terça-feira, novembro 18, 2008

A VOL recomenda…

Para esta semana, a livraria Vemos, Ouvimos e Lemos, sugere três obras literárias que nos darão muito que pensar. Ora, aqui estão elas:



A Casa do Silêncio, Orhan Pamuk


Prémio Nobel da Literatura em 2006, Orhan Pamuk é um escritor turco que, para raiva dos nacionalistas do seu país, assumiu, perante as câmaras e o mundo inteiro, a culpa da sua nação por um dos primeiros genocídios de todos os tempos: o genocídio arménio. Esta vergonha nacional, que ainda hoje é um embaraço para os turcos, granjeou-lhe a admiração mundial, mas não a simpatia do seu povo.
Pamuk é mais conhecido pela sua obra Neve, onde se fala de uma estranha onda de suicídios e todas as vítimas são mulheres. Desta vez, A Casa do Silêncio retrata na perfeição o conflito entre gerações, a propósito de uma Turquia cada vez mais “americanizada”, ao mesmo tempo que tenta preservar as suas raízes históricas, religiosas e culturais. Fatma, uma viúva com cerca de noventa anos, assiste ao triste espectáculo de a sua querida cidade portuária ser transformada numa estância turística, bem ao estilo ocidental. O que pensa esta mulher, quando presencia estes “novos tempos”?
Primorosamente escrito, eis uma excelente prenda de Natal para alguém que amamos.

Os Ratoneiros, William Faulkner



No início do século XX, os ladrões, nos Estados Unidos da América, eram vulgarmente conhecidos por outro nome: “Ratoneiros”. A origem da palavra é óbvia: rápidos, manhosos e silenciosos (como os ratos), conseguem tirar tudo o que desejam: carteiras, carros, chaves… Este livro conta a história de Lucius Priest, um miúdo com apenas onze anos, e Boon Hogganbeck, um empregado da família de Lucius. Boon convence o jovem rapaz a roubar o espectacular carro do seu avô e, juntos, partem para a aventura. Pelo caminho, encontram Ned McCaslin, um cocheiro negro, que se juntará aos dois. Temos, então, um trio muito improvável: um negro resignado à segregação racial, uma criança de onze anos e um empregado espertalhão cheio de “lábia”.Ao mesmo tempo que acompanhamos as personagens, vamos conhecendo uma América profunda, conservadora, racista e sedenta de dinheiro.
Uma América que, para o bem ou para o mal, ainda existe…


As Cidades Invisíveis,
Italo Calvino


Ora aqui temos nós um dos livros mais estranhos e mais fascinantes, alguma vez escritos. Há duas personagens: o viajante Marco Polo e o rei Kublai Khan, neto de Gengis Khan. Os dois conversam, conversam, conversam… Falam de quê? De cidades, obviamente, de cidades perfeitas, de como deviam ser as cidades, o seu impacto, o seu cheiro, a sua existência nos corações dos homens.São 50 mini-histórias interligadas, cada uma levando a outro espaço, a outro lugar, a outro mundo, a outro universo…



Para quem ama verdadeiramente as palavras.



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