quinta-feira, dezembro 13, 2018

Montra do mês de Dezembro

NOVOS  livros para devorar nas férias!
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E pronto, cá estamos nós a caminho de um Natal novo e de um ano novo. Meu Deus, como o tempo passa tão depressa… Até parece que foi ontem que começaram as aulas. Mas o frio já começa a apertar, a lareira já está a fumegar, a conta da luz já está a disparar e já se sente o cheirinho do bacalhau cozido e do bolo-rei.
É nestes dias de alguma pausa na escola que surge a vontade de nos sentarmos ao borralho, folhearmos um livro e fugirmos para o reino da imaginação. Porque os livros são viagens onde não se paga bilhete, não há bagagem, não há bichas e não há horários.
Por isso mesmo, aqui fica a lista de obras adquiridas na última feira do livro, quer para a EB2,3 de Vila Nova de São Bento quer para a Escola Secundária de Serpa. Muitos foram pedidos pelos alunos que a visitaram e também por alguns professores e funcionários. Um deles, A Pirata, de Luísa Costa Gomes, estava sempre esgotado mas desta vez é que foi!
Vejam e – caso um deles vos dê alguma curiosidade – passem pela nossa biblioteca. Vamos levar sonhos para casa, que bem estamos a precisar deles!




terça-feira, dezembro 11, 2018

Livro da Semana

O livro dos cansaços, Licínia Quitério

wps3357.tmpEm tempos que já lá vão; no tempo em que uma ferida num dente equivalia à morte; no tempo em que “fazer amor” era sinónimo de “salvar a nossa tribo”; no tempo em que a família era tudo, e os lobos e os tigres espreitavam as nossas casas, farejando a criança tenra; no tempo em que o Homem-bicho valia tanto como uma lebre na serra e negociava a sua vida com os anjos e os demónios, taco a taco, como se o mundo fosse uma feira local... Foi nesse tempo que nasceu a Poesia.

Não, não se recitava, cantava-se. Canto I, Canto II, Lusíadas, Homero. Oráculo de Delfos, ladainhas da avó, cantigas a Santa Bárbara, serenatas à janela. Os deuses gostam da Música, que é a matemática do universo, a voz do Cosmos, a Alma Humana.

Depois vieram as máquinas e a Vida calou-se. Hoje não falamos, twitamos. As serenatas são hoje beats, o mistério já foi descoberto, a avó está longe “na terra”, a morrer sozinha. Resta-nos a chapa cheia de luzinhas brilhantes e barulhinhos engraçados. Morremos sentados. E mudos.

E, no entanto, este futuro já tinha sido profetizado por Marguerite Duras. Foi numa entrevista em 1985 (podem lê-la e ouvi-la aqui ). Acertou em tudo. Mas deixou sempre a esperança:

Um homem, um dia, lerá, e daí tudo recomeçará.

É tudo uma questão de tempo. Nós somos a geração que planta as sementes e guarda o conhecimento. Seremos necessários, no futuro. Por isso, as vozes humanas, que teimam ainda em cantar e fazer a diferença, surpreendem-nos quando estamos em estados de sonolência e brotam dos lados que menos esperamos.

wps3358.tmpLicínia Quitério é o exemplo perfeito desta “surpresa das palavras”: numa rede social chamada facebook, onde as pessoas gostam de ser vaidosas e de mostrar as suas vidas pessoais, foi neste lugar que se criou um grupo de amigos fieis, todos juntos à volta desta poetisa única, original, délfica. Fez-se sozinha: sem publicidade, sem ajuda de editoras, sem cunhas, sem amigos poderosos, sem prémios especiais. Foi cantando, calmamente, harmoniosamente. E o grupo foi crescendo, e o “passa a palavra” fluiu.

Não é só de prosa que o mundo da Literatura vive: a poesia, hoje, pode estar dormente, amorrinhada, esquecida. Mas ainda vive.

Foi - e será sempre - a Voz Humana no estado mais puro.

Neste tempo das mulheres – poema recitado pela própria

segunda-feira, dezembro 10, 2018

Exposição: comemoração dos 70 anos da declaração dos direitos humanos



O subtítulo ideal para este texto poderia muito bem ter sido “que futuro daremos aos nosso filhos?”. Direto, incisivo, impiedoso. E deprimente: quando finalmente fazemos uma pausa nas nossas vidas atarefadas e vazias e colocamos a nós mesmos esta questão, é o suficiente para perdermos o riso e o apetite. Diante de tantos estímulos negativos: os barcos trazendo os novos escravos; os parisienses partindo montras e queimando carros; a solidão dos velhos e o medo da mulher grávida de perder o seu emprego; a menina excisada e o rapaz injustamente acusado de violar uma miúda; o reinado de terror que o movimento #metoo está a criar; o desemprego em massa graças à substituição de humanos por robôs; um problema de saúde pública chamado smartphones; a comida transgénica e o céu carregado de riscos poluentes; o sufoco das novas cidades e o desejo de ver rios e árvores; uma humanidade deprimida e uma elite que enlouqueceu...
Que faz a Humanidade – repetimos – diante de tantos estímulos negativos? Ou revolta-se, ou entra em depressão... ou desinteressa-se. O cinismo, hoje, tornou-se uma forma de “arte de bem viver”, perdemos a fé nos humanos. Ainda choramos diante do sofrimento de um cão ou gato mas o nosso cérebro apaga-se, quando é mais uma foto de uma criança escrava, mais uma foto de um refugiado que morreu nas águas, mais um louco que se explodiu numa praça... Não eram os Pink Floyd que diziam I have become confortably numb?
Vivemos as nossas vidas da maneira o mais “normal” possível. E, no entanto, uma nuvem negra paira no ar, um cansaço, um desespero nunca assumido, um medo do amanhã.
E foi pensando em tudo isto que vários alunos das turmas A, B e E do 12º ano decidiram- sob a direção da professora de inglês Susana Moreira – dedicar a última exposição da nossa biblioteca à comemoração dos 70 anos da declaração dos direitos humanos. Toda ela está pensada até ao último pormenor. E foi pensada de uma maneira orgânica, elegante, capaz de criar impacto. Aliás, este trabalho feito com tanta dedicação já recebeu a visita da turma 7º D, através da disciplina de História (professora Antónia Sintra). Todos estão de parabéns!
Excelente maneira de terminarmos este triste ano de 2018. Talvez esta exposição possa ser para alguns uma wakeup call; talvez as fotos nos façam pensar na sorte que ainda temos; talvez os testemunhos nos façam chegar à conclusão de que as coisas poderiam estar muito piores do que estão. Talvez.
Deixamos aqui uma pequena amostra desta belíssima exposição. Apareçam, são todos muito bem-vindos. Ao vivo, tudo é bem mais interessante.


Pintura do genial Norman Rockwell, retirada daqui.

sábado, dezembro 01, 2018

EBOOK: Catálogo dos livros expostos na Feira do Livro


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E pronto! Como tínhamos prometido, vai abrir a Feira do Livro, que terá lugar no espaço da biblioteca escolar da Escola Secundária de Serpa, a partir da segunda-feira até quarta.
Como é da praxe, há um pouco de tudo, é pró menino e prá menina. Gostam de romances de amor? Temos. Gostam de literatura séria, dos grandes clássicos? Temos. Gostam de livros de culinária? Temos. Gostam de romances policiais? Temos. Gostam de romances históricos? Temos. Gostam de livros de auto-ajuda? Temos. Gostam de livros dedicados à Ciência? Temos. Querem motivar os mais jovens para a leitura? Temos. Querem livros contemplados na disciplina de Português? Temos.
Deixamos aqui um ebook com as fotos de quase todos os livros que vieram em quatro caixas, cheias de promessas de boas horas passadas.
Visitem-nos!!






EBOOK: Atenção, professores de Filosofia!


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Já é do conhecimento de muitos o esforço da nossa equipa da biblioteca e centro de recursos em divulgar à comunidade escolar (quase) toda a coleção de que dispomos na Escola Secundária de Serpa. O trabalho é árduo, moroso mas vale a pena. Agora – e através do nosso blog - os docentes, alunos, pais e funcionários podem procurar por materiais de apoio, de investigação ou até mesmo de prazer, no conforto da sua casa. É que o livro que tanto desejamos pode estar a dois passos da sala de professores!
Desta vez, este ebook é dedicado à disciplina de Filosofia.
Todas as sugestões e  opiniões serão muito bem-vindas, por isso não hesitem em contactar-nos!

Fica aqui o  ebook: