domingo, outubro 31, 2010

Hoje É O Dia Mundial da Poupança. 4 Sugestões…

 

Grão A Grão, Enche A Galinha O Papo …

 

clip_image001Ora bem: poupar é a palavra de ouro do ano de 2011. Os cortes salariais vêm aí, o preço de todos os bens de consumo vai disparar, o tempo não vai estar para despesas supérfluas e telemóveis trocados de seis em seis meses. Mas desde que não percamos os nossos empregos, há sempre luz no fundo do túnel. Até lá, vamos ter que reformular os nossos hábitos de vida e reaprendermos a viver com pouco.

Como? Seguem-se aqui quatro sugestões:

O Meu Querido Porquinho – “Mas para onde é que foram parar os 100 euros clip_image002que acabei de levantar???” Quantas e quantas pessoas não fizeram a si mesmas esta pergunta… A resposta é muito simples e pode até ser verificada: experimente, no fim do dia, despejar todas as moedas que tem na bolsa. Faça isto todos os dias. Ficará siderado/a ao descobrir que, a meio do mês, estarão lá cerca de 40, 50 euros no mínimo, dinheirinho esse que virá mesmo a calhar naqueles malditos dias em que o salário seguinte ainda é uma miragem. A maior parte do buraco nas contas vem do uso que damos aos trocos: um euro aqui, outro ali, um cafezinho, ali, um pastel de nata acolá… E quando nos apercebemos, já voaram 100 euros ou mais do nosso salário.

“Não te Esqueças do Farnel!”clip_image002[8]Os nossos avós tinham a sabedoria de trazer o almoço de casa e as lancheiras eram uma coisa bastante comum. Há mil e uma maneiras de se fazer uma boa e saudável sandes, e não é por comermos também uma peça de fruta no local de trabalho que os parentes nos caem na lama. Além disso, habitue-se a comer o pequeno-almoço em casa. É mais saudável, vai trabalhar com mais energia e o corpo não lhe pedirá tanta gordura logo no início do dia. No jantar, aposte na sopa. Metade da fome desaparecerá e, assim, poupará mais no prato principal. Seja criativo/a com os restos: um pedaço de frango pode dar, por exemplo, um bom esparguete ou uma boa lasanha. Por fim, faça a sua horta. Não tem quintal nem terraço? Consulte a internet, especialmente o Youtube: nem imagina o que se pode fazer com uma simples varanda!

Missão Casa: poupar clip_image002[10]Desligue todas as luzes que não esteja a utilizar; desligue todos os aparelhos eléctricos da ficha, pois o stand by consome muita energia; use lâmpadas ecológicas (Caso estas lhe provoquem muitas dores de cabeça, aposte nos candeeiros decorados com vidrinhos. Dão uma luz muito suave); use a lareira, caso a tenha; lave a roupa à noite; compre uma máquina de lavar loiça, pois está provado que gastamos menos água usando este electrodoméstico do que a lavarmos no lava-loiça; evite secar a roupa na máquina, sempre que possível, e só a lave quando tiver o suficiente para encher o tanque; tente calafetar portas e janelas, uma vez que 40% do calor desaparece por causa deste inconveniente; utilize os sacos de supermercado para o lixo (e recicle, por favor!); compre sempre produtos de marca branca (e aposte em produtos com o código 560, o código de Portugal); só precisamos de uma garrafa de lixívia, um detergente para a roupa, um detergente para a louça e, por fim, um detergente para o chão para mantermos uma casa limpa; livre-se do arsenal de produtos de higiene que não servem para nada. Há mais conselhos que poderíamos dar mas estes são os principais.

Para Quê gastar tanto?? – Pinta o cabelo? Aprenda a tingi-lo em casa. clip_image002[12]Depila-se no cabeleireiro? Faça-o em casa. Quer o carro limpo? Pegue num pano e detergente e convide os filhos para a festa. Conhece um sapateiro? Leve-lhe os sapatos em vez de comprar novos. Não sabe coser um botão ou bainha? Aprenda a fazê-lo (mais uma vez a internet está cheia de dicas para cuidar da roupa). O pão está caro? Aprenda a fazê-lo (e use o forno: as máquinas de fazer pão não são, por enquanto, um bom investimento). Está farto/a da sua casa e quer mudá-la? Compre mantas baratas, mude a disposição dos móveis, pinte você mesmo as paredes. Por muito pouco dinheiro consegue-se dar cara nova ao velho. Se fumar, acabe com o vício ou tente retirar cinco cigarros por dia. Gosta de fofoca? Vá à Internet: muitas revistas “cor-de-rosa” já têm páginas online. Gosta de ler? Vá a feiras do livro, alfarrabistas, inscreva-se numa biblioteca municipal. Não sabe o que fazer com os catraios no fim-de-semana e está nas lonas? Leve os filhos aos museus ou exposições, leve-os ao jardim zoológico, prepare um divertido piquenique em família: fica ao preço da uva mijona e eles adoram estes mimos. Não tem dinheiro? Não vá a centros comerciais. Em vez disso, passe o fim-de-semana com a família, convide os amigos para jantar. Tem dois carros? Veja se pode usar apenas um. E, mais importante de tudo, faça as contas em família e ensine os seus filhos a poupar. Só assim é que eles darão valor ao dinheiro e se aperceberão que ele não cai do céu.

Em suma: se pode poupar, poupe! Gastar dinheiro inutilmente não é prestígio social, é estupidez.

Terminamos este artigo com uma sugestão do site Chave Mestra. No link entre parêntesis, poderão consultar um artigo com excelentes conselhos para tirarmos proveito do nosso dinheiro e aprendermos a esticá-lo (http://www.chave-mestra.com/index.php?option=com_content&view=article&id=60:dia-mundial-da-poupanca&catid=39:familia&Itemid=114). Só para vos dar um cheirinho, este site deu-se ao trabalho de publicar uma grelha, onde se mostra mesmo o quanto se pode poupar numa só semana e os ganhos que adquirimos no final de um ano!

Vem aí o Natal: Como Poupar 300 Euros por mês (parte I)

Vem Aí o Natal: Como Poupar 300 euros por mês (parte II)

Imagens retiradas de: 1 2 3 4 5

Onde É Que Eu Estacionei A Minha Nave Espacial?? Parte III

Depois de termos falado de realidades alternativas e de doenças excêntricas vamos falar do futuro. O nosso futuro, o futuro que nos espera. Afinal, a Ficção Científica não fala apenas de naves espaciais e de alienígenas.clip_image002

Forças do Mercado, de Richard Morgan - Bem-vindo ao futuro. E este não é nada convidativo: a população humana não pára de crescer; a gasolina falta; as grandes corporações tomaram conta do planeta; todos os governos não são mais do que máfias à vista de todos e que servem as corporações; a televisão tomou definitivamente conta das nossas vidas; os satélites espiam a vida de cada ser humano; as nações são atacadas por hackers e por gangsters à moda antiga; já não se lê nada; as pessoas ou vivem num estado vegetativo ou descarregam a fúria e frustração no vizinho do lado; come-se, dorme-se, faz-se as necessidades, gasta-se dinheiro em compras, e o resto é bebida e sexo; quanto à Democracia… esqueçam. Não há sonhos, não há projectos, apenas o terror de se viver numa selva de humanos que nos espreitam à procura de um sinal de fraqueza, por mais pequeno que este seja.

E neste mundo tão maravilhoso e aconchegante, Chris Faulkner sabe muito bem que pode ter os seus dias contados. Executivo em ascensão numa espécie de negócio que se chama Investimentos em Conflitos (e ser-se executivo neste futuro é literalmente matar os rivais num duelo mortal), Faulkner chegou ao fim dos seus sonhos e conseguiu aquilo que quis: poder, fama, dinheiro, mulheres. O que o torna um alvo a abater muito apetecível e requisitado.

Inicialmente a nossa personagem, em vez de matar sem qualquer piedade, prefere ferir os seus inimigos em vez de lhes “limpar o sebo”, como toda a gente à sua volta faz. Esta compaixão, como devem calcular, não durará muito. E agora que chegou ao topo da cadeia alimentar, a ambição só é comparável à crueldade. E com o seu casamento a ruir, a consciência a pesar e os amigos a reduzirem-se, o nosso herói parece destinado a transformar-se num monstro ou num corpo mutilado. Este livro faz-nos lembrar mais um Sin City do que propriamente um Yes, We Can.

Toda esta história está escrita de uma forma muitíssimo visual, e não é leitura para crianças e estômagos fracos. Hollywood já comprou os direitos de autor, o que quer dizer que, não tarda nada, teremos nas nossas salas de cinema mais um filme de acção. Mas tendo em conta que um filme tem apenas duas horas (três no máximo), aquilo que verdadeiramente importa nesta obra – a crítica a uma globalização feroz – será esquecida ou ignorada, e lá teremos nós mais uma história cheia de sangue e pouco cérebro. Ou nós estamos muito enganados ou muita gente irá associar o nome “Richard Morgan” às palavras “violência gratuita”.

O que é um pena: Richard Morgan é um excelente escritor.

sábado, outubro 30, 2010

Onde É Que Eu Estacionei A Minha Nave Espacial??Parte II

clip_image002Ontem, mencionámos uma das grandes obras de Philip K. Dick. Desta vez, apresentamos mais um autor que, sendo completamente diferente do primeiro, é o exemplo perfeito de que “Ficção Científica” não rima apenas com “Homenzinhos Cinzentos” e “Naves Espaciais”.

Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas – Já que os Portugueses adoram queixar-se de doenças e maleitas, este livro devia estar nas cabeceiras de todos os que se consideram “portugas”. Foi editado pela primeira vez em 1915, numa altura em que as primeiras fotocópias a carbono custavam literalmente os olhos da cara, e estas cópias foram passando de mão em mão. Depressa a sua imaginação hilariante causou furor em tudo o que fosse consultório médico, e esta paródia aos medos e doenças imaginárias (várias delas são de chorar a rir como, por exemplo, o Síndrome de Download) tem deslumbrado sucessivas gerações. Pelo caminho, muitos outros artistas-faz-de-conta-que-sou-um-cientista divertiram-se a inventar as suas próprias maleitas, aumentando, assim, esta já longa e excêntrica colectânea.

Quase cem anos depois, este famoso almanaque ganhou vida em Portugal, mas desta vez a editora Saída de Emergência excedeu-se: uma parte desta obra é da autoria de escritores portugueses que, tendo sido convidados a “reportar” uma doença de que supostamente padeciam, depressa meteram mãos à obra e transformaram-na numa realidade (no papel, é claro). Chama-se O Compêndio Médico Calamar Trindade de Doenças Notáveis e Invulgares e, como se não bastasse, até existe uma história rocambolesca por detrás de toda esta colectânea, e que envolve um certo discípulo português do Dr. Lambshead: Este Compêndio é apresentado como fruto do trabalho de uma vida de Dr. Anófeles Calamar Trindade, já falecido, discípulo do Dr. Lambshead, que devido a desavenças, proibiu o mestre de publicar a sua investigação e, como tal, deu início ao seu próprio guia, baseado em enfermidades diagnosticadas em Portugal e nas Colónias Ultramarinas (citação retirada do excelente blog Bela Lugosi is Dead. Poderão consultá-lo aqui: http://belalugosiisdead.blogspot.com/2010/07/critica-almanaque-do-dr-thackery-t.html)

Cada doença encontra-se descrita como se, de facto, existisse: sintomas, tratamento, primeiro caso reportado, país de origem, operações e cirurgias, médicos envolvidos, referências a vários artigos científicos, etc. E só uma pessoa com muitíssimo pouca imaginação é que não vai achar graça nenhuma a este almanaque.

Para se devorar numa noite fria de Inverno (e vejam lá se não apanham nenhuma destas doenças!).

sexta-feira, outubro 29, 2010

Onde É Que Eu Estacionei A Minha Nave Espacial??Parte I

clip_image002 Há um estilo literário que foi relegado para segundo plano, por ser considerado “inferior”, e que só muito recentemente tem vindo a ganhar adeptos em Portugal. Estamos a falar, se ainda não tinham adivinhado, do género de Ficção Científica. E não: Ficção Científica não é só falar (ao contrário do que o título deste artigo diz) de naves espaciais e de extra-terrestres. Este tipo de literatura aborda vários assuntos como, por exemplo, a possibilidade de existirem universos paralelos, realidades alternativas, histórias que se passam num futuro bem terrestre, a velha concepção do Bem e do Mal, o perigo das tecnologias, entre outros temas sempre actuais e, muitas vezes, bastante proféticos.

E, para espanto de muitas editoras mais conservadoras, estes livros vendem que nem pastelinhos de Belém, quentinhos e acabados de sair do forno! Que o diga a editora Saída de Emergência (sim, eu sei que estou sempre a falar dela…), uma das verdadeiras “culpadas” por este boom de novas gerações viciadas neste género.

“Parece interessante. Mas agora que autores é que nos aconselha?”, deve estar a perguntar o/a leitor/a. Neste blog, já demos destaque a vários grandes “mestres” deste tipo de literatura: Frank Herbert (Duna, já traduzido pela mesma editora, o fantástico e arrepiante imaginário de H. P. Lovecraft, Keith Roberts, o português David Soares e George Orwell. Vamos hoje falar de três (não tão) honrados desconhecidos.

Philip K. Dick, O Homem do Castelo Alto – Muitos já viram o filme Blade Runner, mas poucos sabem que foi baseado numa obra de nome “Será que os Andróides sonham com carneiros eléctricos?” (tradução livre do título original: Do Androids Dream of Electric Sheep?). Também foram adaptados para cinema Relatório Minoritário, Total Recall, entre muitos outros. Philip K. Dick é apenas um dos maiores escritores vivos de Ficção Científica de todos os tempos e já não era sem tempo que um dos seus romances mais emblemáticos, O Homem do Castelo, fosse traduzido para o Português.

A História aborda uma realidade alternativa: e se o presidente Norte-Americano Franklin T. Roosevelt tivesse sido assassinado em 1933? A partir daí, entramos no mundo da imaginação: os Americanos não conseguem fazer frente aos Nazis e o mundo é mergulhado numa era de terror e de genocídios ainda mais violentos. A ditadura está instalada, ninguém fala, ninguém critica, tal é o medo de se morrer num campo de concentração. Mas há um estranho, anónimo e proibido livro que circula de mão em mão: este manuscrito maldito chama-se O Homem do Castelo Alto e imagina um mundo possível, onde os nazis não dominam e os Americanos venceram. Ou seja, fala do nosso mundo!

Imagem retirada de:

http://cadernosdedaath.blogspot.com/2010/09/proposito-de-o-homem-do-castelo-alto.html

quinta-feira, outubro 28, 2010

Lição De Vida - O que As Mãos Dizem De Nós

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As mãos pressentem

As mãos pressentem a leveza rubra do lume 
repetem gestos semelhantes a corolas de flores 
voos de pássaro ferido no marulho da alba 
ou ficam assim azuis 
queimadas pela secular idade desta luz 
encalhada como um barco nos confins do olhar


ergues de novo as cansadas e sábias mãos 
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e 
o amargor húmido das noites e tanta ignorância 
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva 
quase nada

Al Berto, poeta português

Imagem Retirada de:

http://www.indiaphoto.org/people/hand/hand1.html

quarta-feira, outubro 27, 2010

Hoje É o Dia Nacional Da Desburocratização!

E, para não chorarmos, nada melhor do que gozarmos com este grande defeito português!

Gato Fedorento – O Papel (Animação tipográfica)

Gato Fedorento – A Burocracia

A Burocracia Começou Em Roma!

segunda-feira, outubro 25, 2010

Livro Da Semana

Kôt, de Rafael Ábalos

clip_image002 Para muitos jovens que gostam de ler, Rafael Ábalos é mais conhecido no nosso país por ter escrito a obra Grimpow. Porém, e na opinião de muitos, Kôt é o seu melhor romance juvenil, precisamente porque é dedicado a um público mais “crescidinho” e também porque a intriga da acção é bastante mais complexa e melhor trabalhada. Com efeito, este livro aborda três histórias que parecem não ter inicialmente qualquer conexão entre elas, impressão essa que, obviamente, está errada.

Mas falemos do que interessa. A sinopse que aparece na contra-capa da edição portuguesa faz água na boca: Um e-mail que convida a um jogo infinito… Um homem numa Idade Média que nunca existiu… Um crime que anuncia um futuro inquietante… Tudo começa em Nova Iorque… Ou será numa cela medieval?... Ou será na Escola Experimental de Jovens Astronautas (EEJA)? Por que motivo um homem do século XXI acorda de repente acorrentado numa masmorra, em plena Idade Média? Por que motivo dois adolescentes sobredotados recebem um estranhíssimo e-mail que os convida a participar num complicadíssimo jogo cheio de operações matemáticas? Mas por que razão alguém haveria de se interessar por estes dois “putos”? Que ligação existe entre estes dois rapazes, o prisioneiro da masmorra e a morte de uma brilhante neurologista, marcada com a palavra Kôt?

O mais fascinante deste livro não é a história em si mas a forma como toda a acção é descrita e narrada: à medida que vamos virando as páginas, começamos a encontrar padrões que nos ligam directamente às outras personagens que, como já dissemos, não têm, aparentemente, nada a ver umas com as outras. Mas têm: Walter Stuck é um perigoso assassino ligado a uma seita secreta, de nome Kôt (“Gótico”) e tem procurado, ao longo da sua vida, a Essência do Mistério (leiam o livro, está lá tudo explicado); os dois adolescentes jogam um jogo cujo objectivo é chegar precisamente às mesmas respostas de Walter; e Aldous Fowler é um detective cuja missão é procurar um assassino talentoso que parece ter uma estranha predilecção por cientistas… E sempre, sempre, sempre a palavra Kôt…

Já encontraram o fio condutor destas três histórias?

E mais não diremos.

sábado, outubro 23, 2010

Bibliomúsica – Fringe, Banda Sonora, Temporada 1

clip_image002Já tínhamos há uns dias atrás feito a crítica a esta série de televisão. Agora aproveitamos para mostrar músicas compostas para esta excelente série de ficção científica. São três os compositores e um deles já é do conhecimento de todos os fãs de Lost e do recente filme Star Trek: Michael Giacchino.

“Espreitem” com os vossos ouvidos e reparem até que ponto esta gente se dá ao luxo de ser meticulosa, até nos “sons de fundo”!

Fringe – I See Frozen People (Michael Giacchino)

Fringe, The Equation (Chad Seiter)

Fringe, All Along the Bell Towers (Chris Tilton)

sexta-feira, outubro 22, 2010

Plano Nacional De Leitura – A Nossa Programação Para Este Ano

O novo ano está à porta e promete já muito trabalho e muitas actividades. A equipa da BE/CRE, juntamente com a clip_image001coordenadora do PNL, já programaram o seu calendário, havendo ainda algumas arestas para limar.

Mas já promete: tem teatro, tem palestras, tem aconselhamento personalizado para a escolha de livros a levar para férias, continua a apostar no blog e na estreita colaboração entre várias entidades de Serpa, irá ajudar a montar uma feira de medicinas alternativas, voltará a dar valor às questões que mais preocupam os adolescentes de hoje, apostará nas feiras do livro, usados ou novos…

Tudo isto para que os alunos se habituem cada vez mais à presença destes objectos de papel que, para muita gente, ainda são inimigos a abater, em vez de serem fontes de prazer e de sonho.

Caso tenham sugestões a dar, estas serão sempre bem-vindas!

Imagem retirada de:

http://erikahazzevedo.wordpress.com/

PNL 2010-2011 catálogo

quinta-feira, outubro 21, 2010

Atenção, Atenção!

clip_image001O blog Páginas Desfolhadas está a lançar um concurso muito, muito especial! Ora vejam o seguinte texto, retirado da mesma fonte:

Começa Outubro e, com o inicio do novo mês, o Páginas dá inicio a mais um passatempo da Leitura à Criação! Este mês temos a honra de contar com a colaboração da Contraponto, tendo para oferecer um exemplar de "O Beco dos Milagres" e de "O Contador de Histórias"a um único vencedor.

   O desafio deste mês consiste na criação de uma pequena história cujo clip_image002tema central será "milagre"! Este texto não deverá ter mais de 300 palavras.

   O vencedor será escolhido por nós, com a ajuda da editora e o passatempo decorrerá até dia 24 de Outubro! O texto premiado será publicado no blogue.

   Aceitamos apenas uma participação por pessoa e, por questões relacionadas com o envio do prémio, só aceitamos participações de residentes em Portugal.

   Esperamos pelas vossas histórias! Inspirem-se e encham a nossa imaginação com os vossos milagres! Estes livros valem bem a pena!

Para poderem concorrer, deverão clicar no seguinte link (http://paginasdesfolhadas.blogspot.com/2010/10/passatempo-da-leitura-criacao-o.html) e dar asas à vossa imaginação. Atenção que o tempo está a acabar!

terça-feira, outubro 19, 2010

Livro Da Semana

Pavana, de Keith Roberts

Há uns meses atrás, demos destaque como livro da semana o excelente romance de título A Conspiração Contra A América, de Philip Roth, história esta que também se debruçava sobre um futuro alternativo. Mas a obra que agora apresentamos vai ainda mais longe. Reinventa todo um futuro, inclusivameclip_image001nte as máquinas, a sociedade, a religião, o mapa mundial. Porque tudo começa não no século XX mas no século XVI, mais precisamente em 1588, o ano em que a rainha Isabel I… foi assassinada.

A partir deste acontecimento completamente inesperado, que repercussões se sentirão no futuro? Para já, a Igreja Católica será a Fé todo-poderosa da Europa. Se o Protestantismo existe, este é feito às escondidas e debaixo de um manto de eterno medo. Em segundo lugar, os papas nunca foram, como toda a gente sabe, lá muito amigos da Ciência, do Saber, do Progresso. A primeira tentativa de industrializar a Inglaterra será brutalmente reprimida graças aos terríveis autos-de-fé e as caves do Vaticano encontra-se cheias de invenções heréticas como, por exemplo, a energia eléctrica e os motores de explosão. O mundo sofrerá um enorme atraso cultural, tecnológico e social, pois é da Revolução Industrial que nascerão todas as sementes da Liberdade e da Igualdade que hoje conhecemos e temos.

Neste futuro alternativo, Inglaterra é uma nação verdejante e de uma beleza de cortar a respiração. Mas as doenças, a pobreza, as desigualdades sociais e a ignorância generalizada são uma constante. Como diz o texto na contra-capa deste livro, o frenesim da História transforma-se numa lenta Pavana que agoniza através dos séculos. Porém, há rumores que começam a preocupar os poderosos. Ouve-se para aí que se conspira contra o Papa. Ouve-se para aí que os rebeldes estão de volta. Ouve-se para aí que um grupo de cientistas, homens de Letras e do Saber juntaram-se para derrubar este poder que nunca mais termina…

Antes de terminarmos… O que é uma Pavana? A Pavana era uma dança espanhola muito famosa, dançada precisamente no século da Rainha Isabel I (século XVI). Imita os movimentos do pavão e é suave mas lenta. Muitas foram as gerações que a usaram para conquistar o seu parceiro desejado (sobreviveu centenas de anos!). No vídeo em baixo poderão ter uma ideia de como se dançava… e depressa entenderão por que motivo o autor escolheu um título tão estranho para o seu livro.

Mais uma grande obra saída daquela que é considerada uma das melhores editoras portuguesas do momento: A Saída de Emergência, que já tem também a sua página no Facebook.

Pavana: Como se Dançava (dança do século XVI)

Imagem retirada daqui

domingo, outubro 17, 2010

Abracadabra!!!!

clip_image002 Nesta tarde esplendorosa de Domingo, encontro-me a ler um livro que tinha comprado há cerca de dois anos, e que foi ganhando pó nas prateleiras. Pois é, eu tenho este maldito vício: vejo um livro que me interessa e não resisto a comprá-lo, ainda por cima este, que estava em saldo na VOL. Talvez seja por isso mesmo que, ultimamente, ando a evitar livrarias a todo o custo e a visitar bibliotecas municipais com cada vez mais frequência: é que os tempos não estão para gastos – dizem os políticos – “supérfluos”. Mas como, felizmente, os livros não são como os papos-secos, não ganham bolor ao fim de seis horas e podemos guardá-los para uma outra altura.

A capa e o título cativaram-me: Carter Vence o Diabo, de Glen David Gold. Um ilusionista triunfante joga às cartas com um “mafarrico” muito pouco assustador, diga-se de passagem. Mas a capa reinventa muito bem os cartazes de antigamente, que retratam na perfeição as pessoas de há cem anos atrás: tão belos, tão ingénuos e tão inocentes. Porque este romance aborda um tema que é bastante fora do comum: Glen Gold decidiu escrever uma história centrada na vida incrível e fascinante de um ilusionista, história esta que tem lugar nos “loucos anos 20” do século passado, uma década em que se vivia uma obsessão por tudo o que fosse paranormal e mágico.

Obsessão, sim: na alvorada do século XX e da explosão da Ciência, o mundo de então andava numa de convidar espíritas, ler bolas de cristal, consultar tarólogas, e adorava falar de projecção astral, hipnotismo, fantasmas… Pois, quem é que não gosta de falar nisto? Mas talvez a diferença resida no facto de que os Americanos desse tempo acreditavam mesmo nestas coisas todas. Não, não era coisa de minoria, de maluquinhos, até os cientistas mais respeitáveis consultavam as cartomantes quando tinham dúvidas existenciais, e era chic termos um médium nas nossas vidas, à semelhança dos personal trainers de hoje. Não é, pois, de espantar que um mundo assim idolatrasse os mágicos e ilusionistas, uma espécie de pop stars daquela época.

Mas vamos ao que interessa: Carter, O Grande, sabe que o Presidente dos Estados Unidos da América faz tenções de não só ver o seu espectáculo, como também deseja participar num dos seus números. Por razões óbvias de segurança, todo um exército de guarda-costas quer inteirar-se do que irá acontecer no palco e, por uns breves minutos, o grande mágico e o Presidente ficam a sós, conversando. É durante esta troca de ideias que Harding lhe pede um conselho: se estivesse a par de um terrível segredo, seria capaz de o revelar a alguém? Carter fica intrigado e as confissões continuam. De momento nada será revelado ao leitor, mas de uma coisa ficamos a saber: os dois combinam um plano qualquer, que será do desconhecimento clip_image004da nação.

Quando chega o grande momento, o público assiste à morte de Harding no palco: o “diabo” mata o representante da nação, e pedaços do seu corpo vão caindo para o palco. Logo a seguir, um leão devora-os. Quando a sala começa a entrar em pânico absoluto, Carter abre o leão… e retira dele um presidente são e salvo, divertido e, ainda por cima, feliz! O público ovaciona os dois de pé.

Duas horas depois, Harding é encontrado morto.

Embora seja este o seu primeiro romance, Glen Gold escreve com muito talento, sentido de humor e ironia. Além disso, descreve com muita nitidez as mentalidades dos Americanos deste tempo. A título de exemplo, Carter, quando era criança, esteve quase para ser violado e morto juntamente com o seu irmão, e se não tivessem sido os truques de magia que ele andara há uns (abençoados!) dias atrás a treinar, não teria conseguido fugir do jardineiro, homem este contratado pelo seu próprio pai. Quando lhe contou o que se passou, ficou siderado por descobrir que o seu pai não só não acreditou na versão dos seus factos, como ainda por cima até achou muito bem que Jenks, o jardineiro, tivesse dado uma “lição de boas maneiras” aos seus petizes. Para o Sr. Carter, alguma coisa os seus filhos tinham feito para terem sido “castigados” pelo seu próprio jardineiro. Não o demitiu, pagou-lhe o salário do mês e ainda obrigou Carter e o seu irmão a pedirem-lhe desculpas pelo incómodo que lhe causaram.

Sem dúvida, eram mesmo outros tempos…

Por cá, o livro passou despercebido, mas vendeu milhões na Europa e nos Estados Unidos da América. Ainda restam alguns exemplares à venda na Amazon. Aproveitem!

Imagem retirada de:

http://www.goodreads.com/book/show/874028.Carter_Beats_the_Devil

http://www.goodreads.com/book/show/6323308-carter-vence-o-diabo

sábado, outubro 16, 2010

Mulheres Que Tentam Compreender Os Homens, Parte II

O Romance de Genji, de Murasaki Shikibu

clip_image001Considerada a Bíblia Literária do Japão (tem o mesmo valor que Os Lusíadas, para os Portugueses), custou muito aos Japoneses admitir que a sua maior obra-prima tenha sido escrita por uma mulher cortesã dos séculos XI e XX d.C..

Ao princípio, houve uma forte resistência para assumir este facto, e muitos afirmavam que o “belo sexo” era demasiadamente estúpido para conceber um romance tão belo e tão complexo. Todavia, estudiosos zelosos e apaixonados da obra não hesitaram em chamar a atenção para certos pormenores que comprovam o sexo do autor deste gigantesco épico. Para começar, os manuscritos originais estão escritos na linguagem Kananbugaku (imagem em baixo, à direita. Manuscrito preservado de um dos contos de Genji), uma espécie de escrita inventada pelas mulheres da Corte japonesa, e que não passa de uma imitação dos sons da fala. Com efeito, o sexo feminino estava proibido de ler e de escrever na “Língua Culta”, ou seja, uma língua fortemente influenciada pelo Mandarim e, por isso mesmo, eram muitas as palavras que elas desconheciam. Estavam autorizadas a falar uma linguagem vulgar e constituída apenas por palavras japonesas. Ora, se tivesse sido um homem a escrever o Romance de Genji, não só essa “Língua Superior” saltaria à vista como, melhor ainda, nem sequer teria sido transposto para uma escrita “reles”, que só o “mulherio” usava. Sabe-se também hoje que a parte final deste romance foi da autoria de várias pessoas, pois há uma enorme disparidade entre os estilos literários e até uma certa descontinuidade na própria história do livro.

O que há de mais extraordinário neste romance é o “olho de águia e ouvidos de raposa” que Murasaki deve ter tido, para escrever este colossal livro: as intrigas da Corte são uma constante e a nossa autora conhece muito bem os meandros da política, os joguinhos de poder, as guerras entre famílias feudais, a mentalidade masculina e os seus desejos clip_image003eróticos. Dir-se-ia que Shikibu levou a sua vida (cerca de cinquenta anos) a colar o ouvido às paredes do palácio, sequiosa de notícias e de “mexericos” imperiais. Mais ainda, a autora consegue mesmo sugerir muito subtilmente que muitas das intrigas sexuais e sensuais das personagens vêm detrás: da família do passado. A sexualidade neste romance está cheia de fantasmas e de assuntos que ficaram por resolver, algo que, diga-se de passagem, é bastante moderno para a época. Tivesse sido um homem, e Murasaki teria dado um excelente político. Mas como nasceu mulher, o mundo ganhou uma das maiores obras-primas da Literatura Mundial.

Outro factor a ter em conta é a forma como o tempo é tratado: ao contrário dos romances da época, os heróis e os vilões envelhecem e adoecem, uns mais devagar, outros mais depressa, tal como na vida real. São seres humanos: respiram, cheiram, choram, têm fraquezas e ataques de ira, amam e odeiam, os cabelos caem, as costas doem. Por fim, a vida do dia-a-dia também faz parte deste livro: come-se, bebe-se, dá-se um passeio, fala-se de coisas frívolas, sem importância. E, como o mundo stá cheio de milhares de seres humanos que se cruzam e interagem uns com os outros, O Romance de Genji está a abarrotar de centenas de personagens, o que torna a obra, ao princípio, bastante confusa para um leitor ocidental, acostumado àquilo que se chama a “economia da narrativa”.

Belo, esplendoroso, magistral, erótico, maquiavélico.

Nunca mais o mundo escreverá histórias como esta.

Imagem retirada de:

http://www.goodreads.com/book/show/6535924-o-romance-de-genji

http://classes.bnf.fr/dossisup/jpeg/3/124.jpg

sexta-feira, outubro 15, 2010

Mulheres Que Tentam Compreender Os Homens,Parte I

clip_image002 “Os homens falam de tudo, as mulheres só falam de mulheres”. Esta é uma das citações mais famosas do planeta, apesar de não sabermos quem é que a inventou. Porém, há um certo grãozito de verdade neste cliché: se procurarmos com muita atenção a nossa estante de livros, são bastante poucas as escritoras que se centram no universo masculino ou que fazem um esforço sequer para o tentar perceber, algo que, de facto, não acontece com os escritores, que falam muito da segunda metade da Humanidade e tentam sempre compreender a mente feminina.

Por que motivo as mulheres são assim? Terá sido o facto de, durante milénios, terem estado fechadas para o mundo exterior, e o melhor que hoje sabem fazer é falar do espaço feminino, de “cozinha e filhos”? Será que os homens são “básicos” e pouco interessantes, e por isso não vale a pena falarmos deles? Ou será que - dizem as más-línguas - elas não têm imaginação e criatividade suficientes para entenderem e descreverem “o outro lado”?

Polémicas à parte, deixamos aqui dois (raríssimos) exemplos de escritoras que não centraram a sua imaginação apenas no mundo feminino. Hoje, falaremos da obra de uma escritora portuguesa. Amanhã daremos a conhecer aos nossos leitores um dos maiores génios do Japão. Que, por acaso, usava saias.

Os Íntimos, de Inês Pedrosa

É o seu último romance e causou surpresa, espanto e excelentes críticas de quase tudo o que é jornal e blog. Sendo a típica escritora “que só fala de mulheres”, Inês Pedrosa (foto em cima) quis, desta vez, centrar o seu olhar no mundo dos homens e, por isso mesmo, todas as personagens desta história são masculinas. São cinco amigos que se juntam para falar de coisas “de macho”: Futebol, mulheres, profissões, carros. Serão os homens assim tão diferentes das mulheres, ou é tudo uma questão cultural, e nada mais?

clip_image003 Logo percebemos que esta intimidade masculina pouco ou nada tem a ver com a das mulheres. Estas gostam de se juntar para conversar, andam sempre em bando, confessam tudo, contam tudo às suas amigas, acreditam nessa coisa chamada “auto-estima”. Porém, como uma das personagens do livro nos diz, Um homem não tem de pedir que, por favor, lhe poupem a auto-estima. Um homem ri-se da palavra auto-estima. Auto-estima nem sequer é uma palavra: é um adereço, um postiço de salvação.

Os homens não precisam de falar, basta-lhes estar. Gostam de estar uns com os outros e de desfrutar da companhia dos seus amigos. O que não os torna mais estúpidos do que elas. Segundo as palavras da própria escritora, Interessava-me perceber porque há certo tipo de rituais exclusivos entre homens, como o dos encontros para ver um jogo de futebol no estádio ou num restaurante. Queria falar de uma cultura latina e marialva que está em extinção mas vai sobrevivendo e ser mais ousada na escrita, polir as frases, tirar-lhes o verniz e escrever sobre sexo de uma forma tão clara e crua quanto possível. O discurso dos homens ajudava.

Inesperado e ousado, este é um livro feminino que, desta vez, irá ser lido também por homens.

Imagens retiradas de:

http://vaocombate.blogs.sapo.pt/225535.html

http://www.saraivaconteudo.com.br/Artigo.aspx?id=345

Dia Mundial da Alimentação na E.SEC.Serpa

No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Alimentação, a Equipa PES, irá desenvolver dia 18 de Outubro, 2ª feira, uma actividade designada "Pequeno-Almoço saudável"

PESRitaV

 

Cartaz elaborado por um aluno do curso 2D3D "Paulo Guerreiro"

quinta-feira, outubro 14, 2010

Ainda Há Notícias Felizes

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A grande Inteligência é sobreviver.
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.
de Gonçalo M. Tavares, in "Investigações. Novalis"

O mundo parou. Não para ver Futebol ou um grande filme americano; não parou por causa de uma manifestação para aumento de salários; não parou porque o novo iphone chegou às lojas; não parou para ver um julgamento de pedofilia ou um ataque terrorista. Desta vez, parou para ver o resgate de 33 mineiros chilenos, pobres e anónimos que, contra todas as expectativas, aguentaram dois meses de escuridão num caixão funerário chamado “mina”.

O mais novo tem 19 anos, o mais velho 62. É gente acostumada à dura realidade de um duro planeta que é duro para eles. Não é fácil abater ou desmoralizar clip_image002estes homens de “casca grossa” como, aliás, são todos os mineiros deste mundo. Isto não é trabalho para meninos de pança cheia e telelé na mão. O último a sair foi Luis Urzùa (na foto) e a euforia depressa se instalou pelo Chile inteiro. Graças a todos, graças à extraordinária NASA, graças aos amigos e familiares que nunca os abandonaram.

Hoje é um novo dia para estes heróis à força. A sua vida nunca mais será a mesma. Ou morrerão de pé ou entrarão numa depressão inesperada e tardia. Seja como for, e à semelhança das grandes epopeias, fizeram a sua viagem ao mundo dos mortos e renasceram.

Para serem, temos a certeza, ainda mais fortes do que já eram.

Imagens retiradas de:

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/chile-celebra-resgate-dos-mineiros

http://www.portaldailha.com.br/noticias/lernoticia.php?id=6509

quarta-feira, outubro 13, 2010

Hoje É O Dia Mundial Do Escritor

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Escrever um livro ou um poema é uma “profissão” mal desejada e mal amada. Tirando alguns casos muito excepcionais (e que, muitas vezes, nada têm a ver com Literatura) viver das palavras é bilhete de ida para a fome e para o desprezo da sociedade. Não se vive da escrita.

O escritor é um ser amaldiçoado. Amaldiçoado porque a verdadeira Literatura incomoda-nos, obriga-nos a pensar. Amaldiçoado porque o livro não é bem-vindo num mundo onde a imagem é tudo e a palavra encontra-se esvaziada de sentido e de emoções. Usámos e abusámos dos termos “Amor”, “Solidariedade”, “Tolerância”, entre muitos outros. Hoje, as palavras são uma nota de rodapé que só serve para legendar uma garrafa de Coca-Cola, o novo par de ténis da Reebok ou o novo modelo de um carro. Deixámos de brincar com os trocadilhos, com os sons da língua, deixámos de usar a ironia, deixámos de moldar o nosso vocabulário como se fosse um pedaço de mármore prestes a ser esculpido. Estamos espiritualmente mais feios, emocionalmente mais infelizes, socialmente mais autistas.

No vasto oceano dos facebooks e dos twitters, uma pequena e silenciosa minoria teima em ser diferente e vai lançando às novas gerações o bichinho da leitura e da escrita. Não fazem barulho, não dão nas vistas, não partem carros nem montras, não fazem comícios nem manifestações à porta dos governos. Mas é fácil detectá-los: estão numa esplanclip_image004ada lendo e escrevendo. Estão num centro comercial, na ala das crianças, escolhendo em conjunto com o petiz o novo “brinquedo” que será lido em família. É o adolescente esticado na relva a saborear as palavras; é o turista, emocionado, a escrever o seu diário. São seres silenciosos mas apaixonados; tímidos mas luminosos; educados mas incómodos. São os “esquisitos” que não bebem até cair, os “anti-sociais” que amam mais a Humanidade do que muita gente pensa. É o vizinho “bicho-do-mato” que diz baixinho “bom dia” a quem passa, de jornal enrolado no ombro. E é sempre deles que virá a revolução.

O escritor encontra-se numa mesa de um café. Observa o mundo à sua volta, as velhas e as novas almas, os amargurados e os felizes, os gordos e os envergonhados, a mãe cansada e o filho a pedir atenção, o casal que não troca uma palavra, o empregado esgotado que diz “bom dia” sem olhar para o cliente, a mulher grávida e o seu sorriso de água. O barulho dos carros de uma pessoa só. O casal de namorados que brinca com o seu cão.

O bloco de notas surge do nada, o papel vazio procura uma ideia.

Escreve.

Imagens retiradas de:

http://cultura.updateordie.com/2010/01/25/como-planejar-para-escrever-seu-livro-parte-1/

http://osentidodascoisas.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

terça-feira, outubro 12, 2010

Livro Da Semana

Os contos, Hans Christian Andersen

clip_image002 Podemos não saber quem foi Hans Christian Andersen (será possível????). O nome talvez não nos diga nada. Mas comecem a dizer títulos de contos como, por exemplo, O Soldadinho de Chumbo, ou O Patinho Feio e imediatamente todo um oceano de imagens, cheiros e óptimas recordações de infância desfilam diante dos nossos olhos. Lado a lado com a Cinderella e o Gato das Botas, estas pequenas e deslumbrantes histórias, criadas por um só homem, deixaram ao mundo um legado de sonho, de sensações e sentimentos, de poesia e grandes lições de moral.

Sim, lições de moral. Porque A Princesa das Neves fala-nos dos seres humanos frios, incapazes de amar. Porque O Rouxinol do Imperador alerta-nos que as coisas mais importantes da vida são as mais simples e as mais naturais. Porque a Polegarzinha apenas nos chama a atenção para a coragem e bravura que existe em todos nós, até nos seres mais pequeninos. Porque A Sereiazinha representa todos os seres humanos que se sacrificam por Amor… E nem sempre são recompensados por tal. E são tantas, tantas, tantas as histórias deste livro que nos ensinam sempre qualquer coisa, não importa a geração, a cor da pele, o sexo, o século.

E nesta Serpa, Vila Branca, em breve assistiremos a uma excelente exposição dedicada a este grande escritor, entre os meses de Novembro e Janeiro. Tem corrido o país todo e tem deslumbrado miúdos e graúdos. Escolas, grupos de teatro, bibliotecas escolares, professores, centros de saúde, todos participarão, todos se juntarão a esta fabulosa exposição, que poderá ser vista na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra. A imagem de baixo dar-nos-á um pequeno cheirinho do que nos espera!

clip_image003

Mas, para compreendermos em pleno todas estas maravilhosas obras de arte; para podermos reconhecer as histórias nos quadros, nas esculturas, nas peças de teatro; para que possamos usufruir em pleno deste grande evento, convém antes de tudo lermos com atenção esta compilação que se encontra agora na nossa biblioteca. São pequenas jóias que, muitas vezes, não passam das oito páginas. E lêem-se de uma assentada, como se de bombons de chocolate se tratassem.

Deslumbrem-se e ressuscitem a criança que existe em vocês.

Hans Christian Andersen conta a sua história (Espanhol)

Imagem retirada daqui

segunda-feira, outubro 11, 2010

Não Arranques Os Cabelos, Chegou A Plataforma Diigo!

clip_image001 Estas histórias já são velhas: o teu professor de História pediu-te que fizesses uma pesquisa sobre a arte da Grécia Antiga ou, então, escolheste como tema de Área de Projecto a vida dos mineiros no Alentejo. E agora a tua “prof” de Inglês anda a pedir a ti e aos teus colegas que apresentem um conto escrito nesta língua. Só que não tens nenhum livro escrito em Inglês na tua casa. Bom, sempre há a biblioteca da escola, mas nenhuma daquelas publicações são do teu agrado…

Vais ao computador, “gloogas”… e, para frustração tua ou tens excessiva informação e não sabes que páginas deves escolher ou não encontras informação nenhuma em formato digital.

Para evitar precisamente estes problemas, foi criada a famosa plataforma Diigo: trata-se muito simplesmente de pesquisa devidamente filtrada: Matemática, Francês, História, Língua Portuguesa, Inglês, Geografia, etc, etc, etc, todos estes conteúdos estão ao teu alcance mas foram cuidadosamente seleccionados pelos teus professores e, por isso, estes links são credíveis e de se fiar. Além disso, já sabes o que o teu “prof” quer!

clip_image002Poderás encontrar de tudo: livros online para poderes descarregar, música, matéria para as tuas disciplinas, até aprenderes Espanhol sem pagares um tostão! Terás acesso a exercícios de Matemática online, matéria para os Exames Nacionais, concursos, e tudo aprovado pela tua escola. Não é de espantar, portanto, que a plataforma Diigo seja hoje uma das mais utilizadas por praticamente todas as escolas e empresas do mundo inteiro: poupa imenso tempo de pesquisa aos estudantes/trabalhadores! Tudo o que tu tens a fazer é olhares para o lado direito deste blog e clicares no ícone que diz “Diigo”. A partir daí é só ires aos links certos! Não precisas de te inscrever em sítio algum, não precisas de password nenhumas. Fácil, prático, rápido. Quanto aos professores, tudo o que precisam de fazer é falar com os responsáveis deste blog e enviarem os links que desejam colocar nesta biblioteca digital.

Informa os teus professores. Temos a certeza absoluta de que muitos tirarão proveito desta nova ferramenta de pesquisa!

Imagens retiradas de:

http://anjosdacultura.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

http://mrel4.wikispaces.com/Share

domingo, outubro 10, 2010

O Meu “Eu” Do Outro Lado

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De dez em dez anos, o mundo da televisão é abalado pela chegada de uma série de ficção científica que é capaz de revolucionar a forma como entendemos e sentimos o mundo à nossa volta. Foi o que aconteceu com a Twilight Zone (Quinta Dimensão, em Português), foi o que aconteceu com a série Star Trek, foi o que aconteceu com os Ficheiros Secretos e foi o que aconteceu com a série Lost, que terminou há cerca de uns meses atrás. Desta vez, a revolução continua com a série Fringe, que foi transmitida na RTP2 e no canal sci-fi.

Mas falemos do que interessa: uma série de mortes muito estranhas e bizarras começam a aparecer pelos quatro cantos do mundo e o FBI, em desespero de causa, monta um departamento muito especial, cujo objectivo é investigar estes assassinatos muito pouco comuns. Este departamento chama-se Fringe, visto que estes eventos sinistros, baptizados com o nome Pattern (Padrão), parecem estar ligados a uma série de experiências pseudo-científicas que foram realizadas nos anos sessenta do século passado (os ingleses e os americanos têm um nome para estas pseudo-experiências: Fringe Science, ou seja, “Ciência marginal”. Chamamos “Pseudo-Ciência” a tudo o que esteja relacionado com o Paranormal: Telequinésia, Projecção Astral, Caça aos Fantasmas e aos OVNIS, etc).

clip_image004 A agente Olivia Dunham (imagem à esquerda) é alistada para fazer parte deste departamento. Porém, logo no primeiro episódio, apercebemo-nos que ela não está ali por acaso: por alguma razão que não conhecemos, ela foi “empurrada” para esta equipa e é uma peça-chave para a compreensão destes acontecimentos bizarros. Mais estranho ainda, todas estas mortes estão intimamente ligadas às experiências “científicas” de um certo Walter Bishop, um génio que enlouqueceu e que está internado num manicómio há cerca de 17 anos. Junte-se à história o seu estranho e sedutor filho, Peter Bishop, cujo passado é muito nebuloso; uma poderosíssima empresa dedicada a pesquisas científicas (Massive Dynamic) que parece estar por detrás destes eventos; uma célula terrorista de nome ZFT, que odeia a Ciência, mas gosta de a usar para fins muito pouco éticos; um grupo de humanos (serão humanos?) carecas, que não envelhecem e que se limitam a estar presentes no local do crime, observando e registando estes acontecimentos; a colisão de dois universos paralelos, o nosso e o deles; et voilá!, aqui temos uma série de ficção científica que nos cola ao ecrã e que nos vicia completamente!

Embora não tenha grandes audiências (6 milhões de espectadores é um número muito pequeno para as televisões americanas), esta série já criou um exército de fanáticos apaixonados, que chegam ao ponto de rever quatro cinco vezes o mesmo episódio, só para encontrarem o “Observador” ou descodificarem os símbolos que aparecem antes dos intervalos (são um alfabeto, vejam este link http://fringepedia.net/wiki/Fringe_Symbols). Mas o grande mistério desta história é o grupo dos Observadores (foto em baixo): quem são eles, de onde vêm, por que motivo nos observam, o que querem eles de nós, o que escondem.

Os Observadores - Quem são eles? (Legendado)

Verdadeiramente imperdível, Fringe brinca com a Ciência de hoje e a Ciência do amanhã, imagina o Impossível e torna-o Possível. E afirma que “há sempre duas coisas da mesma coisa”: nós, que estamos deste lado do universo, e o outro “nós” que existe no universo paralelo. E Vem aí uma tempestade

Para terminar, voltem ao início deste texto e olhem para a fotografia com a mão. Não há ali qualquer coisa de estranho?

Fringe, Universos Paralelos, Realidades Alternativas (Legendado)

Imagens retiradas de 1 e 2 :

quarta-feira, outubro 06, 2010

A Criança Do Século XXI, O Monge Do Século X E A Cidade Dos Livros

Porque aqueles que amam os livros e o Saber estão sempre a surpreender-nos com as suas ideias mirabolantes…

It’s A Book, de Lane Smith (legendado)

E Agora, Como É Que Eu Abro Esta Coisa?

É Aqui Onde Vivemos (a cidade dos livros)

 

terça-feira, outubro 05, 2010

E Ontem Foi O Dia Mundial Do Animal!

Deixamos aqui este vídeo lindíssimo do ursinho Knut, que tem feito sensação no Youtube. Foi o primeiro urso polar a nascer no jardim zoológico de Berlim em mais clip_image001de 30 anos (2006) e, vá-se lá saber porquê, a mãe rejeitou-o. Por causa deste incidente muito pouco comum, esteve quase para ser “posto a dormir”, porque muitos acharam que não sobreviveria ao abandono da sua progenitora. Tal não aconteceu e quem cuidou dele foi Thomas Dorflein, um funcionário do jardim zoológico (na foto). Este tratador morreu de causas naturais, em 2008.

Knut ficou mundialmente famoso graças um grupo de “activistas ecológicos”: estes escreveram uma carta ao zoo, pedindo que o animal fosse sacrificado, em vez de, segundo os mesmos, ser “mimado” pelos humanos.

Hoje, Knut está de boa saúde e é uma das grandes estrelas da Alemanha.

Knut, o Ursinho Polar

Imagem retirada daqui

Ah, “Ganda” Mulher!!!!

Para festejarmos os 100 anos da Implantação da República, precisaríamos de um símbolo que mostrasse até que ponto o dia 5 de Outubro contribuiu para a criação de um novo e mais igualitário Portugal. E clip_image002dizemos “começou” porque muitos sonhos e projectos que o sonho da República prometia a muitos portugueses demoraram muito tempo a chegar. De facto, devemos mais as grandes e revolucionárias mudanças ao 25 de Abril de 1974 do que propriamente ao 5 de Outubro de 1910.

Um dos grupos que mais foi “traído” pelas promessas da República foi o grupo das mulheres: tinham-lhes prometido o voto e a igualdade dos sexos e estas “juras de amor” foram muito convenientemente esquecidas, assim que os Republicanos tomaram o poder. As Portuguesas, vendo os seus sonhos e projectos destruídos, encolheram os ombros e, muito obedientemente, como a sociedade e os padres mandavam, resignaram-se, calaram-se e voltaram aos seus tachos e panelas. Porém, uma delas deu um belo murro na mesa e decidiu dar luta aos novos poderosos da nação. Chamava-se Carolina Beatriz Ângelo e foi a primeira mulher a votar em Portugal.

Mas comecemos pelo início: corria o ano de 1893 quando a Nova Zelândia espantou o planeta inteiro ao decidir autorizar o voto às mulheres. Tal decisão foi tão revolucionária que sacudiu os governos e monarquias dos quatro cantos do mundo. De repente, todas as “burras de saias” do mundo ocidental começaram a reclamar exactamente a mesma coisa, para grande frustração de muitos políticos, padres e chefes de família. Aos Republicanos convinha-lhes bastante cativar a seduzir a segunda metade da Humanidade e, por isso mesmo, não lhes custou mentir com quantos dentes tinham na sua boca. “Fiquem do nosso lado e terão a igualdade com que sempre sonharam”, prometiam eles. E muitas mulheres portuguesas acreditaram neles.

Como toda a gente sabe, o dia 5 de Outubro foi a hora da verdade para Portugal… e pouco ou nada mudou para as mulheres. Mas Carolina Beatriz Ângelo não era uma “mulherzeca” qualquer: era apenas uma senhora cultíssima e, ainda por cima, a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José. E, sendo um ser humano inteligente e manhoso, aproveitou o “buraco” da primeira lei eleitoral publicada pelo poder Republicano: segundo a mesma, só os chefes de família que soubessem ler e escrever estavam autorizados a votar. Ora, Carolina preenchia os requisitos todos da lei: tinha mais de 21 anos, sabia ler e escrever e era chefe de família, uma vez que o seu marido tinha falecido recentemente.

Quando exigiu ser recenseada, o seu pedido foi recusado pois Carolina não pertencia ao sexo masculino e, consequentemente, não tinha “cabecinha” para decidir o que era melhor para o país. Revoltada, meteu em tribunal a Comissão Recenseadora, e o juiz João Baptista de Castro, também ele um homem “de vistas largas”, chocou o país com estas famosas palavras: Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) e mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral».  E no dia 28 de Maio de 1911 fez-se História: Carolina, orgulhosa e altiva, depositou o seu voto no meio de uma multidão totalmente masculina. Este caso foi tão espectacular que os jornais do mundo inteiro o mencionaram. Carolina Beatriz Ângelo chegou a ser falada e discutida no palácio de Buckingham, a humilde casinha dos reis de Inglaterra. E escusado será dizer que, por causa desta fantástica senhora doutora, a lei mudou: depois deste pequenino e incómodo incidente, só os chefes do sexo masculino foram autorizados a votar. Olhem para a imagem em baixo e confirmem…

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Ao contrário do que a sociedade machista e ultra-católica portuguesa dizia das mulheres “progressistas” – eram umas “machonas” feias e bigodudas, que não tinham jeito para o amor e nenhum homem as queria - Carolina Beatriz Ângelo adorava a companhia dos homens, foi feliz no seu casamento, foi uma boa profissional e era vaidosa, como todas as mulheres que se prezam. Ela não queria tomar o poder dos homens. Apenas queria ter acesso aos mesmos direitos que o sexo masculino tinha. E não ficou passivamente à espera de que eles caíssem do céu.

Ainda hoje é um exemplo a seguir para muitos portugueses.

Imagens retiradas de:

http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/fichas/sujeitos/dominio?n=40&c=item.nome&d=asc&i=80

http://salaestudobuedafixe.blogs.sapo.pt/28731.html

segunda-feira, outubro 04, 2010

“Livro” Da Semana

 

Visão História - Portugal Há 100 Anos

clip_image002 Amanhã comemoraremos os 100 anos da República no nosso país. Já tínhamos mencionado esta data comemorativa no ano passado (http://bibliotecaportaberta.blogspot.com/2009/10/5-de-outubro-de-1910-implantacao-da.html) e, por isso mesmo, não iremos repetir o que já foi dito. Para homenagear este dia tão importante – para o bem e para o mal – da nossa História, o livro da semana será uma revista publicada no ano passado, e que descreve brilhantemente como era a nossa nação no início do século passado.

E há muito, muito, muito para aprendermos: como viviam os portugueses? O que comiam, o que bebiam? O que faziam nos seus tempos livres? Quem eram as “pop stars” desse tempo? Quantos pobres, analfabetos e marginalizados existiam na nossa nação? Como eram os hospitais de então? Quem ia à escola e quem podia frequentar a escola? Já agora, como era a escola de então? O que se ensinava nesse tempo? Quem tinha o direito de ensinar? Quem podia entrar para as faculdades? Como eram vistos os estrangeiros e os emigrantes? Que direitos tinham, nesses tempos?

Como se vestiam os homens e as mulheres? Que direitos tinham as mulheres? Quem foi Domitila de Carvalho (foto à esquerda)? Quem conseguia ler? Quem gostava de ler? Quem ia ao teatro e quem iaclip_image004 à “Revista” (que começava a germinar nesta altura)? A Ópera era amada pelo povo ou eram só os intelectuais que a apreciavam? Quantos telefones existiam em Portugal? Como eram as estradas, nesse tempo? Já havia salas de cinema em Lisboa? A fotografia era uma coisa cara ou qualquer um podia tirar um retrato? Que músicas se ouviam há 100 anos? Quem eram os “Tonis Carreiras” do século passado?

Os políticos de então eram iguais aos de hoje? Eram visionários, tinham sonhos grandes para a nossa nação? Ou será que só estavam interessados em “ter um tachinho”, como se diz hoje em dia? E a Monarquia? Era activa, interessada no futuro de Portugal? Que direitos tinham os nobres? Que relações tinham eles com o poder da Igreja?

Como era a Economia de Portugal? O que se exportava e o que se importava? Como eram os vips de então? Quais os seus gostos e as suas preferências? O público imitava-lhes os modismos e os caprichos? Já se ia à praia? Já era chic o bronzeado?

E tudo isto numa “simples” revista com cerca de 50 folhas…

Por isso mesmo, já não há desculpa para não sabermos nada desta época. Em menos de duas horas, esta revista oferece-nos uma injecção bem-disposta de cultura, Saber, História e todo um oceano de fotografias de um Portugal já desaparecido mas, estranhamente, ainda tão presente nas nossas vidas.

Vinte valores no Exame Nacional de 2011.