terça-feira, outubro 28, 2014

A importância da leitura, segundo Hollywood


Quase todos os filmes que veem desta gigantesca indústria de entretenimento apelam mais à parvoíce, ao sexo e à violência do que à capacidade que todos nós temos de sermos independentes e de procurarmos as respostas por nós mesmos.
Hollywood sempre se interessou por histórias passadas em escolas, mas a forma como olha a classe dos professores é – podemos dizê-lo – um bocadinho “extremista”: o docente ou é o “chato” que estraga a festa dos pobrezinhos adolescentes ou é o messias que os vem salvar dos “maus caminhos da vida”. Raramente encontramos um filme em que os professores são aquilo que são: seres humanos que – à semelhança de todos nós – cometem erros, desmotivam-se, animam uma turma ou vivem submersos em papéis e reuniões.
Obviamente que existem exceções e os filmes Clube dos Poetas Mortos e O Substituto são perfeitos exemplos disso: embora os dois professores em questão estejam a lecionar em escolas cujos alunos pertencem a classes sociais totalmente opostas e à distância de quase um século, ambos tentam ensinar ao seu “público” a importância de nos encontrarmos através dos livros, e por que motivo eles são tão necessários nas nossas vidas, particularmente no século em que vivemos. No primeiro caso, Mr Pickering não vem salvar ninguém, uma vez que a turma a quem ele leciona pertence, com algumas exceções, a uma classe abastada. Já o segundo lida com adolescentes apáticos, que não gostam de nada e não veem valor algum na escola, quanto mais na prática da leitura. Em todo o caso, a voz do professor continua – a bem ou a mal - a ser uma voz humana, pessoal, individualista e, por isso mesmo, imprescindível.
É caso para nos perguntarmos o que acontecerá aos alunos do futuro, quando um dia, em vez de terem um ser de carne e osso a ensiná-los, terão um computador à frente, que se limita a debitar o programa que foi baixado…