Pronto, já chegou. E numa só semana, 200.000 portugueses correram às salas em estado de euforia ou porque foram arrastados pelos amigos ou porque o amor das suas vidas é doido por este feiticeiro ou porque já se tornou um hábito “picar o ponto” ou…
As críticas têm-se dividido bastante: uns adoraram este filme de morte, outros odiaram-no de morte; uns afirmam que a parte de que mais gostaram foi a acção dos primeiros 40 minutos e detestaram as 500 horas de “campismo à força” dos três amigos; outros juram a pés juntos que a parte de que mais gostaram foi precisamente o “campismo à força” dos três amigos e detestaram a acção rápida demais para o seu gosto; uns acharam que o filme segue quase fielmente o livro; outros acharam que muitas partes importantíssimas do livro nem sequer chegaram a ser explicadas; uns dizem que o filme é muito claro para quem não leu o livro; outros juram a pés juntos que foram ao cinema com amigos ou membros da família que não leram o livro, e estes não perceberam nada. Qual é a opinião da nossa biblioteca? Nenhuma porque, até agora, ainda não tivemos ocasião de pousarmos os nossos cansados pés numa sala de cinema.
E, por muito estranho que pareça (é a primeira vez que ouço tal coisa!), foram várias as pessoas que se queixaram da banda sonora. Segundo as mesmas, estava alta demais e “expunha-se” demais, abafando, assim, a tensão de várias cenas e fazendo com que o público se distraísse da interpretação dos actores. Confesso que não posso dar a minha opinião, uma vez que, tristemente, ainda não vi o filme. Porém, quem me
conhece já sabe que eu tenho a mania de coleccionar bandas sonoras e a primeira coisa que me capta logo a atenção num filme é a música. Aliás, tenho o estranho hábito de ouvir as bandas sonoras ainda antes de ver os filmes em questão. Amei as composições musicais do filme Star Trek, e para mim foi uma verdadeira decepção descobrir que a trilha musical quase que não se notava no meio das explosões e dos efeitos especiais do filme.
Por isso mesmo, desconfio que vou delirar com esta escolha deliberada do realizador David Yates. Com efeito, diz-se para aí que Yates, à semelhança do Senhor dos Anéis, queria que a música desempenhasse não um “papel de fundo”, mas devia, acima de tudo, ser uma espécie de narrador escondido, que reflectisse os sentimentos das personagens. Daí o facto de a banda sonora estar muito exposta, em vez de servir de “abafa silêncios”.
Tem sido já um hábito os produtores desta série trocarem de compositores como quem troca de camisa: primeiro foi John Williams; depois passou-se para Patrick Doyle; Nicholas Hooper compôs aquela que (na minha humilde opinião) foi a melhor banda sonora de todos os filmes: a trilha musical de Harry Potter e o Príncipe Misterioso; e agora damos as boas vindas a Alexandre Desplat. Apesar de tudo, não importa qual é o vosso compositor preferido: todos são bons e foram escolhidos a dedo.
E Alexandre Desplat, como “verão” nos três exemplos em baixo, não é excepção.
Harry Potter 7 (Alexandre Desplat) – The Oblivation
Harry Potter 7 (Alexandre Desplat) – Farewell To Dobby
Harry Potter 7 (Alexandre Desplat) – Ron Leaves