sábado, janeiro 12, 2019

Já alguma vez OUVIU a língua da Babilónia?


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Boa pergunta: a que soa? Obviamente que não há registos sonoros da mesma. Afinal, o fonógrafo chegou um bocadinho tarde: só foi descoberto no século XIX e esta língua desapareceu há cerca de 2000 anos, juntamente com outras como o Aramaico (a língua de Jesus). No entanto, um ramo científico chamado Linguística Diacrónica (o estudo da evolução das línguas, ao longo dos tempos) permite-nos fazer uma viagem ao passado e reconstruir, da forma mais fiel possível, sons que já desapareceram. Para isso, a Arqueologia e a Informática têm sido grandes aliados da Linguística: sabe-se hoje que o som “V” não existia originalmente no Latim (O “V” deve ser lido como se fosse o som “U”) graças a descobertas de cartas, livros e poesias do império Romano.

wpsA796.tmp E é nestas coisas que se vê até que ponto algumas universidades do Ocidente – apesar da decadência geral do sistema de Ensino em toda a Europa e E.U.A - ainda continuam a dar cartas. Uma delas é a famosa Universidade de Cambridge. Chefiado pelo professor Martin Worthington, o seu departamento e um grupo de estudantes entusiasmados deram vida a uma velha estória com mais de 2000 anos de idade: O homem pobre de Nippur (uma cidade antiga que pertence, hoje, ao Iraque). E o resultado é fascinante: usando a atmosfera do próprio edifício universitário, assim como a lindíssima música da compositora Stef Conner, gerou-se uma ambiência irreal mas mágica, que nos transporta a um tempo perdido no tempo.

A primeira coisa que reparamos nesta história é o conceito de vingança, e até que ponto a violência estava normalizada nesta antiga civilização. A segunda é o facto de este império antigo valorizar a inteligência e a manha, e mostrar, através desta “fábula”, que nem a arrogância e as más ações dos ricos escapam à “justiça dos deuses”. O nome do pobre – Gimil- Ninutra – significa literalmente “vingança do deus Ninutra”, deus esse que era o patrono da cidade de Nippur. Assim, esta personagem representa o papel da deusa grega Némesis ou, melhor dizendo, “cá se fazem, cá se pagam”.

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Vídeo: O homem pobre de Nippur

As imagens foram retiradas do link acima mencionado. 

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