E cá vamos nós bater na mesma tecla: menos gorduras, mais vegetais, pouco (muito pouco!) álcool, muita fruta, pouquíssima carne… Quantas vezes os nosso alunos não ouviram falar desta lenga-lenga, ao ponto de estarem fartos da mesma cantiga? Pois é: o problema não é os portugueses não saberem o que faz bem à saúde, o problema é as pessoas não se interessarem por tal assunto.
Por que motivo ninguém presta atenção à alimentação? Infelizmente, o ser humano só decide ser cuidadoso quando começa a sentir na pele os efeitos negativos de uma má cozinha: peso excessivo, anemia, pele amarela, cabelos fracos, ossos frágeis, constante cansaço, etc, etc, etc. Até lá, é só brincadeira. Então, se o problema é a indiferença, como é que podemos mudar as mentalidades?
Aqui vão algumas dicas:
1- De pequenino é que se torce o pepino – Quanto mais depressa as crianças se habituarem à comida saudável, melhor. É importante que os pais se apercebam que o alimento que eles consomem será imitado pelos filhos, e de nada vale a pena dizerem “faz o que eu te digo, não aquilo que faço”: o ser humano é um animal social, e tende a copiar os hábitos/comportamentos da sua comunidade. Está cientificamente provado: os filhos gordos, em mais de 90% dos casos têm pais gordos.
2- Tem que ser – E o que tem que ser tem muita força. Se as autoridades restringirem ou cortarem os alimentos pouco saudáveis em lugares públicos – uma escola, por exemplo – não irão criar uma geração mais consciente de um momento para o outro. Porém, através desta penalização pública e oficial, a mensagem será clara para todos e, como quem não quer a coisa, “o bichinho” será, pouco a pouco, implantado no nosso subconsciente.
3- Plante uma pequena ou grande horta – Agora que a crise estourou na casa de quase todos os portugueses, nada melhor do que começarmos a meter as mãos na terra. E não, não é necessário termos largos hectares para plantarmos batatas e couves: com o simples espaço de uma varanda ou uma garagem pode fazer incríveis milagres. O excelente Projeto Plantar Portugal apresenta detalhadamente um tutorial de como aproveitarmos ao máximo todos os espaços que temos na nossa casa para produzirmos comida.
Para quem torce o nariz às hortas, e ainda acha que isto é “coisa de pobre”, não podem estar mais enganados: ter um jardim de vegetais tornou-se o último grito da moda urbana. Em Nova Iorque, por exemplo, é praticamente impossível encontrarmos um prédio onde não haja uma única pessoa a plantar batatas e alfaces. E em Portugal, crescem os projetos ligados à terra, e candidatos não faltam. A título de exemplo, Lisboa está a voltar a ser alfacinha, e crescem como cogumelos as varandinhas verdes e as hortas comunitárias.
Os tempos estão, de fato, a mudar. Ao fim de décadas a bater na mesma tecla, o desejo do mar e da semente voltaram em força. Talvez seja o cansaço do betão ou a carteira cada vez mais vazia. Em todo o caso, seja qual o motivo for, as crianças do futuro olharão para a comida de uma outra maneira…
Horta numa varanda, parte 1
Horta numa varanda, parte 2
Imagens retiradas daqui
1 comentário:
Hortinha? Também tenho uma, Nha nha nha nha (risos).
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