?
A sua experiência de enfermeira ofereceu-lhe, mais uma vez, a solução: na
cidade em que ela morava, quase mesmo ao pé da casa dela, foi aceite uma
colónia de refugiados belgas e – reza a lenda – um deles era um homem
pequenino, careca, com um bigodinho de cera e passinhos rápidos. Agora que ela
já tinha um rosto para o seu detetive, só faltava o nome. Como Agatha Christie
queria que a sua personagem fosse grandiosa – mas também vaidosa – escolheu o
nome Hercule Poirot. Sonante e grandioso.
Por mais filmes ou séries que sejam criados – mais fiéis ou
menos fiéis aos livros – as obras literárias nunca passarão de moda. No século
XXX d. C., continuaremos a ler as aventuras de Poirot, sabe-se lá em que formato,
digital, holográfico ou simplesmente papel. Mas Poirot será sempre Poirot.
Poderá viajar numa nave espacial. Mas será sempre o nosso
Poirot.
Estante de
livros do mês de Outubro
Profissão: Detetive
O ano de 2020 tem sido um ano
confuso, caótico, desesperado. Ironicamente, este é o ano em que se celebra os
100 anos da criação de uma personagem muito especial: Hercule Poirot, o
excêntrico mas muito humano detetive, criação da genial Agatha Christie. E Poirot
teria detestado os tempos de hoje: sendo uma pessoa muito metódica,
disciplinada, amante das “células cinzentas”, não teria suportado as teorias de
conspiração, as fake news, a histeria
colectiva à volta do Covid-19, todo o tipo de comportamento irracional do Ser
Humano. No entanto, uma coisa é certa: poderíamos contar sempre com ele.
A profissão de detective - particular ou não - sempre causou
fascínio em todos nós, mas são poucos os que sabem que este “ofício” começou a
ser valorizado só no final do século XIX, altura em que uma coisa chamada
“Ciência Forense” explodiu em todas as equipas de polícia. Este fascínio
depressa se espalhou para a literatura e, inicialmente, o romance policial não
era considerado um “género maior”. Foi a chegada de Agatha Christie que mudou o
olhar deste género literário, embora até hoje nenhum prémio Nobel da Literatura
tenha sido dado a um escritor de livros policiais.
Hoje, há várias obras literárias que têm uma combinação de um
ou mais géneros: O Nome da Rosa, de
Umberto Eco, é o exemplo perfeito do que estamos a falar, pois este é um
romance histórico que, ao mesmo tempo, é um romance policial. E há thrillers que são, ao mesmo tempo, romances
policiais.
Assim, dedicamos a nossa estante do mês aos livros policiais,
thrillers, literatura de espionagem e
mistério. É só clicar no link, e terão acesso à nossa estante, já digitalizada.
E cuidado: muitos livros que aconselhamos são viciantes, não
conseguirão largá-los!
EBOOK: aqui