Lutava há sete anos contra um cancro e, no fim, perdeu a guerra aos 56 anos. A morte é sempre trágica, mas no caso dos génios a tristeza é ainda maior: Steve Jobs era um verdadeiro feiticeiro do mundo da Informática que mudou radialmente a forma como nós vivemos e experienciamos a tecnologia. E as homenagens, como era de se esperar, vieram de todos os outros lados. Rivalidades à parte, Steve Jobs era muito admirado e respeitado pelos seus colegas. Basta olharem para a imagem do lado – um iphone iluminando a foto do seu génio, em jeito de santuário, para nos apercebermos a marca que deixou em todos nós.
As suas invenções são mais de 300 e
estão todas patenteadas. Algumas são até bem simples: o estilo caligráfico que escolhemos para escrever um texto num pc da Apple pode muito bem ter sido invenção dele. Aliás, Steve Jobs era um apaixonado pela estética da caligrafia e chegou a inscrever-se durante um ano num curso dedicado a este tema.
Foi o fundador da Apple, foi despedido da própria empresa que criou devido a graves divergências entre o John Sculley, o CEO da Macintosh. Iroinia das ironias, foi o próprio Jobs que o convidara a fazer parte do seu mundo, pois Sculley era um grande “Big Boss” da PEPSI. Anos mais tarde, em 1996, foi a própria imprensa que, à beira da falência, implorou para que voltasse a tomar conta da casa. A partir daqui, passaremos a assistir a uma competição feroz – mas amigável entre Bill Gates e Jobs. É que, ao contrário dos seus fãs, os dois gurus da Informática foram sempre amigos.
O primeiro computador feito por Steve Jobs e Steve Wosniak foi construído em 1976 numa garagem. Foi colocado à venda em 1976 e custava 666 dólares. Hoje vale mais de 300.000 dólares e é peça de museu. Era uma caixa que tinha de ser montada (não trazia invólucro). O que o tornava espetacular era o facto de ser um PC pessoal: era suficientemente pequeno para caber numa secretária e o seu preço começava já a ser acessível aos bolsos dos americanos “comuns” (imagem em baixo). Transformaram-se instantaneamente em milionários, assim que a empresa Apple/Macintosh abriu as portas. Apenas 200 pcs foram criados mas foram vendidos como pãezinhos quentes (podem vê-lo neste seguinte vídeo.
Quando regressou à Apple, começou apenas por ser um conselheiro – a sua nova empresa, NeXT, tinha sido comprada pela Apple - mas a sua genialidade era tanta que depressa foi reciclado para o cargo de presidente. Steve Jobs, um perfecionista feroz da estética e do design aliados a uma boa performance (ele nunca se esqueceu do seu curso de caligrafia…), deitou para o caixote de lixo uma série de projetos falhados ou destinados a falhar. A chegada do ipod e da loja itunes irá criar uma revolução no mundo digital, levando grandes marcas como a Sony à beira da falência. Mas mais brilhante ainda foi a invenção do iphone e do ipad. O resto é História…
Pode-se dizer muitas coisas sobre a Apple: que a fama é mais do que o proveito; que o custo/venda do produto é obscenamente alto; que muitos dos seus produtos poderiam ser mais acessíveis, se se deitasse fora a “quinquilharia” de acessórios que está lá a mais e que só uns poucos gatos pingados usam; pode-se dizer que o problema da Apple é não ser compatível com praticamente nada, e são as outras empresas que têm de mudar os seus softwares para agradarem aos “meninos mimados” da Apple, em vez de ser o contrário; pode-se dizer que esta empresa é fechada, arrogante e elitista; pode-se dizer que esta empresa só se interessa em atrair um público endinheirado, impedindo que a larga franja da Humanidade possa ter acesso à tecnologia de ponta. Mas ninguém pode negar que um ipad é um objeto lindíssimo, prático e funcional, uma espécie de 300 em 1. Na verdade, se não fosse tão caro e tão pesado, muita gente já o teria adquirido (mas tendo em conta as notícias da última semana, a Amazon está a tentar precisamente atrair esse público, com a criação do Kindle Fire).
Uma coisa é certa: génios como o Steve Jobs não se encontram aí aos pontapés. Não vai ser fácil a Apple conseguir substituir este grande homem e já se nota umacerto medo do futuro, pairando no ar: conseguirá o novo CEO produzir os milagres que o seu antecessor conseguiu? A ver vamos.
Em todo o caso, desejamos a Steve Jobs não um lugar no céu mas uma boa futura reencarnação. É que ele era budista.
Anúncios da Apple que fizeram História
Anúncio Apple – Homenagem à obra “1984” de George Orwell
Vários comerciais da Apple/Macintosh
Ipod Nano
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