sexta-feira, março 13, 2020

E se ficarmos como a Itália?


Foi desta: a realidade do Coronavírus bateu forte e feio em Portugal. Até à notícia do encerramento das escolas para os alunos, quase ninguém levava este problema a sério. Foi tudo para a praia, para as discotecas, foi uma alegria de sol no boné e tardes estiradas na relva de um jardim. Entretanto, alguns cidadãos assustados já andavam a atacar as prateleiras dos supermercados, abocanhando tudo o que fosse comida, papel higiénico, álcool, café, cigarros. Quando o alarme foi finalmente soado, já um frasco de álcool etílico custava 13 euros e papel higiénico, nem vê-lo. Agora, o país está sentado, agarrado ao ecrã, à espera das novas diretivas vindas do governo. Fecha, não fecha? Haverá cafés, restaurantes abertos? E quem irá fazer a contabilidade dos nossos salários?
Quem olha para as imagens desoladoras de Florença ou Milão, fica com a sensação de que está a assistir a um filme de terror: ruas desertas, as poucas gentes que surgem do nada têm máscaras, parece o fim do mundo. É caso para nos perguntarmos: vamos acabar assim, neste país à beira-mar plantado?
Enquanto esperamos - no meio de toda esta incerteza - algumas coisas podem já ser realizadas:
1- Verificar a despensa – Se ainda não fez a lista, convém preparar-se para tal. Não é necessário assaltar o supermercado. Verifique o básico, e seja solidário com os seus vizinhos.
2- Muitas coisas podem ser substituídas – Não há álcool? Substitua com vinagre ou sumo de limão. Não há papel higiénico? Lave-se cuidadosamente, depois de fazer as necessidades, e use toalhas que possam ir à máquina de lavar facilmente. Não há carne? Substitua com ovos. Não há leite? Aprenda a fazer leite de aveia em casa. Um pacote de aveia é super barato e pode durar uma semana. No entanto, preste sempre atenção aos conselhos dos peritos. Por exemplo: eles são os primeiros a dizer que devemos evitar a lixívia e optar pela água oxigenada e o sabão.

3- Aposte na higiene o mais possível. Desta vez, estamos todos autorizados a sermos freaks da limpeza. Especialmente com a casa de banho… e o smartphone. Sim, limpe muito bem esse aparelhozinho que tem na mão. Segundo muitos médicos, chega a estar mais sujo do que uma retrete!
4- Seja criativo/a na cozinha: há imensos sites que oferecem receitas que não só são rápidas como são inclusivamente baratas e criativas. E aproveite os restos: faça almôndegas, esparguete à bolonhesa, pizza de restos. É barato e resulta sempre. Há para aí uns zunzuns que falam de um possível colapso económico, por isso, pelo sim pelo não, convém começarmos a racionar, em vez de desperdiçar a comida. E por falar nisso…
5- Evitar ao máximo um crash – As doenças vão e vêm, mas um colapso económico pode levar décadas a ser resolvido. Perguntem à Grécia que, desde 2009, ainda não saiu dele, e já vai entrar noutro. A melhor maneira de evitarmos este filme de terror é seguirmos as regras dadas pela OMS e pelo Governo até ao último pormenor. Quanto menos pessoas “furarem a quarentena”, mais facilmente poderemos controlar esta pandemia e, consequentemente, mais depressa a economia voltará ao normal. Macau fez isso mesmo: usou medidas drásticas, mas foi a zona do planeta que mais depressa recuperou.
6- Não entrar em crises de ansiedade e pânico – Estes dois estados de espírito debilitam o nosso corpo e destroem o nosso sistema imunitário, para além de criarem instabilidade na nossa comunidade. Uma cabeça fria resolve muitos problemas. E lembre-se: hoje já existem mecanismos de contingência mundiais, que diminuem bastante a taxa de mortalidade. Um cenário semelhante a uma peste negra ou gripe espanhola é muito pouco provável, no século XXI.
7- Evitar as “notícias de última hora” e uso de redes sociais – Não só não têm feito outra coisa senão alimentar a ansiedade como, ainda por cima – no caso das redes sociais – disseminam muita informação falsa, que só cria ataques de pânico na comunidade. Crie um horário fixo, que delimite as notícias para apenas 3 momentos do dia: manhã, tarde e noite. E chega. Leia um livro, veja um filme, ouça música, jogue às cartas com a sua família, vá passear o cão. Há vida para além do ecrã.
Até lá, é esperar com paciência para que as coisas melhorem. E se ainda têm dúvidas de que este vírus seja assim tão mau, basta só dizer que os sobreviventes ganharão de brinde pulmões com danos irreparáveis. O prognóstico que o jornal americano The New York Times reserva para aqueles que escapam à morte não é muito risonho. (leiam o artigo completo aqui ).
Olhem para as imagens deste post (as duas primeiras mostram os danos em vários pacientes de várias idades), e pensem duas vezes se querem ir para a praia de Carcavelos!

Imagens retiradas do artigo acima citado.

2 comentários:

Sónia Costa disse...

Muito bem esclarecido, com todos os aspectos importantes muito bem explicados. Com este texto, qualquer pessoa aprende tudo o que precisa de saber para viver nestes tempos de crise.

Clara disse...

Excelente. Muito informativo e actual.