quinta-feira, janeiro 16, 2025

Dois por mês - janeiro

 

Fumo de inverno
O inverno vai-se escrevendo
Em sinais de fumo
Que se trocam entre as casas
Mensagens perdidas
Á espera de serem decifradas
Permanecem algum tempo
E ficam a pairar
Sobre os telhados
Pedidos de ajuda
Que percorrem o ar
Como não encontram
Quem as interprete
Esvaiem-se em lamentos
Para onde o vento
As remete
São os mensageiros do inverno
Silenciosos e enigmáticos
Que parecem saídos de vulcões
Mudos e estáticos
De longe
Vou contemplando
As bocas
Que exalam
Como loucas
Mensagens perdidas
Em nuvens esbaforidas
E vou pensando
Em navios
Sulcando o mar
Em poemas
Por acabar
Em mensagens por escrever
E palavras
Por dizer
O que se esconde em nós
Arde dentro das casas
Consumindo-se temporariamente
Em incandescentes brasas
O que se mostra
Não passa de fumo de inverno
A esvair-se
No ar eterno

segunda-feira, janeiro 13, 2025

segunda-feira, janeiro 06, 2025

Um por mês - janeiro

 

Um por mês -

Janeiro 

Em janeiro
Abro os olhos
E creio
Que vai ficar
Tudo bem
Até ao ano que vem

Em janeiro
Dou passos miudinhos
Dou abraços
E miminhos
Ao ano que nasceu
Que ainda é criança 
E traz em si
Toda a esperança 

Em janeiro 
Posso errar
Não tenho receio
Tenho todo o ano
Para tentar

Em janeiro
Se queres ser homem 
Começa agora
A ser inteiro

Em janeiro 
Já sinto
Mais luz
Nos dias
E mais esperanças
Vazias 

Em janeiro 
Busco o amor
Talvez o encontre
Em fevereiro 
C.A., 6-1-2025

terça-feira, dezembro 03, 2024

Dois por mês - Dezembro

 

Dezembro -II

As iluminações 
Acendem ainda mais
A solidão 

Não saber quem juntar
Na consoada
Separa ainda mais
Quem nunca
Esteve junto

Ouvi dizer
Que um país pobre
Investiu dez milhões 
Em enfeites

Um país rico
Nunca investiria
Tanto
No mesmo

Na lista de presentes
O. mais fácil de escolher
És tu

Decorar a árvore de Natal 
Com as memórias 
De natais anteriores

O meu presépio 
Só tem figuras
De barro
Homenagem
A Deus

Gostava de conduzir
Para casa
No Natal
Vindo de longe

Saber de um lugar
Na Terra
Onde o ano novo
Possa chegar
Sem darmos por isso
C.A.,3-12-2024

quarta-feira, novembro 27, 2024

Um por mês - Dezembro

 


Dezembro 

Não levem a mal
Mas será 
No Carnaval
Que todos
Se mascaram
E fingem
Que não há 
Mais nada
Além 
Da consoada

Desculpem 
Se acredito
Que tudo
Fica igual 
Mas é Natal

Perdoem
A minha ironia
Mas sempre
Me dei mal
Com a hipocrisia

Jesus nasceu 
Em dezembro 
E renasce
Todos os dias
Quando 
Aquilo que praticas 
É o bem
Mesmo que não saibas
Onde fica
Belém 

Não sejas
Seu discípulo 
Por um mês 
Renasce
Outra vez
Tu consegues 
Ser melhor
Do que és 
C.A., 27-11-2024

sexta-feira, novembro 15, 2024

"Spooky joke, Spooky riddle"

Rir e adivinhar foi o desafio lançado pelo grupo de Inglês aos alunos da Escola Secundária de Serpa. 

11 alunos responderam ao desafio e entre 31 de outubro e 12 de novembro os trabalhos estiveram expostos no átrio dos blocos ABC. Os alunos votaram nos trabalhos expostos a partir de um QR code. O trabalho vencedor foi apresentado pelo aluno Salvador Bentes : " Why did the skeleton go to the Halloween party alone? Because he had no body to go with".
E foi assim que "rebentámos de tanto rir" neste Halloween! 
Sem dúvida que a boa disposição e o humor contribuem para um bom ambiente escolar. 
Obrigada a todos os participantes!

segunda-feira, novembro 11, 2024

Newsletter novembro

 


Um pouco mais tarde que o habitual, segue a nossa newsletter para Novembro, com muitas castanhas para todos!






À volta de Saramago... e das castanhas - Inauguração do Clube de Leitura na BE

 


Pelas 18:00 do dia de S. Martinho, 11/11, os alunos de Literatura Portuguesa do 11ºC, orientados pela professora da disciplina, Maria João Brasão, e acompanhados pela sua diretora de turma, Dulce Gomes, reuniram-se com alguns dos pais e encarregados de educação da turma à volta de castanhas, nozes, bolos... e Saramago.


Não foi a primeira reunião do Clube de Leitura, que já tinha iniciado os trabalhos alguns dias antes, mas foi esta a data escolhida para a sua inauguração oficial. Agradecemos a todos a presença na BE, aguardando ansiosamente o vosso regresso!





sexta-feira, novembro 08, 2024

E vão três.

 



Por ser novembro 
Os campos estendem-me
O tapete de esperança 
Que haviam guardado
No armazém 
Da memória 

Por ser novembro 
Volto a ver alguns frutos
Como quem reve 
Velhos amigos 

Por ser novembro 
Todos os insectos perturbam
A imobilidade dos corpos
Exigindo atenção imediata

Por ser novembro 
O vento é uma criança 
Que arranca folhas das árvores 
Como páginas de um livro 
Nunca lido

Por ser novembro 
Os dias são mais curtos 
Alongando
A memória 

Por ser novembro 
Abrimos repetidamente 
As portas do roupeiro 
Para nos certificarmos
De que 
Continuamos por lá 

Porque já é novembro 
As chaminés desprezadas 
Recomeçam a fumegar

Apenas por ser novembro 
O céu aproxima-se da terra
Chegará em dezembro
Pelo Natal 

Talvez por ser novembro 
Os corpos dormem 
Mais próximo

Enfim
Novembro 
Quem me dera 
Setembro 
C.A., 8-11-2024