quarta-feira, outubro 12, 2011

Livro Da Semana

 

Nómada, de Stephenie Meyer

clip_image002 Uma vez que estamos a chegar a passos largos ao dia do Halloween, continuamos a apresentar livros que estejam relacionados com o mundo do Fantástico, da Ficção Científica e do Terror. Desta vez, a obra que apresentamos está mais ligada ao género da Ficção Científica. E, para quem conhece o universo do Crepúsculo, o nome Stephenie Meyer não lhe é nada estranho, muito pelo contrário. Mas desta vez não é de vampiros que iremos falar.

Na opinião de muitos leitores – até dos seus próprios fãs!! – Stephenie Meyer não é uma grande escritora. Na verdade, para quem gosta de um bom romance, o seu estilo literário deixa muito a desejar. Porém, goste-se ou não, esta norte-americana sabe contar uma boa história e sabe prender o leitor da primeira à última página. Além disso, sabe pegar numa ideia velha e “modernizá-la” para os tempos modernos, o que explica a razão por que tantos adolescentes – e até adultos – se identificam com as suas personagens.

A invasão …

de um ser alienígena que se apodera do nosso corpo e mente não é uma invenção sua: com efeito, há imensos filmes, contos e romances que focam precisamente o mesmo tema. A título de exemplo, podemos mencionar o conto O Horla, do escritor francês Maupassant ou o filme A Invasão dos Ladrões de Corpos, que já teve várias versões e que ainda hoje nos causa calafrios. Por que motivo, então, vale a pena ler esta obra? Talvez o grande motivo se prenda com o facto de que, ao contrário das outras histórias, o ser humano não é assim tão insubmisso e tão facilmente manipulável. O final deste “conto de terror” não é assim tão catastrofista e os extraterrestres não são a preto e branco, possuem sentimentos e praticam boas ações.

Nómada – a personagem alienígena que tomou conta do corpo e mente de uma humana – não é uma invasora cruel e psicopata. Acima de tudo, é uma historiadora e cientista muito respeitada e admirada pelo seu povo. Na verdade, foi aquela que mais “encarnações” realizou e, por isso mesmo, é uma autoridade no seu mundo. Porém, fica estupefata quando descobre que, ao contrário dos outros seres que “dominou” ao longo da sua vida, a humana, que faz agora parte do seu novo “eu”, recusa-se terminantemente a desaparecer da sua mente, e trava uma feroz batalha de sobrevivência física e mental. Perante esta teimosia, Nómada só tem uma coisa a fazer: ou estabelece um “pacto de tréguas” com esta fêmea ou viverá para sempre numa enorme instabilidade mental. Para piorar as coisas, esta nova espécie encontrada – a dos humanos – é mais forte do que aparenta ser e não vai ser assim tão fácil “tomá-la”. E não demorará muito para que Nómada e o seu povo descubram que essa coisa chamada corpo, nos humanos, possui um poder inimaginável nas suas vidas. Na verdade, o corpo humano não é apenas um simples “pacote” que serve para armazenar a alma. Parece ter vida própria e influi nas nossas ações e sentimentos…

Para quem gosta de ler uma boa história sem ter que puxar muito pela cabeça, este é o livro ideal. E não se deixem desmotivar pelo seu tamanho: este “tijolo” de quase 900 páginas devora-se em dias. E convém dizer que Nómada, em termos literários, ultrapassa largamente a qualidade da série Crepúsculo (aqui entre nós, também não é preciso muito…), o que nos faz chegar à conclusão que provavelmente Stephenie Meyer estaria mais à vontade a escrever um conto do que a desenvolver uma epopeia de 5 volumes.

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