Quase todos os filmes que veem
desta gigantesca indústria de entretenimento apelam mais à
parvoíce, ao sexo e à violência do que à capacidade que todos nós
temos de sermos independentes e de procurarmos as respostas por nós
mesmos.
Hollywood sempre se interessou
por histórias passadas em escolas, mas a forma como olha a classe
dos professores é – podemos dizê-lo – um bocadinho
“extremista”: o docente ou é o “chato” que estraga a festa
dos pobrezinhos adolescentes ou é o messias que os vem salvar dos
“maus caminhos da vida”. Raramente encontramos um filme em que os
professores são aquilo que são: seres humanos que – à semelhança
de todos nós – cometem erros, desmotivam-se, animam uma turma ou
vivem submersos em papéis e reuniões.
Obviamente que existem
exceções e os filmes Clube
dos Poetas Mortos e
O Substituto
são perfeitos exemplos disso: embora os dois professores em questão
estejam a lecionar em escolas cujos alunos pertencem a classes
sociais totalmente opostas e à distância de quase um século, ambos
tentam ensinar ao seu “público” a importância de nos
encontrarmos através dos livros, e por que motivo eles são tão
necessários nas nossas vidas, particularmente no século em que
vivemos. No primeiro caso, Mr Pickering não vem salvar ninguém, uma
vez que a turma a quem ele leciona pertence, com algumas exceções,
a uma classe abastada. Já o segundo lida com adolescentes apáticos,
que não gostam de nada e não veem valor algum na escola, quanto
mais na prática da leitura. Em todo o caso, a voz do professor
continua – a bem ou a mal - a ser uma voz humana, pessoal,
individualista e, por isso mesmo, imprescindível.
É caso para nos perguntarmos
o que acontecerá aos alunos do futuro, quando um dia, em vez de
terem um ser de carne e osso a ensiná-los, terão um computador à
frente, que se limita a debitar o programa que foi baixado…