segunda-feira, outubro 20, 2008

Um, Dois, Três...

Um, Dois, Três,
Voltou a Cabra-Montês!!



O que parecia impossível tornou-se verdade: a célebre Cabra-Montês, completamente desaparecida do mapa de Portugal nos finais do século XIX, decidiu, pelos seus próprios pés, voltar a terras lusas!
Miguel Dantas da Gama mal podia acreditar nos seus olhos quando, em 1999, num dos seus muitos passeios pela serra do Gerês, deu de caras não com uma mas três cabritinhas, a pastar num local onde tinham sido dadas como extintas há mais de cem anos. Afirmou, comovido: O Gerês não me parece mais o mesmo! Um reixelo (macho adulto), uma fêmea e uma cria pastam em liberdade no Parque Nacional da Peneda do Gerês! Como foi isto possível?!
É mesmo caso para dizermos: “Quem espera por político, espera sentado”. Há muito tempo que a FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens) andava em conversações com os nossos políticos, no sentido de trazer para Portugal um par destes animais (o único país que ainda os possuía era a nossa vizinha Espanha). No entanto, como é de esperar, os nossos governos nada fizeram. As palavras “interesse nacional” só são interessantes quando metem um campo de golfe no meio da frase.
E é aqui que as coisas se tornam interessantes: em 1997, um papá, uma mamã e uma cria fugiram da serra de Santa Eufémia, na Galiza, e acabaram por refazer as suas vidas em Portugal. Hoje, são mais de 300 na serra do Gerês!
Nem tudo são rosas: na opinião do próprio Miguel Dantas, é necessário um controlo do crescimento da população, bem como uma observação mais apertada, uma vez que, ao misturarem-se no mesmo território das cabras domésticas, poderão criar consequências nefastas, a nível sanitário.
Mas o optimismo supera tudo:
Embora reconhecendo-se que o regresso das cabras ao parque nacional é um grandioso fim em si mesmo, é também, e principalmente, um meio para atingir um fim muito maior: a recuperação, o correcto ordenamento e a salvaguarda da Peneda-Gerês, património natural de excepção (…).
Finalmente, Miguel Dantas voltou a lançar o mesmo alerta que tem vindo a fazer há anos: já só resta uma águia-real fêmea, em território português. Em poucas palavras: quando este espécime morrer, Portugal deixará de contar com mais uma espécie no seu mapa. É que as águias-reais perderam os seus territórios, em grande parte por causa dos fogos florestais, mas também por causa dos “barulhentos” e “incomodativos” desportos radicais.Porque aquilo que agrada ao Homem, raramente traz prazer à Natureza…

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