Vamos ser honestos: o bullying sempre existiu, sempre fez parte das nossas vidas, da nossa infância e até do nosso local de trabalho. São infindáveis os relatos de grandes filósofos, artistas, cientistas e de pessoas anónimas que, ao longo de milénios, contaram as suas memórias bem pessoais e bem dolorosas. No entanto, foi só no final do século passado que este tipo de crueldade começou a ser estudada e combatida, e este alerta deveu-se muito ao triste tiroteio e massacre numa escola, na cidade de Columbine, EUA. Dois rapazes, vítimas da maldade dos colegas, mataram e feriram dezenas, para depois cometerem suicídio. Esta tragédia teve lugar no ano de 1999 e quase que parece ter anunciado a chegada de um século XXI cheio de sangue, de guerras e da apatia de uma civilização que já não funciona mais.
Ontem, foi o Dia Mundial de Luta contra o Bullying. Para “comemorar” este dia, apresentamos aqui homens e mulheres que, ao longo da História, também tiveram de suportar esta humilhação pública... E sobreviveram. Além disso – a julgar pela imagem acima apresentada – são muitos mais do que nós pensamos.
É caso para dizermos: o que não me mata, torna-me mais forte.
Cláudio, Imperador Romano (século X a.C.)
Muitíssimo gago, sofria também de tremores nas pernas e salivava muito. De facto, ele pode muito bem ter sofrido de uma doença rara chamada Doença de Wilson, e esta enfermidade pode até criar surtos psicóticos. Foi gozado e espancado por Calígula, um dos muitos imperadores loucos do Império Romano. Chegou ao poder por simples acidente: era o único sobrevivente da linha de Augusto (os outros foram “despachados” para o Céu...) e deram-lhe o cargo. Acabou por se tornar um excelente imperador... até ser sido assassinado pela sua esposa, Agripina.
Leonardo Da Vinci (século XV)
Gozado por ser ruivo e por ser gay, o pobre do Leonardo passou as passas do Algarve. E mesmo já famoso e protegido por poderosos mecenas, chegou a haver peças de teatro satíricas que aludiam a um “tal pintor” famoso e ruivo, que tinha paixonetas por rapazes. Com efeito, foi recentemente descoberta uma ilustração alemã do ano de 1495, onde se vê o pintor a olhar para um jovem seminu.
Napoleão Bonaparte (séculos XVIII e XIX)
Foi gozado por ser baixinho. Há fortes indícios de, inclusivamente, ter sido molestado por colegas. Além do mais, o seu forte sotaque francês da Córsega também não ajudou nada. Para piorar, era tímido, gostava de estar sozinho e adorava ler. O alvo perfeito para qualquer bully... Reza a lenda que, um dia, decidiu vingar-se: durante uma guerra de bolas de neve na escola, Napoleão ajudou o seu grupo a vencer a batalha, ao criar uma estratégia de guerra eficaz, que incluía até um forte criado para a ocasião.
George Orwell (século XX)
Ora, aqui está uma história deveras curiosa: aluno da escola Eton – famosa por ser a escola dos meninos riquinhos e poderosos – George Orwell morreu convencido de que tinha acidentalmente matado um colega chamado Philip Yorke, juntamente com o seu amigo Steven Runciman... através de um ritual voo doo. Não, não estamos a brincar, Steven Runciman inclusivamente confessou os seus remorsos à família da vítima! A verdade é que a crueldade dos outros leva-nos a cometer atos desesperados e loucos. Após a feitiçaria voo doo, Philip Yorke, um bully consumado, sofreu de uma lesão na perna e, meses depois, morreu de Leucemia. George Orwell foi para a cova a pensar que tinha matado um ser humano.
Alan Turing (século XX)
Aluno da famosa e icónica Kingston’s College, em Cambridge, o pai do computador sofreu extraordinárias crueldades nas mãos dos seus colegas. Turing sofria de Síndrome de Asperger, e foi obviamente olhado como sendo um “esquisitoide”. Sozinho, vindo de uma família remediada, era pobre e era autista. Foi o suficiente para ser humilhado e vilipendiado.
Taylor Swift (século XXI)
Coitada da senhora, parece ter aquela cara: sofreu e ainda sofre de bullying. Na escola, toda a gente a humilhava e até abandonavam as mesas do refeitório, cada vez que ela tentava conversar com alguém. Por que motivo a odiavam, ainda hoje ela não sabe. Taylor Swift é o exemplo perfeito de que a prática de bullying não tem literalmente nada a ver com género, raça, corpo, classe social. As pessoas odeiam-te “porque sim”. Ainda hoje – vá-se lá saber porquê – ela cria ódios de estimação: Ellen Degeneres empurrou-a para uma parede, o grupo metoo diz que ela é demasiadamente branca e rica para ser levada a sério e a sua casa é constantemente assaltada. Hoje, ela vive cercada de seguranças e traz sempre uma arma consigo. Não é de espantar que a coitada tenha problemas psicológicos...
1 comentário:
Aprendi imenso com este texto. Muito bom, mesmo!
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