Ou pelo menos é isso que uma equipa de terapeutas jura a pés juntos: terapeutas da Academia Britânica da Terapia do Som (é verdade, isto existe mesmo), juntaram-se a uma banda musical – Marconi Union – para criar uma melodia que produzisse um estado de calma e paz absolutas.
A “cantiga de ninar” foi dada a conhecer a 40 mulheres, e os resultados foram, no mínimo, intrigantes: a música (que pode ser ouvida aqui )revelou ser 11% mais relaxante do que Enya, Coldplay ou até mesmo… Mozart.
Mas voltemos ao início da história. Toda a gente sabe que a música produz todo o tipo de emoções num ser humano. Sabe-se, por exemplo, que o reggae – que tem raízes sagradas – imita a batida do coração e, por isso mesmo, produz uma sensação de bem-estar e de boa disposição. Os Mantras, por outro lado, criam em nós um estado mental alterado, como se estivéssemos a ser semi hipnotizados. Já o Heavy Metal faz com que as térmitas de uma casa comam com quatro vezes mais voracidade do que comeriam num ambiente cercado de sons quotidianos, e geram euforia nos seres humanos. Mas será possível, através de todos estes dados recolhidos ao longo dos tempos, criar uma espécie de “prozac” musical?
Antes destas 40 mulheres escutarem Weightless – a “cantiga de ninar” milagrosa – foram submetidas a atividades que provocassem stress como, por exemplo, acabar um puzzle difícil num curtíssimo prazo, com o cronómetro a fixar cada segundo e a emitir sons irritantes, sempre que o tempo terminava. De seguida, foram apresentadas a estas cobaias várias melodias de vários autores, desde Coldplay até Enya, desde All Saints até Mozart. E o resultado foi aquele que nós já mencionámos: Weightless foi 11% mais relaxante do que Mozart!
Claro que estes resultados não são para ser levados a sério: para já, a terapia de som ainda é bastante contestada - e até ridicularizada – entre o mundo da Ciência Ortodoxa. Para todos os efeitos, encontra-se ao nível de uma Aromaterapia ou de uma Cronoterapia. Pegar em “lugares comuns” e fazer uma mistela de sons relaxantes não é propriamente Ciência. Em segundo lugar, o gosto varia de pessoa para pessoa. Há quem adore Enya e há quem não tenha paciência nenhuma para aturar as suas melopeias já lambidas e relambidas (no meu caso, depende do álbum). Por fim, a própria disposição das músicas pode determinar o relaxamento: se Mozart foi apresentado antes de Weightless, isto pode ter feito com que estas mulheres já se encontrassem suficientemente relaxadas para acolherem de braços abertos este prozac musical.
Ironia das ironias, as cobaias que até agora melhor comprovaram os benefícios de uma determinada melodia foram… os legumes e as vacas. É verdade!! Sabiam, por exemplo, que os tomates adoram Vivaldi e as vacas veneram Mozart?? Se querem que estas últimas produzam bom leite, e se querem que os vossos espinafres cresçam depressa a fortes, toquem música clássica na vossa quinta. Já o jazz faz mirrar as cebolas…
Moral da história: até pode existir um fundo de verdade nesta história toda. Mas ainda é cedo para cantar vitória. Muito, muito cedo.
Artigo completo aqui .
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