quinta-feira, outubro 09, 2025

MIBE - Escritores ou engenheiros de prompts? - Sessão com os alunos de Literatura Portuguesa do 11ºC

 




Recebemos hoje os alunos de Literatura Portuguesa do 11ºC, a propósito do MIBE e da atividade da RBE proposta em https://www.rbe.mec.pt/np4/escritores-ou-engenheiros-de-prompts.html . Recorrendo à IA (neste caso, ao ChatGPT, na sua versão 5), tentámos que a I.A. (re)criasse alguns textos, ou melhor, excertos de textos que estamos a estudar a propósito do Projeto Individual de Leitura de Literatura Portuguesa.


Exatamente os mesmos livros que as alunas estão a explorar também no contexto do Clube de Leitura.

Como exemplo de Prompt, usámos a seguinte, apenas alterando os dados da época da obra, o tema de que fala, o título, e nome do autor:

"Preciso que escrevas, entre 200 e 300 palavras, o primeiro parágrafo de um romance típico do Romantismo, passado na era dos Visigodos, recordando o passado glorioso da génese da nação portuguesa. Escreve-o num estilo semelhante ao usado por Alexandre Herculano em obras como Eurico, o Presbítero. Usa uma linguagem rica e trabalhada, típica do início do século XIX, na voz de um narrador observador, heterodiegético."

A resposta foi esta:

"Nas margens sinuosas do Douro, quando o sol poente, despedindo-se da terra lusitana, tingia de púrpura as águas tranquilas e os alcantis veneráveis, erguia-se, solitário e altivo, o velho castro de Cale, testemunha muda de eras cuja memória se esvaiu entre as brumas do tempo. Ali, onde outrora ressoara o tinir das espadas godas e o cântico guerreiro dos bravos que sonharam uma pátria, permaneciam ainda, gravadas nas pedras musgosas, as cicatrizes de batalhas que o esquecimento não ousara apagar. Era um tempo em que o nome de Portugal ainda dormia no seio do futuro, e os filhos de Wamba e Recaredo, misturados aos remanescentes lusitanos, teciam, sem o saber, o fio primeiro da nacionalidade. Sobre os vales e serras, a fé erguia cruzes onde antes tremularam estandartes pagãos; e, nas ruínas dos templos romanos, florescia já a esperança de um povo novo, temperado pela dor e pela bravura. O vento do norte, passando entre as ameias gastas, parecia murmurar cânticos antigos, como se as almas dos heróis, não contentes com o repouso eterno, ainda velassem pelos despojos da terra amada. E o viajante que ali detivesse o passo — vendo o céu a incendiar-se sobre o Douro e escutando o eco longínquo de sinos monásticos — sentir-se-ia pequeno diante da grandeza de um passado que não morrera, mas dormia, à espera do brado que o há de despertar: o brado da pátria nascente."

Para referência, o texto original de Eurico, o Presbítero, era:

"A raça dos Visigodos conquistadora das terras de Hispânia subjugara toda a Península havia mais de um século. Nenhuma das tribos germânicas que, dividindo entre si as províncias do império dos césares, tinham tentado vestir sua bárbara nudez com os trajos despedaçados, mas esplêndidos, da civilização romana soubera como os Godos juntar esses fragmentos de púrpura e ouro para se compor a exemplo de povo civilizado. Leovigildo expulsara da Hispânia quase que os derradeiros soldados dos imperadores gregos, reprimira a audácia dos Francos, que nas suas correrias assolavam as províncias visigóticas de além dos Pirenéus, acabara com a espécie de monarquia que os Suevos tinham instituído na Galécia e expirara em Toletum, depois de ter estabelecido leis políticas e civis e a paz e ordem públicas nos seus vastos domínios, que se estendiam de mar a mar e, ainda, transpondo as montanhas da Vascónia, abrangiam grande porção da antiga Gália Narbonense."

Seguimos com o pedido de uma imagem baseada no texto, que resultou nisto:

Finalmente, criámos dois Podcasts com recurso ao https://notebooklm.google.com/ , que resultou no seguinte:

Discussão sobre o tema: 

https://be.ae2serpa.pt/ficheirosbiblioteca/audios/Cale_Visig%C3%B3tica_e_Leovigildo__Como_o_Reino_de_Toledo_e_as_Mem%C3%B3r.m4a

Análise literária:

https://be.ae2serpa.pt/ficheirosbiblioteca/audios/Estilo_vs.m4a



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