Este projecto, composto por três volumes, constitui o resultado de pesquisas efectuadas ao longo de três décadas por Manuel J. Gandra, investigador pioneiro no estudo da tradição cultural e espiritual do nosso país.
Há trinta anos que Manuel J. Gandra tem andado pelos quatro cantos do país a recolher todo o tipo de benzeduras, orações, ritos e festivais antigos, lugares mágicos, sociedades secretas (muitas em Sintra, leiam o livro), origem de nomes de terras… Enfim, este investigador e historiador andou entretido a “caçar” todo o tipo de histórias relacionadas com o sobrenatural no nosso país, e que envolvem até reis e rainhas!
Esta obra é um dicionário (para frustração nossa, ainda vai na letra B!) e é de ler e de chorar por mais!!
Só para vos dar um cheirinho, aqui vão alguns temas que podes encontrar neste livro: Magos, Feiticeiros, Bruxas e Respectivas Operações; Botânica Simbólica; Hierarquias Celestial e Infernal; Geografia Sagrada e Lugares Mágicos; Arqueologia Misteriosa.
Há imensas teorias acerca deste número, mas quase todas residem na Bíblia: segundo este livro sagrado, bem como para os adeptos da Cabala e da Numerologia, o número da Humanidade é o 6, enquanto que o número de Deus é o 7, algarismo que representa a perfeição absoluta. Nós, humanos, como fomos feitos à sua imagem e semelhança, estamos perto Dele, embora ainda tenhamos muitas falhas e defeitos. Diz, assim, o rei Salomão, a propósito da Humanidade: O homem é como uma pedra bruta, cheio de irregularidades, asperezas e imperfeições. Assim como o talhador lapida e transforma a pedra bruta tornando-a polida, assim também a pessoa deve lapidar-se, tirar de si inúmeras arestas irregulares deixando apenas aquelas arestas necessárias a lhe dar uma forma regular e perfeita. Seis é, portanto, o número do caminho para a perfeição.
Ora, todos os defeitos que nós temos são mais que centuplicados no Diabo, daí o número 666: ele é cem vezes mais maligno do que nós, cem vezes mais intriguista do que nós, cem vezes mais pecador do que nós, etc.
Há também outras referências a este número: 666 é o número dos filhos que Adonicam (um judeu importante em Jerusalém) teve; é o número de moedas valiosas que o Rei Salomão recebia da rainha de Sabá; por fim, no último livro da Bíblia, o Apocalipseou Armagedão, a “marca do Diabo” é referenciada no mínimo sete vezes!
Quando soarem as badaladas da meia-noite, as bruxas e outros demónios andarão à solta!!! Mantenham-se atentos, porque umas ajudar-vos-ão e outras serão capazes de vos lançar um feitiço maligno!
Os ingleses e americanos chamam a este dia Halloween. Mas, de onde vem este nome? Halloween é a junção de duas palavras inglesas: All Hallows’ Eve, ou seja, Véspera de Todos os Santos. Como vês, nós também celebramos este dia, embora de uma forma completamente diferente: em vez de trick or treat, (doces e travessuras), os portugueses visitam a campa dos seus mortos e prestam-lhes homenagem.
Em tempos que já lá vão, visitar os nossos familiares já idos significava falar com eles, fazer-lhes uma grande festa, almoçar ao lado deles, cantar para eles, pedir-lhes conselhos… Além disso, e durante muito tempo, os cemitérios não estavam afastados do “reino dos vivos”. Muito pelo contrário, estavam dentro das cidades!
Mas… Como nasceu este ritual?
O Sétimo Selo, Ingmar Bergman
Os nossos antepassados não sentiam tanto medo da morte, como hoje sentimos: até há muito pouco tempo, a esperança de vida era de 36 anos, e era bastante comum os bebés não sobreviverem muito tempo. A fome, as doenças e as guerras, levavam-nos muito cedo para o reino de Hades. Por isso, as pessoas buscavam conforto na esperança de uma vida melhor, ou seja, no reino para lá desta existência terrena. A morte, muitas vezes, era descrita como alguém que gosta de jogar xadrez, e era até capaz de negociar a nossa alma por uma boa partida! Só no século XX é que a esperança de vida, graças às descobertas da Ciência, aumentou, e as pessoas passaram a viver mais tempo.
Esta festa não é cristã, mas sim, celta. A Igreja católica, para “apagar” o costume de as populações celebrarem ritos pagãos (isto é, não cristãos), optava por substitui-las por “festas católicas”. Assim, os habitantes de Portugal passaram a homenagear não as bruxas, mas os santos apoiados pela Igreja Romana!
Actualmente, apenas os ciganos ainda festejam o dia dos mortos à maneira antiga: a família inteira senta-se ao pé dos mortos, fala com eles, canta para eles… Não é uma homenagem bonita?