terça-feira, dezembro 03, 2024

Dois por mês - Dezembro

 

Dezembro -II

As iluminações 
Acendem ainda mais
A solidão 

Não saber quem juntar
Na consoada
Separa ainda mais
Quem nunca
Esteve junto

Ouvi dizer
Que um país pobre
Investiu dez milhões 
Em enfeites

Um país rico
Nunca investiria
Tanto
No mesmo

Na lista de presentes
O. mais fácil de escolher
És tu

Decorar a árvore de Natal 
Com as memórias 
De natais anteriores

O meu presépio 
Só tem figuras
De barro
Homenagem
A Deus

Gostava de conduzir
Para casa
No Natal
Vindo de longe

Saber de um lugar
Na Terra
Onde o ano novo
Possa chegar
Sem darmos por isso
C.A.,3-12-2024

quarta-feira, novembro 27, 2024

Um por mês - Dezembro

 


Dezembro 

Não levem a mal
Mas será 
No Carnaval
Que todos
Se mascaram
E fingem
Que não há 
Mais nada
Além 
Da consoada

Desculpem 
Se acredito
Que tudo
Fica igual 
Mas é Natal

Perdoem
A minha ironia
Mas sempre
Me dei mal
Com a hipocrisia

Jesus nasceu 
Em dezembro 
E renasce
Todos os dias
Quando 
Aquilo que praticas 
É o bem
Mesmo que não saibas
Onde fica
Belém 

Não sejas
Seu discípulo 
Por um mês 
Renasce
Outra vez
Tu consegues 
Ser melhor
Do que és 
C.A., 27-11-2024

sexta-feira, novembro 15, 2024

"Spooky joke, Spooky riddle"

Rir e adivinhar foi o desafio lançado pelo grupo de Inglês aos alunos da Escola Secundária de Serpa. 

11 alunos responderam ao desafio e entre 31 de outubro e 12 de novembro os trabalhos estiveram expostos no átrio dos blocos ABC. Os alunos votaram nos trabalhos expostos a partir de um QR code. O trabalho vencedor foi apresentado pelo aluno Salvador Bentes : " Why did the skeleton go to the Halloween party alone? Because he had no body to go with".
E foi assim que "rebentámos de tanto rir" neste Halloween! 
Sem dúvida que a boa disposição e o humor contribuem para um bom ambiente escolar. 
Obrigada a todos os participantes!

segunda-feira, novembro 11, 2024

Newsletter novembro

 


Um pouco mais tarde que o habitual, segue a nossa newsletter para Novembro, com muitas castanhas para todos!






À volta de Saramago... e das castanhas - Inauguração do Clube de Leitura na BE

 


Pelas 18:00 do dia de S. Martinho, 11/11, os alunos de Literatura Portuguesa do 11ºC, orientados pela professora da disciplina, Maria João Brasão, e acompanhados pela sua diretora de turma, Dulce Gomes, reuniram-se com alguns dos pais e encarregados de educação da turma à volta de castanhas, nozes, bolos... e Saramago.


Não foi a primeira reunião do Clube de Leitura, que já tinha iniciado os trabalhos alguns dias antes, mas foi esta a data escolhida para a sua inauguração oficial. Agradecemos a todos a presença na BE, aguardando ansiosamente o vosso regresso!





sexta-feira, novembro 08, 2024

E vão três.

 



Por ser novembro 
Os campos estendem-me
O tapete de esperança 
Que haviam guardado
No armazém 
Da memória 

Por ser novembro 
Volto a ver alguns frutos
Como quem reve 
Velhos amigos 

Por ser novembro 
Todos os insectos perturbam
A imobilidade dos corpos
Exigindo atenção imediata

Por ser novembro 
O vento é uma criança 
Que arranca folhas das árvores 
Como páginas de um livro 
Nunca lido

Por ser novembro 
Os dias são mais curtos 
Alongando
A memória 

Por ser novembro 
Abrimos repetidamente 
As portas do roupeiro 
Para nos certificarmos
De que 
Continuamos por lá 

Porque já é novembro 
As chaminés desprezadas 
Recomeçam a fumegar

Apenas por ser novembro 
O céu aproxima-se da terra
Chegará em dezembro
Pelo Natal 

Talvez por ser novembro 
Os corpos dormem 
Mais próximo

Enfim
Novembro 
Quem me dera 
Setembro 
C.A., 8-11-2024

segunda-feira, novembro 04, 2024

Dois... por mês?

 



Novembro

Tu e eu
Somos parecidos
Trazemos em nós 
Um pouco
Dos outros 

Talvez por não sabermos
A direção a tomar
Seguimos todos as direções 

Não tendo
A  certeza de nada
Duvidamos de tudo

Como não temos
A posse
De coisa nenhuma 
Desejamos todas
As coisas

Somos parecidos
Tu e eu
Ora nos afundamos
Na terra
Ou nos elevamos 
No céu 

Ás vezes toma-nos
Um sol radioso
Depois mergulhamos
Num escuro
Assombroso

Sem razão 
O calor
Nos invade
Será amor
De verdade

Logo depois
Um apelidado furacão 
Devolve-nos o frio
Da razão 

Entre nós 
Só vejo
Uma diferença 
Tu enches os campos
De esperança 
E eu
Já não acredito 
Na mudança 

C.A., 3-11-2024

sexta-feira, novembro 01, 2024

Um por Mês - Novembro

 

Novembro
Os meses
Custam a passar
Ás vezes
Em outubro
Já nada descubro
Os dias arrastam -se
Sempre iguais
Até parece
Que não
Correm mais
As noites
Mantêm a escuridão
Sem dela
Abrirem mão
As horas
Não chegam
A chegar
Ficando por ali
A cismar
Nem o vento
A assoprar
Leva a água
Daquele rio
Até ao mar
E a memória
Que devia
Ir ao fundo
Da história
Ficou presa
Numa espécie
De tristeza
E os anos
Tão compridos
Que deveriam ser
Interrompidos
Proponho
Que cada mês
Seja mais curto
Quinze dias
Em absoluto
Talvez assim
Outubro acabasse
E novembro
Chegasse

C.A., 24-10-2024