A Odisseia, Homero
Mas afinal quantas versões, quantos filmes, quantas séries de televisão, quantos peças de teatro já foram feitos para contarmos uma das mais 
conhecidas histórias da Humanidade, A Odisseia? E por que motivo devemos continuar a aconselhar a sua leitura aos mais jovens?
Em primeiro lugar, a razão é muito simples: esta é uma aventura que, ainda hoje, nos agarra. Tem tudo para dar certo: um herói incrível, fantasia quanto basta, coragem debaixo de fogo, um amor inquebrável, acção de fazer inveja a um filme 3D, deuses à bulha uns com os outros, paixão, perigos que devemos transpor, uma manha bem Humana, a astúcia feminina, monstros a “dar com um pau”…
Segunda razão:
Ulisses representa todos nós, Humanos. Ao contrário dos heróis da Antiga Grécia, esta grande personagem não tem uma gota de sangue divino. É apenas um soldado/estratega que consegue dar a volta aos seus problemas graças ao seu cérebro. Ele pode até ser um homem musculoso e bem jeitoso, aos olhos de muitas mulheres, mas a sua genialidade está na forma como consegue enganar o Destino e superar todas as armadilhas do Futuro. Podia ser um esqueleto enfezado e, mesmo assim, seria sempre um herói. Não nos esqueçamos que foi graças à “carolice” de Ulisses que Tróia caiu: afinal, foi ele quem teve a ideia do tal cavalo…
Terceira e última razão: o livro é lindíssimo. Todo ele em verso (já não se fazem epopeias…), é de uma perfeição absoluta. Homero foi, é e continuará a ser um dos grandes poetas da Humanidade. É uma pena que tanta gente neste mundo não tenha acesso ao texto original. Afinal, quantos de nós sabem ler um texto com mais de 2000 anos?
Daqui a 200 anos, estaremos a viajar em naves espaciais, estaremos a viver, quem sabe, em Marte, mas haverá algures no Universo uma biblioteca, pública ou privada, que terá nas suas estantes uma cópia desta grande lenda universal. Será que, um dia, os planetas distantes de outras galáxias conhecerão, lerão e amarão também Homero? Não sabemos. Mas, faça o que a Humanidade fizer, há obras literárias que serão sempre incontornáveis.
Para os alunos mais jovens, também temos a adaptação de Frederico Lourenço.
Boa leitura!
Pintura retirada daqui
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