domingo, novembro 29, 2009

Fotos Que Mudaram O Mundo

 

clip_image002 Agora que o Natal se aproxima e que o mês do consumismo desenfreado corre de vento em popa; agora que as popotas e as leopoldinas andam a vender os seus brinquedos; agora que a televisão anda a bombardear o público com palavras gastas (“comprem!”, “promoção”, “família”, etc); seria bom que todos os portugueses pusessem os olhos nesta foto. Tirada no ano de 1994, durante a grande fome no Sudão (ou melhor dizendo, uma das muitas), esta fotografia tem uma história trágica para nos contar: o fotógrafo Kevin Carter, três meses após ter ganho o prémio Pulitzer por causa deste instante a que assistiu, não aguentou mais a depressão e suicidou-se. O que viu nesse país foi tão horrível, que perdeu a fé nos homens e neste planeta.

A foto mostra-nos uma criança à beira da morte. Faltam apenas alguns instantes para que tal aconteça. Um abutre aguarda pacientemente esse momento. Já nem sequer se dá ao luxo de se esconder, nem espera que seja enxotado por algum membro da aldeia.

E nós, os portugueses, achamos que somos muito infelizes…

sábado, novembro 28, 2009

Parabéns, Rússia!

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Foi há cerca de duas semanas, mas vale a pena assinalarmos este momento histórico: o Tribunal Constitucional da Rússia decidiu acabar com a pena de morte. A partir de 1 de Janeiro do próximo ano, passará a ser ilegal matar um ser humano. Quanto à população russa, a maioria concorda com esta decisão, apesar de ter existido, como é óbvio, alguma polémica. Afinal, não nos esqueçamos de que estamos a falar de uma nação que, durante séculos, habituou-se a esta “mão pesada”, apoiada quer pelos velhos czares quer pelos regimes seguintes, democráticos ou não.

Infelizmente, são cada vez mais os portugueses que dizem apoiar a pena de morte. Seria bom que olhassem para estes bons exemplos e se apercebessem, de uma vez por todas, que um Estado não tem o direito de tirar a vida a quem quer que seja, mesmo que tenha razão. Com efeito, se começarmos a pensar e a agir como os criminosos, que autoridade moral temos nós para apontarmos o dedo a estas pessoas?

Deixamos aqui uma música “dos velhos tempos”: A Rússia que metia medo ao mundo e que, juntamente com os Estados Unidos da América, ameaçava a Humanidade com o seu arsenal de bombas nucleares.

Sting – Russians

Tradução da canção:

Russos


Na Europa e nos EUA,clip_image004
Há um crescente sentimento de histeria
Condicionado pela réplica de todas as ameaças
Num retórico discurso dos Soviéticos
O senhor Krushchev citou "Nós iremos enterrar-vos"
Eu não aprovo o seu ponto de vista
Será de tal maneira uma coisa ignorante de se fazer,
Se os russos amam suas crianças também.
Como posso eu salvar meu pequeno filho
Do brinquedo assassino de Oppenheimer ?
Não há monopólio do senso comum
No outro lado do muro.
Nós compartilhamos a mesma biologia,
Apesar de não compartilharmos a ideologia,
E eu acredito quando te digo:
Eu tenho esperança de que os russos também amem suas crianças.
Haverá algum precedente histórico
de colocamos palavras falsas na boca de um presidente ?
Não existe tal coisa chamada “ guerra vitoriosa”,
isto é uma mentira em que já ninguém acredita
Senhor Reagan disse, "Nós proteger-vos-emos"
Eu não confio no seu ponto de vista
Acreditem quando vos digo:
Eu tenho esperança de que os russos também amem suas crianças.

Imagens retiradas de:

http://www.bestwaytoinvest.com/russia

http://www.doomdaily.com/tag/japan/page/2

quinta-feira, novembro 26, 2009

Lição de Vida – Uma simples assinatura pode matar milhões de vidas

A mão ao assinar este papel

A mão ao assinar este papel arrasou uma cidade;clip_image002
cinco dedos soberanos lançaram a sua taxa sobre a respiração;
duplicaram o globo dos mortos e reduziram a metade um país;
estes cinco reis levaram a morte a um rei.
A mão soberana chega até um ombro descaído
e as articulações dos dedos ficaram imobilizadas pelo gesso;
uma pena de ganso serviu para pôr fim à morte
que pôs fim às palavras.
A mão ao assinar o tratado fez nascer a febre,
e cresceu a fome, e todas as pragas vieram;
maior se torna a mão que estende o seu domínio
sobre o homem por ter escrito um nome.
Os cinco reis contam os mortos mas não acalmam
a ferida que está cicatrizada, nem acariciam a fronte;
há mãos que governam a piedade como outras o céu;
mas nenhuma delas tem lágrimas para derramar.

Dylan Thomas

Imagem retirada de:

http://www.loc.gov/loc/lcib/0804/detail/newdeal05.html

quarta-feira, novembro 25, 2009

Bibliomúsica

clip_image001 Longe vão os tempos em que as músicas francesas e italianas faziam furor nos tops e vendiam como pão quente, em todo o mundo. Hoje, se não for na língua inglesa, muitos acham que “já não dá lucro”. E, no entanto, não é bem assim: grupos ou músicos como os Rammstein, Il Divo ou Shakira conseguem a proeza de rivalizarem com estrelas anglo-saxónicas e até esgotam estádios em muitas partes do planeta.

Desta vez, vamos dar-vos a conhecer uma excelente cantora e compositora, vinda das terras do croissant e dos perfumes. O seu nome é Mylène Farmer e é um verdadeiro fenómeno de culto, nos países francófonos. Vale a pena escutar Avant Que L’Ombre, uma das canções mais belas que fazem parte do seu repertório.

Esperemos que gostem!

Mylène Farmer – Avant Que L’Ombre (ao vivo)

terça-feira, novembro 24, 2009

Livro Da Semana

A Conspiração Contra A América, de Philip Roth

clip_image002 Imaginem. Imaginem só por um bocadinho. Estamos nos anos quarenta do século passado. A Segunda Guerra Mundial corre de vento em popa, os americanos não querem fazer parte da mesma, os alemães dominam cada vez mais o mundo, a ideologia comunista é uma ameaça às terras do Tio Sam.

Philip Roth (o escritor e a própria personagem deste livro) tem nove anos e vive uma existência sossegada em Newark (New Jersey) com a sua família. Sendo judeu, o poder de Adolf Hitler preocupa-o. Mas isso é mais um assunto dos adultos, não das crianças. Estas sentem o mal-estar dos seus pais e das suas famílias, sentem que há qualquer coisa errada no mundo e que as pode afectar. No entanto, crianças são crianças. Ainda há tempo para brincar, para ir à escola, quem sabe até se não haverá tempo para algum namoro às escondidas.

Mas tudo está prestes a mudar: o simpático, heróico e diplomático presidente é, secretamente, um apoiante do regime nazi. Admira Hitler. E está disposto a transformar os Estados Unidos da América num país aliado da “nobre raça ariana”…

Escrito em 2004, A Conspiração Contra A América cria um futuro alternativo: e se, em vez de ser o presidente Franklin T. Roosevelt a ganhar as eleições americanas, quem vence é Charles Lindbergh, um simpatizante nazi e verdadeiro herói do seu tempo? Lindbergh cumpre aquilo que prometeu: os Estados Unidos da América tornam-se uma nação neutra, não interferirão na guerra e, por isso, os alemães, os italianos e os japoneses tomarão as rédeas do mundo. E, como se não bastasse, Lindbergh ainda declara guerra ao Canadá! Entretanto, os judeus americanos começam a ser perseguidos… Philip Roth, a criança de nove anos, observa tudo e é testemunha de um mundo que odeia o seu povo.

Este livro é perturbante, na medida em que, ao lermos o desenrolar da acção, apercebemo-nos que basta uma pequenina “mudança de planos”, para que a História da Humanidade dê uma verdadeira reviravolta e, muitas vezes, esta nem sequer pende para o lado mais positivo de todos. Senão, vejamos: como seria o século XX, sem o 11 de Setembro? Seríamos mais tolerantes, menos religiosos, menos conscientes do impacto do Homem neste planeta? Como seria Portugal, sem a instauração da Inquisição? Como seria Portugal, se nunca tivéssemos recuperado a nossa independência? E se as tropas de Hitler tivessem vencido a Rússia? E se Kennedy nunca tivesse sido assassinado? E se Gorbatchev nunca tivesse nascido? Será que a Perestroika teria sido despoletada por outro ser humano?

Por fim, este livro também nos faz pensar até que ponto os políticos, em nome da Liberdade e da Segurança, mais não têm feito do que arranjarem pretextos para nos manipular e nos espiar. O famoso Patriot Act, criado pelo presidente Busch, é o exemplo perfeito disso.

E então, os computadores? Não serão os futuros controladores da nossa liberdade?

Eis uma obra que dá que pensar.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Falando Ainda De Downloads Ilegais…

clip_image002 No artigo passado, aconselhámos os futuros ex-piratas a usarem e abusarem de sites, onde possam escutar/ver músicas, filmes e séries de televisão. Ora, nem de propósito: a nossa equipa tropeçou num site fabuloso, chamado Radio3net e foi criado na Roménia. É, como já devem percebido, uma rádio local, agora online e aberta a todo o mundo.clip_image004

Pois, “e então?”, pensarão vocês. E então? Então, esta rádio decidiu fazer algo que, há 20 anos atrás, seria impossível: fez uma lista dos melhores 1001 cds, desde os anos cinquenta do século passado até hoje, e colocou-os à disposição dos cibernautas! E, não, não é para “sacarem”: os álbuns servem apenas para escutar, não para “ripar”. E como se este “bombom” não bastasse, podemos ouvir as músicas completas dos artistas/bandas que fazem parte desta lista.

clip_image006 Há de tudo: rock, jazz, música francesa, alguma brasileira, folk, música experimental, gótica, é o que quiserem. A lista é composta por 69 páginas e é virtualmente impossível vocês não tropeçarem numa faixa musical que seja do vosso agrado.

É de valorizar também o design desta página: o fundo negro é muito elegante e a organização é muito acessível a todos os cibernautas, independentemente de serem romenos ou não. Poderão consultá-la (e já agora, adicioná-la aos “favoritos”), através do seguinte link: http://www.radio3net.ro/dbalbums/albume1001/page:1.

clip_image008 Apenas um pequeno pormenor: como esta rádio é online, terão que fazer sempre pausa no pequeno vídeo que se encontra no lado direito. É fácil encontrá-lo: está por baixo de uma faixa vermelha que diz: Live! Camera 1 Camera2. A não ser que vocês tenham curiosidade de querer escutar o que se anda a ouvir na Roménia…

Comprem já um mealheiro. A loja de artesanato em Serpa (junto à nora) está cheiinha deles…

Todas as imagens foram retiradas do respectivo site

domingo, novembro 22, 2009

A Festa Acabou

 

Este é um aviso a todos os “piratinhas”, “piratas” e “piratões” do Admirável Mundo Novo da Internet. Se fazes parte do (gigantesco) grupo de homens e mulheres que faz downloads ilegais, vai preparando a tua malinha para a cadeia: o cerco jclip_image002á está a apertar e vai doer ainda mais, a partir do próximo ano.

Ao contrário do que muita gente diz, a pirataria informática trouxe, inicialmente, os seus benefícios: as grandes editoras discográficas e cinematográficas; as grandes lojas de conveniência; os hipermercados e restantes “monstros” do mundo do mercado; todos estes senhores invencíveis punham e dispunham, sempre que lhes apetecia. Um escritor, actor ou músico tinha que bater a 500.000 portas, humilhar-se e mendigar favores, caso quisesse ver o seu livro, filme ou cd publicado. Os mais originais, os mais criativos e os mais revolucionários eram logo empurrados para um canto porque, segundo a opinião deste punhado de patrões, “não servem para vender”. Pior ainda, um cd que custa menos de cinco euros a ser fabricado, chegava (e chega) às lojas, ao preço gritante de 25/30 euros. Em suma: como não tinham rivais à altura, o mundo era deles e eram eles que impunham as suas regras. Quanto aos tais “direitos de autor”… Bom, “toma lá estes cêntimos, e já vais com sorte”.

Ora, a Internet veio abalar fortemente este poder instalado: os downloads ilegais não só destruíram os seus lucros como, ainda por cima, serviram para catapultar artistas que, sem a Youtube ou a Lastfm, a Emule, a utorrent ou a soulseek, nunca teriam ficado famosos. É graças à Internet que, hoje, temos promoções a toda a hora: cds mais baratos, livros e vídeos vendidos ao preço da uva mijona numa revista/jornal qualquer. E também foi graças aos downloads ilegais que muitos filmes, completamente esquecidos e desprezados pelos actuais patrões destas gigantescas empresas (estou a recordar-me, por exemplo, dos Contos da Lua Vaga, de Mizoguchi), voltaram a estar disponíveis, para alegria de todos os verdadeiros amantes do cinema. Ou seja: os downloads ilegais permitiram aos clientes da Internet ter acesso a algo que já quase não havia: a possibilidade da escolha.

clip_image004Mas o que é demais, não presta: tanto abusámos deste privilégio que, agora, vamos perdê-lo. O abuso dos internautas foi tanto que centenas de milhares de postos de trabalho desapareceram de vez, só na Europa. Em Portugal, só para vos dar um exemplo, os saudosos videoclubes estão à beira da extinção. Estas lojinhas caseiras, que eram às centenas, hoje não são mais do que 90 (só neste ano, 120 fecharam). E todos nós sabemos o que acontece às pessoas desempregadas: sem dinheiro, não há comida no frigorífico.

Chegou, portanto, a hora de tomar decisões extremas. A França, neste momento, é o país mais radical de todos, no que se refere aos “castigos” a dar aos piratas: quem for apanhado a fazer três downloads ilegais, arrisca-se a ficar com a Internet cortada durante anos, o seu nome passará a constar de uma lista negra e o cliente estará proibido de fazer contratos de Internet com qualquer operadora. A vizinha Espanha pretende ser mais moderada: penalizar os infractores com diminuição da velocidade da Internet (pois, pois, está-se mesmo a ver que irá resultar…). Mas a União Europeia será aquela que irá dar a machadada final a esta “grande festa”: segundo a revista Expresso desta semana, está para breve uma directiva que autoriza o corte da Internet a cibernautas que façam downloads ilegais, mesmo sem uma ordem judicial prévia. Trocando por miúdos: sempre que um cibernauta abusar dos seus direitos, correrá o risco de, um dia, chegar a casa… E descobrir que não tem net. E tudo isto, sem que seja preciso a operadora recorrer a um tribunal!

O que fazer, então? Bom, aqui vão alguns conselhos:

1- Voltem às salas de cinema, decidam se o filme é bom e comprem-no, se gostarem muito. O ideal é esperar pela época das promoções: ao fim de seis meses, é muito comum encontrarmos o mesmo filme a menos de metade do preço original;

2- Façam uma “vaquinha” com os amigos ou família (os nossos pais faziam-no a toda a hora): compra-se o original e serão feitas cópias para o grupo. É que tirarmos cópias para uso pessoal não é ilegal;

3- Controlem os vícios: cortem no tabaco, nos bolos, chocolate e bebida, andem mais e conduzam menos, não troquem de telemóvel a toda a hora, poupem nas roupas e nos sapatos. No fim, sobrará dinheiro para a música, para os filmes e para os jogos;

4- Digam “olá” ao mealheiro: cada moedinha de 50 cêntimos que colocarem por dia, poderá significar, no fim do mês, a compra de um cd, de um vídeo ou de um jogo;

5- clip_image006Vendam e façam compras na Internet: a Amazon está recheada de promoções bastante acessíveis, especialmente a secção que vende artigos em segunda mão e em perfeito estado. Ainda recentemente, “ofereciam” álbuns do Bob Dylan a três euros!

6- Aproveitem os benefícios das lojas em segunda mão: no centro comercial Colombo existe uma loja dedicada a jogos de computador em óptimo estado de preservação. Nos alfarrabistas, os livros são sempre mais baratos. E há também lojas que vendem cds e lps em excelentes condições.

7- Usem e abusem dos sites que nos deixam escutar/ver músicas, vídeos e séries de televisão. São excelentes para percebermos que produto desejamos comprar ou não. Em épocas de pouco dinheiro, é preciso sabermos escolher. Quanto aos livros, nada como irmos a uma biblioteca municipal: os livros são grátis. Se gostarmos, compramos. Se não, também não choramos o dinheiro perdido.

Moral da história: os nossos pais, antes da Internet, escutavam música, liam e jogavam como todos nós. E conseguiam ter o que queriam. Bastava poupar, saber escolher e saber procurar. O fim dos downloads ilegais pode ser incómodo para muita gente. Mas também não é o fim do mundo…

Imagens retiradas de:

http://vilanovadegaia.olx.pt/vendo-filmes-dvd-c-selo-de-aluguer-iid-32980653

http://peroladecultura.blogspot.com/2009/04/fazer-downloads-ilegais-merece-cortar.html

http://calangoscopio.blogspot.com/2009/02/ha-algo-errado.html

sábado, novembro 21, 2009

A Ciência Explica

Oh, Não!! O Bolor Da Minha Casa De Banho Está De Volta!

clip_image002 Bem podemos limpá-lo com lixívia doméstica, Cillit Bang!, e mil e um produtos que se vendem nos supermercados e mercearias. Não serve de nada: todos eles prometem morte eterna àquelas manchas escuras e horríveis, que invadem um espaço que devia ser imaculado e devia parecer limpo, e nenhum deles consegue ser verdadeiramente eficaz. Elas voltam, elas voltam sempre, para frustração das zelosas donas-de-casa de todo o mundo.

As tais incómodas e feias manchas negras são nada mais, nada menos do que um fungo. O mais comum de todos é o Aspergillus Niger (nas duas fotos), presente na maior parte dos lares dos continentes europeu e americano. Existe onde o ar frio é parado e húmido. Por isso, tem tendência a crescer e a condensar-se nos caixilhos de metal, tectos de vigas de betão, depósitos de água fechados, papel de parede ou gesso. Este fungo gosta particularmente destes cantinhos porque é precisamente ali que vai arranjar o seu alimento: estes materiais possuem minerais que, para este “bichinho”, são um verdadeiro pitéu. Ora, uma boa parte das casas de banho actuais são interiores, o que quer dizer que o ar dificilmente é renovado e a humidade tende a concentrar-se. Um verdadeiro paraíso para o Aspergillus

clip_image003É possível acabar de vez com ele? Bom, muitos alentejanos já desistiram desta guerra: o que este povo faz é limitar-se a tapar as manchas com cal, já sabendo que, no próximo ano, vai ter que fazer precisamente a mesma coisa. A única coisa que, de facto, conseguimos fazer é limpar a superfície dos azulejos, uma vez que, à semelhança das ervas daninhas, a “raiz”, que se encontra dentro deles, precisa de ser removida.

Mas há três opções possíveis: podemos removê-los com um fungicida sistémico, encontrado nas lojas de jardinagem. Sem dúvida que o fungo morre… mas podemos morrer da cura e não da doença, visto que estes fungicidas são altamente tóxicos. Outra ideia é limparmos a área com uma solução rosa-escura de cristais de permanganato de potássio… desde que as crianças sejam mantidas à distância. É que esta substância, se for ingerida, é mortal. Mas ainda há esperança: podemos impregnar a zona com uma solução aquosa com dez por cento de sulfato de zinco. Isto impede, sem dúvida, o reaparecimento do fungo… desde que o dito sulfato não seja retirado por uma lavagem. O que quer dizer que, no caso de uma banheira, é tempo perdido…

Moral da história: voltemos ao Cillit Bang!, à lixívia e à cal (as duas últimas são muito mais ecológicas). E resignemo-nos à ideia de que nem sempre o ser humano pode vencer a Mãe Natureza…

Imagem retirada de:

http://www.doctorfungus.org/thelabor/HISTOPAT.HTM

sexta-feira, novembro 20, 2009

Lição de Vida - Por Que Já Não Canto O Amor?

Quase um Poema de Amor

Há muito tempo já que não escrevo um poema clip_image002
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.

Miguel Torga, in 'Diário V'

Imagem Retirada de:

http://br.olhares.com/dance_me_till_the_end_of_love_foto1645279.html

quarta-feira, novembro 18, 2009

Fotografias Que Fizeram História

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Olhando para estas imagens, chegamos à conclusão que muita coisa, na Europa e nos Estados Unidos da América, mudou bastante: entre 1920 e 1935, o grande fotógrafo Charles C. Ebbets dedicou clip_image004uma boa parte da sua carreira a “gravar no papel” as condições de trabalho dos operários da Construção Civil. O seu testemunho mudou o olhar que o povo americano tinha desta gente que, a troco de um salário miserável e sem qualquer segurança no seu local de trabalho, ergueu verdadeiros monumentos arquitectónicos.

Um deles, foi precisamente o famoso edifício Rockefeller, hoje visitado por tantos turistas. Charles C. Ebbets teve a enorme ousadia de “vestir a pele” destes homens corajosos: tal como eles, andou de viga em viga; tal como eles, comeu e dormiu nas grandes alturas; tal como eles, arriscou a sua vida e deu a alma e o corpo, para denunciar a forma como estes trabalhadores eram clip_image005explorados pelos poderosos milionários e políticos de então. As fotos foram publicadas no dia 12 de Outubro, no suplemento de Domingo do jornal New York Herald Tribune e fizeram História. Actualmente, são propriedade de Bill Gates e fazem parte de uma enorme colecção, inicialmente fundada por Otto Bettmann, em 1936.

Todos estes trabalhadores eram (como não seria de esperar) emigrantes clandestinos ou americanos oriundos de classes (muito, muito) baixas: descendentes de italianos, hispânicos, judeus, polacos, irlandeses entre outros. Além disso, se olharem para estas fotos, irão reparar que os negros eram de tal forma desprezados, que nem sequer foram contratados para fazerem um trabalho que, para muitos, já era miserável e extremamente arriscado. É que, para quem ainda não sabe, até meados dos anos sessenta do século passado, brancos e negros viviam separados uns dos outros…

clip_image007E se estas fotos vos provocarem “um friozinho no estômago”, lembrem-se que, em pleno século XXI, na esmagadora maioria dos países deste planeta, muitos trabalhadores da construção civil ainda trabalham nestas condições. O riquíssimo Dubai é um exemplo a ter em conta: é uma das nações mais ricas do mundo e, no entanto, é das que mais explora e mais humilha esta classe profissional. Há homens e mulheres que trabalham debaixo de temperaturas elevadíssimas (45-50 graus) e morrem desidratados, porque nem sequer estão autorizados a descerem das alturas, para poderem beber um copo de água!

Actualmente, qualquer turista poderá ver uma escultura feita por Sergio Furnari, que tem como objectivo homenagear estes “heróis anónimos”: chama-se Lunchtime on a skyscraper e pode ser fotografada perto da Broadway (ver foto a cores).

Para veres mais fotos de Charles C. Ebbets, consulta o seguinte link:

http://media.photobucket.com/image/charles%20c.%20ebbets%20rockefeller/pmoedas_album/variasformasdearte/America2.jpg

Imagens retiradas de:

http://joanfores.wordpress.com/2009/01/

http://variasformasdearte.blogspot.com/2009/05/once-upon-time-in-america.html

http://kawaiikiwi.blogspot.com/2006_12_01_archive.html

http://theurbanearth.wordpress.com/2008/08/03/construindo-nova-york-nos-anos-30building-new-york-in-the-30s/

terça-feira, novembro 17, 2009

Hoje É O Dia Mundial Do Não-Fumador!

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…E para não estarmos a gastar o discurso de sempre (o tabaco mata, causa infertilidade, estraga a pele, causa cancro, blá blá blá), vamos antes oferecer-te uma música de Carlos Paião, por acaso uma das menos conhecidas deste grande artista português que já morreu há mais de vinte anos, num acidente de automóvel. Em 1982, fez um álbum, cujo tema principal eram os algarismos. E, a propósito deles, criou uma série de músicas extremamente originais e únicas. Infelizmente, foi uma obra musical muito pouco amada, pouco compreendida, demasiadamente moderna para a época. Por isso, foi depressa esquecida.

Ah, os (bons?) tempos em que o cigarro era sinal de charme e sedução (ver foto  acima)…

Ora, uma dessas canções chamava-se Quatro Maços (É Só Tabaco) e parece mesmo ter sido feita para este dia especial! Para a escutares, basta clicares neste link abaixo mencionado (não encontrámos um único vídeo desta música):

http://cid-8712e642597f9910.skydrive.live.com/browse.aspx/Musica/Carlos%20Paiao/015%20Anos%20Depois%20-%20Letra%20e%20Musica%20-%20Lado%20A

Quatro Maços (É Só Tabaco) - Música e Letra de Carlos Paião

Conheci-te era de noite, vi-te mal
Foi às quatro da manhã, no Carnaval
Não notei que tu fumavas, lá no escuro não vi claro
Logo agora que o tabaco está tão caro!clip_image004

Quatro maços cada dia é o teu consumo
Já te treme o corpo todo, envolto em fumo
É que até um automóvel gasta menos gasolina
E tu só trabalhas com a tua nicotina!

Refrão:
É só tabaco
Sim-sim-sim, é só tabaco.
Isto assim, 'tá muito fraco
'Tás a fumar demais!
É só tabaco
Po-po-pois, é só tabaco
Isto a dois vai dar buraco
Vê lá por onde vais...

'Tás a fumar demais,
'Tás a fumar demais.

São quatro maços, quatro!
É só tabaco.

É só tabaco.

É só tabaco.

É só...

Qu'rias ser tu a primeira do meu Top Ten
Mas agora ando numa d' higiene
Já nem fazes bem o "quatro",vou varrer-te da minha vida
Com certeza vais ficar doida varrida...clip_image002[6]

Refrão

Só sabes é fazer teatro
São quatro maços, quatro!

Há dias em que te amo,
Há outros dias em que só te gramo
Gramar é amar, dizes tu
Mas gramar tem GRRRR, antes de amar...


Ar! Ar!...

'Tás a fumar demais,
'Tás a fumar demais,
São quatro maços, quatro!

É só tabaco
É só tabaco
É só tabaco
É só tabaco

segunda-feira, novembro 16, 2009

Livro Da Semana

A Terrível Primeira Guerra (Mundial), de Terry Deary e Martin Brown

São imensas e inesgotáveis as inúmeras histórias à volta da Segunda Guerra Mundial: clip_image002desde filmes até séries de televisão; desde documentários até entrevistas com sobreviventes; desde canções até sinfonias e concertos; desde peças de teatro até contos e novelas; é tanta a informação deste negro período da História da Humanidade, que o público já começa a ficar enjoado do assunto.

Porém, quando é para abordarmos a sinistra Primeira Guerra Mundial, o caso muda totalmente de figura: são raríssimos os artistas ou historiadores que se debruçam sobre uns dos quatro anos mais negros deste Planeta. De facto, há décadas que não se fazia um filme passado nesta época e Um Longo Domingo de Noivado, de Jean-Pierre Jeunet, é uma excepção que confirma a regra. Por que motivo a Primeira Guerra Mundial fascina tão poucos?

Em primeiro lugar, não há praticamente heróis nenhuns, e sem heróis, não há propriamente histórias. As chacinas nas trincheiras representam o lado mais esquizofrénico da guerra: morre-se sem sequer se saber porquê. E morre-se anonimamente, solitariamente. Em segundo lugar, não há propriamente uma grande missão, uma grande causa. Esta guerra começa por causa de uma série de fronteiras europeias, estilo “tem-te, não te caias”. Com efeito, as fronteiras dos países europeus viviam num equilíbrio muito precário, e bastava a mais pequena fagulha, para tudo desabar como um castelo de cartas. Assim, a Primeira Guerra Mundial não passou de um desperdício de vidas, de dinheiro, de tempo consumido. É tão absurda que custa a falar nela.

Felizmente, ainda existem historiadores, escritores e cineastas que não se esqueceram deste período negro: a colecção História Horrível (só podia ser inglesa!) dedicou um dos seus números a estes quatro anos negros e absurdos do início do século XX (há muitas outras guerras absurdas, mas fiquemo-nos agora por esta…). À boa maneira inglesa, o sentido de humor não podia ser mais negro: como o próprio nome da colecção indica, esta história vai ser mesmo…horrível e todos os pormenores mais arrepiantes serão esmiuçados neste delicioso livro parta banda desenhada, parte livro de história. Por exemplo:

clip_image0041- Sabias que cheirar a tua própria urina poderia salvar-te de um ataque com gás do inimigo?

2- Sabias que foi um par de meias velhas que denunciou uma série de planos secretos dos alemães?

3- Sabias que nas trincheiras comia-se qualquer coisa, desde carne de cavalo até ratos e gafanhotos?

4- Sabias que o Whisky era enviado para os campos de batalha, não como bebida mas como “desinfectante”?

5- Sabias que o dito “café” que os soldados bebiam não era café, eram nozes torradas misturadas com carvão?? Com açúcar até se bebia. O problema era havê-lo…

Ora aqui temos uma excelente oportunidade para nos rirmos, enquanto aprendemos. Terminamos este texto, aconselhando-vos a ver o filme acima mencionado, de Jean-Pierre Jeunet, uma lindíssima história de amor passada na Primeira Guerra Mundial, que separa dois apaixonados por causa da guerra. Ele é dado como morto. Ela, não acreditando, nunca se cansará de o procurar…

Um Longo Domingo de Noivado

sexta-feira, novembro 13, 2009

Bibliomúsica

E agora, quem me irá dar a boa música??

Já foi há umas semanas, mas sempre achámos que a nossa despedida devia ser feita com fogos de artifício e tapete vermelho de veludo: através da música. clip_image002

António Sérgio, verdadeiro mestre, guru da rádio, deixou este mundo aos 59 anos, no dia um de Novembro, vítima de uma paragem cardíaca fulminante. Deixou o mundo da rádio órfão e em estado de total choque. É verdade que ele já vinha acusando de um enorme cansaço (estava a dirigir um programa na Rádio Radar (provavelmente, a melhor estação de rádio do momento) que durava três horas. Era frequente, nos últimos tempos, ouvi-lo dizer, enquanto passava as músicas: “Bom, isto parece que não é nada, mas é muito”. O seu último programa, Viriato 25, fez tanto sucesso que a estação mencionada ofereceu-lhe mais uma hora de protagonismo. E para alguém que está na casa dos 60 anos, mais sessenta minutos por dia pesam…

Ao contrário dos seus outros colegas de rádio, António Sérgio odiava “a linda e a lindinha”, isto é, detestava fórmulas e clichés mais que batidos. Odiava trabalhar para as editoras discográficas e odiava audiências. Detestava a “pastilha” da MTV e a música comercial. Era dono de um grande instinto musical e gostava de publicitar os artistas que eram do seu agrado, independentemente de serem vendáveis ou não. Os Xutos e Pontapés devem-lhe muito: é graças a António Sérgio que eles ganharam a fama que ganharam… Por isso mesmo, levou a sua vida a ser “enxotado” de rádio para rádio. Esteve na Rádio Comercial, na Best Rock e muitas outras. Foi a Rádio Radar que, no fim, lhe deu a mão e voltou a dar-lhe o respeito merecido.

Os seus programas surpreendiam sempre: podia começar os primeiros minutos com música egípcia e acabar com blues ou rock. As suas três horas eram verdadeiras caixinhas-surpresa, nunca sabíamos qual era o próximo cantor ou banda que iríamos ouvir. E era precisamente essa originalidade que agradava aos seus fãs, um público que queria mais, que queria descobrir novos sons, novas atmosferas, nem que essas joiazinhas musicais tivessem sido descobertas num poeirento baú da avozinha.

Como homenagem, iremos oferecer-vos “uma hora de António Sérgio”: na Música in Portada (está no lado direito do nosso blog) escutarás cantores e bandas musicais que este grande senhor da rádio teria todo o prazer de passar, num dos seus programas. Esperemos que a “colheita” de sons seja do agrado de muitos!

Foto retirada de:

http://www.publico.clix.pt/Media/morreu-o-radialista-antonio-sergio_1407774

quinta-feira, novembro 12, 2009

Homenagem a Robert Enke

A notícia foi um murro no estômago, para todos nós: Robert Enke, o famoso guarda-redes alemão, que viveu anos em Portugal como jogador do Benfica, suicidou-se ontem, colhido por um comboio, perto da cidade de Hannoveclip_image001r. Ontem, a sua morte ainda estava por explicar, embora já existissem fortes suspeitas de a mesma ter sido provocada pelo próprio jogador. Hoje, tivemos a confirmação do suicídio, através de uma conferência de imprensa e de uma carta de despedida, escrita por Robert. Nela, foi feito um pedido de desculpas à família pela decisão tomada…

Ficámos também sabendo, através da sua mulher, que Robert tinha vindo a sofrer de depressões atrás de depressões, desde que a sua filha de dois anos morreu de uma paragem cardíaca. No entanto, Enke fez sempre o possível para as esconder, pois vivia no pânico de perder o seu trabalho e de perder, sobretudo, a custódia da sua outra filha adoptiva. Desta vez, optou por não fazer nenhum tratamento à sua doença, provavelmente porque já contava pôr termo à sua própria vida.

Como é que se chega a um estado de desespero tal, a ponto de pensarmos que nada, absolutamente nada neste mundo é importante, bonito e valioso, e nada já importa para que a nossa existência continue a fazer sentido? Então, e o amor dos familiares, dos amigos, dos cães abandonados que Robert acarinhou e protegeu? E as árvores? E o sol? E a chuva? E os mil e um aromas da Mãe Natureza? E a música? E os livros, o cinema, o teatro, os jantares entre amigos, a dança, o riso daqueles que amamos, o amor dos fãs, a luz das velas e da lua, o mar, uma deliciosa refeição, a dedicação ao nosso trabalho? Como é que se chega a um sofrimento que apaga tudo? Como?

Nada compensou o imenso vazio que Robert vinha sentindo há vários anos...

Em jeito de homenagem, vamos fazer algo diferente. Porque, apesar de tudo, a sua vida curta deixou uma marca feliz neste mundo, cheia de “boas vibrações”, em vez de uma música triste, vamos oferecer-lhe uma alegre. Deixamos-lhe uma canção escrita por Brian Wilson, também ele um artista que, ao longo da sua existência, sofreu de depressões terríveis.

E que acreditava que só através do riso é que poderíamos curá-las…

Good Vibrations (The Beach Boys, escrita por Brian Wilson)

Imagem retirada de:

http://desporto.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1409269

quarta-feira, novembro 11, 2009

O Lado Bom Da Blogosfera

clip_image002Há tanta “tralha” no mundo da internet que, actualmente, assistimos a uma espécie de contra-reacção: são cada vez mais os “entendidos” e as “celebridades” que criticam os blogs nas revistas, televisão, rádio, livros, jornais… e até nos seus próprios blogs! A estratégia consiste em “arrasar” este novo meio de comunicação e estragar-lhe a fama. Os blogs, dizem eles, só servem para dizer mal dos outros, espalhar rumores e boatos, não são jornalismo, estão mal escritos, não têm conteúdo nenhum, é só bonecada retirada da Youtube, sondagens que não são para ser levadas a sério…

Muito disto é, obviamente, verdade. Por outro lado, não podemos fechar os olhos às coisas boas que estes “diários online” também nos trouxeram: podem ser excelentes como arquivadores/portefólios das nossas actividades; (o Biblioteca Porta Aberta é um bom exemplo do que estamos a dizer), são excelentes para denunciarem quaisquer atropelos aos direitos humanos e aos direitos dos animais; publicitam a nossa arte e o nosso pensamento; são óptimos para quem tem um negócio e quer publicitar o seu produto; são magníficos para recolhas de poemas, ideias, trocas de opiniões…

…E também podemos aprender bastante com eles. Se querem dois perfeitos exemplos daquilo que acabámos de dizer, então dêem uma espreitadela a dois blogs que vale a pena referir: o primeiro foi criado por uma professora de História “carola” e dá pelo nome de Combates Pela História (http://combatespelahistoria.blogspot.com/ ). Todos os conteúdos lá colocados (como já devem calcular…) dedicam-se a esta disciplina e é de um modo divertido e bem-disposto que vamos aprendendo um pouco do mundo e do nosso passado.

O segundo blog é mais do interesse dos estudantes do Ensino Secundário, da faculdade e de todos aqueles que gostam de aprender coisas novas. Chama-se O Zumbidor (http://ozumbidor.blogspot.com/) e foi criado por um Licenciado em Antropologia (Ciência que estuda os costumes, tradições, rituais, e religiões das sociedades). Decidiu utilizar esta nova ferramenta digital com o objectivo de poder partilhar as suas investigações, leituras, opiniões, músicas, enfim, tudo o que possa ser interessante para compreendermos quem somos nós.

Há bons e maus blogs. O importante é sabermos escolher!

Visitem-nos, que vale a pena!

Imagem Retirada de:

http://cas.ncat.edu/~liberal_studies/DisplayPage.php?node=352

terça-feira, novembro 10, 2009

O Terror Continua II

Apresentamos-te mais contos de terror, feitos pelos alunos das turmas A e B do 8º ano. A última história ser-vos-á desvendada na próxima semana e vem acompanhada de um mini-filme, feito pelas próprias alunas!

Contos8ºAno

segunda-feira, novembro 09, 2009

Livro Da Semana

 

A Estrada, de Cormac Mccarthy

Um pai e um filho caminham clip_image002sozinhos pela América. Nada se move na paisagem devastada, excepto a cinza no vento. O frio é tanto que é capaz de rachar as pedras. O céu está escuro e a neve, quando cai, é cinzenta. O seu destino é a costa, embora não saibam o que os espera, ou se algo os espera. Nada possuem, apenas uma pistola para se defenderem dos bandidos que assaltam a estrada, as roupas que trazem vestidas, comida que vão encontrando - e um ao outro.

Há cerca de duas semanas atrás, falámos de um escritor que, até morrer, seguiu o seu próprio instinto e escolheu escrever os livros que sempre quis escrever, independentemente de serem vendáveis ou não (ver “Livro da Semana”, 2666, de Roberto Bolaño). Pois bem: o autor desta semana também seguiu sempre esta via: nunca se preocupou com prémios e com fama, viveu na sombra durante muitos anos (apenas um pequeno grupo de culto soube amá-lo), nunca deu entrevistas, fugiu sempre a estreias, a festas sociais, a programas de televisão, a qualquer coisa que lhe cheirasse a “marketing”, “publicidade”, “jet set”, câmaras de gravar, telefones…

Isto até há cerca de três anos. Quando publicou o seu romance A Estrada, a famosa apresentadora Oprah Winfrey não descansou enquanto não o arrastou até ao seu programa e, pela primeira vez na sua vida, Cormac Mccarthy cedeu dar uma entrevista ao público americano (ver foto em baixo). É caso para dizer que Oprah consegue sempre o que quer… Mas também precisamos de dizer que este destaque da semana abalou a consciência de todos as pessoas que o têm lido.

A Estrada é, acima de tudo, uma história de amor incondicional. Que faríamos nós para salvarmos e protegermos o ser que mais amamos? É esta a grande missão das duas personagens desta pequena joiazinha literária: um pai promete a si mesmo alimentar e acarinhar o seu filho, num mundo pós-nuclear. Promete a si mesmo protegê-lo dos ladrões de crianças, roupas e comida; promete a si mesmo não o deixar sozinho neste planeta devastado pela estupidez dos homens; promete a si mesmo que clip_image003a sua criança não passará fome, que terá acesso aos poucos medicamentos que ainda restam; promete a si mesmo que o seu filho não terá medo. Não sabemos quem é que lançou a primeira bomba, como é que a guerra começou. A história começa no fim: um planeta cinzento e preto, sem vida, sem verde, sem nada. Apenas as sombras de homens meio-mortos, meio-queimados, tentando sobreviver.

Duas coisas nos saltam logo à vista: o espaço exterior (a estrada) é sempre mais acolhedor e menos perigoso do que o espaço interior (as casas). Pai e filho têm pavor de casas, fogem delas, só visitam estas quatro paredes quando não têm mesmo outro remédio. E não devia ser assim: a casa é o lugar da família, do refúgio, do descanso. Pai e filho só entram se ainda existe a esperança de uma dispensa que ficou esquecida, por esvaziar. Sem essa esperança, a casa não existe, a casa é o lugar da morte, da violência, da doença e do canibalismo. Por isso é preciso andar, é preciso andar sempre.

É o instinto de sobrevivência no estado mais puro.

Esta história tem um final feliz? Depende do olhar de cada leitor.

Qual será o teu?

É urgente conhecermos este escritor.

Imagem retirada de:

http://www.msnbc.msn.com/id/19055292/

… E, Vinte Anos Depois, Caiu O Muro De Berlim!

clip_image002 É difícil explicar isto às crianças e adolescentes dos tempos de hoje, mas a Alemanha, 20 anos atrás, não era uma, mas duas alemanhas: a República Democrática Alemã e a República Federal Alemã.

E as duas eram separadas por um muro gigantesco (também conhecido como o “muro da vergonha”), que dividia Berlim em duas fatias. Famílias inteiras chegaram a ficar separadas durante décadas, e o povo alemão ainda hoje sofre as consequências de tal disparate. A título de exemplo, a outra metade da Alemanha, a ex RDA, ainda é a parte mais “atrasada” desta grande nação europeia, onde o desemprego é mais forte e as diferenças sociais são mais acentuadas.

Aconselhamos-te a ver um filme que fez um enorme sucesso, há uns anos atrás: Goodbye Lenine, do realizador Wolfgang Becker. Uma pequena obra-prima, que retrata brilhantemente o impacto da queda do muro, na ex RDA. Por agora, deixamos-te dois “bombons”: um mini-documentário, que explica de uma forma muito breve e muito bem conseguida a história deste episódio da Humanidade, e um vídeo comovente sobre a construção do mesmo.

Quanto à Alemanha, desejamos-lhe apenas uma coisa: feliz século XXI!

Construção e Queda do Muro de Berlim (Pequeno Resumo)

Construção do muro de Berlim (imagens reais)

 

domingo, novembro 08, 2009

Hoje É O Dia Mundial Do Urbanismo!

 

Agora que toda a gente anda com a “pancada” da farmville, seria interessante colocarmos a nós mesmos esta questão: temos assim tanta vontade de voltarmos à “boa vidinha” do campo ou o espaço da cidade é aquele que mais nos atrai e mais estimula o nosso cérebro? É que cuidar de quintas de verdade não é pêra doce, clip_image002que o digam os agricultores de todo o mundo…

Mas uma coisa é verdade: pela primeira vez na História da Humanidade, há mais gente a morar em grandes cidades, do que pessoas a morar e a trabalhar no campo. Nunca antes se tinha visto algo assim, mas a razão para tal é mais que óbvia: é nas cidades que encontramos mais oportunidades de emprego. Quanto à agricultura, esta deixou de ser uma mais-valia e tornou-se uma indústria gigantesca para poucos. Os pequenos camponeses e marinheiros já não são capazes de competir com grandes empresas de gado, pesca, aviário, entre outras. Empresas estas que ganham bilhões de dólares, exportam para todo o lado do mundo e, muitas vezes, fazem “batota”, ao construírem produtos alimentares que crescem mais depressa do que os tradicionais. Por isso mesmo, deixar de trabalhar no campo deixou de ser uma opção viável.

Isto quer dizer, então, o quê? Que a Ciência do Urbanismo (isto é, a arte de sabermos construir uma cidade de qualidade) nunca foi tão importante como o é agora. Aliás, qualquer pessoa que tenha jogado jogos como Sim City ou City Life (foto) já tem uma pequenita ideia do quão difícil é criar boas condições de vida para tanta gente, muitas vezes em espaços pequenos.

O que é, então, uma metrópole de qualidade? Para já, tem que ter espaços verdes, boas condições de acesso, bom sistema de esgotos, limpeza, espaços de lazer, segurança pública, ruas bem iluminadas, casas bem construídas, escolas… Sobretudo, tem que ser um lugar onde todas as pessoas, não importa a idade, cultura, sexo, deficiência motora ou etnia sintam como sendo uma espécie de gigantesca segunda casa.

Este é um dia mundial que devia ser acarinhado e respeitado pelos nossos políticos. É que muitas das nossas grandes metrópoles (a começar por Lisboa) não são locais de prazer e de qualidade de vida.

E, por isso mesmo, andamos nós todos, cheios de saudades do campo, a plantar cenouras virtuais no facebook

Terminamos este artigo com uma das mais belas homenagens feitas a uma cidade: a canção New York, New York, cantada por Frank Sinatra e Tony Bennet. Ou, como dizem eles, I Want to wake up in a city that doesn’t sleep (…) and if I can make it there, I’ll make it anywhere (quero acordar numa cidade que não dorme (…) e se conseguir triunfar ali, consigo triunfar em qualquer lado).

New York, New York

sábado, novembro 07, 2009

Estamos Fartos De Te Dizer Que…

 

O Plano Nacional de Leitura não é um Plano Nacional de Literatura: os livros podem falar de tudo: de astronomia, de medicina, de arqueologia, de sexualidade e saúde, de política, de música, de romances, de contos e de poesia, entre muitas, muitas, muitas outras utilidades.

Para provar o que acabámos de clip_image002dizer, este grande projecto nacional decidiu criar um novo concurso, para este ano: o Ler+Ciência Viva. Qual é o seu objectivo? Façamos nossas as palavras dos próprios responsáveis desta actividade:

Ler+Ciência é uma iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Ciência Viva, que procura estimular a leitura de obras científicas (e de ficção científica) entre as crianças e os jovens.

Como deves concorrer?

Cada concorrente deverá submeter uma apresentação de um livro de ciência, de divulgação ou de ficção científica, procurando suscitar o interesse de outras pessoas para a obra. As apresentações podem ser submetidas em dois formatos:

- por escrito, em textos que não deverão exceder os 1500 caracteres
- em gravação vídeo que não deverá exceder 60 segundos

Ou seja, se fores um daqueles “doidos” por descobertas científicas ou (melhor ainda!) se és um dos grandes “mestres entendidos” da ficção-científica, basta apenas puxares pela imaginação. Poderás fazer actividades super engraçadas e imaginativas, ao mesmo tempo que aprendes e dás fama à tua escola. Aliás, se convenceres dez colegas teus a fazerem o mesmo, a escola receberá um cheque-livro de 250 euros para a biblioteca.

Fala com o teu professor e mete mãos à obra. Poderás consultar todas as instruções, assim como preencheres a inscrição na seguinte morada online: http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/Concursos/ .

Atenção: É que este concurso já começou no dia 20 de Março. Apressa-te!!

sexta-feira, novembro 06, 2009

Os Meninos da Penumbra, das Filas de trás

clip_image002

E eu? Nem um passo na lua conseguiria dobrar, quanto mais levantar-me daqui, deste ninho. Tão acomodado às filas dos fundos. Daqui, temos uma visão privilegiada do mundo. Desse mundo de poucas paredes, mas de muitas filas. Esse mundo há-de ter muitas noites de loucura. Habitado por suores, calafrios…só eu sei…sei lá, se só eu. Mas prefiro adormecer nos meus sonhos a ter de ultrapassar todas essas linhas. Cada uma delas tão abandonada a si própria.

Enfim…é aqui que quero ficar, enfiado, instalado. Venham lá os da fila de lá … esses sim fizeram uma cura. Passam as manhãs a sonhar. Parecem girassóis acordados, cheios de luz, sempre a saltar de letras em letra. Como insectos, zumbindo…sorrindo. Deitados ao vento…não sei, talvez à procura dum cheiro que os faça despertar. Mas eu, não…nem acordado conseguiria voar. Ainda mais, daqui, tão longe. A ver esses rostos dobrados de ilusões.

E eu? Que faço eu, aqui, tão distante de mim? Se quero acordar? Não, para ficar para trás, não! Prefiro deambular por aqui. Longe desses de lá.

Também tenho cores nestas filas. Mesmo que sombrias e curtas. Também têm cores. Deixem a luz passar cá prás filas do fundo e depois digam-me, que não, que não tenho cor. Já sei, por bem grande que essa seja, nunca iluminará estes olhares clip_image004resignados. Parecem os céus das galáxias que só vemos para lá de lua. Tão divertidos. Tão coloridos. Tão anónimos, tão distantes…talvez também eles se torturem por se encontrarem tão afastados, nessas filas.

Sei lá, vais ver que também eles sofrem de solidão. Os astros não sofrem, quanto mais de solidão. Podem estar tristes e perguntarem-se: Por que não nascemos nós perto do sol, nas filas da frente, numa órbita? Aí sim, mesmo nessas mesas da frente, antes da lua. Aí sim, tudo é luz, mesmo a noite tem luz, mesmo a sombra tem luz. Aí sim, crescem girassóis, e giram em volta de tudo. Envoltos em lutas marginais, para matar todas essas saudades dos sonhos. Aí sim, há sonhos, há cores.

Mas…sei lá…eu sempre estive aqui. Fui criado aqui…parece-me tão grande estar aqui. Daqui vemos rostos miúdos envoltos em sabores de verão. Deliciados, porque gravitam de tão leves que são. Não me vejo assim.

clip_image006Sim, se fosse levado a correr daqui, por alguma tempestade de vozes, de sons mais claros! Por alguma chuva de cores, pura, cristalina, sedutora, fascinante. Aí sim. Levado por tantas forças sobrenaturais, aí sim chegaria a deixar estas filas. Mas, eu! Eu não. Eu, não. Sozinho não. Sozinho hei-de continuar por aqui, nas filas de trás. À espera, talvez, dessa tempestade de vento colorido.

Depois de o ouvir dizer isto, fiquei a matutar. Deitei-me no meu luar, a pensar…comprometido, talvez…será que eu sou um “colaborador”? Não! Não, não! Eu, que nunca tive medo de saltar filas. Eu, sempre estive frente à luz. Ali, bem na frente, junto ao mar. Senti aqueles cheiros espessos, incolores. Já mesmo na Faculdade brilhava naquelas filas dianteiras. Eu, não!

Mas… Continuava encurralado, comedido no meu olhar. Culpado? Não! Mas não conseguia olhar para o lado. Muito lentamente, o meu íntimo fora contagiado por uma sensação estranhíssima. Sentia-me assaltado por uma dúvida já tardia:

e se um dia eu tivesse pertencido às filas do fundo?

De: João Rodrigues

Ilustrações retiradas de:

http://www.hss.state.ak.us/gcdse/history/HTML_Content_Main.htm

http://www.chinadaily.com.cn/english/doc/2005-11/03/content_490664.htm

http://www.dailyyonder.com/half-southern-public-school-students-now-low-income

quarta-feira, novembro 04, 2009

Bibliomúsica

Nine Inch Nails

clip_image002 Caso ainda não conheças esta banda, os Nine Inch Nails são considerados verdadeiros mestres do rock electrónico, uma espécie de mistura de… bem, pelo som já podes ter uma ideia.

E estão sempre em vias de acabar, e toda a gente diz que vão acabar e há rumores na internet que dizem que vão acabar, mas nunca acabam porque… Confusos, não são? Mas tem sido neste clima que a banda tem sobrevivido. E tem sido neste clima que grandes músicas têm sido criadas.

Deixamos-te com duas músicas muito famosas. Especial atenção ao segundo vídeo, uma piscadela de olho aos mundos fascinantes de Charles Dickens, Tim Burton e conde Drácula (a foto que te mostramos faz parte deste vídeo).

http://www.youtube.com/watch?v=bJN2SPUcXTQ&feature=channel

http://www.youtube.com/watch?v=l0s5UOVsMDg&feature=fvst

terça-feira, novembro 03, 2009

Continua O Terror

Apresentamos neste blog mais dois contos de horror, feitos pelos alunos das turmas 8º A e 8º B.

Divirtam-se!

3 de Junho_E_A Procissão Assombrada

segunda-feira, novembro 02, 2009

Livro(s) Da Semana

Caim, de José Saramago

Bíblia para Todos, de Círculo de Leitores e Sociedade Bíblica

 

Hoje em dia, não há assunto mais arriscado e mais polémico para se debater, do que a religião. Talvez os nossos avós tenham tido toda a razão, quando nos alertavam que havia certas conversas que não devíamos ter em público. Uma delas era precisamente a religião. Actualmente, com o crescimento numérico dos “convertidos”, torna-se cada vez mais difícil olhar para todas as obras sagradas com um olhar imparcial, histórico e objectivo. 2livros

A título de exemplo, os cientistas que trabalham nos Estados Unidos da América encontram-se, neste momento, debaixo de fogo cruzado, por serem considerados pelos novos cristãos como “inimigos de Deus”. Muitas das próprias escolas desta nação estão, actualmente, literalmente proibidas de ensinar o Evolucionismo, a teoria que defende que o mundo foi criado em centenas de bilhões de anos, e não em sete dias, como reza a Bíblia. Os ateus (ou seja, aqueles que não acreditam em Deus) são ameaçados de morte e, mesmo quando nos candidatamos a um emprego, temos que especificar no formulário qual é a nossa religião.

Pensam vocês: “E daí? Não estou a viver nesse país, pois não?”. Pois não, não estamos. Mas o fanatismo religioso está a espalhar-se por toda a Europa, desde a França até Espanha, desde a Suíça até à Dinamarca, desde a Alemanha até à Itália. E pelo menos 20% do novo parlamento da Comunidade Europeia é composto por membros da Extrema-direita. A nossa vez, meus caros amigos, chegará. Por enquanto, serve-nos o consolo de, este ano, termos ganho um prémio da ONU: segundo esta instituição, somos o país mais tolerante do mundo!

Desde o dia 11 de Setembro de 2001 (a queda das torres gémeas), o mundo está a passar por uma nova fase de puro fanatismo religioso. E quando as posições começam a extremar-se, não é de espantar que “ovelhas negras” como Richard Dawkins ou o nosso José Saramago revelem um cada vez maior desprezo pelas religiões. Para estes intelectuais, os deuses não trazem a paz, não unem os homens, não promovem a cultura e o saber, não promovem a tolerância, não aperfeiçoam o ser humano. E por muito que nos desagrade ouvir isto, este é o retrato dos nossos tempos. Compete, portanto, a nós ensinarmos as novas gerações a serem mais tolerantes e mais predispostas a dialogar e a trocar ideias. É que nunca a palavra “tolerância” foi tão importante, como o é actualmente.

Assim, deixamos aos leitores dois livros: um é a “Biografia Autorizada”, outro é a “Biografia não Autorizada”. A Bíblia para Todos (esta edição foi traduzida com o propósito de ser entendida por todos, daí o título), independentemente de ser um livro cheio de guerras, de genocídios horríveis e de uma enorme violência sem sentido, é também uma obra que fala da compaixão (lindíssima, a história de José e dos seus irmãos), do amor e do perdão. Acima de tudo, a Bíblia também tem que ser lida como uma compilação de textos acumulados ao longo de mais de três mil anos. Não pode ser lida à letra, como se fosse um livro de receitas de cozinha.

Quanto a Caim… primeiro, leiam. Só depois é que poderão dar a vossa opinião.

Leiam, raciocinem, comparem os dois livros. Estimulem a vossa mente.

O mundo não precisa de punhos, precisa de mentes brilhantes.

domingo, novembro 01, 2009

Lição de Vida – Pequenos Nadas Cheios de Brilho

 

clip_image001

De vez em quando

Ainda gostamos de ouvir

O eco do nosso coração

Ressoar nas paredes de um buraco.

Se estivermos quietos

O espelho é mais nítido.

O morcego voou por sobre o pianista

E desapareceu

Ali havia sons a mais.

clip_image003Fontes queridas

Abandonadas

Estamos a desistir das mãos

Que há nos olhos.

De súbito

Anjos tocando o chão

Pela escada dos seus rostos

Chega-se ao céu.

 

Joaquim Palma, Oferenda Poética, Campo das Letras

Imagens retiradas de:

http://www.ludingtontalks.com/

http://rei-violino.blogspot.com/