segunda-feira, janeiro 31, 2011

Livro Da Semana

A Menina Que Não Sabia Ler, de John Harding

Vamos imaginar que estamos a viver na Inglaterra do século XIX. Os primeiros passos da Escola Pública começavam a ser dados. A sujidade era uma constante, clip_image001de tal forma que os esgotos de Londres tiveram de ser reformados do zero no ano de 1858, porque já não conseguiam sustentar o lixo, a urina e as fezes de milhões de cidadãos. Mais de metade dos Ingleses viviam no limiar da pobreza, e só uma pequena elite de ricos e burgueses endinheirados tinham acesso ao poder e à Educação. A cultura era um privilégio de poucos, e nem pensar em dá-la às mulheres. Com efeito, elas querem-se estúpidas, submissas e prontas para casar.

Florence é um exemplo disso: educada juntamente com o seu irmão numa gigantesca mansão, ninguém quer saber deles para nada. Andam “por aí” a vaguear de sala em sala, à solta e ao Deus dará como se fossem bichos. O tio, que supostamente devia desempenhar o seu papel de tutor, não se interessa por eles e entrega-os às mãos dos criados de uma casa que vive debaixo de regras muito rígidas. E, vá-se lá saber porquê, o tio não quer que Florence aprenda a ler… Porém, este homem, que nem sequer se dá ao trabalho de conhecer pessoalmente os seus protegidos, subestima a inteligência e fome de saber desta menina. Assim que descobre, numa das suas muitas deambulações, a gigantesca biblioteca secreta e proibida, não descansará enquanto não aprender a ler sozinha, para que possa ter acesso a esse mundo incrível que são os livros.

Quando Giles, o seu irmão, é rejeitado por um colégio interno, por ser descrito como sendo uma criança lerda que não aprende bem, o tio lá se dá ao trabalho de contratar uma preceptora que lhe dê as lições de acordo com o ritmo da criança. Até aqui, tudo bem. O problema, mais tarde, é que esta professora morre em circunstâncias bastante estranhas. E a história começa a tornar-se ainda mais sinistra quando a nova preceptora, uma mulher fria e estranha, começa a invadir a vida de Florence e seu irmão.

E, por fim, a atmosfera da própria casa… Fechada, gótica, decadente, carregada de fantasmas, carregada de segredos de família, carregada de sombras do passado…

Uma vez que esta história é-nos contada através dos olhos de Florence, perguntamo-nos se esta tem razão em desconfiar da srta. Taylor ou se não estará a enlouquecer. A preceptora é ou não uma criatura maléfica? E por que motivo Florence sonha com uma mulher a ameaçar Giles, o seu irmão? Que segredos esconde esta casa? Por que razão não a deixam aprender a ler?

Não larguem o livro porque o final é completamente inesperado.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Lição de Vida – O Poder Dos Livros Na Nossa Vida

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E Tudo Era Possível

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de Maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo

Imagem retirada daqui

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Balanço da Palestra “Os REEE”

No âmbito do projecto do grupo de trabalho “Os Desconectados” e Escola Electrão, com o objectivo se continuar a mostrar que com um simples gesto podemos mudar muita coisa. O meio ambiente apenas precisa de pequenas acções, actos de bondade, que não acarretam qualquer esforço, simplesmente o prazer de ajudar. Mas para que tudo isto se concretize, tem de ser feito algo, nem que seja uma simples chamada de atenção, que desperte a comunidade e a alerte para os benefícios da recolha e reciclagem dos REEE.

O impacte ambiental destes resíduos é incalculável, quando elevado à taxa global, e, por essa razão, o grupo Desconectados não ficou estático e tomou a iniciativa de organizar uma palestra sobre os REEE. Foi no passado dia 12 de Janeiro de 2011 que o Engenheiro da Amb3E, Guilherme Marcão, se dirigiu à nossa escola para falar um pouco sobre esta temática e mostrar que a recolha e o correcto encaminhamento de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos é deveras importante. O espaço destinado a este evento foi o CIA, não só porque permite uma maior concentração de alunos, de várias turmas, como também porque é um local da nossa escola aberto a todos, permitindo aos docentes e não docentes assistir também.

Estiveram presentes cerca de 120 pessoas, quer as turmas que foram convidadas formalmente pelo grupo (T.G.A., T.G.E.I., 8ºB, 12ºA), quer outras turmas e respectivos professores que também quiseram estar presentes.

O engenheiro Guilherme mostrou-se uma pessoa muito esclarecedora, explicando de forma muito sucinta, todo o processo pelo que devem passar os REEE, tentando sempre focar a atenção da plateia para a necessidade de reciclagem destes equipamentos. Muito provavelmente, a maioria dos alunos que assistiu à palestra desconhecia que estes equipamentos (que todos temos em nossa casa) podem ser reciclados, reaproveitados e reutilizados. Foram colocadas algumas questões, que foram seguidas sempre de uma resposta elucidativa.

De um ponto de vista geral, a palestra foi um sucesso. A mensagem foi mais uma vez transmitida aos alunos restando agora esperar que eles não se deixem ficar e que ajam, pois é o ambiente quem mais necessita da nossa ajuda.

 

Hoje É o Dia Internacional Da Memória Do Holocausto

Chegada a Auschwitz

Eles fizeram-nos marchar pelo portão sob chicotadas, surras e cães pulando em cima de nós. Chegámos a uma grande construção de clip_image001tijolos, e eles empurraram-nos para dentro de lá. Havia prisioneiros e agentes das SS dizendo-nos o que fazer em seguida. Havia mesas, mesas muito compridas. Na primeira área nós tínhamos que nos despir, tirar todas as nossas roupas. Havia ganchos atrás de nós. A gente colocava as roupas em um pedaço de arame, pendurava, tirava os sapatos e os colocava no chão. Na próxima mesa estavam os barbeiros, os barbeiros do campo, que raspavam nossa cabeça, cortaram nosso cabelo, e raspavam todo o nosso corpo. Eles diziam que era uma questão de higiene. Então, nós passávamos para outra mesa onde era feita a tatuagem [OBS: com números, para identificar o prisioneiro], que era feita no antebraço esquerdo. Uma pessoa esfregava um paninho sujo embebido em álcool no braço, e a outra pessoa tinha uma agulha e um tinteiro, e ela tatuava os números em nós. Meu número foi 65.316, e isto significava que 65.315 pessoas haviam sido numeradas antes de mim, tatuadas antes de mim.

Após a tatuagem ser feita, eles levavam-nos para um lugar onde nos davam roupas, mas não as que a gente usava quando chegou. Eles deram, distribuíram para nós, um gorro castanho listrado, uma veste listrada, calças listradas, um par de tamancos de madeira e uma camiseta. Nenhuma meia ou roupa de baixo. Então, na última área, depois de nos darem o uniforme, davam-nos também duas tiras de pano. A tira, eu diria, tinha cerca de 15 centímetros de comprimento e talvez quatro centímetros de largura. E [tinha] a Estrela, trazia a Estrela de David, com o mesmo número que havia sido tatuado no nosso antebraço esquerdo, e ela era presa no lado esquerdo do peito e na perna direita da calça.

Então, o último item, que era o item mais importante que nós recebíamos, era uma tigela redonda. Aquela tigela era o elemento vital da nossa existência. Em primeiro lugar, sem ela você não podia receber as rações miseráveis que serviam, e, em segundo lugar, as instalações de banheiro eram quase inexistentes [a tijela era utilizada para comer e urinar].

Testemunho de Miso Vogel, sobrevivente de Auschwitz

Experiências Médicas em Auschwitz

Claro que tenho, infelizmente, muitas clip_image003lembranças do hospital e do consultório médico. Parece-me que passei muito tempo lá, e também de ficar no hospital e de estar muito doente. Sei que uma vez, quando fui para o consultório médico, eles tiraram sangue de mim, e doeu muito porque foi do lado esquerdo do meu pescoço. Esta é uma coisa estranha de lembrar. Eu também me lembro de tirarem sangue do meu dedo, mas isso não era tão ruim [quanto o pescoço].

Lembro, também, de ter que ficar sentada, imóvel, por longos períodos para ser medida ou pesada, ou para radiografias. Eu me lembro de radiografias e mais radiografias, e injecções. Lembro me das injecções (porque depois eu ficava doente) e ficava naquele hospital. Lembro de ter tido febre alta, porque sei que eles estavam tomando minha temperatura, alguém estava. Eu realmente passei a odiar médicos. Passei a ter medo, eu costumava ter muito medo de médicos, eu ainda tenho. Eles são um pesadelo. Os hospitais estão fora de questão e as doenças são inaceitáveis [para ela, como resultado do sofrimento pelo qual passou].

Testemunho de Irene Hisme, sobrevivente de Auschwitz

Todos estes testemunhos foram retirados do site United States Holocaust Museum (tradução do Português do Brasil)

Para Leres Com Atenção:

Auschwitz, O Testemunho de um Médico, de Miklos Nyiszli (livro online)

Auschwitz, O Testemunho de um Médico - Dr. Miklos Nyiszli

Imagens retiradas de: 1 e 2

terça-feira, janeiro 25, 2011

Como É Que Chegámos A Este Estado???

O preço do petróleo não pára de crescer, a crise mundial espalha-se pelo mundo como se fosse um cancro clip_image002incurável, o desemprego é um flagelo na Europa e nos Estados Unidos da América, o FMI anda devagarinho e com pezinhos de lã a invadir um a um os países do Sul da Comunidade Europeia, a comida começa a faltar, as multidões assaltam os supermercados para sacar o último pacote de açúcar racionado, os orçamentos de estado de muitos países vão roubando o futuro e a esperança das futuras gerações, o Japão é hoje uma nação de velhos abandonados e de jovens mimados e egoístas… E, no entanto, há cinco anos atrás, tudo corria bem e nada parecia prever o futuro terrível que se aproximava!

Nada? Bom… Não é bem assim. Hoje, o cidadão comum sabe que todos os sinais de alarme estavam bem presentes, mas ninguém, desde o corretor ao banqueiro, desde o político ao próprio cidadão anónimo, quis saber. É verdade que, de vez em quando, tínhamos um rebate de consciência: como é que eu, que só ganho 900 euros, posso ter três cartões de crédito na mão, um empréstimo para um carro, os filhos na escola privada e um empréstimo para uma casa? Mas como a vida era bela e o dinheiro sabe sempre bem, sacudíamos estes maus agoiros das nossas cabeças e continuávamos a esbanjar, a esbanjar, a esbanjar… Até que um dia a bolha estourou e entrámos no inferno.

Como foi que tudo começou? É precisamente essa questão que o realizador David Sington quis responder. E, por muito estranho que isso pareça, tudo começou com uma coisa: casas. Sobretudo casas ligadas aos subúrbios (ver imagem em baixo). Ora, esta invenção americana – que consiste em criar do zero uma aldeia nova afastada das cidades mais antigas – exigiu um enorme consumo de energia e de dinheiro e fez disparar os preços das habitações. Ter um lar, doce lar, graças ao crédito e prestações dos bancos, parecia estar ao alcance de todos os bolsos, o que fez com que o real valor de uma habitação estivesse bastante inflacionado. Como, infelizmente, o mundo de hoje é como um exército de peças de dominó, assim que a primeira peça caiu, tudo foi atrás.

O documentário é, no mínimo, original, e mereceu a atenção do festival de Sundance, clip_image004um dos mais famosos festivais de cinema mundiais, desde há uns bons anos para cá. A realização do filme foi complexa, depois de horas e horas de entrevistas, já chegar ao título terá sido o mais simples do processo. O realizador britânico inspirou-se nas declarações de Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal norte-americana, que admitiu uma "falha" no Congresso ao ter acreditado no poder de auto-correcção dos mercados. Sington teve também a ideia original de intercalar desenhos animados de propaganda anti-comunista (imagem no início do texto) com os testemunhos de banqueiros, corretores, vendedores de casas e vidas pessoais de americanos que se deixaram levar pelo sonho de que todos nós podemos ser ricos como o vizinho do lado.

Esperemos que este documentário chegue às nossas salas. Pode muito bem servir de aviso aos Portugueses, que ainda não acordaram lá muito bem para a crise que os espera e que acham que as futuras gerações deverão pagar a factura dos erros dos outros. Ou seja, dos nossos erros. E os avisos à navegação são sempre bem-vindos.

The Flaw ( A Falha, em Inglês) Trailer sem legendas

Imagens retiradas de:

http://www.aintitcool.com/node/48070

http://www.worldchanging.com/archives/011145.html

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Livro Da Semana

O Processo, de Franz Kafka

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Qualquer pessoa que tenha estado atenta às eleições de ontem deve ter ouvido falar da “bronca” do Cartão de Cidadão: milhares de pessoas não conseguiram votar devido a um erro informático, que impediu que muitos votantes ficassem a saber o seu número de eleitor. E o número não disparou porque muitos Portugueses, teimosos mas pacientes, esperaram horas para aceder à base de dados. Houve pessoas que chegaram a esperar mais de duas horas, sempre a resmungar mas sem arredar pé.

Se acham que esta situação é escandalosa, há histórias ainda mais bizarras e mais estranhas. Há cerca de duas semanas, o jornal Expresso noticiou um acontecimento bem surrealista: uma família, durante o velório de um ente querido, descobriu que o morto não tinha os olhos. É que, graças a um “pequeno lapso” informático, o defunto estava dado como dador de órgãos… E não era ele. E, já agora, quem é que ainda não recebeu ou viu no facebook a notificação dos Serviços do Ministério Público de Lagos, a pedir que uma certa pessoa apareça na qualidade de falecido para, no prazo de dez dias, levantar o cartão requerido (se não acreditam, podem ver com os vossos próprios olhos aqui: http://www.calinadas.net/na-qualidade-de-falecido/)?

Quantas pessoas não podem cumprir o seu sonho por causa da falta do “papelinho”? Quantos serviços, entidades e escolas são entupidos por causa do excesso da papelada? Quantos inocentes não estarão na cadeia por causa de um “erro técnico”? Quantas vezes não fomos tramados por causa de um obscuro ofício ou decreto ou alínea? E a quantidade esmagadora de processos em tribunal, à espera de serem resolvidos? E a papelada que temos que preencher só para comprar uma casa? E a quantidade de homens e mulheres que não conseguem arranjar um emprego nem pedir um préstimo porque lhes falta o “papelucho” comprovativo de uma morada que não têm?

A burocracia é sufocante, asfixia toda uma nação e é autora de injustiças gritantes. E o mais estranho de tudo é que ninguém é apanhado, ninguém é responsabilizado, ninguém tem culpa. A Burocracia é um monstro sem rosto, sem humanos, sem culpa nem remorsos. É uma “coisa” que ali está e não se pode culpá-la nem apanhá-la nem enganá-la nem destruí-la. E é tão fácil, nos dias de hoje, destruir alguém por causa da falta ou presença de um papel!

clip_image004 Ora todas estas histórias bizarras já foram “profetizadas” pelo escritor Franz Kafka, na sua obra-prima O Processo: Josef K, a personagem principal deste romance, vai parar à cadeia sem sequer fazer a mais pequena ideia do que fez. Não sabe porque está lá, não sabe que crime cometeu, não conhece os seus acusadores, anda de sala em sala, de pedido em pedido, de relatório em relatório, e acabará por ser executado pela máquina da Justiça por um crime que não cometeu. E… Já agora… Se não for muito incómodo… Qual crime?

Escrito no ano de 1925, esta história de terror – não se lhe pode chamar outra coisa – de alguém que acaba assassinado sem sequer saber o que fez faz-nos lembrar sinistramente os relatos de muitos prisioneiros da prisão de Guantánamo, que foram presos nas suas próprias casas e à frente das suas próprias famílias sem que lhes fosse dada qualquer explicação ou razão porque tal estava a ser feito contra eles. Porém este cenário não ocorreu somente em países a milhares de quilómetros de distância do Brasil. Temos histórias de torturas na maioria dos países da América do Sul e, não diferente, no Brasil também. Principalmente na ditadura militar, várias famílias viram homens com “traje negro e justo” retirarem seus pais, filhos, maridos e esposas de suas casas, antes mesmo do café, para serem torturados por acusações que nem conheciam. Igualmente a história de Josef K.

A justiça é cega? É cega, sim senhora. É cega demais. É pesada, lenta, arrogante, megalómana, fechada em si mesma, ineficaz, incapaz de resolver os problemas que vão surgindo. E falha precisamente porque tarda, porque é excessivamente burocrática, porque segue protocolos inúteis e antiquados, porque não consegue adaptar-se aos tempos modernos. E quando anda de mãos dadas com o poder, a Justiça não é apenas incompetente, é, acima de tudo, perigosa.

No fim, os Josef K deste mundo são esmagados como se fossem baratas que passeiam distraidamente por cima de um gigantesco processo, esquecido numa bafienta e suja prateleira de um enorme armazém. A nós todos, zés-ninguéns do planeta Terra, só nos resta esperar na sala de espera, à espera de que um funcionário mal-humorado nos atenda como se lhe estivéssemos a fazer um grande favor. À espera, eternamente à espera, olhando o relógio, bufando.

E, sem repararmos, uma mão invisível enfiou-nos uma corda no pescoço.

O Processo (BookTrailer)

Imagens retiradas de: 1 e 2

Citação retirada daqui

sábado, janeiro 22, 2011

Ontem Foi O Dia Mundial Das Religiões

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Se os homens são assim tão maus apesar da ajuda da religião, como seriam eles sem ela?

Bejamim Franklin

 

Nós temos a religião suficiente para nos odiarmos, mas não a que baste para nos amarmos uns aos outros.

Jonathan Swift

 

O Homem que criou a ideia de Deus foi um génio.

Eurípedes

A Ciência sem a religião é coxa, a religião sem a ciência é cega.

Albert Einstein

O Nascimento de Uma Religião

Evolução das Religiões

A Ciência Tenta Explicar A Origem Das Religiões

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Eco-Escola (2010) - 3

XVI OLIMPÍADAS DO AMBIENTE – ANO LECTIVO 2010/11

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À semelhança do ano lectivo transacto, também este ano a nossa Escola se increveu nas Olimpíadas do Ambiente, na modalidade Ambiente à Prova. A divulgação deste concurso foi feita pela Coordenadora, a professora Matilde Cardeira, em reunião de Directores de Turma, aos quais foi entregue documentação (regulamento, calendarização e ficha de inscrição) e solicitada a colaboração para que divulgassem o evento junto dos alunos. Este ano decidiu-se internamente que a inscrição neste concurso seria automática para os alunos das turmas do 11º ano, do TGA (Curso Profissional de Técnico de Gestão do Ambiente) e do 8º ano, uma vez que enquanto os primeiros integram um projecto internacional cuja temática é o Ambiente, os alunos do básico têm no programa curricular de Ciências Naturais conteúdos relacionados com o tema. Aos outros alunos, coube a inscrição junto do director de turma ou de uma das professoras responsáveis pelo concurso.

A 1ª eliminatória das Olimpíadas teve lugar na nossa Escola no dia 16 de Dezembro e contou com a participação de 26 alunos do 8ºano, na categoria de júniores, e de 105 alunos do secundário (do 10º ao 12º ano), na categoria de séniores. A prova, com a duração prevista de 45 minutos, consistiu num teste escrito individual, constituído por 30 questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento, tendo por tema principal a água.

A correcção da Parte I (escolha múltipla) foi feita na escola, obedecendo aos critérios e directrizes da Comissão Organizadora, os resultados foram afixados publicamente e enviadas as tabelas e provas dos melhores 25 classificados em cada categoria ao Secretariado das Olimpíadas, que irá escolher os melhores duzentos classificados a nível nacional para a 2ª eliminatória, a ter lugar em 22 de Fevereiro próximo.

A todos os alunos participantes foi atribuído um Certificado de Participação, bem como aos professores que coordenaram e colaboraram na aplicação da prova.

Dada a grande adesão ao evento e face a alguns bons resultados, resta-nos agora aguardar a decisão da Comissão Organizadora quanto aos alunos seleccionados para a segunda eliminatória.

A Coordenadora

Matilde Cardeira

 

Ambiente à Prova

1ª Eliminatória

Quinta, 16 de Dezembro às 14:30 horas

Duração da Prova: 45 minutos

TOP 25 – CATEGORIA DE JÚNIORES

TURMA

ALUNO (A)

PONTUAÇÃO

8ºB

MIGUEL SAIÃO ROCHA MÓSCA

26 pontos

8ºA

DIOGO PANAZEITE

23 pontos

8ºA

FLÁVIO ALEXANDRE MIGUEL

21 pontos

8ºA

CARLA SOFIA BARÃO FERREIRA

20 pontos

8ºB

RUI RODRIGUES

20 pontos

8ºB

JOSÉ MIGUEL SOARES

19 pontos

8ºB

ELOÍSA FALCATO

18 pontos

8ºA

FRANCISCO SAIÃO L. GALVÃO

18 pontos

8ºB

JOANA PICARETA ABRAÇOS

18 pontos

8ºB

ANA RITA SARAIVA DA PALMA

18 pontos

8ºB

ADRIANA SOFIA Q. GUERREIRO

17 pontos

8ºA

CAROLINA PIÇARRA LEISICO

17 pontos

8ºA

IRIS RAQUEL U. LA F. OLIVEIRA

17 pontos

8ºB

BEATRIZ LANZINHA SOUSA

16 pontos

8ºA

HELENA ISABEL M. SABALA

16 pontos

8ºB

MIGUEL ÂNGELO L. CLÁUDIO

16 pontos

8ºA

CHLOÉ LAURA SAYRIGNAC

15 pontos

8ºB

FILIPE CARLOS GONÇALVES

15 pontos

8ºA

JOANA ISABEL F. PEREIRA

15 pontos

8ºA

RITA ISABEL ESTÊVÃO BRAGA

15 pontos

8ºB

RITA BETTENCOURT PAIXÃO

14 pontos

8ºB

IARA BIRRA SANTOS SOUSA

13 pontos

8ºA

TIAGO FILIPE F. MARQUES

13 pontos

8ºB

VANESSA MAIA DE GODOI

12 pontos

8ºA

CRISTIAN CARACÓIS SOEIRO

07 pontos

A COORDENADORA:

 

1ª Eliminatória

Quinta, 16 de Dezembro às 14:30 horas

Duração da Prova: 45 minutos

TOP 25 – CATEGORIA DE SÉNIORES

TURMA

ALUNO (A)

PONTUAÇÃO

10ºA

ANDRÉ MANUEL AFONSO

21 pontos

11ºA

LUÍS ANTÓNIO M. BALEIZÃO

20 pontos

12ºC

GONÇALO ALVES MADEIRA

20 pontos

11ºA

JESSICA PAIXÃO ARRAIS

19 pontos

11ºB

RAQUEL PICA SOARES

19 pontos

12ºB

MARIA JOÃO NOGUEIRA TELES

19 pontos

12ºB

SARA DE GUADALUPE MADEIRA

19 pontos

12ºB

RODRIGO VAN UDEN CHAVES

18 pontos

12ºC

GONÇALO BRITO INFANTE

18 pontos

11ºA

ALBERTO MACHADO LAMEIRA

18 pontos

11ºA

FILIPA ALEXANDRA L. PEREIRA

18 pontos

11ºA

INÊS ISABEL DURÃO CAVACO

18 pontos

11ºA

PATRÍCIA MAN. X. CARVALHO

18 pontos

11ºB

CÉLIA CRISTINA M. GOMES

18 pontos

11ºB

MÁRCIA ALHINHO PENADO

18 pontos

11ºB

MARIA CRISTINA T. BARROSO

18 pontos

12ºB

INÊS DA CONCEIÇÃO CACHOLA

17 pontos

11ºA

MARIA BEATRIZ VAL. COSTA

17 pontos

11ºB

DAVID GONÇALVES CARVALHO

17 pontos

11ºB

EMANUEL SIMÃO SALVADINHO

17 pontos

10ºE

ÂNGELO CARRASCO

17 pontos

12ºB

JOEL MELÃO ALCÂNTARA

16 pontos

11ºA

MARIA S. PAIVA CAMELO

16 pontos

11ºA

MARIA TERESA G. S. E. COLA

16 pontos

11ºA

SANDRA CLÁUDIA G. SOUSA

16 pontos

A COORDENADORA:

Observações: Nos critérios de selecção considerou-se o resultado da escolha múltipla, bem como o facto de o aluno ter respondido à questão de desenvolvimento.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Obras Intemporais Que Deveríamos Ter Na Nossa Estante II

Viagem Ao Centro Da Terra, de Júlio Verne

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Tinha 21 anos quando conheci este escritor. A minha família conseguira alugar uma casita em Mafra, longe dos carros, da poluição e perto de uma aldeiazinha onde nos abastecíamos semanalmente. Não havia televisão nem Internet nem rádio e nenhum de nós estava com vontade de carregar mais um mastronço no porta-bagagens. O que aquela casa maravilhosa tinha era um pomar de perder de vista e uma bela horta, que nos serviu que nem ginjinhas durante as duas semanas de férias de Agosto.

E tinha uma biblioteca cheia de livros muito antigos. Fiquei fascinada a olhar para títulos de “grandes escritores”, “grandes revelações”, futuros talentos e best-sellers que hoje não passam de lixo nos alfarrabistas e velhas casas como aquela. Porém, para além da fantástica e já lendária colecção de capa vermelha de todas as obras de Camilo Castelo Branco, bem como “Os Cinco” e “As Gémeas”, dei de caras com uma extensa fila de obras de Júlio Verne, um escritor que é hoje considerado por muitos como sendo o pai da ficção científica.

Verdadeiramente apaixonado pela literatura e pelas ciências, gastava os dias da sua juventude a ler, a ir ao teatro, a frequentar conferências de cientistas e escritores. O seu pai, ao saber que o Júlio andava muito pouco interessado no seu curso de Direito, chegou a cortar-lhe a ajuda financeira. Viu-se, assim, “obrigado” a arranjar trabalho como corrector de acções e, a partir daí, nunca mais parou de escrever. A mãe, por outro lado, apoiava as loucuras do filho, o que não é para espantar, tendo em conta a sua extraordinária imaginação.

Para espanto dos muitos que não davam qualquer valor a estes “livros para crianças”, as obras deste escritor francês clip_image003criaram furor em todo o mundo e fizeram escola. Foi graças a ele que os mundos da fantasia e da ficção científica começaram a ganhar uma aura de respeitabilidade, algo que simplesmente não existia antes das suas publicações. E a obra Viagem ao Centro da Terra foi um marco na literatura mundial.

O livro conta a história (hoje absurda) de uma expedição ao interior do nosso planeta. Podemos delirar completamente com o que estamos a ler – quem precisa de ecstasy e de LSD quando há obras visionárias como esta? – mas temos que ter em conta que, no século XIX, a teoria actual do núcleo terrestre (uma fornalha de lava líquida e metais em altas temperaturas) era ainda mais absurda do que descermos ao R/C do nosso planeta e depararmo-nos com cogumelos gigantes, dinossáurios que ainda estão vivos, uma era terciária que está de boa saúde e recomenda-se e, para fechar com chave de ouro, ainda há homens primitivos, semelhantes a gigantes, que se dedicam a ser pastores de mastodontes. Afinal, para um Homem de há duzentos anos atrás, não era nada fácil convencê-lo que esta panela de pressão que habita abaixo dos nossos pés não iria explodir a qualquer momento. Para todos os efeitos, não fazia qualquer sentido. Além disso… Não dá para contar para contar histórias interessantes. Sejamos honestos: descermos ao interior do nosso planeta e ficarmos assadinhos, não é uma ideia que venda muitos livros…

Júlio Verne foi o pai da ficção científica. As teorias do seu tempo eram sempre um pretexto ou um cenário para criar uma história e, ao mesmo tempo, divulgar o mundo maravilhoso da Ciência. Nas suas obras, podemos viajar num balão, viver num submarino, chegar à Lua, conhecermos o interior do nosso planeta, e muito mais. E tudo isto sem sairmos do sofá da sala de jantar!

Já agora: sabem de onde é que vem a contagem decrescente que se faz sempre que um foguetão está para ser lançado? Vem do livro Viagem À Lua, do mesmo autor. A NASA achou piada a esta passagem do romance e a moda pegou!

Se querem saber mais pormenores deste romance, poderão escutar este óptimo podcast brasileiro, Grifo Nosso . Mais uma vez, as novas tecnologias trabalham ao serviço da cultura.

Imagens retiradas de: 1  e  2

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Será Que É Desta Que A Amazónia Se Safa?

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As notícias, lá para as terras do Samba, têm sido bastante animadoras: desde que o presidente Lula ocupou o “trono” do Brasil, a caça aos caçadores furtivos, o tráfico de madeira, o poder total dos “senhores da Amazónia” e os seus constantes “avisos à navegação” (entenda-se assassinatos para intimidar e calar os inimigos) baixaram drasticamente. É que Lula da Silva pode ter o nome de um cefalópode mas não gosta de ser guisado de ninguém: carregou com a cavalaria toda, pôs ordem na Máfia da América Latina e criou legislação (e fiscalização!) que dificultou bastante o abate por dá aquela palha daquela zona verde do planeta que é considerada por todos como sendo o pulmão da Terra.

Quais foram os seus trunfos? Muito simples: apertou a fiscalização, criou um disparate de áreas protegidas em regiões críticas, dificultou as licenças de abate para os madeireiros e não perdoou quem pisasse o risco. Comparado com o que tem sido feito, Lula deu um enorme passo em frente e não se ficou apenas pela Amazónia. De facto, o Brasil é hoje um dos países em desenvolvimento que mais respeitou o protocolo de Quioto e pretende, nos próximos 10 anos, reduzir as emissões de gás carbono para apenas metade. No início do governo Lula havia muita resistência do Brasil em tratar da questão da mudança do clima de forma mais proativa, era um discurso na defensiva.  Passamos de uma posição extremamente conservadora e cautelosa para outra de liderança, assume Paulo Moutinho, director executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia (Ipam).

Porém, estas vitórias poderão cair por terra se outros pormenores não forem verificados e rapidamente corrigidos como, por exemplo, o Programa Aceleração de Crescimento (PAC), que entra em nítido choque com as políticas ambientalistas do governo de Lula. A política ambiental dos últimos anos foi marcada pela ambiguidade, clip_image002na avaliação de ambientalistas.  No centro da contradição está o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado para espalhar grandes obras de infra-estrutura pelo país, muitas vezes à revelia da conservação ambiental e do interesse de populações tradicionais. Ou seja, em nome do progresso (isto não vos faz lembrar um certo país da Europa?) passa-se por cima do meio ambiente.

Esperemos que Dilma Rousseff, a nova presidente do Brasil (e discípula de Lula) tenha a coragem de resolver este problema de uma vez por todas. Mas tendo em conta que, logo nos primeiros dias, fez frente às Máfias das favelas, e ganhou, podemos respirar de alívio e acreditar que esta ex-colónia portuguesa continua a estar em boas mãos.

É que 2011 é o Ano Internacional Das Florestas e já não é sem tempo que os pulmões da Terra comecem a ser, de uma vez por todas, protegidos.

Será que alguém em Portugal irá lembrar-se de tal?

As informações deste texto foram retiradas daqui

Imagens retiradas de: 1 e 2

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Livro Da Semana

O Perfume, de Patrick Süskind

O que se passa por dentro da cabeça de um psicopata? Como verá ele o mundo, as clip_image001pessoas, tudo o que o rodeia? Será possível que não sinta absolutamente nada, como as lendas assim o dizem, que é apenas uma criatura negra, fria como o gelo, que só consegue sentir qualquer coisa quando mata? Ainda hoje esta patologia permanece um mistério. Não se sabe se este monstro humano em questão já nasce com a sua mente deformada ou se a sociedade se encarrega de o fazer. E ainda acresce o facto de que, muitas vezes é confundido com outro tipo de monstro urbano: o sociopata.Segundo a página da Wikipédia que consultámos(http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicopata), a psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de carácter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo , falta de remorso e culpa para actos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Apesar da psicopatia ser muito mais frequente nos indivíduos do sexo masculino, também atinge as mulheres, em variados níveis, embora com características diferenciadas e menos específicas que a psicopatia que atinge os homens.

O perfil dos humanos que sofre deste distúrbio de personalidade costuma ser geralmente (mas nem sempre!) o perfil de alguém cuja presença pode ser positivamente encantadora, facilmente conquistam corações, são conhecidos como sendo gente pacata, que não faz mal a uma mosca, gostam de estar integrados nas actividades da terra e da comunidade escolar e apresentam um quociente de inteligência elevado. Porém, como já dissemos acima, este é o quadro geral (há vários graus de psicopatia) e, embora já se conheçam algumas características que, juntas, podem indicar uma possível tendência para a psicopatia, ainda é virtualmente impossível detectá-los… antes de começarem a matar. E nem todos matam. E quem é que ainda não se lembra do crime macabro daquele estudante de faculdade exemplar que, há uns meses atrás, matou friamente a sua mãe porque, segundo o mesmo, “ela era uma chata”?

O “herói” do nosso livro da semana é, para todos os efeitos, um psicopata: à excepção do seu prodigioso génio para criar perfumes, não sente a mais pequena das emoções quando lida com humanos. A sua única paixão é o mundo dos aromas: dono de um faro requintado e terrivelmente apurado, a alma de Jean Baptiste Grenouille só se ilumina perante o odor de uma flor, de um chocolate, do cheiro da água ou da terra. E tudo o que cheire a “humano” é pestilento, gangrenoso, pútrido. A Humanidade, neste livro, está sempre associada ao lixo, à podridão, ao peixe em estado de decomposição. Aliás, o romance começa precisamente com a descrição clip_image003de Paris, no século XVIII: Na época de que falamos, reinava nas cidades um fedor dificilmente concebível por nós, hoje. As ruas fediam a merda, os pátios fediam a mijo, as escadarias fediam a madeira podre e bosta de rato; as cozinhas, a couve estragada e gordura de ovelha; sem ventilação, salas fediam a poeira, mofo; os quartos a lençóis sebosos, a húmidos colchões de pena, impregnados do odor azedo dos penicos (...) Os homens fediam a suor e a roupas não lavadas; da boca eles fediam a dentes estragados, dos estômagos fediam a cebola e, nos corpos, quando já não eram mais bem novos, a queijo velho, a leite azedo e a doenças infecciosas. Fediam os rios, fediam as praças, fediam as igrejas, fedia sob as pontes e dentro dos palácios. Fediam o camponês e o padre, o aprendiz e a mulher do mestre, fedia a nobreza toda, até o rei fedia como um animal de rapina, e a rainha como uma cabra velha, tanto no verão quanto no inverno. E é precisamente todo este cheiro “humano”, ligado à sujidade e à Morte, que irá afectar Jean Baptiste para o resto da sua vida, ganhar um asco tremendo ao “bicho Homem” e empurrá-lo para todo o sempre para um mundo de paz, que são os aromas da Natureza. Curiosamente, este mesmo homem que não suporta o cheiro dos da sua espécie… não tem qualquer cheiro, nem mesmo quando era um bebé. E Isto é de tal forma bizarro e esquisito que a camponesa, que o estava a amamentar na ausência de uma mãe morta, cria um medo instintivo à criança e depressa a abandona (como veremos mais tarde, o seu instinto estava bem certo…)

Mas não se pode fugir clip_image001[7]do impulso sexual: quando Jean Baptiste acorda para a adolescência, há determinados “perfumes” que começam a mexer com a sua psique: o perfume da pele de certas jovens, sempre ruivas. E é neste momento que o nosso anti-herói descobre a sua verdadeira alma: num acesso de paixão (se é que se pode chamar “paixão” a isto) mata a sua primeira donzela ruiva, na ânsia de se apoderar do seu odor. A partir daqui, a sua obsessão é só uma: conseguir captar esse aroma particular e fazer dele o perfume de todos os perfumes. Nem que isso o leve à sua própria morte. E levará: será morto da forma mais horripilante… e por uma multidão apaixonada por ele.

Isto aqui não é o Dan Brown nem Margarida Rebelo Pinto: se estão à espera de leitura cor-de-rosa, própria para uma tarde preguiçosa de férias, não contem com tal. O Perfume é uma viagem sinistra à alma Humana e daquilo que certos humanos são capazes de fazer. Está soberbamente bem escrito, e não se espantem se, ao longo deste romance, não sentirem várias vezes uma enorme vontade de se enfiarem debaixo do chuveiro. “Como é que as pessoas viviam assim???” é o que muitos de vocês perguntarão, durante a leitura desta obra-prima.

Onde acaba a Loucura e começa a Maldade? Bela pergunta, e hoje é cada vez mais difícil ver-se a diferença entre um mal e o outro.

domingo, janeiro 16, 2011

Arrumar As Trouxinhas Para Marte

clip_image001É verdade que a NASA é famosa pelas suas ideias visionárias (e também há quem diga que guarda extraterrestres dissecados na cave, mas enfim…), mas desta vez será que não estará a ir longe demais?? Segundo as últimas notícias na página do Expresso.pt (http://aeiou.expresso.pt/viver-em-marte-missao-possivel-video=f625366), esta grande agência internacional de cientistas dedicados ao espaço propôs a si mesma o objectivo de colonizar o planeta vermelho daqui a vinte anos.

Viver em Marte, pelos vistos, já faz parte dos planos de toda a gente, e custa mesmo a acreditar que tal ainda não passe de pura fantasia. Mas até já há quem ande a comprar terrenos neste planeta ainda inabitável, e não há quase nenhuma história de ficção científica passada no futuro que não tenha nem que seja uma pequenita coloniazita no quarto planeta da nossa galáxia. A ideia de viver em Marte já está tão entranhada no inconsciente colectivo, que há muito que deixou de ser contestada. A questão já não é “será que”, mas sim, “quando” e “como”. Mas… 20 anos não será cedo demais??clip_image003

A NASA jura a pés juntos que não: a julgar pela sua irreverência e eterno optimismo, criar condições para que um pequeno grupo de astronautas possa viver num lugar irrespirável para qualquer vida no planeta Terra parece ser coisa pouca. Não. O objectivo não é mudar já já já todo o clima de Marte, até porque, segundo cálculos, precisaremos de milhares e milhares de anos para produzirmos uma atmosfera respirável neste planeta. O plano A neste momento consiste em criar uma base espacial que consiga reproduzir as condições mínimas de vida para que um ser humano possa suportar. A instalação de uma base espacial com laboratórios equipados com tecnologia para reciclar conteúdos orgânicos, como a urina e o suor, é outro dos aspectos fundamentais. Dentro dessa base, que os primeiros colonizadores terão de construir, será possível derreter gelo recolhido no planeta e transformá-lo em água. Ainda no interior da base, em ambiente estufa, será possível o cultivo de alguns alimentos, nomeadamente vegetais. Para além deste quadro tão cheio de felicidade, os astronautas terão que carregar consigo umaclip_image005 farmácia ambulante e uma equipa médica, na eventualidade de alguma doença aparecer pelo caminho. Uma das mais temidas é, inquestionavelmente, a Osteoporose, um problema bastante comum para esta gente que trabalha no espaço, pois não há gravidade e, por isso mesmo, os ossos são terrivelmente afectados.

Por muito que nos pareça uma história de loucos, temos que tirar o chapéu à equipa de astronautas que aceitar este desafio: é que esta viagem só tem bilhete de ida. O que farão eles, então, naquele deserto gelado? É simples: farão filhos e tentarão sobreviver. Dito desta forma, não nos parece uma proposta lá muito aliciante: não há cinema 3D e pipocas, não há internet, não há livrarias e museus, não há praia e surf, não há chocolate nem café, não há televisão, não há facebook nem youtube… Mas isto não quer dizer que esta gente seja abandonada à sua sorte: já é possível criar canais de informação entre uma nave espacial e a base no planeta Terra. Estes astronautas ficarão isolados do mundo, mas não completamente isolados. Porém, se algo terrível acontecer, leva-se seis a oito meses para aterrarmos em Marte. Por isso, antes de fazerem parte da lista dos centenas de voluntários que já andam a gritar “EU VOU, EU VOU!!”, pensem duas vezes.

Resta saber se terão, no fim, paciência para se aturarem uns aos outros. É que já nos custa aturar as birras dos nossos colegas de trabalho, quanto mais aturarmos as birras dos nossos colegas de trabalho… e não podermos sair sequer de casa, e darmos um passeiozinho para espairecermos as nossas ideias.

É Possível Viver Em Marte?

Imagens Retiradas de: 1   2   e  3