quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Livro da semana

 

Homem na escuridão, de Paul Auster

clip_image001 Para quem não sabe – e deve ter andado muito distraído – Paul Auster é um dos poucos escritores deste planeta que escreve muito e escreve sempre bem, uma capacidade bastante rara nos artistas pois, como toda a gente sabe, na esmagadora maioria dos casos “mais é menos”. Mas há assim casos esporádicos que se contam pelos dedos: os compositores Bach e Mozart e o saudoso José Saramago faziam parte desta lista de génios felizardos, cujas musas particulares nunca estavam de férias.

Porém Paul Auster, como cidadão americano, vive seriamente perturbado e preocupado com o caminho que a sua nação está a seguir, e faz parte de um vasto grupo de artistas e analistas que tem vindo a alertar os americanos para o assustador crescimento da extrema direita ultrarreligiosa, cada vez mais dona e senhora dos direitos individuais de cada cidadão das terras do Tio Sam. Os seus livros, como é óbvio, não fogem clip_image003a esta realidade, e descrevem sempre uma América asfixiada por regras, preconceitos e uma violência extrema e inexplicável. E no meio desta lavagem ao cérebro carregada de soundbytes e paranoias, as personagens vivem interiormente sozinhas e fazem os possíveis para manter ou recuperar a sanidade num mundo cada vez mais colapsado pela loucura. Neste ponto, Paul Auster não foge da linha de autores como Philip Roth ou Cormac Mccarthy, autores estes que não sentem pudor nenhum em nos descrever a realidade tal e qual como ela é e que, em certos casos, não se coíbem também de imaginar américas paralelas, no intuito de nos alertar para a ascensão de potenciais ditadores, que pacientemente aguardam a ocasião certa para destruir a Liberdade, sempre em nome de Deus ou de uma ideologia bem-intencionada. A Conspiração contra a América, de Philip Roth é um destes excelentes exemplos.

Neste contexto, O Homem na Escuridão não foge da regra: Augustus Brill, um velho que sofre de constantes insónias, esconde-se dos seus fantasmas através da escrita. Nos seus textos, imagina uma América onde as torres gémeas não caíram, mas esta está a desmembrar-se e vive uma violenta guerra civil. Porém, e por mais que tentemos, não podemos fugir da realidade, pois esta vem sempre bater à nossa porta, quer queiramos quer não. A sua escrita, longe de afastar as memórias angustiantes do seu passado, mais parece exorciza-las e chamá-las à pedra. Brill, juntamente com a sua neta, duas personagens sozinhas e feridas por uma América que esmaga seres humanos, tentarão resolver os seus medos através do amor entre avô e neta e através do poder curativo das palavras.

O livro é pequeno, perfeito, e nada mais há para acrescentar ou diminuir. Lê-se de um fôlego, e deixa saudades quando o largamos.

Paul Auster no seu melhor.

Imagem retirada de:

http://armonte.wordpress.com/tag/cormac-mccarthy/

CATÁSTROFES PROVOCADAS PELO HOMEM

 

Os alunos do 8ºA, sob a orientação do professor Jorge Ferreira, realizaram PowerPoints relativos a catástrofes provocadas pelo homem, que apresentaram à turma. Aqui ficam dois exemplos.

 
 
 

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Hoje é o dia mundial das doenças raras

 

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clip_image004 Alguém já ouviu falar de uma doença chamada “Progeria”? O nome “Acondroplasia” diz-vos alguma coisa? E o “Síndrome de Tourette”? Já ouviram falar dele?

Para quem não sabe, a Progeria (primeira foto) pode ser caracterizada como uma maldição terrível: o ser humano envelhece a uma velocidade alucinante, e quem padece deste problema raramente ultrapassa a idade de 12-15 anos. A Acondroplasia é o nome científico para descrever o Nanismo (foto em baixo) e este problema genético afeta um em cada 15.000 recém-nascidos. Quanto ao Síndrome de Tourette, este pode ser descrito como uma desordem neurológica que provoca uma série de espasmos e “tiques” incontroláveis, sistematicamente repetitivos e esgotantes. E, como devem calcular, os desgraçados que sofrem deste descontrolo corporal são muitíssimo gozados e maltratados nas escolas, nas comunidades, nos locais de trabalho, em toda a parte (vejam os vídeos que vos apresentamos).

A lista de doenças raras chega aos milhares – a Mãe Natureza é muito criativa, quando se trata de “inventar” problemas para os humanos. Como consequência, não só não é fácil diagnosticá-las (falta de treino médico ou puro e simples desconhecimento) como, ainda por clip_image006cima, raramente um laboratório ou empresa dedica o seu tempo a encontrar uma cura para as mesmas. Com efeito, a Ciência é muito cara, e obviamente prefere investir na investigação e cura de males mais corriqueiros, do que gastar tanto dinheiro em enfermidades que só afetam alguns. Devemos, portanto, tirar o chapéu aos cientistas “carolas” que, nos seus tempos livres e com a ajuda de associações não governamentais, lá conseguem fazer progressos no tratamento destas doenças.

Algumas enfermidades raras têm “sorte”: ou porque passaram a ser uma moda dos media (é o caso do Autismo) ou porque receberam de brinde a ajuda de um milionário humanitário (é o caso da Progeria) ou porque dão logo nas vistas (Nanismo, gigantismo, etc), já podem ser facilmente diagnosticadas, recebem apoios de muitos mecenas ou até mesmo já podem ser controladas. Mas há muitas que chegam a ser tão obscuras, que raramente os doentes que padecem delas chegam a sobreviver mais do que cinco anos.

Por isso mesmo, o Dia Mundial das Doenças Raras serve para alertar e informar todas as nações acerca deste problema. O objetivo deste dia consiste em sensibilizar as populações, especialmente aquelas que têm dinheiro e que podem fazer toda a diferença, no momento em que decidem financiar laboratórios e cientistas bem-intencionados. Portugal já dispõe de uma associação que informa o público acerca deste problema e que deseja também guiar e ajudar todas famílias que tenham um membro que padeça de uma delas. Chama-se Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras e o seu site pode ser consultado aqui.

Conhecem alguém que sofra de uma enfermidade rara? Então arregacem as mangas, informem, divulguem as vossas comunidades. Vocês podem fazer a diferença: muito do sofrimento destes doentes vem simplesmente da ignorância da sociedade. É através da informação que se mudam as mentalidades.

Síndrome de Tourette (explicado no programa da Oprah Winfrey)

 

Doença Progeria (menina de 13 anos)

 

Nanismo e Gigantismo: inclusão social

 

Imagens retiradas de:  1  -    2    -   3

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Zeca Afonso morreu há 25 anos

 

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Cada nação em período de revolução tem o/s seu/s escritor/es de canções: a França teve Léo Ferré, Juliette Greco, Georges Moustaki, entre outros; Os Estados Unidos da América tiveram Bob Dylan e Joan Baez; Espanha teve Patxi Andíon; o Canadá teve Leonard Cohen; o Egito teve a grande Oum Khultum… Se começarmos a enumerar todos os grandes senhores da música aliada à poesia e à luta dos direitos humanos nunca mais saímos daqui, e sabe-se lá quantos mais nomes a chamada “Primavera Árabe” não andou para aí a revelar, e que nós, ocidentais, desconhecemos completamente.

Portugal não escapou (e não escapa) à regra: desde Adriano Moreira até Sérgio Godinho; desde Mário Branco até ao Fernando Tordo; desde o grande Ary dos Santos até à Sophia de Mello Breyner… e Zeca Afonso, claro. Morreu há vinte e cinco anos, e ainda hoje deixa saudades. O país não o tratou bem – para não variar – mas deixou uma legião de fãs e uma marca inconfundível na música portuguesa.

Atualmente, em tempos de crise e de rutura com o velho sistema, uma nova geração de cantores/poetas deseja dar o seu contributo à “música de intervenção”, e há gostos para tudo: desde os Homens da Luta até aos Deolinda, desde os Xutos e Pontapés até ao Boss Ac, é só escolher e ouvir. Porém, Zeca Afonso será sempre Zeca Afonso, e a sua voz inconfundível, aliada a uma poesia clara e apaixonada, nunca será esquecida.

Deixamos aqui a nossa homenagem a este grande senhor, que bem falta faz ao nosso país.

Zeca Afonso – Traz outro amigo também

Zeca Afonso – Venham mais cinco

Zeca Afonso – Menina dos Olhos Tristes

Imagem retirada daqui.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Orlando Ribeiro, um nome a não esquecer

 

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Faz este ano 101 anos que o mais famoso e mais brilhante geógrafo português nasceu. Chamava-se Orlando clip_image004Ribeiro e mudou para sempre a forma como Portugal olhava para esse grande mar de conhecimentos que é a Geografia. Com efeito, antigamente este ramo da Ciência era “ensinado” aos bocadinhos, aqui e ali, enchouriçado em disciplinas como Ciências Naturais, Teologia, Literatura, Biologia, Estudo dos Fósseis, etc. Não existia propriamente um ramo de Saber exclusivamente dedicado à Geografia. Foi Orlando Ribeiro um dos primeiros grandes portugueses a dedicar a vida ao seu estudo. Para isso, percorreu o país, as ilhas e as colónias do império português de lés a lés, com o intuito de estudar, registar, fotografar, avaliar e ensinar a formação do território e os costumes de cada nação. O seu livro mais famoso – e ainda estudado – chama-se Portugal, O Mediterrâneo e o Atlântico, uma verdadeira pérola de um Portugal já quase desaparecido.

clip_image006 Para que os alunos conhecessem melhor a importância deste grande mestre, o professor João Carlos Garcia, da Faculdade de Letras da Univ. do Porto, deu uma palestra na biblioteca dedicada a Orlando Ribeiro (Orlando Ribeiro: Ciência e Humanismo), sua obra, os seus mestres e o seu legado. Esta sessão foi da responsabilidade dos docentes Manuel Baiôa e Elisabete Cardoso, do departamento de Ciências Socias e Humanas.

Aprendemos bastante. Por exemplo, descobrimos que Orlando Ribeiro não foi apenas um excelente clip_image008geógrafo, foi também um excelente fotógrafo; descobrimos que o seu método de estudo era levado ao mais absoluto rigor e fanaticamente registado através da sua inseparável Laika e dos seus cadernos escritos e desenhados a letra miudinha; descobrimos que o seu grande mestre foi o brilhante Leite de Vasconcelos, e que é graças a Orlando Ribeiro que quase todo o seu espólio foi publicado e arquivado; descobrimos que outra das suas paixões era a música, especialmente a clássica; e, por fim, descobrimos que, ao longo da sua vida, revelou mais de 10.000 fotografias, carinhosamente preservadas e guardadas numa biblioteca com o seu nome.

Para aguçar o apetite, e ajudar os alunos a visualizar o seu percurso como geógrafo e cidadão português, foram também visionados alguns momentos do ótimo documentário Orlando Ribeiro, Itinerâncias de um Geógrafo, que pode ser visionado por inteiro neste link, pertencente à estação de televisão RTP.

A biblioteca agradece a presença do professor João Carlos Garcia e o empenho dos docentes Manuel Baiôa e Elisabete Cardoso. Aguarda-se provavelmente a repetição de mais uma sessão, pois há turmas dos 12ºs anos que já manifestaram o desejo de quererem saber mais da vida e da obra de Orlando Ribeiro. No entanto, enquanto esperamos por um possível bis, podem já consultar este site, exclusivamente dedicado ao espólio e estudo deste grande geógrafo.

Fotografia de Orlando Ribeiro (exposição):

 

Imagem do documentário retirada daqui .

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Quando o Carnaval Chegar- Chico Buarque

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Quem me vê sempre parado,
Distante garante que eu não sei sambar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu tô só vendo, sabendo,
Sentindo, escutando e não posso falar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu vejo as pernas de louça
Da moça que passa e não posso pegar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

E quem me ofende, humilhando, pisando,
Pensando que eu vou aturar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

E quem me vê apanhando da vida,
Duvida que eu vá revidar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

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Eu vejo a barra do dia surgindo,
Pedindo pra gente cantar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Eu tenho tanta alegria, adiada,
Abafada, quem dera gritar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...

Quando o Carnaval Chegar – Chico Buarque

Imagens retiradas daqui e daqui

sábado, fevereiro 18, 2012

E que tal uma viagenzita virtual às grutas de Lascaux?

 

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Nesta época de crise mundial, não há nada como exercitarmos a nossa imaginação sem termos que pagar um único tostão. Viagens ao estrangeiro, neste momento, estão fora de questão para muitos portugueses, europeus e até norte-americanos. No entanto, existe uma excelente maneira de darmos umas boas voltinhas a preço grátis.  Estamos, é claro, a falar dessa coisa fabulosa que é a literatura e a arte e, neste caso em particular, referimo-nos às viagens virtuais.

E quando se fala de simulações virtuais, os grandes campeões não são nem os norte-americanos nem os japoneses. São os franceses. Com efeito, estes têm sido, desde muito cedo, verdadeiros pioneiros neste tipo de arte digital, e o jogo Versailles 1685, publicado em 1995 pela já extinta editora Cryo, teve direito a notícias de primeira página em tudo quanto era revistas e jornais decentes. O jogo tinha como objetivo descobrirmos os verdadeiros culpados de uma intriga real no palácio de Versailles, e foi a primeira vez que se viu uma verdadeira tour quase a três dimensões. De facto, quem tenha jogado este jogo deve ter tido uma sensação de dèjá vu ao visitar fisicamente este espaço, meses ou anos mais tarde (poderão dar uma espreitadela ao jogo aqui ).

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Mas este artigo é dedicado a outro toque de génio: uma visita virtual às grutas de Lascaux, na França. E, senhoras e senhores, preparem-se para um belo passeio: é que não só ficamos com a sensação de estarmos efetivamente lá como, mais importante ainda, clip_image006aprendemos mil e uma coisas sobre este local histórico. Afinal, quando se trata de divulgar a cultura e a História, os franceses não jogam em serviço.  

Este site também foi realizado em homenagem a Norbert Aujoulat (foto), um historiador e arqueólogo francês, que dedicou toda a sua vida à divulgação e preservação destas gravuras milenares, e que faleceu no ano passado.

Este passeio virtual pode ser visto de momento nas línguas francesa, inglesa, alemã e espanhola. Aguardam-se futuras traduções de outros idiomas (não sabemos se o português está incluído. É possível que sim, pois as ligações culturais entre o povo francês e o povo português duram já há uns bons séculos).

Todas as imagens aqui expostas foram retiradas do link acima mencionado, através da ferramenta de recorte do Windows.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Bibliomúsica – Leonard Cohen

 

clip_image002       Abram alas para este grande senhor da poesia e da música. Mesmo com mais de 70 anos, ainda ilumina os palcos, ainda nos faz chorar, ainda arrasta multidões de fãs, jovens e velhos, crianças, espíritos e deuses. Os portugueses amam-no com uma paixão feroz, de tal forma que Leonard Cohen adora começar as suas tournées sempre no nosso país, e, quem andou a dar uma espreitadela aos bootlegs gravados em Portugal, sentiu espanto ao ver tanta euforia, como se os portugueses estivessem a assistir a uma missa, e não a um concerto musical.

Old Ideas é o último grande álbum deste mestre da canção-poema. Ouçam e maravilhem-se.

Leonard Cohen, Show me the place

 

Imagem retirada daqui

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Amanhã temos visitas!

 

No âmbito das disciplinas de História A e Geografia A decorrerá amanhã, 16 fevereiro, a conferência de João Carlos Garcia ( da Faculdade de Letras Univ. do Porto) subordinada ao tema: Orlando Ribeiro- ciência e humanismo; durante a semana tem decorrido uma “Mostra Bibliográfica de Orlando Ribeiro”.

Esta atividade é da responsabilidade dos docentes Manuel Baiôa e Elisabete Cardoso, em parceria com a equipa da Biblioteca da Escola Secundária de Serpa e destinada às turmas 10ºC e 11ºC.

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terça-feira, fevereiro 14, 2012

Quando a realidade é mais estranha do que a própria ficção

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Foi há cerca de 20 anos que Bill O’Neill encontrou, quase que por acaso, um estranho grafito com a mensagem mais estranha que se possa imaginar: “Ideia de Toynbee para um filme de Kubrick 2001: ressuscitem os mortos no planeta Júpiter”. Este texto, completamente incoerente, não é de estranhar nos Estados Unidos da América: este é um país que está cheio de artistas marados, pensadores bizarros e doidos para todos os gostos. Além disso, os americanos adoram surpreender o público com as imagens e grafitis mais tresloucados. Não. O que causou estranheza em Bill O’ Neill foi descobrir que as ruas da sua cidade (Filadélfia) estavam carregadas destas esquisitas mensagens, todas elas dizendo praticamente o mesmo.

Intrigado, Bill criou um site dedicado a estes desenhos, conhecidos por Toynbee tiles (azulejos do Toynbee, em Português livre). O seu objetivo consistia em procurar pessoas que, tal como ele, também tivessem encontrado na sua cidade uma destas mensagens. Os resultados foram misteriosos e intrigantes: não só praticamente todas as cidades dos Estados Unidos da América estão carregadas destes grafiti como – e isto é de arrepiar – estão espalhados por todo o continente americano: Brasil; Chile, Argentina e muitas outras nações também foram agraciadas com estes bizarros desenhos! Para terem uma ideia de quantos grafiti foram encontrados, acedam a este site, onde estão listados todos os lugares em que os mesmos foram achados.

Mas quem é este tal de Toynbee? Por que motivo anda a espalhar estes desenhos pelas ruas de todo o mundo? Porquê a sua obsessão pelo realizador Stanley Kubrick e o seu filme 2001, Odisseia no Espaço? O que é que ele quer dizer com “Ressuscitar os mortos no planeta Júpiter”?

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Para tentar responder a este incrível mistério o realizador Jon Foy meteu mãos à obra e realizou um documentário. Não é uma sombra, não é um fantasma. Alguém algures anda a espalhar estas mensagens e eu penso que já descobri quem é, confessou numa das suas entrevistas. Tal como Bill O’Neill, Jon Foy também anda obcecado por esta história, e há mais de dez anos que anda a investigar a verdadeira identidade deste louco ou visionário. O resultado foi um documentário premiado no festival de Sundance.

Há casos em que a realidade é bem mais estranha do que a ficção…

Documentário Resurrect Dead, trailer (sem legendas)

Imagens retiradas daqui e daqui

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

ENCONTRO NACIONAL ECO-ESCOLAS 2012

No passado fim-de-semana, dias 3, 4 e 5 de Fevereiro, a professora Leonor Paiva participou no Encontro Nacional Eco-Escolas, que decorreu em Beja. O programa do encontro foi enriquecedor pelos temas abordados nos diversos painéis, pelos projetos sugeridos e pela troca de experiências. A referida docente, enquanto coordenadora do Eco-Escolas na nossa escola, foi chamada ao palco para receber o Diploma de Qualidade Eco-Escolas 2012. Aqui ficam algumas fotos e os sítios onde poderão ser encontradas mais informações sobre este encontro.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Estante do Mês - Artes Visuais

 

Pintura, frescos, mosaicos, azulejos, escultura, joias, fotografia, clip_image002design da Ex União Soviética, Japão, Itália. Não falta nada. Os grandes nomes internacionais estão lá todos, e não nos esquecemos também dos nossos grandes artistas como, por exemplo, Columbano, Nuno Gonçalves, Paula Rego ou a grande Aurélia de Sousa (imagem).

Um verdadeiro festim para os olhos e para os sentidos, vale a pena dar uma espreitadela à nossa vasta coleção, tão grande que ainda está a ser catalogada.

Imagem retirada daqui

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Livro da semana


Van Gogh, de Rainer Metzger e Ingo F. Walther



De todas as editoras exclusivamente dedicadas às artes e expressões, a editora Taschen é a mais famosa de todas. Com efeito, se alguém quiser estudar os grandes nomes da arte mundial – ou simplesmente deliciar-se com a beleza dos quadros, fotos, design ou outras formas de a alma se expressar – a melhor coisa que deve fazer é comprar vários volumes desta coleção. A Taschen democratizou o estudo da arte: criou livros cujos preços são acessíveis às bolsas de quase todos, traduziu-os para praticamente todas as línguas do mundo e realizou tiragens em massa. O resultado é o que se espera: não há museu, livraria, biblioteca ou loja turística do planeta que não tenha pelo menos uma edição desta gigantesca fábrica de ensinar arte.
Bem a propósito: a estante deste mês – que será publicada amanhã – é dedicada precisamente a todos os géneros de arte, desde a mestria de fabricar lindíssimos azulejos até ao dom de pintar um tromp l’oeil. E, modéstia à parte, o que não nos falta é livros e enciclopédias dedicadas a este tema, na nossa biblioteca. Ora Van Gogh é um autor que merece um destaque especial, pois possui a genialidade, a profundidade e a aura trágica de um Miguel Ângelo ou Caravaggio – se bem que, é claro, o seu estilo nada tenha a ver com o Renascimento.
Louco esquizofrénico, internado durante vários anos num hospital de loucos, sozinho, pouco compreendido e profundamente solitário, Van Gogh nunca teve sorte na vida, nunca casou, não teve filhos e não vendeu um único quadro enquanto foi vivo. De facto, se existiu ou existe algum génio neste planeta que preencha o velho cliché do artista incompreendido e com crises existenciais, Vang Gogh cabe que nem uma luva nesta categoria. Os últimos anos na sua vida foram povoados de alucinações e de instintos suicidas, provocando-lhe uma morte prematura. Mais de 100 anos depois, a sua vasta obra é hoje amada e imitada por imensas gerações, e sempre que os alunos têm contacto com um dos quadros, a sua reação oscila sempre entre o espanto e o encanto, nunca a indiferença.
Cabe a nós, professores e pais, manter o seu legado sempre vivo.
Tributo a Van Gogh (a música é dedicada a Van Gogh)

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Entender e aceitar a morte, parte II


Sven Fennema é fotógrafo, nasceu no ano de 1981 e desde muito cedo apaixonou-se pela fotografia. Porém, o seu fascínio não reside em caras felizes, lugares cheios de gente, bonitas paisagens e imponentes monumentos. O seu fascínio desde pequeno é explorar lugares abandonados. Estações de comboio fechadas, cidades e vilas esquecidas, casas em ruínas… e cemitérios. As fotografias que aqui colocamos pertencem a uma série de imagens dedicadas a criptas abandonadas na Bélgica. Lugares onde já ninguém põe lá os pés, ou porque as famílias desapareceram ou porque os descendentes mudaram de casa e de cidade ou porque simplesmente já não há tempo para prestar homenagem aos mortos.

O que há de tão especial nestes espaços desolados? Bom, sejamos honestos: todos nós nos sentimos atraídos por algo que nos faça lembrar a memória do passado: uma velha fotografia de um parente desconhecido, uma casa antiga já sem teto, uma linha de comboio abandonada, uma estação de gasolina perdida no tempo. A palavra “fim” faz-nos pensar na nossa tão curta existência e do quanto é importante tirarmos proveito dela, enquanto cá estivermos. Não é por acaso que a capela dos ossos em Évora recebe dezenas e dezenas de milhar de visitantes todos os anos, e muitos deles são estrangeiros. A morte dos outros obriga-nos a ponderar sobre a nossa morte.
Sven, a propósito da imagem número 3, é claro: o ambiente de cada espaço provoca em nós um sentimento avassalador. (…) Olhar para este lugar cheio de lápides a ruir e restos de recordações – como as velhas cruzes e as flores – foi verdadeiramente especial, mas o resto é difícil de descrever. E ele tem, de facto, razão: quem é que nunca sentiu um fascínio – um tanto ou quanto mórbido - por cemitérios abandonados? Quem é que, tropeçando por acaso num destes sítios, não deambulou, cheio de curiosidade, por entre as lápides, lendo-lhes os nomes e mirando as fotos já empoeiradas? E quem é que não fez uma pausa para pensar nas questões mais óbvias: quem foi esta gente? Foram felizes? Foram amados? Deixaram saudades? A morte dos outros espelha a nossa morte.
E não há nada de errado ou de assustador nisso.  


Todas estas fotos foram retiradas daqui

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Fantástico!!

 

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O mundo digital tem destas coisas fenomenais! O anúncio já tem uns bons meses mas, pelos vistos, ainda há muitos portugueses que não deram por ele. E custa a acreditar que a marca Magnum, que normalmente é famosa pela sua péssima publicidade na televisão, consiga ser tão estupendamente criativa no mundo da internet.

A propaganda pleasure hunt convida todos nós a fazermos uma viagem espetacular: passearmos de site em site, para espalharmos essa coisa maravilhosa e pecaminosa que é o chocolate. E prepararem-se, que a diversão vai ser muita!

Como é que eles conseguiram fazer uma coisa destas, é o que mais nos admira. O mundo digital está cheio de carolas brilhantes…

Para iniciarem a diversão, cliquem neste link:

Imagem retirada daqui

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Adquirir livros sem pagar um tostão!

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Em setembro do ano passado, dedicámos um texto a essa nova invenção do futuro, que são os livros digitais, e, pelos vistos, deve ser um dos posts mais lidos do nosso blogue, pois aparece em destaque na pesquisa do Google (podem lê-lo aqui ). Com efeito, mencionámos as imensas vantagens de apostarmos no suporte digital, embora também sejamos de opinião de que os livros físicos, por várias razões, não irão desaparecer completamente. Desta vez, iremos mencionar mais uma vantagem: o facto de muitas obras da grande literatura mundial serem… completamente grátis.clip_image002

Para quem não faz a menor ideia, o termo Domínio Público refere-se a algo que pertence a todos os seres humanos deste planeta. O quadro Mona Lisa pode ser um exemplo perfeito daquilo que estamos a afirmar: embora seja propriedade do museu Louvre, já não pode ser adquirido por nenhum cliente particular e, caso o seja, é obrigatório que a obra esteja exposta aos olhos de todos. Com os livros, é exatamente a mesma coisa. Passados cerca de 70 anos após a morte do escritor – e este tempo varia de país em país – os livros e poemas deste autor em particular passam a ser tesouro mundial. Por isso mesmo, não é ilegal fazermos downloads de génios como, por exemplo, Jane Austen, Charles Dickens, Machado de Assis, Homero, Cervantes ou Eça de Queirós.

Não sabemos quem é que está por detrás da equipa do site Many Books (aqui está o link) mas de uma coisa temos a certeza absoluta: deve haver alguém ali que seja português, descendente de portugueses ou então alguém que perceba imenso de cultura portuguesa. É que a nossa literatura está estupendamente representada neste espaço digital! Não falta nada: desde Florbela Espanca até Sá de Miranda; desde Cesário Verde até Camilo Pessanha; desde o Menina e Moça de Bernardim Ribeiro até Antero de Quental; desde Fernando Pessoa até Mário de Sá Carneiro; desde António Botto até Eça de Queirós… Enfim, procurem e maravilhem-se.

clip_image003Mas o que eu mais gosto neste site – para além da imensa e riquíssima escolha – é o facto de o formato destes livros digitais abranger praticamente todos os estilos. Podemos descarregá-los em pdf, ficheiro word, android, kindle, etc. Ou seja, nem sequer precisamos de nos darmos à maçada de convertermos o ficheiro, a equipa do ManyBooks até essa papinha já nos fez.

Em suma: nunca foi tão fácil e tão acessível ter acesso à literatura mundial sem termos que pagar o mais pequeno tostão. A partir de agora, todo o estudante português com dois dedos de testa poupará imenso dinheiro, se apostar nas edições digitais, em vez de comprar os livros. Afinal, o que interessa é o conteúdo, o resto é ensinado pelo professor.

Uma vez que eu já tenho um kindle, não me falta leitura: graças à ManyBooks já descarreguei (e li!) obras incontornáveis como, por exemplo, A Origem das Espécies de Charles Darwin ou A Ilíada, de Homero. Só há um pequeno inconveniente: muitas destas edições (excetuando as de língua portuguesa) encontram-se em Inglês. Afinal, a culpa não é nossa, se (para não variar) o mercado português não aposta no futuro.

É esquisito, não é?, termos uma estante gigantesca de livros na nossa mala ou bolso…

Imagens retiradas de: 1  ,   2    e     3

Anúncio do Kindle, Um presente para leitores

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Lição de Vida – Sê tu mesmo/a

 

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Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale, mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

De: Pablo Neruda

Imagem retirada daqui