quarta-feira, janeiro 13, 2021

À espera da escola nova



Podíamos baptizar este post com o título À espera de Godot. Para quem não sabe, é uma peça de teatro moderna. Duas personagens falam, discutem, trocam ideias entre si, à espera de um tal Godot, que nunca mais chega. E é essa a sensação com que ficamos, quando falamos na nossa escola: cá estamos nós, falando, ensinando, discutindo, debatendo, aprendendo, aguardando o edifício que nunca mais vem.

Foi construída há mais de 40 anos, e era suposto ser provisória. E o provisório virou “para sempre”. Estivemos quase quase quase para finalmente ficarmos com uma reluzente, acabadinha de sair do forno. Foi no tempo do Sócrates. Depois veio a crise. E cá aguardamos. Até hoje.

Mas chega o momento em que já não dá mais para esperar. Por isso mesmo, os nossos alunos têm andado a fazer uma manifestação à porta do edifício. Era suposto ser um dia, já lá vão três. E até a SIC já cá esteve para entrevistar os manifestantes. Mas basta ver o vídeo que a equipa da biblioteca fez para percebermos a razão porque todos nós – professores e alunos – estamos cá fora: a escola está a cair aos bocados e já não há pintura nem remendos nem volta a dar. É para deitar abaixo e começar do zero.

Fica aqui o pequeno vídeo que fizemos, homenageando os alunos que lutam pelo direito de estudar, de aprender, de ascender socialmente. Não é um privilégio de alguns, é um direito de todos. Uma coisa que o Ministério de Educação já deveria ter aprendido.

Afinal, um país não ascende com apenas um punhado de estudantes riquinhos.






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