domingo, fevereiro 28, 2010

PNL-Semana Da Leitura

 

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Frase Do Dia

Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais .

Alexandre Herculano, escritor e historiador, século XIX

 

 

 

Booktrailer

Mas o livro é, sem dúvida, ainda melhor!

Dois Parágrafos Saídos De Um Livro Fascinante e Estranho

Jonathan Strange E O Senhor Norrell, de Susanna Clarke

Há alguns anos, na cidade de York, existia uma sociedade de magos. Reuniam-se na terceira quarta-feira de cada mês e liam uns aos outros trabalhos longos e maçadores sobre

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a história da magia inglesa. Eram magos-cavalheiros, que o mesmo é dizer que nunca tinham prejudicado – mas também nunca haviam beneficiado – ninguém com a magia. De facto, para confessar a verdade, nenhum destes magos lançara alguma vez o mais pequeno feitiço, nem por artes mágicas fizera alguma folha tremer numa árvore, um grão de pó alterar o seu rumo ou um único cabelo mudar na cabeça de alguém. Mas, com esta pequeníssima reserva, gozavam de boa reputação e contavam-se entre os cavalheiros mais sábios e mais mágicos de Yorkshire.(...)

No Outono de 1806, receberam um reforço na pessoa de um cavalheiro chamado John Segundus. Na primeira reunião a que assistiu, o Sr. Segundus levantou-se e dirigiu-se à sociedade. Começou por felicitar os cavalheiros por causa da sua distinta história; listou os muitos magos e historiadores célebres que numa ou noutra ocasião tinham pertencido à sociedade de York. Deu a entender que o facto de saber da existência de uma tal sociedade pesara bastante na sua decisão de se mudar para York. Os magos do Norte, relembrou à sua assistência, tinham sempre sido mais respeitados do que os do Sul. O Sr. Segundus disse que estudara magia durante muitos anos e conhecia as histórias de todos os grandes magos de outrora. Lia os novos trabalhos publicados sobre o assunto e tinha mesmo feito uma modesta contribuição para o respectivo número, mas recentemente começara a meditar no facto de os grandes feitos de magia sobre os quais lia permanecerem nas páginas do seu livro e não serem já vistos na rua ou descritos nos jornais. O Sr. Segundus desejaria saber, disse, porque é que os magos modernos não eram capazes de efectuar a magia sobre a qual escreviam. Em suma, desejaria saber porque é que já não se faz magia em Inglaterra.

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