quinta-feira, setembro 22, 2011

O Triunfo Dos Livros Digitais

 


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As gerações mais velhas não lhes acham piada literalmente nenhuma: não têm o glamour dos livros originais, não têm o cheirinho agradável do papel novo, não são agradáveis ao toque… Enfim, são uma coisa digital qualquer sem alma e sem o toque humano. Porém, as estatísticas mostram um fator interessante: os jovens estão, de fato, a ler mais, graças aos e-books e audiobooks. E desde que as empresas audible.com e Kindle tomaram conta do mundo, são cada vez mais os clientes que optam por comprar o novo grito da moda, em vez de escolherem o velhinho e empoeirado calhamaço.

Pela minha parte, eu confesso: sou uma romântica. Continuo a preferir o livro no formato “antiquado”. Todavia, não me incomoda nada comprar um e-book ou até escutar um audiobook. Há, de fato, imensas vantagens a ter em conta, se apostarmos nestes novos dois formatos. Ora vejam:

1- São mais baratos - E contra fatos não há argumentos. Há livros na Kindle que se encontram a apenas 0.50€ e, mais espantoso ainda, há muitas obras grátis, precisamente porque os chamados “direitos de autor” já expiraram. A título de exemplo, basta dizer que o novo romance de Umberto Eco, Cemitério de Praga, custa apenas cerca de dez euros em formato digital, enquanto que o livro em papel custa mais de vinte euros.

2- Nunca se esgotam – Precisamente porque estes livros são “virtuais” não há gastos de produção. Tudo o que a empresa faz é proceder a um scanner uma vez na vida, e depois o resto é simples: copiar, copiar, copiar. Os custos do papel, da tinta, e dos transportes são simplesmente inexistentes. Os e-books podem ser a salvação de muitas obras literárias que, todos os anos, vão parar “à guilhotina”, ou seja, vão para o caixote do lixo porque ninguém as comprou. Sabe-se lá se, no meio desta “carnificina”, não estará ali algum grande génio ignorado…

3- clip_image004São ecológicos – É verdade que a indústria livreira não é a grande culpada pela matança das florestas. De fato, muitas delas até já usam papel reciclado. Porém, até o próprio mercado das revistas e jornais já está a aceder ao formato e-book. Imaginem quantas árvores serão poupadas, se as mulheres de todo o mundo deixarem de comprar Caras e Nova Gente em papel…

4- Não precisamos de esperar – Pois é, é o fim das idas aos correios e das encomendas extraviadas. Aquele livro interessa-me? Pago e descarrego. Numa questão de segundos, posso começar a ler o novo romance da Isabel Allende ou a nova edição da National Geographic.

5- Não pesam nada e o tamanho não se vê – Já olharam para o tamanho do novo romance de George R. R. Martin? Pois é, A Dança dos Dragões, versão original, pesa cerca de um quilo. Mete medo, só de olharmos para o livro. O mesmo se passa com Os Pilares da Terra, de Ken Follett ou o romance 2666 de Roberto Bolaño. E quem dá aulas ouve sempre a mesma cantiga dos alunos: “Oh, professora, dê-me aí um livrinho pequenino, porque eu não gosto de ler”. Curiosamente, os livros digitais não provocam esse medo. A obra continua a ser grande, porém, como não vemos o tamanho da mesma, não nos sentimos desmotivados para lê-la. Nos Estados Unidos da América, há “putos” que andam a ler calhamaços de 700 páginas, sem se darem conta de que nunca os leriam se, de fato, olhassem para eles.

6- Em caso de incêndio… - Qual incêndio??? São digitais!! E isto é uma vantagem sem precedentes: ao contrário dos formatos em papiro e papel, escritos com amor mas também com muita paciência e suor - nunca foi tão fácil preservar o conhecimento. E nunca foi tão fácil e tão barato transmiti-lo ao mundo inteiro. Se alguma Biblioteca de Alexandria voltar a arder, o conhecimento não desaparecerá.

Façamos, então, uma pausa, e pensemos: o livro em papel irá desaparecer? Provavelmente não. Algumas edições comemorativas ou de colecionador continuarão a ter o seu charme mas é provável que a esmagadora maioria dos livros num futuro mais próximo sejam editados em formato digital. E não há nada de errado nisto: quando os rolos desapareceram para dar lugar ao formato que hoje conhecemos – uma série de folhas cosidas e escritas nos dois lados da página – não foi por aí que a sede do Conhecimento e do Saber deixaram de estar presentes na espécie Humana. Nada mudou, a não ser o invólucro. E, polémicas à parte, o e-book veio para ficar.

Se este artigo suscitou a vossa curiosidade, então vejam o vídeo de promoção do novo kindle DX3G. Para quem não gosta nada de ler em ecrãs pequeninos – é o meu caso - este novo “brinquedinho” é uma excelente novidade. O preço ainda não é muito acessível, mas esperem mais três anos, e logo comprarão este gadget por metade do preço.

Kindle DX3G (sem legendas)

 

Imagens retiradas daqui e daqui

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