Van Gogh, de Rainer Metzger e Ingo F. Walther
De todas as editoras exclusivamente dedicadas às artes e expressões, a editora Taschen é a mais famosa de todas. Com efeito, se alguém quiser estudar os grandes nomes da arte mundial – ou simplesmente deliciar-se com a beleza dos quadros, fotos, design ou outras formas de a alma se expressar – a melhor coisa que deve fazer é comprar vários volumes desta coleção. A Taschen democratizou o estudo da arte: criou livros cujos preços são acessíveis às bolsas de quase todos, traduziu-os para praticamente todas as línguas do mundo e realizou tiragens em massa. O resultado é o que se espera: não há museu, livraria, biblioteca ou loja turística do planeta que não tenha pelo menos uma edição desta gigantesca fábrica de ensinar arte.
Bem a propósito: a estante deste mês – que será publicada amanhã – é dedicada precisamente a todos os géneros de arte, desde a mestria de fabricar lindíssimos azulejos até ao dom de pintar um tromp l’oeil. E, modéstia à parte, o que não nos falta é livros e enciclopédias dedicadas a este tema, na nossa biblioteca. Ora Van Gogh é um autor que merece um destaque especial, pois possui a genialidade, a profundidade e a aura trágica de um Miguel Ângelo ou Caravaggio – se bem que, é claro, o seu estilo nada tenha a ver com o Renascimento.
Louco esquizofrénico, internado durante vários anos num hospital de loucos, sozinho, pouco compreendido e profundamente solitário, Van Gogh nunca teve sorte na vida, nunca casou, não teve filhos e não vendeu um único quadro enquanto foi vivo. De facto, se existiu ou existe algum génio neste planeta que preencha o velho cliché do artista incompreendido e com crises existenciais, Vang Gogh cabe que nem uma luva nesta categoria. Os últimos anos na sua vida foram povoados de alucinações e de instintos suicidas, provocando-lhe uma morte prematura. Mais de 100 anos depois, a sua vasta obra é hoje amada e imitada por imensas gerações, e sempre que os alunos têm contacto com um dos quadros, a sua reação oscila sempre entre o espanto e o encanto, nunca a indiferença.
Cabe a nós, professores e pais, manter o seu legado sempre vivo.
Tributo a Van Gogh (a música é dedicada a Van Gogh)
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