quinta-feira, maio 30, 2019

Da Palavra à Imagem – Ilustração de dois contos Infanto-Juvenis

Da Palavra à Imagem – Ilustração de dois contos Infanto-Juvenis

 Como contar uma história? Quais são as informações genuinamente importantes num conto/livro, e que não podem ser retiradas, sob pena de a narração ficar confusa e incompleta? O que é relevante e o que é supérfluo? Estas questões têm marcado a literatura mundial durante milhares e milhares de anos. Porém, os finais do século XIX trouxeram ao mundo um outro tipo de narrativa, algo que nunca ninguém tinha visto: a banda desenhada. Lado a lado com a massificação da ilustração em edições populares – antes, esta só existia em edições raras e caras, pois os livros eram escritos e pintados à mão – estas duas artes visuais criaram uma revolução na nossa maneira de contar uma história. No caso da banda desenhada, as grandes descrições passaram a estar limitadas ao desenho e não ao texto. Quanto aos livros ilustrados, o ilustrador respeita o texto, mas o desenho tem que “bater certo” com as ideias do escritor.
Foi este o desafio que as professoras Ângela Carvalho (Educação Visual) e Helena Reis (Português) lançaram aos alunos das turmas A e D do 7º ano: ilustrar um pequeno conto infanto-juvenil de duas autoras do século XX: Teolinda Gersão (imagem do lado esquerdo) e Irene Lisboa (imagem do lado direito). Esta atividade foi ouro sobre azul: não só as duas turmas aprenderam a retirar a informação relevante da informação “supérflua”, como também desenvolveram e aprimoraram técnicas de ilustração. O resultado são dois livros lindíssimos e originais, em forma de harmónio, e que podem ser vistos no espaço da entrada da nossa biblioteca.

Aqui estão eles, transformados em e-books. Espreitem e encantem-se!   

Clique nas imagens para ver.    
Da Palavra à Imagem – Livro Azul
Da Palavra à Imagem – Livro Vermelho

Imagens retiradas daqui e daqui .


quarta-feira, maio 29, 2019

O Tempo das flores – Exposição na Biblioteca

O Tempo das flores – Exposição na Biblioteca


Chegou a Primavera e, com ela, as flores, os frutos, o sol, o bem-estar, a cura. Está cientificamente comprovado que todos nós temos um relógio dentro de nós, em perfeita sintonia com o mundo à nossa volta.
Somos animais do dia, não somos criaturas da noite. Durante milhares de anos, nascemos, crescemos e envelhecemos sempre do lado do astro-Rei, e vimos as estações oferecerem à nossa mesa o melhor que têm. E, sim, o Inverno é tristonho, desolador. Mas é também graças a ele que muitas pragas, muitas doenças são praticamente erradicadas das plantas e árvores. Quando os primeiros raios de sol da Primavera começam a surgir, é como se a natureza tivesse “batido uma siesta” bem simpática e feliz e agora acorda renascida, revigorada, rejuvenescida.
Esta exposição estava programada para o mês de Março. Porém, a sua preparação durou muito tempo e esteve dependente da disponibilidade, da saúde e dos horários de todos os funcionários desta equipa. É daquelas coisas que só se fazem de dois em dois anos. E depois veio Abril, as avaliações, a interrupção letiva, a Páscoa. Assim, foi só no início de Maio que esta homenagem à Primavera foi concretizada.
Esta é uma homenagem de flores, de cores, de verde, de poesia. Rosas e jasmins flutuam no céu, a palavra do poeta brilha na parede. Com esta exposição também vieram as palestras sobre os benefícios do sol, das ervas e plantas (vejam o post de ontem!), da preservação do ambiente, o workshop de cosmética caseira e- se tudo correr bem – uma sessão de escrita criativa. Foi um inesperado e não planeado “Mês do bem-estar”. As ideias fluíram, a evolução foi orgânica, os pedidos dos professores para atividades na sala de aula explodiram. Porque é assim, a Primavera. Acorda-nos da dormência do frio e inspira-nos.
Deixamos aqui o testemunho da nossa exposição, através de um e-book dividido em duas partes: a exposição mais os poemas que foram selecionados.
Encantem-se!

E-book da exposição: Clique na imagem, abaixo, para ver.



segunda-feira, maio 27, 2019

O legado da cultura Árabe no nosso dia-a-dia




 Parece que foi de propósito, parece que estávamos bem sincronizados: enquanto Mértola se preparava para mais um Festival Islâmico, a equipa da Biblioteca Escolar- em colaboração com a disciplina de História, e focando-se nos conteúdos programáticos do 7º ano, A herança Árabe na Península Ibérica - tinha preparado também uma pequena palestra sobre a herança da cultura Árabe, especialmente no sul de Portugal.
Estava preparada para durar apenas 45 minutos, mas o entusiasmo dos alunos levou a que esta se estendesse à aula da professora Alice Félix, que também abraçou a atividade com interesse, dando também o seu testemunho pessoal sobre as propriedades de algumas plantas. Foi o suficiente para muitos alunos fixarem dois ou três factos importantes. Cada um deles recebeu um pequenino livrinho, que continha informações relevantes, desde a arquitetura dos jardins Árabes e o seu simbolismo, até dados relevantes sobre os benefícios de várias plantas que frequentemente temos nos nossos quintais ou varandas e que, muitas vezes, nem nos apercebemos dos poderes curativos que elas têm, apesar de as usarmos muitas vezes na nossa cozinha!
Por exemplo, sabiam que há imensas flores que podem ser comidas, como a Rosa? E que esta tem imensa vitamina C, o que é excelente para a pele e para combater o envelhecimento? Sabiam que o Tomilho tem imensa vitamina A, o que é excelente para combater problemas de olhos? Sabiam que o Alecrim é ótimo para combater a queda do cabelo e problemas de respiração? Sabiam que os Árabes criaram os chamados “Jardins Sensoriais/Terapêuticos”, e desejavam reproduzir o Paraíso do Céu na Terra? Tudo isto e muito mais foi transmitido nas turmas A e D do 7º ano.


E não faltaram perguntas, sugestões de mezinhas caseiras, testemunhos pessoais, muita brincadeira à mistura. A docente Antónia Guerreiro não se cansou de mostrar a sua sabedoria popular e erudita e aprofundou ainda mais algumas questões colocadas pelos alunos. Para o fim, ficou a promessa – caso ainda haja tempo, afinal os testes vêm aí – de realizar um workshop de cosmética e mezinhas caseiras. Interessados, já temos!


A equipa da Biblioteca e Centro de Recursos agradece, então, o apoio e entusiasmo da professora Antónia Guerreiro e agradecemos também a boa disposição das turmas A e D do 7º ano. Já estão planeadas futuras atividades com estas turmas, para o próximo ano letivo. Ficam aqui as fotos e o folheto que foi dado aos alunos, sobre o legado Árabe e propriedades de algumas plantas medicinais. Posteriormente, os alunos irão também preencher um simples questionário, de forma a avaliarem esta atividade.

FOLHETO E-BOOK: Plantas no mundo Árabe Medieval (Clique na imagem para ver)


sábado, maio 18, 2019

Dia do Autor Português

Caros colegas,
No dia 22 de maio celebra-se o dia do Autor Português. O Núcleo de Projetos e Clubes, conjuntamente com a Biblioteca Escolar está a organizar uma semana inteira dedicada ao autor português, realizando várias atividades.
Convidamo-vos a participarem. Gostamos de vos ver por cá!
Até 2ª feira!






segunda-feira, maio 13, 2019

Livro da Semana A Passo de Caranguejo: Guerras quentes e populismo mediático – Umberto Eco

Vão ser necessários muitos, muitos anos para voltarmos a ter na civilização Ocidental um génio semelhante a Umberto Eco: já em criança, escrevia as suas próprias histórias de aventuras, era capaz de olhar para um mapa antigo de Paris da Idade Média e ser capaz de visualizar a Idade Média na Paris Moderna. Era botânico, escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano. Sabia muito de tudo, sabia demais. Foi brilhante, irónico, sempre interessado na Humanidade e nos seus imensos contrastes sociais e culturais.

Tal como Noam Chomsky, o grande pensador americano, Umberto Eco vivia fascinado com o poder da persuasão e da propaganda. Fascinava-o a construção da Realidade – através de mil técnicas psicológicas e visuais - ditada pelos vencedores, pelos tiranos, pelas ideologias, pelas corporações. Especialmente o poder dos media e das suas relações incestuosas com os círculos de poder económicos e tecnológicos. Como comentador e cronista, este último poder - cada vez mais decadente e mais medíocre - compromete fortemente a democracia, e tudo o que a Humanidade andou a conquistar há cerca de, pelo menos, 300 anos. Não é de espantar, portanto, que este conjunto de ensaios, palestras e crónicas ganhem o título “A Passo de Caranguejo”. Para ficarmos ainda mais deprimidos, este livro já tem 12 anos. Foi publicado no ano de 2007, durante anos esteve esgotado, e agora voltou a estar na moda, graças à editora Gradiva. 12 anos passaram e continua a ser atual. Nada, literalmente nada mudou e, se mudou, foi para pior.
Não houve nada que não fosse do interesse de Umberto Eco: fala de Harry Potter e do choque cultural que este livro provocou; fala da Ciência, que é hoje vista como sendo uma espécie de “magia branca” ou “milagre”, e não um processo longo e calculado que nos leva a uma descoberta ou a um tratamento; fala do choque cultural entre muçulmanos e ocidentais; fala do politicamente correto e dos novos fascistas; fala das ideologias e do desprezo pelo senso comum; fala de um mundo onde já não há pais que entrem em choque com os filhos; fala da perda da privacidade, do antissemitismo popular e do antissemitismo intelectual; and so on and so on.
Parece um velhinho depressivo, que só diz coisas negativas do futuro da Humanidade. Não podíamos estar mais errados: o olhar deste escritor é vibrante e sábio, mas não pessimista. Num dos seus ensaios “Um sonho”, Eco fala de um mundo pós-global em ruínas. Não há um cenário Mad max, muito pelo contrário: os humanos redescobrem a simplicidade da vida, dos livros, dos animais soltos e gordinhos, das danças no adro da igreja, das orquestras de flautas, da simplicidade perfeita de um pombo-correio ou de uma antena de rádio. Umberto Eco é crítico em relação ao presente, não em relação ao futuro. Nota-se claramente que ele não tem muita fé neste “admirável mundo novo”. No entanto, é um tolerante que observa a humanidade, deixando-a respirar e seguir o seu caminho, e tenta sempre compreendê-la. Está aqui para aconselhar e alertar, mas mais não pode fazer. Nem deve fazer!
Afinal, ele próprio afirmou num congresso, Os intelectuais não resolvem crises, os intelectuais criam-nas.


" Parabéns aos vencedores do concurso "Vem Conhecer o Santiago"

" Parabéns aos vencedores do concurso "Vem Conhecer o Santiago". 

Felicitamos todos os participantes pelo empenho demonstrado. É bom conhecer a nossa região e aprofundar o conhecimento da fauna que nos rodeia. 
Recomendamos a leitura do livro Santiago- O lince da Herdade das Romeiras".
Boas leituras!
Classif. por Equipas
Equipa (nome)PontosEscola
"Lince Vivo"----E23,5/30Serpa
"Linces protegidos"---C23/30Serpa
"Conservação do Lince Ibérico"---A19/30Serpa
"Proteção do Lince"---B19/30Serpa
"Vamos proteger o Lince"---D19/30Serpa
"Equipa Lince"---E19/30VNSBento
"Lince Protector"---A18,1/30VNSBento
" O Lince da Amadora"---C18/30VNSBento
"Protegemos o Lince"---F17,5/30VNSBento


terça-feira, maio 07, 2019

Visita à Herdade das Romeiras.

"Era o dia mais chuvoso da semana e dos últimos tempos, mas nada nos demoveu de visitar o território do lince. Pelas 6:30h da manhã já o grupo dos alunos do 7º ano e os professores aguardavam o transporte até à Herdade das Romeiras. 
Por caminhos bem conhecidos dos técnicos do Parque do Vale do Guadiana e da Herdade das Romeiras foi possível avistar gamos, coelhos bravos, perdizes e outros bichos que partilham com o lince este território. Veja as fotos :

Após uma grande molha, fomos muito bem recebidos pelo administrador da Herdade, Sr. José Osório Severino. No aconchego da lareira conversámos com a escritora Isabel Mateus. Ficámos a saber mais sobre o lince e outros bichos sobre os quais a autora escreveu e que são tão caros dos portugueses.
Os vencedores do concurso "Vem conhecer o Santiago" viveram um momento especial com a escritora.
Ficámos a saber que no dia seguinte a autora Isabel Mateus iria fazer o lançamento de um novo livro sobre outro bicho já extinto em Portugal, o urso pardo. Aqui fica uma nova sugestão de leitura.
Boas leituras!

quinta-feira, maio 02, 2019

Tatuador de Auschwitz foi eleito livro do ano

Tatuador de Auschwitz foi eleito livro do ano


 Foi em 1945 que o fim finalmente teve lugar, e os soldados das nações libertadoras que fizeram parte do Dia D ficaram chocados com aquilo que viram e fotografaram. Setenta e quatro anos já passaram a ainda temos que estar a provar constantemente que este momento negro na História da Humanidade não é um mito ou uma fabricação ou uma teoria de conspiração judia. Como se a História da Humanidade não estivesse já cheia de períodos negros... Mais ainda: é graças ao crescimento da extrema-direita no Mundo Ocidental que o tópico Auschwitz – que já praticamente estava posto de parte – voltou em força no cinema, nos documentários, na literatura, nas escolas. Já cansa, sim, mas pelos vistos continua a ser relevante, quase um século depois. Até porque a poeira do tempo tende a assentar e as duas guerras mundiais já estão a ficar perigosamente “longinhas” das novas gerações...
As vítimas dos campos de concentração – que foram de todas as raças, culturas, géneros e sexualidades – foram tantas mas tantas mas tantas que ainda hoje, em pleno século XXI, continuam a vir à tona imensos relatos pessoais e comoventes. Ora, O Tatuador de Auschwitz, escrito por Heather Morris – é um deles. E recebeu o prémio “Livro do ano”, pelos leitores da Editora Bertrand, na categoria “Melhor livro de ficção de autores estrangeiros”.
Não vamos agora falar deste romance, pois esta obra será o livro escolhido para a próxima semana. Sabemos, isso sim, que é baseada numa história verídica (podem lê-la aqui).  Também sabemos que esta obra literária é um excelente presente para quem pouco sabe da Segunda Guerra Mundial, especialmente para aqueles que não gostam de ler. É que tem tudo para dar certo: conflito, medo, ação, vilões e heróis, romance, amor, um final – mais ou menos – feliz.
Na próxima semana, estejam atentos! 

Lição de Vida – A arte da paciência

 Lição de Vida – A arte da paciência

Imagem retirada daqui .



RESERVED/RESERVADO

Uma vez tentei sentar-me
em um dos assentos vagos da Esperança
mas a palavra “reserved”
me encarava como uma hiena

(Eu não me sentei, ninguém se sentou)

Os assentos da Esperança estão sempre reservados


Najwan Darwish, poeta Palestiniano

quarta-feira, maio 01, 2019

Estante do mês de Maio A sombra da Guerra. Outra vez.

Estante do mês de Maio
A sombra da Guerra. Outra vez.


Parece ser uma fotografia tão feliz, tão bem disposta. Uma fila de soldados desfila para o futuro campo de batalha, e uma menina saúda sorridente os “bravos heróis”. Hoje, olhamos para este registo fotográfico com tristeza, sabendo muito bem o que se passou na I Guerra Mundial. Mas naquela altura, toda a gente achava que esta “escaramuça” entre vizinhos não duraria mais do que dois meses. As mulheres despediram-se dos seus filhos, maridos, pais, tios e namorados com lencinhos brancos, sorrisos incandescentes. Cantavam-se canções gloriosas, cheias de patriotismo. E os bravos filhos da pátria chegariam risonhos, gordinhos e vitoriosos, prontos para os passeios de domingo, prontos para namoriscar, casar e recomeçar uma nova vida.
A guerra durou quatro anos e matou milhões de seres humanos dos dois lados da trincheira.
Foi o princípio do fim. Durante milénios, o olhar que se tinha da guerra, dos campos de batalha e dos heróis era sempre um olhar bélico, mas inocente. Heróis puros em cavalos brancos, a espada flamejante e o inimigo derrotado. Entretanto, chegou a máquina fotográfica, chegaram os tanques, os cavalos foram banidos da guerra, as trincheiras eram uma novidade. E, de repente, matar deixou de ter graça.
Hoje, a guerra parece-nos distante. E, no entanto, parece que nunca saímos da I Guerra Mundial. Olhando com atenção, é possível que daqui a 100 anos os séculos XX e XXI sejam olhados pelos historiadores como tendo sido uma segunda guerra dos 100 anos. Os protagonistas são praticamente todos os mesmos, os conflitos são quase os mesmos: Inglaterra, Estados Unidos da América, Rússia, Alemanha, França. Onde é que já ouvimos isto? Lutas económicas, xenofobia, corporações em conflito, comendo-se umas às outras. Onde é que já ouvimos isto? O Médio Oriente em chamas, luta por territórios e recursos energéticos. Onde é que já ouvimos isto? Por isso mesmo – e uma vez que caminhamos a passos largos para uma possível III Guerra Mundial – é bom que o passado não seja esquecido, e que aprendamos alguma coisa com ele.
Uma coisa é certa: o nosso olhar já não é inocente. Já não nos despedimos dos bravos “filhos da pátria” com lencinhos brancos, já não cantamos canções patriotas, já não pedimos às nossas crianças para darem beijinhos aos lindos soldados de uniforme.
E já não acreditamos em finais felizes.

Veja o eBook

Fotografia retirada daqui .