quarta-feira, fevereiro 23, 2022

Fusão Nuclear na era das alterações climáticas

 


Bruno Soares Gonçalves, Presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear e investigador Principal com Habilitação do Instituto Superior Técnico, fez a gentileza de disponibilizar gratuitamente a versão em e-book sobre Fusão Nuclear e de a divulgar junto das escolas portuguesas. Podem fazer o download do livro aqui.

Encontro com Luís Vilhena, professor e escritor

 

Decorreu, no dia 25 de fevereiro, o encontro com o professor e escritor Luís Vilhena, antigo aluno desta casa, agora docente em Faro.

Os alunos de Espanhol das turmas 11ºB e 11ºC, assim como os alunos de literatura portuguesa do 10ºC marcaram presença no encontro, acompanhados, respetivamente, pelos professores Pedro Moreira e Maria João Brasão. A todos, muito obrigado pela visita!



segunda-feira, fevereiro 21, 2022

Livro da semana - Os sítios, Licínia Quitério

 

Com tuas mãos falantes é que me anunciavas

o piar das andorinhas e dizias o desenho

do relógio de sol. Como se eu entendesse

As tuas viagens nos passos em redor da sala.

Foi preciso ver as asas saindo dos teus dedos

e a sombra da haste no declínio do dia.

Nessa hora os teus passos fecharam a viagem.

(…)

 

E é assim que começa o poema 7 da página 14. Até chegarmos a este momento do livro, já o nosso pensamento está a voar para outras dimensões e outros mundos, e um ser que tem pássaros a sair dos seus dedos já nos soa a um gesto tão normal como regar uma planta ou levar os filhos à escola. Porque este é o mundo de Licínia Quitério: um mundo onde as ações mágicas e paranormais transformam a mesquinhez e marasmo do nosso mundinho controlado por computadores, bancos e relógios. Porque este é o poder da Poesia: o Poder da Metamorfose.

E que me perdoem os mais jovens, mas raramente a boa poesia sai dos seus corações. É preciso viver, experienciar, amar, sofrer, desiludir-se, aprender, conhecer os homens, as coisas, as árvores. A juventude também tem a sua própria poeria, sim, mas aquela que nitidamente nos esmaga; aquela que nos obriga a pousar um livro porque o que lemos é tão extraordinário; aquela que nos faz recordar de um eco distante, mas familiar; essa vem das almas já maduras, já saciadas, já em paz. Um pouco feridas, um pouco desapontadas, um pouco cínicas, sem dúvida. Mas sábias.

Poucos conhecem Licínia.

Este anonimato não irá durar muito.

segunda-feira, fevereiro 14, 2022

Café Amor - Sessão de poesia na Biblioteca

 


Chegou maio um Dia dos Namorados, ou Dia de S. Valentim, 14 de fevereiro. É dia de celebrar o Amor, de declamar poesia, de escrever declarações, de ir jantar fora com a pessoa amada...


Não podemos jantar fora na escola, mas podemos celebrar o Amor no nosso café improvisado, o Café Amor, que contou com a presença dos alunos do 10º C e os alunos do DL 52º, acompanhados pelas professoras Maria João Brasão e Sónia Correia. Declamaram-se poemas, discutiu-se o Amor, a Paixão, as relações humanas, os sentimentos. Feliz dia dos Namorados... e boas leituras!




quinta-feira, fevereiro 10, 2022

Livro da Semana - Luís Vaz de Camões, Poesia lírica


Aquela cativa,

que me tem cativo

porque nela vivo,

já não quer que viva.

 E é assim que começa um dos poemas de amor mais lindos da História da Humanidade: Endechas a Bárbara Escrava é considerado por todos os estudiosos da Literatura Mundial como sendo um dos primeiros poemas antirracistas escritos na Civilização Ocidental. E foi precisamente este poema que criou polémica em 2019, quando João Miguel Tavares o recitou em público no dia 10 de Junho de 2019, e aproveitou para afirmar que talvez precisemos de um pouco menos de Lusíadas e de um pouco mais de lírica camoniana. (Podem encontrar a história completa aqui).

É verdade que Os Lusíadas são de uma grandiosidade e quase perfeição. No entanto, os seus restantes poemas possuem uma Humanidade que, embora existente na obra acima citada, é mais “mundana” e, por isso mesmo, mais fácil de entender e de criar laços nos nossos corações. Leva-se tempo a gostar d’Os Lusíadas. Isso não acontece com a restante poesia lírica. Pelo contrário!: há sempre um soneto ou uma endecha ou uma redondilha ou uma ode que nos toca. Há sempre uma migalhinha de Camões que se aloja no nosso coração e que toca as cordas da nossa alma. Pode parecer pouco, mas essa pequena luzinha cá fica brilhando e, quando nos lembramos dela, ficamos sempre espantados pela sua beleza, como se a tivéssemos lido ou ouvido pela primeira vez.

É o Homem que nos toca, não a máquina propagandística do país: as suas paixões, as suas desilusões com o mundo, o medo do Tempo e da Mudança, o eterno Azar que o persegue, a eterna (quase) Pobreza que não o deixa dormir. Porque ao contrário do que se pensou durante muito tempo, Camões foi pobre, sim, mas não foi miserável. Vivia de fazer poemas para os outros (hoje seria um freelancer…) e, como é de se esperar com este tipo de “profissão”, teve dias bons e maus. Mas, no geral, até conseguia pagar com alguma regularidade as contas. O povo amava este grande poeta. Era a Elite do seu tempo, medíocre e invejosa, que não podia com ele. Ah, e também havia a maldita pensão real, que nunca chegava a horas.

Sim, nós sabemos que é piroso dizermos isto, mas Camões é Portugal, tal como Dante é Itália, Cervantes é Espanha e Goethe é Alemanha. Depois deste génio, os lusitanos nunca mais foram os mesmos. E o melhor elogio que podemos dar à nossa História e língua é guardarmos no nosso coração pelo menos um poema dele. Para nós e para as futuras gerações.

 Qual é o seu, caro(o) leitor(a)?


Sérgio Godinho, Endechas a Bárbara Escrava (ao vivo):

https://www.youtube.com/watch?v=B7VS9LGyFtk


Concurso "Um Conto de Natal" - EB1 VNSB

 

Durante os meses de novembro e dezembro de 2021, teve lugar, na Escola Básica de Vila Nova de São Bento, o Concurso de Escrita subordinado ao tema “Um conto de Natal”. Organizado pela professora Cristina Pimenta, com a colaboração da professora Daniela Henriques, o concurso foi realizado no âmbito do Plano de Atividades da Biblioteca Escolar.
A atividade teve como objetivo fomentar nos alunos o gosto pela escrita e a criatividade, de acordo com o regulamento previamente elaborado. Para além disso, enquadrada na época natalícia, a atividade pretendeu abordar a valorização da família, da solidariedade e do amor, em detrimento do consumismo.
Assim, concorreram dezassete alunos, pertencentes às turmas A e B do 5º ano e à turma B do 6º ano. Os alunos demonstraram bastante interesse e empenho no decorrer do concurso. No dia 2 de fevereiro do presente ano foi afixado o resultado, tendo tido lugar, no dia 8 do mesmo mês, a entrega dos prémios (livros integrados no Plano nacional de leitura) aos seis alunos vencedores. Todos os alunos receberam um certificado de participação. 
Vencedores do 5º Ano:
1º: Maria Ana Barradas
2º: Leonor Soares
3º: Dinis Martins
Vencedores do 6º Ano:
1º: Constança Morgado
2º: João Barradas
3º: João Valadas


segunda-feira, fevereiro 07, 2022

Livro da Semana - Florbela Espanca, Poesia Completa


 O país, secretamente, amava-a. Mas só depois da sua morte é que teve coragem de o assumir publicamente. Enquanto respirava, Florbela era aquele tipo de ser humano incómodo, caótico, escandaloso, capaz de provocar paixões e ódios ácidos. Florbela foi uma mulher que nasceu no século errado, na década errada, no local errado. Já Vergílio Ferreira também falava de um Alentejo atrasado, na sua obra “Aparição”. Florbela sonhou com o Futuro, quis concretizá-lo no Presente… e queimou-se por isso mesmo.

Teria adorado o século XXI, as redes sociais, a liberdade de estar num café às duas da manhã com um homem que não fosse da família dela, a liberdade de escolher qualquer carreira, qualquer roupa, qualquer casa, qualquer música. Teria feito parte do projeto Erasmus, estaria ansiosa para sair do “marasmo” do campo alentejano e ter-se-ia enfiado em Londres, Paris, Berlim, Madrid. Era uma mulher cosmopolita, que gostava do luxo, das peles, da beleza, da natureza. Queria mais, sonhava com mais. Nem Lisboa chegava para ela, quanto mais o Alentejo.

E seria infeliz na mesma. Porque os seres humanos como ela estão fadados a ser eternamente infelizes. Chega a um ponto em que todos nós assentamos. Ainda bem, é assim que as coisas deve ser. A Sofreguidão – quando é demais – paralisa, sufoca, anestesia.

Hoje, lemos os poemas dela com prazer e sentimento. Identificamo-nos com ela. E – secretamente – pedimos para não acabarmos como ela. São poemas de uma clarividência e de uma Humanidade deslumbrantes, mas só quem sofre é que escreve e pensa assim.

E… Sejamos honestos…

…quem é que realmente quer sofrer neste mundo?

Estante do Mês - O Amor e a Palavra

 

E pronto! Chegámos a Fevereiro, o mês do Amor por excelência. No entanto – e ao contrário do que muitos portugueses pensam – o Dia de São Valentim não é apenas a celebração do amor físico, é também o amor dedicado à família, aos filhos, ao Saber, ao Pensar, o amor à arte, aos livros, etc. E nada melhor do que um poeta para falar nestes pequenos e “desinteressantes” assuntos (ironia no seu melhor!).

Todos eles falam do amor físico, mas uns são mais experts do que outros! É o caso de Florbela Espanca, Antero de Quental, Bocage, Camões, etc. Quem é que nunca leu Florbela, e quem é que nunca cantou os versos “Amor é fogo que arde sem se ver”?

Por isso mesmo – e para comemorar esse grande sentimento humano – a nossa estante vai ser dedicada aos poetas portugueses, grandes amantes da palavra e da Vida!

Inspirem-se, venham ver!







Newsletters em dose dupla - Janeiro e Fevereiro

 

Mais um mês, mais uma Newsletter. Fazemos aqui uma retrospetiva sobre o que se passou em janeiro, assim como o que temos previsto para este mês de fevereiro. Disponível também em Newsletterjan2022.pdf (ae2serpa.pt) e em Newsletterfev2022.pdf (ae2serpa.pt)