quinta-feira, dezembro 17, 2020

Exposição sobre a obra "O Principezinho"

 

Estamos perto do Natal, e mais que nunca a mensagem do clássico intemporal "O Principezinho" faz sentido. Poderemos até ir mais longe, e dizer que não só faz sentido, como faz falta. Assim, queremos convidar toda a comunidade escolar a visitar, neste pouco tempo que resta até à interrupção letiva do Natal, a nossa pequena exposição sobre a obra, no espaço da Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Serpa.

Cá vos esperamos, mas se já não nos encontrarmos, queremos desejar a todos um feliz Natal e um próspero Ano Novo!

Tempo do Desassossego

Hoje, no espaço do CIA, a turma 12º C agraciou os colegas do 12º A, 12º B e 10ºC com a presença de Fernando Pessoa. E não só: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares, entre outros Fernandos Pessoas, também marcaram presença no encontro.


Esta iniciativa partiu de um Domínio de Autonomia Curricular (DAC), sobre o tema do Tempo, da turma 12ºC e envolveu todas as disciplinas. O Tempo do Desassossego foi o culminar deste DAC no âmbito da disciplina de Português, na qual se dramatizaram/declamaram diversos poemas de Fernando Pessoa e seus heterónimos, como podemos ver no excerto seguinte.




Concluída a apresentação, os presentes foram desafiados a falar um pouco sobre a sua própria experiência de leitura de Fernando Pessoa. Finalmente, os apresentadores falaram um pouco mais sobre as diversas personalidades associadas à poesia de Pessoa, sobre os diversos temas que cada um dos heterónimos aborda na sua escrita e, obviamente, sobre o Livro do Desassossego, assinado por Bernardo Soares, que tanto tem a ver com os tempos de verdadeiro Desassossego em que vivemos...







terça-feira, dezembro 15, 2020

Livro da Semana - O instinto de acreditar, de Jesse Bering

 


A propósito do mês de dezembro – um mês que significa festas para muitos crentes das religiões Judaica e Cristã – o livro que escolhemos para fechar o primeiro período não podia ser mais perfeito do que este: Jesse Bering, um psicólogo evolucionista da Queens University Belfast, jurou que iria estudar este fenómeno mundial chamado FÉ. Nada de especial, o mundo está cheio de estudos e pensamentos dedicados a este tópico. O que é realmente interessante é o facto de a ter estudado com base em pesquisas científicas. Desta vez, é a Ciência que explica o mecanismo da fé, e não se limita a comprovar que a mesma não é coisa de gente desiludida ou iludida, é algo que já nasce connosco. Somos, de facto, programados para acreditar.
Os próprios títulos de alguns capítulos já atraem a curiosidade: “Um mundo de sinais”; “Curiosamente imortal”; “Quando Deus atira pessoas das pontes”; “E depois morremos” são alguns dos exemplos que podemos dar. Porém, um psicólogo evolutivo não é alguém que estuda apenas a mente e desejos de um ser humano no século XXI. É alguém que se interessa, acima de tudo, pela origem dos nossos desejos, desde tempos imemoriais. De onde vem a repugnância pelo suicídio? De onde vem o ódio à Homossexualidade? De onde vem a ideia de que “tudo está ligado”? Quem foi o primeiro Humano a detetar aquilo que chamamos “coincidência”? Será “Deus” uma ideia que teve origem na necessidade de criarmos ordem na nossa existência?
Jesse Bering escreveu um livro que, sem dúvida, irá irritar muitos religiosos. No entanto, temos que admitir que a Ciência também tem uma palavrinha a dar nesta matéria. Se – vamos colocar esta hipótese – Deus não existe, então a ideia deste Criador do Universo tem que servir para alguma coisa. E, sem dúvida, tem que oferecer muitas vantagens para a espécie humana. Afinal de contas, há dezenas de milhares de anos (no mínimo!) que nós andamos a rezar a esta força. Se não fosse eficaz numa escala evolutiva, esta ideia não teria sobrevivido durante tempo!
Será a Fé um mero produto do cérebro humano? Vejamos…


“A Europa és tu!” - Encontro Transfronteiriço (03-12-2020)

 


“O evento a Europa és tu | Europa eres tú já vai na sua 13.ª edição! Este evento transfronteiriço, organizado pela parceria que integra os Centros de Informação Europe Direct do Algarve, do Baixo Alentejo e de Huelva, viu a sua edição de 2020 ser realizada em formato online devido à situação pandémica, e foi dedicado ao Digital. A Comissão von der Leyen tem como uma das suas prioridades esta área: Uma Europa preparada para o Digital. Na próxima década, prevê-se que a Europa aposte ainda mais em áreas como a Cibersegurança ou a Inteligência Artificial. Todavia, neste encontro apostámos numa abordagem mais simples: um Diálogo jovem sobre a Europa Digital. Contámos com a presença de pessoas da Comissão e do Conselho Nacional da Juventude; tivemos intervenientes dos dois lados da fronteira a falar de oportunidades de voluntariado e emprego, como a Rede EURES e o Europass, por exemplo. Como representante do Baixo Alentejo esteve a Leonor Coelho, do Agrupamento de Escolas de Nº2 de Serpa. A Leonor teve a seu cargo a apresentação da app Europe 4 Youth (Europe4Youth – Apps no Google Play), que vos convidamos a descarregar. De assinalar que a Leonor fez um trabalho excelente na sua apresentação, explorando os benefícios da app e contagiando os presentes com a sua energia. O Baixo Alentejo esteve muito bem representado!

 Para quem tiver interesse, têm acesso a toda a informação, incluindo ao evento na íntegra, no endereço: A Europa es tu | Europa eres tú : DigitalYEU | Facebook

(por Ricardo Cataluna- Técnico do Centro de Informação Europe Direct do Baixo Alentejo)

“Participar no encontro Transfronteiriço foi uma experiência bastante intressante. A oportunidade de falar com outros jovens e de,juntos, poder ganhar mais consciência das oportunidades para os jovens do espaço comunitário Europeu é algo que senti de extrema utilidade, pela pertinência destes programas, alguns que desconhecia e que podem fazer uma diferença no meu e no vosso futuro. De igual modo, o formato online bem como a partilha entre jovens fez do encontro algo mais peculiar e por isso apelativo. Podermos dialogar diretamente uns com os outros facilita o contacto, torna-o direto e possibilitou trabalhar as competências comunicativas a quem, tal como eu, teve o gosto de poder ser um “mini-orador”nesta manhã bem passada. Parabéns à escola e em especial aos professores que fazem o esforço para dinamizar a nossa vida escolar e trazer até nós oportunidades como esta.”

(por Leonor Coelho, aluna do 12ºC do Agrupamento de Escolas Nº2 de Serpa)


sexta-feira, dezembro 04, 2020

Estante do mês de Dezembro – Fé Vs Ciência

 


Vem aí o Natal. Outra vez. Mas este ano, as coisas são diferentes: temos que trazer máscaras, temos que manter a distância ou – simplesmente – há quem já tenha escolhido ficar em casa e marcar uma videoconferência que inclua a família toda. Desta vez, a abertura dos presentinhos vai ser feita online, e vamos rezar todos para que a linha não caia. Porque, ou muito nos enganamos, ou a net vai estar entupida na meia-noite de 25 de Dezembro.

E já que estamos a falar em “rezar”, é caso para nós nos perguntarmos - nesta segunda década do século XXI - se o Natal ainda vale a pena ser festejado. Afinal, o que é o Natal em 2020? Uma gigantesca Black Friday? Não era suposto estarmos a celebrar o nascimento de Jesus Cristo, o “cordeiro de Deus” que veio limpar os pecados do mundo? E, no entanto, são cada vez mais as famílias que já nem sequer têm um presépio em casa…

E – por muito incrível que pareça! – para além da falta de Fé, também reparamos que a falta de fé na Ciência está a crescer exponencialmente. Se não acreditamos em Deus e também não acreditamos na Ciência, então acreditamos em quê? Estamos a ficar tristes ou estamos a ficar cínicos?



Por isso mesmo, a estante do mês que escolhemos aborda as grandes questões da Humanidade: Deus existe? Qual é o nosso papel no mundo? A Religião pode abraçar a Ciência? De onde vêm os sentimentos? Porque acreditamos? Deixamos aqui uma variada lista de temas, para todos os que preferem um caminho mais espiritual, quer ele envolva a Ciência ou a Religião… ou as duas coisas.



Assim, deixamos estas sugestões, já disponíveis na vossa biblioteca, para que possam passar umas férias de Natal na companhia dos nossos livros.

Boas leituras… e Feliz Natal!!

EBOOK

Imagem retirada daqui.


 


Atividades com o livro "A minha avó tem Coronavírus!"

 


O tema é incontornável. Palavras como "Pandemia", "COVID", "COVID-19", "Coronavírus" passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia neste ano tão atípico de 2020. Como explicar o tema aos mais pequenos? Como explorar de forma didática, de forma a prevenir o perigo, a fomentar a prevenção, sem entrar em pânico ou causar medo nas crianças?




"A minha avó tem Coronavírus!" é um conto dirigido aos mais pequenos, que tenta dar resposta a estas questões. Foi com esse intuito que as professoras Isabel Pereira e Margarida Soares, nas escolas primárias de Vila Nova de São Bento e Vila Verde de Ficalho, respetivamente. Desde já, queremos agradecer-lhes pelo seu trabalho junto dos alunos, e pela gentileza de nos terem agraciado com fotos e vídeos das atividades. Podemos ver, no vídeo seguinte, um pequeno excerto de uma das sessões da professora Isabel Pereira.


Os trabalhos elaborados pelos alunos, após a leitura do conto, incluíram a reflexão, o debate oral, mas também trabalhos como os que se anexam:



Os interessados poderão descarregar a versão completa do livro aqui. Obrigado a todos os envolvidos, alunos e professoras, pelo empenho na atividade, e um muito obrigado às professoras titulares das turmas pela vossa disponibilidade em colaborar com a equipa das bibliotecas escolares do agrupamento.




LANÇAMENTO DO LIVRO “TALVEZ UMA APP” | 09 DEZ 2020 | 18H00

 

No próximo dia 9 de dezembro, às 18h00, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) vai lançar o mais recente livro juvenil Talvez uma App, das reconhecidas autoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. 
 
Para este lançamento, foi criada uma plataforma, com o mesmo nome do livro, que está residente no Portal SAPO e que já se encontra acessível ao público.
 
Na Plataforma Talvez uma App, já é possível encontrar informação acerca da coleção de livros e fichas de debate, vídeos com entrevista às Autoras, com uma mensagem do Presidente da APS, José Galamba de Oliveira e, ainda, os testemunhos de alguns jovens a quem pedimos para ler o novo livro e dar as suas opiniões.
 
No dia do lançamento, às 18h00, será transmitido um web evento nesta plataforma dedicada. Tendo como pano de fundo a Exposição Permanente Memória do Seguro, Marta Leite de Castro conversa com as Autoras, o Presidente da APS, e, ainda, com o Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, sobre este novo livro e a importância da Educação Financeira.
 
Talvez uma App é a sétima publicação a integrar a coleção de livros “Seguros e Cidadania”, que a APS tem vindo a desenvolver no âmbito do seu programa de Educação Financeira, cuja edição em papel é distribuída, de forma gratuita, nas escolas com as quais interage. A edição digital estará disponível para download, também gratuitamente, no site da APS, a partir do dia do lançamento.
 
O livro Talvez uma App será também apresentado no evento “Building the Future”, da Microsoft, que terá lugar de 26 a 28 de janeiro de 2021, no qual tecnologia, liderança e educação se cruzam para potenciar pessoas e empresas.

sexta-feira, novembro 27, 2020

Novos livros na coleção das bibliotecas do AE2 Serpa

 

Chegaram esta semana as novas aquisições para a biblioteca da Escola Secundária de Serpa, entre os quais se encontram Uma cana de pesca para o meu avô, do Nobel da Literatura Gao Xingjian, livros de contos como Cão como nós, de Manuel Alegre, Contos vagabundos, de Mário de Carvalho, a coletânea Contos, de Miguel Torga.


Quanto à biblioteca da Escola Básica nº1 de Vila Nova de São Bento, as aquisições incluem livros para os mais pequenos, como O elefante cor-de-rosa ou Versos de cacaracá, mas também para os mais graúdos, como A aia, de Eça de Queirós.

Podem ver a versão em e-book aqui.

quinta-feira, novembro 26, 2020

Concurso Juvenes Translatores - Participação da Escola Secundária de Serpa


Hoje, 26 de novembro de 2020, a Escola Secundária de Serpa participa no concurso Juvenes Translatores, promovido pela Comissão Europeia, contando com a participação de 705 alunos do ensino secundário de toda a União Europeia.

Os nossos representantes querem partilhar uma mensagem com toda a comunidade escolar, assim como com os outros participantes:

Hello everyone!!

We study at Escola Secundária de Serpa, Portugal, and we’ve decided to participate in this translation contest because we value the English language and we wanted to test our limits when it comes to our understanding of this language.
We also consider that, by participating in the contest, we'll develop not only important communication skills but we also will broaden and deepen our cultural competence.

segunda-feira, novembro 23, 2020

 

A lenda de São Martinho trocada em “miúdos”

  Foi no passado dia 11 de novembro que se comemorou o dia de São Martinho através de atividades formativas que permitiram conhecer melhor a lenda associada a este dia.


  São Martinho foi um cavaleiro militar que viveu em Pavia, na Itália, nasceu no ano de 316, o seu pai era comandante do exército romano e mandou-o ainda novo para a guerra na Gália (a atual França), antes de partir deu-lhe uma capa que muito apreciava e que lhe havia dado o imperador.


  Durante o caminho para a Gália, Martinho atravessou uma grande tempestade, o outono era muito rigoroso na atual Europa, foi nessa altura que encontrou um mendigo faminto e sem roupa.



  Martinho não sabia como ajudar o mendigo, não tinha dinheiro nos seus bolsos mas lembrou-se que tinha a capa do imperador que o pai lhe havia dado para o proteger do frio durante a viagem, e subitamente, com  a sua espada cortou a capa ao meio e colocou uma metade aos ombros do mendigo, nesse momento,  inesperadamente a tempestade parou e o sol no céu brilhou. Martinho não sabia que o mendigo era Jesus Cristo e que havia realizado um milagre, desde então, quando faz calor em novembro diz-se que estamos no verão de São Martinho.


  São Martinho levava no seu farnel castanhas e vinho, fez uma fogueira e com o mendigo sentaram-se ao seu redor, assaram castanhas e beberam vinho.


  São Martinho despediu-se do mendigo e seguiu o seu caminho para França.

 Depois de combater no exército romano durante alguns anos, Martinho abandonou o exército para se tornar um monge católico e fazer o bem.  

São Martinho foi um dos principais religiosos a espalhar a fé cristã na Gália (a atual França), presentemente é um dos santos mais populares da Europa, é protetor dos alfaiates, soldados, cavaleiros, pedintes e produtores de vinho. No seu dia, assam-se castanhas, mata-se o porco e bebe-se o vinho.

 


 

Texto adaptado de https://www.youtube.com/watch?v=Sy_C8slzUUU e de

https://visao.sapo.pt/visaojunior/2019-11-07-a-lenda-de-sao-martinho/

Imagens retiradas de http://magosdosaber.blogspot.com/2011/11/a-lenda-de-s-martinho_10.html

 

Realizado por, Luana Costa-11.ºB, Neide Cubaixo-11.ºB, Marta Horta-10.ºC e Tiago Silva-10.ºB,

 no âmbito da disciplina de português

quinta-feira, novembro 19, 2020

Dia Internacional do Homem - 19 de novembro

 

Homens, este dia é para vocês!! Celebrem-no, que também merecem.

Pois é, fala-se tanto do Dia Mundial da Mulher (8 de Março) e, por alguma razão inexplicável, ignora-se o dia que celebra também os imensos benefícios e marcas positivas que o sexo masculino deu a este mundo. Com efeito, desde 1909 que se celebram justamente as mulheres, mas tem havido uma verdadeira – e inexplicável- “Guerra de sexos”, no que diz respeito à criação de um dia que festeje os nossos pais, avôs, tios, filhos, maridos, amigos.

Só ao fim de várias décadas a insistir, foi escolhida a data de 19 de Novembro de 1999 (no Brasil, é no dia 15 de Julho) por razões muito simples: o “autor” desta ideia foi Jerome Teelucksingh, professor universitário do país Trinidad e Tobago. Ele é de opinião – e com razão! – que o sexo masculino também ofereceu imensos benefícios para a Humanidade e, além disso, esta é uma excelente oportunidade para explicarmos aos rapazes o que é ser um bom pai, um bom marido, um bom patrão. Longe de ser uma data “fanfarrona”, esta pode ser um excelente momento didático para todas as crianças do mundo, meninos ou meninas. Esta data finalmente pegou e agora vários países começam – muito timidamente, é verdade – a celebrar este dia.

É que – sejamos honestos – esta zanga entre os dois sexos já começa a cansar. Bolas, já passaram mais de 60 anos desde a revolução “Hippie” e a queima dos soutiens. Já devíamos estar mais crescidinhos…

Por isso mesmo – e a partir de amanhã – vamos celebrar 10 homens que estão a fazer a diferença no Planeta Terra, através de ideias criativas e projetos Humanitários que beneficiam actualmente todas as raças, credos e géneros.

Mulheres, hoje é dia de lhes pagarem o jantar!

 

Imagem retirada de aqui.

terça-feira, novembro 17, 2020

Livro da Semana – A rapariga de Auschwitz, Eva Schloss

 


Imagine que, um dia, alguém bate à sua porta e você e toda a sua família são levados para um vagão. Separam os parentes, cortam-vos o cabelo, tatuam um número no vosso braço (como se fossem gado) e, a partir daí, são mão-de-obra escrava, usada para todo o tipo de experimentos e trabalhos forçados. Ninguém vos salvará, ninguém irá buscar-vos, nenhum tribunal quererá saber de vocês.

Ficção Científica? Pois bem, isto é o que os prisioneiros sentiram, quando foram levados para campos de concentração e campos de extermínio alemães, durante a ditadura Nazi. E os poucos que sobreviveram lá arranjaram coragem para contar ou escrever a sua horrífica história. E este passado é tão terrível que, 75 anos depois, ainda hoje se encontram artefactos, diários, cartas, testemunhos, fotografias associadas a estes dias negros.

Um destes sobreviventes foi a irmã de Anne Frank, Eva Schloss. Ao contrário da primeira, conseguiu sobreviver a Auschwitz. Não escreveu nenhum livro antes da captura. Foi só depois de escapar à morte. E a sua dor e humilhação é de tal forma sórdida que nos escapa à compreensão. Por mais que tentemos, não sabemos o que é sofrer tais horrores. O máximo que podemos fazer é sermos solidários e nunca permitir que a memória do Holocausto se desvaneça.

Mais do que uma testemunha do Horror, é também uma testemunha do quão difícil é voltar à “normalidade”: interessar-se por pequenas coisas, voltar a confiar, voltar a amar a vida, acreditar no recomeço e, sobretudo, voltar a confiar na espécie humana. Depois de tudo o que se passou, era de se esperar que Eva Schloss fosse uma mulher amarga e vingativa. Em vez disso, aprendeu a “reviver”, se é se tal coisa possa vir a ser possível.

Chocante mas emotivo, eis mais um livro que bem pode pertencer à categoria “Voz Humana”.


quinta-feira, novembro 12, 2020

Concurso escolas - Alfredo da Silva - 150 anos

 



As Bibliotecas do Agrupamento de escolas nº2 de Serpa vêm por este meio divulgar o concurso comemorativo dos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva.

"Divulgar o legado de Alfredo da Silva junto das novas gerações é o propósito do concurso que a Fundação Amélia de Mello vai lançar às escolas secundárias, do ensino profissional e do último ciclo do ensino básico, em colaboração com o Ministério da Educação e da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, sob o Alto Patrocínio do Presidente da República.

Desta forma será possível envolver nas Comemorações dos 150 anos sobre o nascimento de Alfredo da Silva todo o país na sua diversidade e na sua variante etária, incluindo nelas a juventude escolar.

Para participarem neste concurso, que vai decorrer no ano letivo 2020/2021, os alunos deverão desenvolver trabalhos sobre a personalidade de um dos maiores industriais e empresários portugueses do seu tempo, sobre as suas iniciativas e empreendimentos, e sobre o seu contributo para o desenvolvimento económico e social do país.

O ponto de partida é uma biografia do fundador do Grupo CUF, que será gratuitamente disponibilizada aos alunos, professores e escolas, para lhes dar a conhecer o homem que ao longo de quatro décadas construiu o maior grupo industrial, comercial e financeiro de Portugal.

Serão constituídos júris temáticos para selecionar os vencedores. As escolas dos alunos vencedores receberão também um prémio monetário para apoio a projetos."

Poderão consultar tudo sobre o concurso aqui.

terça-feira, novembro 10, 2020

Livro da Semana – A Conspiração contra a América, de Philip Roth

 


O que mais nos aterroriza neste livro é repararmos o quão profética esta história é. E, embora este romance pertença à categoria de Ficção – mais particularmente o género da “História Alternativa” – é extraordinariamente semelhante aos ventos negros que se estão a passar por este mundo ocidental fora: o crescimento de um populismo sinistramente semelhante aos ideais fascistas e eugénicos de um Mussolini; o crescimento assustador de um cristianismo radical de ultra-direita; o crescimento das guerras religiosas; o crescimento de loucas ideologias neo-maoístas, de ultra-esquerda…

“Enchouriçados” no meio, estão as pessoas “normais”, aquelas que querem sopas e descanso e que vêem a sua querida página do facebook ou whatsapp ser invadida por fake news e gente fanática a gritar contra tudo e todos, e que sentem que as suas instituições importantes estão a ser colonizadas por loucos extremistas vindos dos dois lados. Para piorar, todos os especialistas das I e II Guerra Mundial já mencionaram que o clima de tensão e raiva que se sente hoje anda muito perto do que se sentiu nos meses que antecederam às duas guerras mencionadas. Tal devia dar-nos calafrios, mas parece que, até agora, ninguém reparou…

E SE os Americanos tivessem escolhido para presidente em 1940 Charles Lindbergh, em vez de Franklin Roosevelt? Lindbergh é uma personagem que nos dá arrepios, não só porque é sinistra mas também porque nos faz lembrar um “certo” presidente fanático e isolacionista, com simpatias muito pouco democráticas, que recentemente foi corrido da Casa Branca.

O autor deste livro é ele próprio uma das personagens centrais desta obra literária. Ele conta a história da sua família, a partir do momento em que este simpatizante nazi chegou ao poder, e a consequente perseguição ao povo judeu, a destruição das liberdades individuais, da privacidade e da segurança. E é extraordinário como um pequeno exercício mental (“e se?”) nos pode dar lições de vida cruciais e alertas para o futuro.

Escrito em 2005, esta história teve como inspiração os anos de 2003-2004: a Invasão ao Iraque, o assassinato em direto de Saddam Husseim, o Patriot Act, uma sórdida prisão chamada Abu Ghraib. Tudo isto aconteceu durante a presidência americana de George Bush jr. No entanto, tivesse este livro sido escrito hoje, há certos países que se aproximam muito do futuro horrendo profetizado nesta obra. Esperemos que Portugal não seja um deles.

E depois ainda há quem diga que a literatura já não causa impacto no mundo!


Concurso "Histórias dentro da história - O Principezinho"

 

Fonte: aqui

REGULAMENTO

O concurso Histórias dentro da história pretende incentivar a leitura da obra O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, assim como apelar à escrita criativa. A tarefa a realizar é a seguinte:

– Escolhe uma das personagens secundárias de O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry (por exemplo, a raposa, o homem de negócios, a cobra…) e imagina como terá sido o seu passado, e o que os levou a ser o que são hoje, até ao momento em que se encontram com o Principezinho.

– Os textos deverão ser entregues em formato Word, com dimensão não superior a duas páginas;

 Os trabalhos serão avaliados pela sua criatividade, originalidade, correção, competência escrita e coerência com a leitura da obra.

 O concurso decorrerá entre os dias 10 de Novembro e 5 de Dezembro. Os textos deverão ser entregues através do endereço de correio eletrónico biblioteca@ae2serpa.pt;  

– Todos os concorrentes que desejem manter o anonimato poderão fazê-lo, desde que indiquem essa preferência na mensagem;

6 – Os resultados do concurso serão anunciados na segunda semana de Janeiro de 2021;

7 – Os trabalhos que o júri considerar melhor elaborados serão publicados no blogue da biblioteca, em http://bibliotecaportaberta.blogspot.com/; O vencedor do concurso receberá um prémio surpresa.

 

quinta-feira, novembro 05, 2020

Estante do Mês - Novembro 2020 - A voz da humanidade


Esta estante não poderia ser mais atual, e mais necessária: 2020 tem sido um ano tão mau que há muita gente que irá festejar o réveillon com pompa e circunstância, não para se despedirem com pena do ano anterior, mas para gritarem de alegria “ainda bem que te vais!”. Se bem que 2021 não prometa também lá muitas grandes alegrias…

Ora, nesta década que está a acabar desastrosamente, precisamos com carácter de urgência de voltarmos a acreditar em nós mesmos, nos nossos vizinhos, amigos, familiares e a restante Humanidade. Sejamos honestos: de que é que vale vivermos neste mundo, se a esperança e o otimismo escasseiam cada vez mais? Por muito realistas que sejamos, precisamos sempre de uma migalhinha de boa disposição e de alguma fé.

Por isso mesmo, a nossa estante (o link para o ebook encontra-se publicado no fim deste post) selecionou vários tipos de vozes: as confissões, os desabafos, os testemunhos, as memórias, os medos. Ou seja, aquilo que nos faz Humanos, não importa a adversidade, a doença, a solidão, a fome, a tirania ou, simplesmente, o tédio de uma vida confortável que já não nos surpreende nada.

Privilegiámos, acima de tudo, o coração, o instinto, o toque, a coragem. Este não é um mês para grandes momentos “cerebrais”. O que se celebra agora é o coração humano, perante os obstáculos da Vida.

Vale a pena sonharmos e acreditarmos. É que ainda não pagamos imposto por isto!

 

EBOOK

 

Imagem retirada daqui

terça-feira, novembro 03, 2020

Livro da Semana – O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

 

Capa de O Principezinho

Estávamos no ano de 1935. Antoine e o seu amigo André Prévot iam a caminho de Saigão, quando o avião que eles estavam a pilotar começou a sofrer uma falha tremenda: estava à beira de uma explosão. Despenhou-se a mais de 200 quilómetros do Cairo e, azar dos azares, ficaram aprisionados no deserto do Sahara durante quatro dias. Cheios de fome, desidratados, começaram a ver miragens e a ter alucinações, algumas delas bem assustadoras. Foi por uma unha negra que se safaram: um beduíno estava de passagem, encontrou-os num estado lastimável e levou-os ao seu acampamento.

Este momento horripilante na vida de Exupéry marcou-o para a vida, e foi tão traumático que mereceu um outro livro, onde ele narra ao pormenor estes quatro dias de Inferno. Estamos a falar da obra Terra dos Homens, escrito em 1939. Porém, foi precisamente este acidente que acabou por inspirar a fábula moderna mais famosa do século XX: estamos obviamente a falar de O Principezinho. Através da poesia, das metáforas, dos simbolismos e de alguma interpretação psicológica, todos os momentos da sua vida ficaram condensados nestes quatro dias de areia e solidão: a homenagem à sua esposa, a admiração e carinho por uma grande amiga, a morte do irmão, a inocência da sua infância através de um menino de caracóis de ouro, as suas ansiedades como adulto, o medo da guerra e da loucura das “pessoas grandes”…

Não há ninguém neste planeta que tenha dito “não gosto deste livro”. Há sempre uma citação, uma passagem, um momento tocante, uma personagem que mexe connosco. Este é um livro que fala a Voz Humana: esquimós, zulus, dinamarqueses, japoneses, angolanos, portugueses, todas as culturas, etnias, civilizações, todos identificam-se com a beleza deste livrinho supostamente escrito para as crianças.

Se um dia um OVNI descesse à Terra, e quisesse conhecer a alma humana, este seria o livro que devia ser oferecido aos nossos “irmãos cósmicos”…

Imagem retirada daqui.

           

 

Newsletter das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas nº2 de Serpa - Novembro de 2020


Encontre todas as novidades para novembro na nossa Newsletter, aqui.


Para fazer sugestões de outras atividades, colocar dúvidas, ou qualquer outra questão, contacte: biblioteca@ae2serpa.pt

Encontre-nos na Web em: http://bibliotecaportaberta.blogspot.com/

 

quinta-feira, outubro 29, 2020

Encontro Digital Cidadania e Desenvolvimento - LeyaEducacao




O Blogue da BE vem por este meio divulgar a apresentação sobre o tema Cidadania e Desenvolvimento da editora Leya, do Encontro Digital Cidadania e Desenvolvimento.

Aceder aqui.

terça-feira, outubro 27, 2020

Livro(s) da Semana - Coleção Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle

 


Peçam a um esquimó ou a um índio brasileiro que desenhem um detetive, e o desenho é sempre o mesmo: um homem com um chapeuzinho engraçado, com um cachimbo na boca e uma lupa na mão. Em todos os cantos do planeta, a imagem icónica de um investigador de crimes é sempre esta, ao ponto de se ter transformado naquilo que os psicólogos e antropólogos chamam um arquétipo: uma imagem simbólica que pertence ao subconsciente coletivo da Humanidade.

E, no entanto, poucos sabem que este cliché mundial começou com o detetive imaginário mais famoso do mundo: Sherlock Holmes. Aliás – para sermos mais precisos – a imagem icónica de Sherlock Holmes foi criada pelo ilustrador Sidney Paget, no ano de 1891 (ver imagem à esquerda). As suas ilustrações ficaram tão famosas que, a partir desse momento, este génio que combate o crime passou a usar o seu inseparável deerstalker (uma boina de fazenda que os caçadores ingleses usavam e usam durante o Inverno), mais o seu cachimbo e lupa.

A inspiração de Conan Doyle para a criação de Sherlock Holmes veio dos seus tempos de faculdade: este escritor teve o privilégio de assistir às aulas de um “certo” Joseph Bell, um cientista pioneiro na Ciência Forense, e que tinha o dom extraordinário de observar os mais pequenos detalhes quer num espaço quer numa pessoa. Através dessa observação, ele fazia diagnósticos dedutivos acerca da personalidade e vida de alguém. Este Dr. Joseph Bell trabalhava lado a lado com outro génio, Henry Littlejohn, um cientista brilhante que era constantemente chamado pela Scotland Yard para resolver crimes e mistérios. Sherlock Holmes foi a fusão destes dois homens geniais: a observação clínica, lado a lado com os conhecimentos da Ciência Forense da época.

Mais de 133 anos depois, custa a acreditar que, ainda hoje, as histórias deste detetive continuam a ser lidas e compradas por milhões de pessoas, no mundo inteiro. E já agora – excelentes notícias! – já não têm direitos de autor, o que quer dizer que podemos baixá-las na net, sem qualquer peso de culpa … desde que sejam em Inglês. É que as traduções também têm direitos de editora. No entanto, existem muitos “carolas” na net que traduzem voluntariamente as obras de grandes escritores mundiais, publicando-as depois de graça na net. É saber procurá-las…

Para quem ainda ama este formato “antiquado” chamado “livro em papel”, a nossa biblioteca dispõe de vários exemplares dedicados a este mítico detetive. Passem por cá, e levem para casa raciocínios lógicos para desvendar no aconchego do lar.

Os “detetives de sofá” nunca ficaram fora de moda!

 

            Imagem retirada daqui.

sexta-feira, outubro 23, 2020

Dormimos para Sonhar

 

Por que motivo sonhamos?

A palestra 'Dormimos para sonhar', dirigida a alunos do 8º ano, a propósito dos conteúdos de "Saúde e bem-estar" da disciplina de Francês, teve como objetivo ensinar os alunos a importância do sonho, o ritmo circadiano, as últimas descobertas científicas relacionadas com o sono, bem como a explicação simbólica dos sonhos. Esta palestra suscitou um debate entusiástico entre todos os alunos, e vários pediram explicações para determinados sonhos que tiveram. Falou-se do hábito muito pouco saudável de deixar aparelhos elétricos no quarto (smartphones, playstations, etc) e a razão por que tantas crianças/jovens estão sempre cansados.

Anexamos aqui a apresentação em PowerPoint usada na palestra.



quarta-feira, outubro 21, 2020

Descobre a tua Pegada Ecológica

 

Todos deixamos marcas no ambiente. 

A atividade 'Descobre a tua pegada ecológica', dirigida a alunos de 10º ano, da disciplina de Biologia e Geologia, teve como objetivo informar e alertar os alunos para o seu estilo de vida, e o impacto posterior que o mesmo tem no planeta Terra. Após uma pequena introdução do problema, os alunos preencheram, no centro de recursos e biblioteca, um teste da pegada ecológica, fornecido pela plataforma WWF (https://footprint.wwf.org.uk/#/). No final, cada aluno preencheu um documento, de nome 'O meu contributo para o ambiente'. Nele, cada um prometeu diminuir ou eliminar um mau hábito na sua vida, de forma a diminuir, consequentemente, a sua pegada ecológica (por exemplo, fechar a torneira enquanto ensaboamos as mãos). Mensalmente - e até ao final deste período - a Biblioteca irá inquirir anonimamente aos membros da turma acerca desta promessa. A equipa deseja que, até ao final do 1º período, pelo menos um terço dos alunos tenha quebrado um mau hábito. O propósito final da atividade foi demonstrar como a pegada ecológica pode agravar as alterações climáticas e, consequentemente, a saúde do planeta da humanidade.

Apresentação em PowerPoint usada na atividade aqui.

segunda-feira, outubro 19, 2020

El Día de los Muertos


Já alguma vez ouviram falar do Dia dos Mortos? Ou do Día de los Muertos, em espanhol? Talvez não, mas se perguntarem aos vossos avós pelo Dia de Finados, eles saberão com certeza que é no dia dois de novembro, e não no dia um, quando se comemora o Dia de Todos os Santos mas que, por ser feriado, se tornou o dia em que, pelo menos em Portugal, as pessoas visitam os túmulos de familiares já idos.


No entanto, na América Central e do Sul, o Día de los Muertos não é uma efeméride tão triste como por terras lusas. Para dizer a verdade, no México, por exemplo, é celebrado como uma festa na noite de 1 para 2 de novembro, tal como se faz em grande parte do mundo com o Dia das Bruxas na noite anterior, de 31 de outubro.


Este dia, na cultura hispano-americana, não tem um significado tão triste e depressivo como por cá,  pois mesmo que se recorde com tristeza quem já faleceu, reforçam-se os laços entre os que ainda cá estão, em reunião familiar, que tem a mesma função que o Dia de Ação de Graças norte-americano ou até a nossa ceia de Natal: juntar toda a família a jantar, unidos, e celebrar essa família e essa união.


Depois da estreia do filme Coco, da Disney, o Día de los Muertos ficou um pouco mais conhecido em todo o mundo, pois este é um filme de animação que retrata a celebração desse dia e onde a família, os seus valores, os laços entre todos, são o cerne de toda a história. Recomendado para todas as idades... para ver em família!

Livro(s) da semana - Coleção Padre Brown, G. K. Chesterton

É graças à excelente adaptação para televisão do canal BBC one (imagem em cima) que muitos portugueses descobriram este padre muito especial: um homenzinho curvado, de óculos grossos e olhar penetrante, sempre carregando o seu guarda-chuva, andando de bicicleta, sempre atento aos problemas da sua vilazinha adorável.

E, no entanto, o escritor G. K. Chesterton teria dificuldades em reconhecer esta versão moderna da sua personagem! O padre Brown dos livros difere bastante daquele que vemos na televisão: sim, é verdade que este “servo de Deus” está muito atento aos problemas sociais do século XX: a pobreza, a discriminação, a crueldade, a guerra, a ganância, os refugiados, etc. Podemos assumir que – no geral – padre Brown tem inclinações “socialistas”. No entanto, ele não deixa de ser um conservador católico: a sua relação com os ateus pode ser de respeito, mas é de grande desconfiança e, sobretudo, critica cultos ligados a Wiccas, novas eras, etc. Além disso, o humor do verdadeiro padre Brown é mais irónico, menos “explosivo”, mais sóbrio. Para terminar, as suas investigações são solitárias: não há Lady Felicia, não há Mrs. Mccarthy, não há inspector Mallory.

Padre Brown foi inventado numa altura em que a Igreja Protestante Inglesa era muito “Anti-Papista”, muito anti-Católica. G.K.Chesterton desejava falar de “um outro olhar”, um olhar pós modernista, pós guerra. O seu desejo era criar uma personagem que, apesar de ter assistido a duas guerras mundiais sangrentas, continuava a acreditar em Deus, e usava a força de Deus para combater o crime, sem nunca perder o seu raciocínio científico e dedutivo. Para isso, baseou-se num padre católico da vida real, O Reverendo John O’ Connor, para criar um imaginário que, inicialmente, era anglicano. Aos poucos, tornou-se católico. E Chesterton tanto investigou a fé católica, que acabou por se converter a ela!

Apesar das diferenças, podemos afirmar que a “adaptação moderna” do Padre Brown é uma das poucas que consegue ser criativa, sem ser “politicamente correta”. Mais ainda, evita politizar os seus episódios, o que é uma mais-valia nos tempos de hoje. Quanto aos livros, vale a pena conhecer o verdadeiro Brown: um homem extraordinariamente inteligente, muito humano, muito “iluminado”. Um homem de pensamento complexo e raciocínio arguto, alguém que vê com olhos de ver e ouve com ouvidos de ouvir.

Algo que só um padre a sério sabe fazer.

 

Imagem retirada de:

https://filmow.com/padre-brown-1a-temporada-t76232/ficha-tecnica/

terça-feira, outubro 13, 2020

Livro(s) da Semana - Coleção Maigret, Georges Simenon

 

Coleção Maigret, Georges Simenon

Estávamos no ano de 1931. O escritor Georges Simenon, de férias na Holanda, estava sentado numa esplanada bem ao pé de um canal. De repente, quase como se fosse uma revelação divina, imaginou um inspetor de polícia parisiense, a experienciar uns dias de descanso na nação das tulipas. A sua própria constituição física – segundo o próprio autor – foi baseada na figura do seu próprio pai. Nasce, então, Jules Maigret, o “Sherlock Holmes da França”.

Porém, as diferenças acabam por aqui: Jules Maigret é um homem casado – e bem casado. Não têm filhos - a única filha que tiveram morreu à nascença - mas ele e ela são unha com carne. São tão unidos que, muitas vezes, ele pede conselhos e opiniões à sua mulher, sempre que tem uma dúvida em relação a um crime. Louise é a Watson deste universo policial.

E, por fim, temos uma outra forma de pensar e de viver este mundo: o olhar sereno, mas ao mesmo tempo intelectual de Paris. Há uma atmosfera francesa na grande literatura de Georges Simenon, um olhar circunspeto mas também doce da existência humana. É impossível não amarmos esta personagem, tão humana, tão compassiva.

A nossa biblioteca possui uma vasta coleção. Não, não são só quatro volumes, são imensos. Os nossos visitantes têm muito por onde escolher. E uma coisa é certa: o género policial – tantas vezes menosprezado e ignorado pelas grandes academias e prémios internacionais – deve muito o seu prestígio a escritores como Simenon. Não, não é só a história que importa: há toda uma complexidade de pensamento humano, que se perde nas adaptações para o cinema ou televisão.

É que Maigret não é assim tão fácil de dramatizar...

quinta-feira, outubro 08, 2020

Para ver e Pensar - Também a Chuva, de Icíar Bollaín



No próximo dia 12 de outubro celebra-se o Día de la Hispanidad, feriado nacional de Espanha, que comemora a chegada de Cristóvão Colombo às Índias Ocidentais, a descoberta do Novo Mundo que era o que hoje conhecemos como continente americano. Tal como os descobrimentos portugueses, são-nos hoje contadas histórias gloriosas, ou glorificadas, dos feitos heróicos que ocorreram: enfrentar mares revoltos, tempestades, tribos hostis e até monstros imaginários. Mas terá sido a realidade assim tão gloriosa?

Coincidentemente (ou não…), apenas três dias depois do feriado nacional de Espanha, no dia 15 de outubro, será celebrado o Dia Mundial da Resolução de Conflitos. Parece ser coisa pouca – estes dias especiais não parecem resolver nada -, mas há dias que nos fazem pensar e refletir. Sejamos honestos: até que ponto é difícil sararmos feridas e recomeçarmos de novo, sem os fantasmas do Passado e do Presente?

Já cantava Elton John: A palavra “desculpa” parece ser a mais difícil de dizer. E, no entanto, este filme não está apenas a tentar expor um conflito do passado, ainda tão vivo no século XXI: ao mesmo tempo, deixa bem claro que a escravidão nunca acabou, simplesmente mudou de rosto e de táticas. Hoje, já não é comum em muitos países vermos um Humano amarrado e acorrentado, a ser vendido numa praça. Contudo, o que é que vocês acham que é o “trabalho infantil”? O que é que vocês pensam que é o “trabalho à jorna”? O que é que vocês pensam que a Apple é, quando coloca grades nas janelas das suas fábricas, para impedir que os seus escravos-a-fazer-de-conta-de-que-são-trabalhadores não possam cometer suicídio? Aliás, a inteligência desta corporação mortífera é tão boa que eles nem sequer têm fábricas, pagam “o serviço” a outros carrascos. Assim, a Apple não poderá ser acusada de maus tratos aos trabalhadores, pois pode sempre alegar desconhecimento…

Também a Chuva ganhou em 2010 o Óscar do melhor filme estrangeiro e foca dois tempos: a chegada de Cristóvão Colombo e o genocídio que os índios sofreram, como consequência da dita cuja “Cristianização”, e foca o ano de 2000, quando os Colombianos declararam guerra à corporação Americana Bechtel, uma companhia que supostamente devia distribuir a água a todos os nativos deste país, mas decidiu, de um dia para o outro, vender a água da torneira a preço de petróleo. Estas duas batalhas – uma do século XVI e outra do século XXI – fundem-se numa sala de cinema escura, um espaço onde atores, realizadores, músicos, pessoal de limpeza e restante público se encontram. Este é um lugar que foi criado (sem dúvida!) para entreter, mas também foi criado para refletir e mudar. E sarar feridas. E resolver conflitos.

Deixamos em baixo um pequeno trecho do filme, para aguçar o apetite. Prestem muita atenção à cena do afogamento das crianças. Reparem no olhar do “Homem Branco”, ainda arrogante o suficiente para achar que a “sua cena” é mais importante do que outras coisas. E o olhar do Índio, que não quebra, e que é de opinião de que há certas coisas que nunca poderão ser dramatizadas.

Por muito boas que as intenções sejam.

 

Trecho do filme También la Lluvia (sem legendas) - Aqui



Linha Internet Segura

A Direção-Geral da Educação, através do Centro de Sensibilização SeguraNet, numa parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, lança a campanha de sensibilização Linha Internet Segura, nas Escolas.   Nesse sentido, as Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas nº2 de Serpa associaram-se à iniciativa, juntamente com os professores de Informática do agrupamento, no sentido de afixar nas salas de informática e centro de recursos os cartazes aqui também divulgados, com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar para a importância de denunciar o cibercrime, o  ciberbullying e outras formas de intimidação, ameaça ou assédio.

A Linha Internet Segura é um serviço que presta apoio telefónico ou online, de forma anónima e confidencial, sobre questões relacionadas com o uso de plataformas e tecnologias online.  Dispõe de um sistema que permite reportar as ocorrências graves às autoridades competentes, quando existem indícios de que uma criança pode estar em perigo.  

 Horário de funcionamento da Linha Internet Segura: das 9h00 às 21h00, nos dias úteis.   

Acessível através de:  

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