terça-feira, maio 18, 2010

Livro Da Semana

Um Amigo Chamado Henry, de Luana Gardner

clip_image002 Todos nós já ouvimos falar do impacto que os animais têm nas nossas vidas. Qualquer dono de um cão, gato, ratinho, furão, coelho ou até aranha e lagartixa, todos eles têm algo em comum: levam horas a falar das proezas dos seus seus bichaninhos, dos seus olhinhos queridos, da gracinha que é ver o filhote a brincar com ele, a choradeira no dia da morte deste parente de quatro patas...

Durante muito tempo, os cientistas pensavam que isto tudo era “manias” dos donos destes bichanos. Porém, pesquisas recentes vieram demonstrar que, de facto, as tias inglesas simpáticas e os maluquinhos pelos animais tinham toda a razão: não só eles interagem connosco como, ainda por cima, produzem em nós um efeito semelhante ao dos bebés humanos quando os vemos a dormir: relaxam-nos, reduzem o stress e a depressão, atraem as conversas e os vizinhos, diminuem a solidão, ensinam-nos a dar valor às pequenas coisas da vida e, sobretudo, ensinam-nos a não levar a vida demasiadamente a sério. O prédio pode desabar, pode chover em casa, podemos perder o emprego, mas o raio do cão está sempre aos pulos, a abanar a cauda, a lamber-nos a mão, a convidar-nos para a brincadeira, como se nos dissesse: deixa, isto é passageiro, não há sol que não dê em fartura.

Ora, Jamie e Nuala Gardner tinham realmente boas razões para serem infelizes: o seu filho Dale era autista profundo, e qualquer mudança nos seus hábitos era motivo para ataques violentos de fúria. Os Gardner não tinham quase amigos nenhuns, não tinham vida social, eram olhados pelos outros como os “pais do maluquinho”, as pessoas criticavam-nos nas costas, mas sorriam, cheios de Cristianismo, à frente deles...

Por acidente, adoptaram um cachorrito meigo, um golden retriever amoroso, cheio de enorme paciência e amor. E, instantaneamente, cão e criança humana reconhecem-se e aprendem a amar-se e a respeitar-se. Dan tinha tudo o que queria: um amigo que não o repreendia, que não o olhava como se fosse esquisito, que o aceitava do jeito que era.

Nuala Gardner, como devem calcular, é a própria autora deste livro. E ela é, definitivamente, uma mãe-coragem: lutou contra o preconceito e as ideias feitas de uma sociedade que não estava preparada para ouvir falar da palavra “autismo” e, acima de tudo, tratou o seu filho como um ser igual aos outros, que só precisa de um pouco mais de atenção e de paciência para chegar às mesmas metas que todos nós atingimos.

Um livro comovente, de nos levar às lágrimas, e que nos faz acreditar na luz interior da Humanidade e do que Esta é capaz de atingir, sempre que está disposta a amar.

Agora, vejam esta história, num pequeno filme retirado do Youtube (sem legendas):

 

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