quinta-feira, dezembro 11, 2008

De Onde É Que Vem A Expressão…

Não Poder Ver Uma Camisa Lavada (A Um Pobre)

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Foto retirada do Site O Covil

Usamos esta expressão quando nos referimos a alguém que está sempre “de olho gordo”, a morrer de inveja de tudo aquilo que os outros têm, ao ponto de se tornar uma pessoa ridícula e digna de desprezo.

Mas a sua origem é trágica e refere-se aos tristes tempos da Inquisição., instaurada, como já dissemos, no século XVI. Ora, estes “santos padres” estimulavam as denúncias, mesmo que fossem anónimas. Ou seja, bastava um indivíduo detestar o vizinho, para imediatamente denunciá-lo à Igreja Católica, acusando-se de ser judeu ou bruxo. Na verdade, não era raro, durante as partilhas entre membros da família, alguém “livrar-se” de um maçador tio, filho ou primo através desta via terrivelmente injusta, ficando, assim, com a fortuna que lhe cabia.

Um dos meios de identificar um “Herege”, isto é, um não-cristão, era através… da roupa lavada. Os judeus foram sempre um povo extremamente limpo, com hábitos de higiene muito arreigados, ao contrário dos cristãos que, durante séculos, não tomavam banho porque era pecado (os padres acreditavam que tal acto podia estimular “pensamentos sujos”). E apesar de as bruxas serem retratadas como sendo mulheres sujas, de cabelos desgrenhados, também havia aquelas que gostavam dos secretos e proibidos prazeres de um banho quente…

Em suma: se alguém na casa do lado lavava as roupas mais vezes do que devia, isso era um indício de que podiam ser judeus ou bruxos…



Despedir-se à Francesa

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É o que dizemos daquelas pessoas que, de mansinho, desaparecem de uma festa, reunião ou evento, sem se despedirem de ninguém. O “Despedir-se à Francesa” está ligado à má educação, a convidados ingratos que, depois de se fartarem de comer e de beber, nem sequer agradecem com decência a simpatia dos donos da casa. Enfim: é dedicado a todos aqueles que se vão embora sem dizerem “Obrigado” ou “Até Amanhã”…

Porém, há cerca de duzentos anos atrás, em França, esta atitude era sinal de cortesia e de boa educação! Expliquemos: se alguém pretendia abandonar uma sala a abarrotar de convidados, despedir-se de todos seria considerado “indelicado”, pois essa pessoa estaria, provavelmente, a interromper uma conversa estimulante, um jogo que exigia concentração, um namorico que estava a começar, uma coscuvilhice entre duas solteironas ou, quem sabe, uma discussão científica…

Este costume acabou por se generalizar em muitos países e, com o tempo, passou a adquirir o sentido exactamente contrário: quem não se despede não tem “boas maneiras”.

S.C.

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