A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick
Já tínhamos, há uns meses, falado no nosso blog de autómatos mágicos, verdadeiros brinquedos que causam sempre fascínio nos miúdos e graúdos. Desta vez, vamos falar de um livro que gira à volta de uma destas fantásticas máquinas.
O filme já está à porta e já foi estreado nos Estados Unidos da América, mas isto não é desculpa para não se “ler” o livro. E dizemos “ler” entre aspas porque A Invenção de Hugo Cabret é um livro em que a imagem e o movimento são tão ou mais importantes do que a palavra em si. Aliás, tendo em conta que esta maravilhosa obra-prima do género fantástico vive muito da imagem – para todos os efeitos, não passa de uma deslumbrante banda desenhada – quase que nem faz sentido transpor esta história para a sétima arte. Com efeito, as duas horas de cinema gastas numa sala 3D mais não são do que uma cópia decalcada deste romance fabulosamente ilustrado, romance este que, ironicamente, é uma homenagem à 7ªa arte, mais particularmente uma homenagem àquele que é considerado o pai do cinema fantástico, Georges Méliès. Daí que todas estas 500 páginas nos façam lembrar mais um filme do que propriamente a literatura no seu estado puro.
Falemos um pouco deste livro: Hugo Cabret vive no ano de 1931 e parece ser um menino como tantos outros, mas as aparências iludem: para além de adorar relógios e de querer sempre consertá-los, Hugo vive numa estação de comboios e é um ladrão. Rouba carteiras, faz favores, manda recados, enfim, pequenos crimes para crianças sozinhas e meio-abandonadas. Rouba, sobretudo, peças de relógios e de máquinas estragadas, pois o seu sonho é consertar um maravilhoso brinquedo que está avariado: um autómato sentado numa cadeira, de pena na mão, pronto a escrever uma mensagem qualquer num pedaço de papel. E Hugo é curioso, muito curioso. Por isso mesmo, não descansará enquanto não voltar a dar “vida” ao boneco, pois está ansioso para saber que “recado” é que esta máquina tem para lhe dar. É que, viremos a saber mais tarde, este androide está ligado ao seu passado…
Este é um livro de 500 páginas que se lê numa só tarde. É mais imagem do que palavra, porém, não se iludam: a boa banda desenhada é sempre aquela que está ligada a uma boa história. E este romance é uma excelente viagem ao mundo dos sonhos.
A Invenção de Hugo Cabret, Booktrailer
A Invenção de Hugo Cabret, Trailer do filme
1 comentário:
Oh não. Outra adaptação para cinema...
Mais um livro que deixa de ser lido.
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