terça-feira, dezembro 17, 2019

Tertúlia com André Fernandes - "Tia Guida"- A palavra aos alunos !

"Foi importante conhecer uma pessoa que nos ensinou a lidar com os problemas da vida de uma forma positiva."
" Ajudou-me a ver o Mundo com outros olhos, com olhos de amor. Foi muito bom descobrir uma nova forma de ver a vida, uma vida sem dramas, uma vida com amor"
" Gostei muito do exemplo de carinho pois ele ficou sempre ao lado da sua Tia. É bom termos ao nosso lado uma pessoa que nos ama e pensa em nós."
" O seu relato de vida foi muito inspirador."













Tertúlia com o escritor André Fernandes - As suas palavras

Com Academia Sénior, na Esc. Sec, Serpa- Serpa
De Serpa ouvia falar bem do queijo. De Serpa voltei a falar muito bem das pessoas. De cada vida que me fez sentir em casa, mesmo estando longe da minha. De cada lição e emoção que comigo se partilhou, em sessões de partilhas que muito grato me deixaram e que provaram que, na escola que a vida é, todos temos sempre qualquer coisa nova a aprender e qualquer coisa nova a ensinar. As histórias que conheci fizeram-me querer desvendar ainda mais de Serpa. Das pessoas de Serpa. Espero poder voltar, para chegar a mais alunos, a mais professores, a mais vidas... à comunidade. Contem comigo.

 André







quarta-feira, dezembro 04, 2019

Estante do mês de Dezembro

 Ainda há espaço para Deus?

Imagem retirada daqui

E cá estamos nós a festejar o Natal. Outra vez. Mais um ano a chegar ao fim, mais um ano tirado da nossa curta existência, mais um ano a trabalhar, a fazer contas à vida.
E afinal… para quê?
Este é o momento do ano em que tudo começa a fazer sentido ou deixa de fazer sentido. Este é o momento em que muita gente medita sobre os mais de 300 dias que voaram, se valeu a pena, se as escolhas que fizemos foram corretas ou não, se deram ou não frutos. Este é o momento em que nos sentamos numa cadeira ou no sofá, pegamos num papelinho e numa caneta e toca a planear “Metas para o novo ano”, lista essa que acaba pregada num frigorífico - supostamente para não nos esquecermos – e, com sorte, um ou dois desejos acabam por ser realizados.
Porém, este é também o mês em que festejamos o nascimento de Jesus Cristo, um Deus que – segundo os Cristãos – desceu à Terra, transformou-se num ser humano, sofreu e morreu por nós. Ora, era suposto esta data comemorativa ser mais do que as black Fridays e as cybermondays. Por isso mesmo – e isto acontece também àqueles que não são religiosos – o mês de Dezembro é sinónimo de “ponderação”, de “auto-avaliação”.
Parece que vivemos num mundo cada vez mais materialista, mais frívolo, mais egoísta e, para sermos francos, mais cínico. É caso para nos perguntarmos: numa civilização como esta, há espaço para Deus? Será que esta força do Cosmos ainda faz sentido, ou os nossos deuses são hoje os ricos, as estrelas de Hollywood e os craques de Futebol?
Esta é a questão que propomos para a estante deste mês. Selecionámos do nosso acervo várias obras, estudos, lendas e textos sagrados, que tentam responder- de uma forma mais teológica, filosófica e em alguns casos científica – a este desejo de “acreditar”, de sonhar “com algo mais” do que a nossa “vidinha” mundana e sem sentido.
Eis uma estante que traz mais perguntas do que respostas.
Clique AQUI  para abrir

terça-feira, dezembro 03, 2019

Confesse: já aderiu à Black Friday?


Sejamos honestos: as black Fridays sempre existiram em Portugal, até porque é costume neste país muitos portugueses receberem o abençoado “subsídio de Natal”, uma ferramenta económica que muitos estrangeiros consideram bizarra, mas temos que admitir que é muito eficaz na criação de um boost no nosso comércio. No entanto, ninguém usava o termo “Black Friday”. Estes descontos de época eram conhecidos pela singela frase “promoções de Natal”. Infelizmente, nós, portugueses, graças ao nosso costumeiro complexo de inferioridade, adoramos imitar tudo o que vem “de fora”, especialmente se vier da América: copiamos o dia de São Valentim, as festas de finalistas (com direito a rei e rainha do baile), o dia das bruxas, movimentos ideológicos que nada têm a ver com a nossa cultura... Não é de espantar, portanto, que poucos saibam qual é a origem desta expressão. O hábito de chamarmos às promoções de Natal “Black Friday” não tem mais do que cinco, oito anos de existência na nossa nação.
Mas afinal, quando é que tudo isto começou?
Originalmente, a expressão “black Friday” tinha, de facto, ligação com comércio e dinheiro, mas estava ligada às bolsas de valores, e não às lojas: muitos colapsos da Banca aconteciam na sexta-feira, daí a criação deste termo. Porém, Nos EUA, a primeira vez que o termo foi usado foi no dia 24 de setembro de 1869, quando dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, tentaram tomar o mercado do ouro na Bolsa de Nova York. Criaram acidentalmente um colapso na bolsa de valores, obrigando-a a fechar mais cedo.
Foi quase ao mesmo tempo que o Dia da Ação de Graças foi criado neste país. Esta data comemorativa foi da autoria do presidente Abraham Lincoln, e foi graças a ele que os americanos ganharam quatro dias de descanso: ficavam (e ficam) com a quinta-feira livre para viajarem e juntar-se à família toda. Sexta-feira era o desejado feriado e, de brinde, ainda ganhavam o sábado e o domingo para se recuperarem da festa e terem tempo para voltar para casa. Ora, os comerciantes depressa se aperceberam que as suas contas, antes assinaladas a vermelho (perigo de ruína financeira), rapidamente passavam para o preto (contas em dia). É que estes dias implicavam grandes custos: custos de comida, bebida, viagem, prendas para os familiares e amigos, tratamento de cavalos e outros animais, etc. Desta forma, o Dia de Ação de Graças passou a ser O grande dia das compras, nesta nação, e depressa se transformou numa desenfreada corrida aos descontos e promoções.
Há outras possíveis interpretações (podem ler mais no link abaixo indicado), mas quase todos os Historiadores concordam que a origem desta expressão está sobretudo ligada à Bolsa de Valores e ao Thanksgiving day. Há para aí pessoas que juram a pés juntos que o Black Friday está ligado ao comércio de escravos: diz-se que, no final do mês de Novembro, havia uma sexta-feira dedicada a descontos bombásticos, estilo “Leve dois escravos e pague apenas um”. Porém, hoje sabe-se que a escravatura era um luxo de pouquíssimos americanos. Com efeito, a esmagadora maioria dos cidadãos deste país não tinham escravos e, mesmo que quisessem, não podiam pagá-los. Por isso mesmo, esta teoria não faz sentido: tendo em conta que só os ricos é que podiam comprar esta “mercadoria de alto valor”, não valia a pena baixar preços...
E você, querido/a leitor/a? Vai fazer parte desta loucura? Pela nossa parte, existe uma coisa fabulosa chamada “compras online”. Longe da confusão, das correrias, das brigas nos corredores e do tráfego, não há nada mais maravilhoso do que estarmos confortavelmente sentados num sofá, ao pé da lareira ou termoventilador, a escolher com calma e segurança as “mercas” que desejamos comprar.
Afinal, há certos confortos que a tecnologia nos oferece!

Para mais informações (e citação retirada) aqui.
Cartoons retirados daqui e daqui.

quinta-feira, novembro 14, 2019

Lição de Vida – O Outono em nós



Perdoa-me, folha seca,
Imagem retirada DAQUI
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

       Cecília Meireles


quarta-feira, novembro 13, 2019

Bibliomúsica - 9 de Novembro


Dia Mundial contra o Fascismo e o Antissemitismo

Imagem retirada DAQUI
E para festejar esta data, relembremos a lindíssima canção Inch'Allah do cantor francês Adamo. Esta foi uma música que não parou de tocar nas rádios, e os nossos avós, ainda com a memória da Segunda Guerra Mundial bem viva, ouviram-na e cantaram-na. Ninguém escapou à sombra da guerra, todos tinham histórias para contar. Infelizmente, são hoje poucos os que ainda vivem, e os seus testemunhos figuram apenas nos manuais escolares e nos documentários.
Num mundo onde os fantasmas do preconceito e do ódio parecem ter voltado, um bocadinho de passado não faz mal a ninguém.

 

 Salvatore Adamo - Inch'Allah legendado tradução - legenda pt


segunda-feira, novembro 11, 2019

Ainda a propósito do muro de Berlim…

5 filmes Imperdíveis sobre a Guerra Fria

Imagem retirada daqui
 Esta lista foi propositada: se perguntarem a um amante da arte do Cinema que faça uma lista de obras-primas cinematográficas dedicadas à Guerra Fria e ao Medo Nuclear, teremos logo – e com toda a razão! - no topo da lista títulos como Doutor Jivago ou Doutor Strangelove. No entanto, nós estamos a falar de fitas que foram vistas por milhões e milhões, e que criaram um impacto profundo nas multidões deste período. Estamos, portanto, a falar dos blockbusters de então. Ora, se formos por aí, outras sugestões terão mais relevo. Vamos então dar uma espreitadela ao baú dos nossos avós – mais concretamente a estante dos VHS – e selecionar 5 histórias que trouxeram pesadelos aos habitantes do século XX.

1- O dia Seguinte, Nicholas Meyer (1983)

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Ao mesmo tempo em que uma nova geração de putos estava a redescobrir a beleza de Metropolis, de Fritz Lang (a banda sonora foi dada aos Queen), um outro filme estava a criar angústia e suores frios: o Dia Seguinte fala dos últimos dias de paz antes de uma explosão nuclear à escala mundial… e o que aconteceria depois desses segundos de terror: gente incinerada, mortes por radiação, cabelos a cair às mãos cheias, fome, escuridão, morte. 100 milhões de americanos foram para casa aterrorizados. Há quem diga que foi esta obra cinematográfica que convenceu Ronald Reagan a ter uma conversa com Gorbatchev…

2- Jogos de Guerra, John Badham (1984)
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Debaixo do medo e da sombra do livro de George Orwell (1984), foram muitas as séries, novelas e filmes que focaram a guerra nuclear, a propaganda e a ameaça das máquinas. É verdade ou é um jogo?, foi a grande pergunta que o poster do filme propôs às massas. Tudo começa quando um rapaz engenhocas, obcecado por computadores – a loucura do momento – entra acidentalmente no sistema do Departamento de Defesa dos EUA e, sem sequer notar, inicia um conflito que pode levar à 3a. Guerra Mundial. Dois grandes temas são focados: o poder potencialmente destrutivo da máquina e a ameaça de uma destruição nuclear. Ainda hoje, esta é uma história que se vê com muito prazer. E o Mathew Broderick era tão, tão novinho…

3- O candidato Manchuriano, John Frankenheimer (1962)
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Há décadas que têm existido rumores e suspeitas de que tanto os Americanos como os Russos têm estado a criar aquilo que hoje se chama um “candidato manchuriano” ou “agente adormecido”. Para quem não sabe, estamos a falar de uma pessoa que, sem o saber, foi programada para matar ou destruir alguém. A sua personalidade foi fraturada e, escondida no seu inconsciente, há uma segunda pessoa que obedecerá a ordens específicas. Tudo o que necessita é de algo que a “acorde”: uma frase simples, uma determinada cor, um som. O nome “candidato manchuriano” deve-se ao facto de que muitos dos soldados americanos raptados na zona de Manchúria/China nos anos 50, voltavam irremediavelmente mudados e, sem sequer notarem, trabalhavam secretamente para a União Soviética. Esta obra cinematográfica de 1962 gerou o pânico nos Estados Unidos da América e voltou a trazer à tona o medo do “bicho papão” russo.


4- As sandálias do Pescador, Michael Anderson (1968)
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Baseado no romance de Morris West, este filme estourou nas salas de cinema de todo o mundo e ainda hoje se vê com muito prazer. A história de um polaco sobrevivente dos campos de concentração nazis, e que ascende à posição de papa, será, ainda por cima, uma história considerada profética, e parece prever a eleição de João Paulo II. A China comunista está à beira da fome e uma reunião secreta será criada para resolver este problema. Para espanto de todos, o papa deste filme traz a solução certa, para evitar a 3ª Guerra Mundial…

5- Adeus, Lenine, Wolfgang Becker (2003)
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Quando a mãe de Alex, comunista ferrenha, fica em coma profundo durante oito meses, não faz a menor ideia de que, durante esse tempo, a sua querida Alemanha Democrática caiu. Nem nunca o saberá: o filho fará tudo para a proteger desta verdade, pois a sua saúde é muito precária e poderá morrer de choque. Assim, para salvar a mãe, Alex recria a Alemanha comunista através do seu estúdio de filmagens, ao mesmo tempo em que envolve a família toda e alguns membros da sua comunidade. Entre o riso e a nostalgia, este é um filme muito sério sobre o amor e a perda.


Foi há 30 anos que o Muro de Berlim caiu


Imagem retirada daqui

 O que é feito dele, perguntam os mais velhos? Existe ainda alguma memória física desse muro que separou a Alemanha em duas partes? Sim, ainda existem alguns fragmentos que sobraram (podem encontrar uma lista dos lugares para visitar aqui. Podem ser ainda vistos em determinados lugares e museus, como, por exemplo, em Mauerpark (segunda foto) ou em galerias de arte como a Eastside Gallery. Mas, mais do que isso, pouco sobrou: não só os berlinenses estavam fartos deste símbolo de opressão e separação, como aquele espaço – antes, a “terra de ninguém” – era um desperdício de terreno para necessidades mais práticas: hotéis, bancos, casas, jardins, estradas, etc. Assim, lentamente, a longa “cortina de ferro” foi sendo desmantelada.
O que é pena: hoje, são cada vez menos os jovens alemães que sabem que existiu um muro, um muro que separou a capital do seu país em duas partes. É o preço que se paga, quando se desmantela a História e não se deixa testemunho físico para futuras gerações refletirem. Infelizmente, o Ser Humano está condenado a um longo e eterno esquecimento de si mesmo…
No entanto – e olhando para trás – é caso para nós nos perguntarmos como é que as coisas chegaram a este ponto, como é que uma parte inteira da Alemanha se barricou numa ilha quase intransponível. A explicação é tristemente simples e bizarra: após a derrota da Alemanha, na Segunda Guerra Mundial (1945), os países vencedores e aliados dividiram esta nação em quatro partes, como se esta região do mundo fosse um bolo de casamento. A parte do Leste da Alemanha passaria a ser propriedade da União Soviética, e as restantes pertenceriam à França, Inglaterra e Estados Unidos da América. Como era típico dos Comunistas de então, a sua cultura altamente paranóica em relação ao Capitalismo e Fascismo levou-os a criar um muro que os protegesse das ideias “impuras” da Civilização Ocidental. E a bomba de Hiroxima também não ajudou nada: a destruição instantânea de 100.000 seres humanos por parte do exército dos EUA criou um clima de histeria mundial. E, tal como ninguém se deu ao trabalho de perguntar aos Alemães se eles queriam ver o seu país cortado aos bocados, também ninguém lhes perguntou se eles queriam esta parede isolacionista. Assim, o exército vermelho cumpriu o seu plano e parte de Berlim desapareceu na névoa do Estalinismo. Durante 28 anos, famílias foram separadas e amigos deixaram de poder falar uns com os outros, até que 1989 chegou e a União Soviética ruiu de vez.
Imagem retirada daqui
O que destruiu a União Soviética? Originalmente, as intenções eram boas: casa para todos, saúde para todos, comida para todos. E o sistema de Ensino era, no geral, bom: a multidão que fugia destes regimes opressivos (alemães do leste e Russos, por exemplo) era composta por médicos, cientistas, artistas e trabalhadores altamente qualificados. Porém, o pavor do Capitalismo, uma oligarquia altamente corrupta e perdulária, o medo da liberdade de expressão e o ultraprotecionismo da economia local criaram um efeito de estagnação, ausência de novas ideias e pobreza geracional. A queda era inevitável.
O que aprendemos nós com o muro de Berlim? Nada. Uma vez que levamos a vida a ignorar o nosso passado, estamos sempre condenados a repeti-lo. Há novos muros neste planeta: em Israel, nos EUA, ainda na Coreia do Norte, e outros. No entanto, vamos ser sinceros: enquanto continuarmos a humilhar os nossos inimigos – não nos basta só ganhar! – e enquanto continuarmos a ser facilmente manipuláveis pelas redes sociais, corporações e outras instituições, os muros continuarão a fazer parte da paisagem deste planeta. A chave está no individualismo, no pensamento único e pessoal, na procura do conhecimento e da informação certa.
Mas isso dá trabalho.


sexta-feira, outubro 25, 2019

Três Descobertas que desafiam os Arqueólogos


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 Faz parte do nosso consciente coletivo e dos bancos da escola dizer que a Humanidade tem, ao longo de milhares de anos, evoluído. Da pedra lascada passou-se para a roda, da roda nasceu a carroça, a carroça deu lugar ao carro, etc. Tudo está muito alinhadinho, muito certinho e, devagarinho com alguns sobressaltos, lá vão os Humanos amadurecendo para um futuro melhor.
No entanto, recentes descobertas arqueológicas têm confundido, desde o século XIX, os cientistas e deram origem a várias explicações alternativas do passado do Ser Humano. Uma das mais polémicas é a Teoria da Devolução: ao contrário do que os manuais de História afirmam, a Humanidade não tem evoluído, tem devoluído, e muitos dos saberes e conhecimentos que antes tínhamos desapareceram na poeira do Tempo. Michael Cremo, o pai desta teoria, tem vindo desde os anos sessenta do século passado a defender este ponto de vista e editou em 1993 um livro extremamente polémico, de nome Arqueologia Proibida, livro esse que enumera dezenas de descobertas arqueológicas que não fazem qualquer sentido, desde colheres de prata com 100.000 anos até copos de vidro com mais de um milhão de anos. Desde então, a Arqueologia Académica tem gasto muito do seu tempo a escudar-se de todos os “ataques” vindos de fora, e estas teorias alternativas têm sido uma enorme dor de cabeça para muitos cientistas.
Muito do que a História Alternativa defende é pura teoria de Conspiração. Porém, há descobertas que põem, de facto, em causa a realidade que nós conhecemos. Para piorar, a tecnologia também tem vindo a trazer à tona edifícios e artefactos que, mesmo enterrados, podem ser vistos por sondas ou câmaras especiais. É o caso da tecnologia LIDAR, que tem revelado imenso do nosso passado.
Apresentamos aqui três exemplos que desafiam qualquer cientista:
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1- Gobekli Tepe (Turquia) – Desenterrada por Klaus Schmidt, esta civilização antiga não só tem mais de quinze mil anos – pensa-se que a parte de baixo, ainda não enterrada, seja ainda mais antiga! - como, ainda por cima, aparecem gravados nas colunas em forma de T inúmeros animais que ainda ninguém percebe muito bem para que serviam. Ao contrário do que se pensou durante muito tempo, a História da Humanidade não começou na Suméria e não tem apenas cinco mil anos… Mais ainda, descobriu-se que, quanto mais antiga é a parte que está a ser escavada, mais complexa e sofisticada ela é.
2- Cidade Submersa em Cuba (primeira imagem, em cima) – Descoberta pela engenheira naval Russa Paulina Zelitsky no ano de 2001, esta metrópole com quatro pirâmides foi notícia em todos os canais de televisão, jornais, rádio, etc. Mas assim que se soube que as amostras retiradas do local declaravam que estas ruínas tinham mais de 50.000 anos, a cidade foi outra vez “afundada” no esquecimento. Uma coisa tem que ser dita: o mundo da Arqueologia Académica está ter muitas dificuldades em aceitar a existência de novos dados científicos. Um facto curioso: os índios daquela zona (costa da península de Guanahacabibes, província de Pinar de Del Rio – Cuba) falam, nas suas lendas, de uma cidade cheia de gente alta de pele branca e essa metrópole sofreu um cataclismo e afundou-se. Nessa região, a palavra “Atlanticu” significa “lugar onde descansa o nosso bom pai”. Estamos a falar de um grupo de pessoas que nunca teve contacto com Platão…
Imagem daqui
 3- Parafuso com 300 milhões de Anos – E não é um parafuso: são vários! Aliás, objetos muito antigos e fora do tempo – colheres, relógios, chips – têm sido encontrados nos quatro cantos do planeta. Este parafuso foi escavado na Rússia em 1998 e já tem sido análise de arqueólogos, geólogos, físicos e mineralogistas. Já se concluiu que o objeto é genuíno, pois parte dos “ingredientes” do tal parafuso já passaram para a pedra, já estão fundidos na pedra. Como tal, esta é tão antiga como o parafuso.

O que devemos, então, concluir? Mais de 90% destas descobertas supostamente antigas não passam de fraude, nada mais. A mais conhecida de todas é a famosa caveira de cristal, provavelmente uma falsificação. Porém, negar factos científicos só porque não “batem certo” com a nossa perceção da realidade, não é propriamente o raciocínio lógico que se espera dos cientistas.
Em todo o caso, já há físicos que defendem a existência de multiversos e buracos de tempo, o que poderia explicar um martelo fundido numa rocha com 100 milhões de anos: quem sabe se um pobre Homo Sapiens tropeçou num desses buracos, foi parar a um passado distante e por lá ficaram o martelo e o esqueleto…

Ervas daninhas, nossas amigas

Imagem retirada daqui
Antes de começarmos a falar dos benefícios destas plantas mal amadas, é caso para perguntarmos a nós mesmos: o que é uma erva daninha? Foi essa pergunta que Jack Wallington tentou responder, antes de editar o seu livro Wild about weeds (em tradução livre, “louco por ervas”). Tradicionalmente, “erva daninha” é toda a erva que é invasiva. No entanto, este botânico chegou à conclusão de que a fronteira entre ervas daninhas, medicinais e adubos verdes é muito ínfima e segue modas do momento. A título de exemplo, basta olharmos para o humilde trevo: aquilo que no resto do mundo ocidental é considerado uma praga, para os irlandeses, esta planta pertence à categoria de “adubo verde”. Com efeito, há séculos que os habitantes desta nação utilizam o trevo para fertilizar as terras que estão em pousio, pois largam imenso potássio, enriquecendo, assim, o solo para futuras colheitas. Não é por acaso que um dos símbolos da Irlanda é o trevo de quatro folhas, símbolo da abundância e da prosperidade.
Sejamos honestos: chamamos “daninhas” às ervas que não são muito bonitas e que interferem negativamente (ou assim se pensa!) com as nossas queridas plantas do jardim. Na verdade, elas têm mais benefícios do que malefícios. Ora, vamos lá a ver:
1- Excelentes para a drenagem – São muito úteis no Outono e no Inverno, especialmente para todos os amantes de jardins que têm vasos, em vez de terra “normal”. Uma vez que elas crescem super depressa, tendem a beber o excesso de água, salvando, assim, a planta de se “afogar” e de apodrecer num monte de lama fétida.
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2- Substituem o relvado – Hoje, todos concordam que a relva é um verdadeiro pesadelo: “come” imensa água, estraga o solo, custa muito dinheiro e, se não cuidada, fica feíssima. As ervas daninhas –devidamente podadas, é claro - não só criam um verdadeiro ecossistema como enchem um espaço de várias cores e aromas. É o caso do já amigo Trevo, o Dente-de-leão, a Morugem ou a Tansagem.
3- Identificam o solo – Para quê comprar um medidor de solo, quando basta apenas olharmos para as plantas que estão à nossa frente? Encontrou mostarda? Então, o solo está compactado. Encontrou Urtiga e Dente-de-leão? Então, o solo é ácido. Quanto à humilde Fumária, ela avisa-nos que o solo está com estrume ou enxofre a mais.
4- Têm propriedades medicinais – A Urtiga é um excelente pesticida e enche o solo de nitratos, a Beldroega tem mais ferro do que o Espinafre, o dente-de-leão pode dar uma ótima salada, a Junça está cheia de vitaminas E e C e a Morugem tem ómega 6. Eis aqui alguns dos muitos exemplos que podemos dar.
5-Perfeitas para a compostagem e para ressuscitar uma terra “morta” – Mesmo arrancadas do solo, elas podem ser usadas para a compostagem. Também são excelentes para criar o famoso “chá de compostagem”, uma mistela malcheirosa que mata praticamente toda a bicharada da horta/jardim. Quanto às terras “mortas” que já não dão nada – é o que vai acontecer no espaço de 10 anos, com todas as monoculturas que existem aqui em Serpa – tudo o que há a fazer é encharcar o solo de ervas daninhas e deixá-las em pousio. A título de exemplo, a erva Chenopodium Album (nome comum: Ansarina Branca, Catassol, Erva-couvinha) limpa o solo dos químicos agressivos que as monoculturas tanto usam.
Imagem retirada daqui
Para a próxima, quando encontrar uma erva daninha no seu jardim ou vaso, verifique bem se a planta ao lado está a gostar da sua presença. Se sim, deixe-a ficar. Muitas plantas funcionam em modo de simbiose, e aquilo que nós achamos que é melhor para elas, não o é necessariamente. Repare nas serras: são centenas de plantas convivendo todas no mesmo espaço.
É assim que os nossos jardins deviam ser.



quarta-feira, outubro 23, 2019

Livro(s) da Semana Os Jogos da Fome, Suzanne Collins

Livro(s) da Semana
Os Jogos da Fome, Suzanne Collins

E voltamos à mesma questão que foi colocada na semana passada: uma vez que esta trilogia literária já foi transformada em filme, por que motivo ainda vale a pena (re)lê-la?

Existe atualmente um problema muito sério para o mundo da Literatura: a partir do momento em que um livro é transformado em filme, deixa de ser lido. De facto, Tolkien vendeu os direitos da trilogia Senhor dos Anéis a Hollywood porque ele acreditava plenamente que esta saga seria “infilmável”, por isso morreu em 1973 sem se preocupar com tal possibilidade. Mal ele sabia que, dez anos depois, uma coisa chamada “Computador Pessoal” iria radicalmente transformar o mundo, e cenas “infilmáveis” como a fuga de Moria e o confronto com um Balrog iriam tornar-se realidade, no século XXI. Hoje, esta fantástica trilogia – que estava sempre a voar das prateleiras – está a ganhar pó nas estantes. Os filmes chegaram, os livros morreram.
Foi precisamente esta mesma maldição que “matou” a trilogia de Suzanne Collins: ainda antes do seu universo criar raízes - clubes de fãs, uma geração inteira a passar testemunho para os seus filhos e netos - foi logo passada para o grande ecrã. Mal teve tempo para amadurecer e foi rapidamente transformada em Marketing e Franchise. As grandes sagas de hoje não conseguem fundar alicerces, ao contrário das grandes criações e heróis do passado, como Sherlock Holmes, o mundo de Dune, O Senhor dos Anéis, Star Wars ou Star Trek. A última grande obra-prima imaginária que ainda conseguiu tal proeza foi a saga de Harry Potter. A partir daí, foi o fim. Não há TEMPO para a maturidade, a discussão, o debate, a análise, a homenagem. Tudo é tratado como uma esfregona descartável: usa-se, fica velha, deita-se fora. E, muito pelo contrário, os filmes não são maus e respeitaram esta trilogia. Infelizmente, também a “mataram”.
Vamos ter que esperar 20 ou 30 anos, para que uma geração inteira não tenha contacto com os filmes e tropece acidentalmente nos livros. Fenómenos destes já aconteceram: temos como exemplo a série de livros Mary Poppins, que foram enterrados no esquecimento, assim que o filme estourou no cinema. Só agora é que eles foram reeditados e já estão a criar um novo grupo de fieis leitores.
Imagem retirada daqui
A trilogia Jogos da Fome é, acima de tudo, uma análise política sobre a Liberdade, o Poder, o auge e queda de uma civilização. Está muito mais ligada a conceitos como Ética e Moral, do que propriamente a momentos de ação e entretenimento. Não é um filme da Marvel ou da DC, e não há nada de errado em gostarmos de ver um bom e saudável filme de super-heróis. Mas Os Jogos da Fome NÃO SÃO uma história que serve apenas para entreter e, tristemente, foi tratada como tal nos filmes. Por detrás da adolescente Katniss Everdeen - que se oferece para tomar o lugar da irmã e morrer por ela – estamos a assistir a um sistema económico, político, social e cultural à beira de um colapso iminente. Com efeito, Katniss não foi a causadora da queda deste regime, ela foi simplesmente o pretexto, a gota de água que fez transbordar o copo. Como Herói, ela é mais reativa do que ativa. Foi empurrada para ser o rosto da Resistência sem que ninguém se tivesse dado ao trabalho de lhe perguntar se queria fazer parte da mesma, e muito do que acontece nos livros escapa totalmente ao seu controlo. É precisamente por tudo isto que o fim desta saga é tão importante: cansada de ser um joguete nas mãos de todos, ela toma as rédeas e choca toda a gente com a sua decisão final.
Ao contrário da obra 1984, de George Orwell, esta história acontece não no auge de uma ditadura totalitária, mas já na fase da queda. E esta escolha de Suzanne Collins cria no leitor a sensação de esperança, de fé num futuro melhor. Por muito horrenda que seja a Realidade, o dia chegará em que o desejo de Liberdade e da Dignidade Humana serão mais fortes do que o medo da fome, da tortura e da morte.
Injustamente descartada, eis uma saga que merece ser lida. Com olhos de LER.