domingo, dezembro 20, 2009

Tudo Começa Em Casa

No mês de Julho deste ano, o governo mexicano decidiu criar uma campanha pela Honestidade. Mostramos aqui o anúncio, que não só devia ser visto por todos os portugueses como, ainda por cima, este é a época certa para ser exibido.

Decidimos também dar-vos a conhecer outra campanha, que tem como objectivo mostrar aos pais que aquilo que fizerem, será imitado pelos seus próprios filhos.

Vejam e pensem.

Mês da Honestidade (México)

As Crianças vêm, as crianças fazem (Children See, Children Do)

 

sexta-feira, dezembro 18, 2009

UUpsss!!!! Desta Vez, Tenho Mesmo Que Ir Ao Cinema!

clip_image002Desta vez é que os hackers dos quatro cantos deste planeta foram tramados: ou a malta vai mesmo ao cinema ou nada feito. E se a má qualidade das cópias piratas do Harry Potter e companhia já criam pesadelos aos verdadeiros amantes da sétima arte, agora imaginem ver o filme Avatar, do realizador James Cameron, nestas condições. É que este projecto megalómano (como aliás, são todos os projectos de James Cameron…) conta com um trunfo que há já muito tempo não era utilizado: a técnica 3D. Para quem não sabe (será possível???), o filme é visto através de uns óculos especiais. Estes criam no espectador a sensação de termos entrado no filme ou, no mínimo, parece que as personagens da história vão saltar do ecrã a qualquer momento, parece que as naves espaciais vão de encontro a nós… Enfim, não é a monotonia do ecrã 2D dos nossos computadores. Blue Ray, rói-te de inveja!

“Oh, grande coisa”, pensarão vocês, “eu já vi filmes a 3D”. Certo, têm toda a razão. Porém, é a primeira vez que esta técnica é utilizada num “filme sério”, isto é, um filme de série A. Não se trata de um simplório filme de terror (série B) ou de um desenho animado, para alegrar a pequenada. Além disso, a tecnologia a três dimensões sofreu progressos extraordinários. Já estamos longe dos tais rectângulos vermelho e verde que, ao fim de 20 minutos, criavam uma monumental dor de cabeça ao espectador. Avatar é um longo melodrama espacial ou, como o próprio realizador afirma, “É uma história de amor, nada mais” (se queres conhecer a bonita e muito ecológica história deste filme, clica no link abaixo indicado: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1449316).

A indústria do cinema está cada vez mais assustada com o crescimento astronómico dos downloads piratas, e estes maus hábitos das gerações mais jovens estão a levar a indústria da “sétima arte” à bancarrota. O cinema é uma arte estupidamente cara e, por detrás das faces sorridentes dos actores, existe um verdadeiro exército de câmaras, efeitos especiais e de luzes, banda sonora, montagem, direcção, cenários, cozinheiros, cabeleireiros, profissionais de maquilhagem, pessoal de hotelaria, etc, etc, etc. São, no mínimo, centenas de salários para pagar. Ora, se as pessoas não vão ao cinema, quem é que vai pagar a toda esta boa gente? Por isso mesmo, Avatar é olhado com muita expectativa: se gerar bons resultados de bilheteira, pode ser “a salvação” da sétima arte.

clip_image004Desta vez, apostou-se na técnica 3D para aliciar as multidões às salas de cinema. E parece que está a resultar: os que já viram ficaram tão deslumbrados com os efeitos especiais que têm andado a “passar palavra” uns aos outros. E quando falamos de “efeitos especiais”, é bom salientarmos que quem está por detrás dos mesmos é a lendária Weta Digital, a extraordinária companhia neo-zelandesa que deu vida à saga do Senhor dos Anéis. Portanto, estamos a falar de verdadeiros profissionais, que sabem muito bem o que estão a fazer.

Avatar é uma história de amor com ficção científica à mistura. Uma história de amor entre um humano paraplégico e uma extra-terrestre. Dá para agradar aos dois sexos: as meninas ficam contentes com os beijinhos e o sentimentalismo, os meninos deliram com os voos das naves espaciais e da bem conseguida acção. James Cameron não tem vergonha nenhuma de admitir que a sua verdadeira inspiração está nos grandes clássicos do Cinema: Casablanca, O Crepúsculo dos Deuses, Citizen Kane. No fim, utiliza as velhas técnicas de filmar de sempre, para criar um universo só seu. Com muita acção, heróis dispostos a morrer por nós e muito romance à mistura. James Cameron é o típico cidadão americano: um “cowboy durão” com um gigantesco coração de manteiga.

E não é assim que a vida devia ser?

Imagens retiradas de:

http://images.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://veja.abril.com.br/noticia/variedades/avatar-caixa-pandora-519494.shtml&usg=AFQjCNG4D0TNBNegb4hNWMHsHU2b9yXbTw

http://images.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://www.fmanha.com.br/blogs/fabioabud/%3Fp%3D1434&usg=AFQjCNG6AA-xnTlRRumvPr1eSNcEYkylcw

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Os Jovens Falam

O tempo não volta atrás

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O tempo passa cada vez mais depressa,

Ninguém o consegue parar.

Pessoas passam pela nossa vida

Sem olhar para trás.

Mas o que podemos fazer?

A saudade fica

Mas o tempo não volta atrás.

Existem palavras que não devemos dizer,

Que devem ficar apenas para nós,

Mas para quê?clip_image004

Se o tempo não volta atrás.

Este brilho nos meus olhos e dessas pessoas

Este brilho nos meus olhos

São as lágrimas que guardo dentro de mim,

A desejar que o tempo volte atrás.

Por vezes, fingimos ser

O que não somos,

Dizemos o que a nossa cabeça pensa

Mas não o que o nosso coração sente.

Mas para quê?

Se o tempo não volta atrás…

De: Ana Borralho

Imagens retiradas de:

http://catedral.weblog.com.pt/arquivo/as-time-goes-by.jpg

http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/75/1288tempo.jpg

A Propósito de Tempo, eis duas excelentes música sobre este tema:

Pink Floyd – Time (legendado)

Pink Floyd – Eclipse (legendado)

terça-feira, dezembro 15, 2009

Fotos Que Mudaram O Mundo

 

O Primeiro 11 de Setembro

clip_image001 Estávamos no ano de 1911. Enquanto o gigantesco Titanic estava a ser construído na Irlanda, para futuro (e fatal!) entretenimento dos ricos, as classes pobres trabalhavam em condições sub-humanas, amontoadas em armazéns e edifícios de pedra, lixo, ratos e paredes a cair aos bocados, espaços estes conhecidos pelo nome requintado de “fábricas” ou “Companhias”.

Um dos grupos mais discriminados de todos era, como não podia deixar de ser, o das mulheres. Particularmente o das mulheres imigrantes. Trabalhando duas vezes mais do que os homens e ganhando duas vezes menos do que eles, ainda por cima eram fechadas à chave nas fábricas, não fossem cometer o horrível pecado de saírem cinco minutos para irem à casa de banho ou roubarem algum material dos patrões. A “cela” destas infelizes residia no nono andar.

Mas nem pensem que as vítimas eram só as mulheres: nestas “fábricas” também trabalhavam muitos homens, quase todos ligados às manutenções das máquinas.

Quando no dia 25 de Março a firma Triangle Shirtwaist Company, uma firma de têxteis, sofreu um violento incêndio, o destino destes pobres escravos estava selado: em apenas meia hora, 146 morreram carbonizados, asfixiados ou morreram por se atirarem das janelas do edifício. Quase todos eles eram do sexo feminino… As tais mulheres, que estavam trancadas no nono andar, e que só se aperceberam das chamas quando já era tarde demais.

De início, os vizinhos, ao verem vultos que se pareciam com peças de roupa “a voarem” do edifício, pensaram que os donos da firma estavam a atirar os seus produtos de melhor qualidade pelas janelas, de forma a minimizarem os danos financeiros. Porém, depressa compreenderam que não se tratava de roupas: eram mulheres e homens que saltavam das janelas, tentando fugir do fogo, e vários despediram-se uns dos outros com um beijo. Uma vez já livres de perigo, esperaram ansiosamente que os restantes familiares ou amigos conseguissem livrar-se da morte.

Segundo rezam os jornais da época, a multidão estava em estado de choque: as mulheres estavam histéricas, várias desmaiavam e os homens choravam enquanto, frenéticos, gritavam contra a fila de polícias. Foram imensas as testemunhas que clip_image003assistiram apavoradas a mulheres que, do altíssimo nono andar, olhavam para baixo e atiravam-se, transformando-se em segundos numa poça de sangue. Sem cerimónias, as vítimas eram enfiadas em caixões à frente de toda a gente (ver segunda foto).

O espectáculo foi tão terrível e causou um impacto tão profundo na cidade de Nova Iorque, que depressa o Congresso Americano aprovou uma série de medidas de segurança no local de trabalho. Uma delas, entre muitas, ficou para a História: em todos os edifícios deve haver sempre uma porta de emergência e esta nunca deve estar fechada. Foi graças a estas leis eficazes que a mortalidade dos trabalhadores desceu em Nova Iorque.

Esta cidade só voltaria a assistir a um espectáculo tão assustador no dia 11 de Setembro de 2001.

Se quiseres saber mais deste trágico episódio da História, clica no seguinte link:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_na_f%C3%A1brica_da_Triangle_Shirtwaist

Imagens Retiradas de:

http://digitaljournalist.org/issue0309/lm24.html

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Triangle_Shirtwaist_coffins.jpg

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Os Quinze Mandamentos Dos Índios Americanos

Todos os povos dos quatro cantos da terra têm os seus dez mandamentos. No clip_image002entanto, é interessante notarmos que os índios americanos possuem uma outra maneira de ver as coisas. De facto, ao lermos as suas regras de boa conduta neste planeta, reparamos em três aspectos que diferem e bem do Antigo Testamento: em primeiro lugar, estes mandamentos não são ordens, são conselhos. O tom é optimista, positivo. Os índios acreditavam (e acreditam) que a Humanidade não precisa de um chicote para aprender a ser boa. Reparem que a palavra não é evitada o mais possível; em segundo lugar, dá-se relevância ao crescimento interior do próprio indivíduo. Este deve respeitar o grupo mas continua a ser um ser humano com ideias próprias e uma personalidade única; por fim, a Mãe Natureza faz parte da nossa existência e sem ela não somos nada nem ninguém.

E depois eles é que eram os selvagens…

Código de Ética dos Índios Americanos

1-Levante com o Sol para orar.clip_image004
Ore sozinho. Ore com frequência.
O Grande Espírito o escutará, se você ao menos falar.

2-Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho.
A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza,
originam-se de uma alma perdida.

Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito.

3-Procure conhecer-se por si mesmo.
Não permita que outros façam seu caminho por você.
É sua estrada e somente sua.
Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você
.

4-Trate os convidados em seu lar com muita consideração.clip_image006
Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama
e trate-os com respeito e honra.

5-Não tome o que não é seu.
Seja de uma pessoa, da comunidade,
da natureza, ou da cultura.
Se não lhe foi dado, não é seu.

6-Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra.
Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas.

7-Nunca interrompa os outros nem ridicularize, nem rudemente os imite.
Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.

Nunca fale dos outros de uma maneira má.
A energia negativa que você colocar para fora no universo,
voltará multiplicada a clip_image008você.

Todas as pessoas cometem erros.

E todos os erros podem ser perdoados.

8-Pensamentos maus causam doenças da mente,
do corpo e do espírito.
Pratique o optimismo.

9-A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós.
Toda a natureza faz parte da nossa família Terrena.

As crianças são as sementes do nosso futuro.
Plante amor nos seus corações e regue com sabedoria e lições da vida.
Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam.

10-Evite machucar os corações das pessoas.
O veneno da dor causada a outros, retornará a você.

11-Seja sincero e verdadeiro em todas as situações.
A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.

12-Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental,
seu corpo Emocional e seu corpo Físico:
todos necessitam de ser fortes, puros e saudáveis.
Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental.
Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.

13-Comece sendo verdadeiro consigo mesmo.clip_image010
Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

14-Respeite outras crenças religiosas.
Não force suas crenças sobre os outros.

15-Compartilhe sua boa fortuna com os outros.
Participe com caridade.

CONSELHO INDÍGENA INTER-TRIBAL NORTE AMERICANO
Deste conselho participaram as seguintes tribos : Cherokee Blackfoot, Cherokee,
Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora,
Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana)

Imagens Retiradas de:

http://www.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://www.elianepotiguara.org.br/noticia35.html&usg=AFQjCNHQ3YKJihspdtRKgbo3gIU-wN6flw

http://images.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://www.pbaesse.net/2008/02/10/uma-maneira-diferente-de-encarar-a-vida/&usg=AFQjCNGwpno2L0tKiIqGdXCwOD62Pd2gEA

http://images.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://mariaselmadr.blogspot.com/2009/03/1-levante-com-o-sol-para-orar.html&usg=AFQjCNHCqSfUysf4fZjHPeAq0deIE1iHNg

http://images.google.pt/url?source=imgres&ct=ref&q=http://www.mongolia-web.com/culture-%26-history/1124-american-indian-exhibit-to-be-seen-in-mongolia&usg=AFQjCNGkOWtyVQ0pdrYKjJLa4RlfUgwhUA

domingo, dezembro 13, 2009

Livro Da Semana

 

A Missão de Az Gabrielson, de Jay Amory (Livro Primeiro)

Lembram-se da loucura do Código Da Vinci? Não podíamos entrar numa livraria clip_image002sem tropeçarmos numa “Teoria da Conspiração” qualquer. Ou era uma ordem secreta que queria matar o papa; ou era um pergaminho encontrado num deserto e que “matava” todos aqueles que lhe davam uma espreitadela; ou era uma relíquia sagrada encontrada pelos Cruzados, que passava de mão em mão, e que “matava” toda a gente; etc, etc, etc.

Lembram-se do Marley e Eu? Não podíamos entrar numa livraria sem tropeçarmos numa história qualquer, que falasse de um gato, de um cão, de um papagaio, de um hamster, de um porquinho-da-índia, todos eles animaizinhos prodigiosos que se agarravam ao dono e, num estilo muito “ecologista” ou “anti-aquecimento global”, glorificavam os serezinhos nossos amigos, levando-nos a concluir, à maneira de um fã da Greenpeace, que a Natureza deve ser preservada e acarinhada.

Agora estamos na fase dos vampiros. Adeus aos nossos amigos de quatro patas e adeus aos pergaminhos desaparecidos. Não podemos entrar numa livraria sem tropeçarmos num gajo “bom como o milho” que gosta de cravar dentinhos nos delicados pescocinhos das virgens angélicas. Consoante o autor, são maus como as cobras ou são uns incompreendidos pela sociedade do século XXI. E mesmo aqueles que sempre adoraram o mito do vampiro (que é o meu caso) já não têm paciência para esta histeria colectiva. Como dizem os nossos avozinhos, não há fome que não dê em fartura.

Desta vez vamos ser diferentes: em vez de gatos e de cães, teorias da conspiração e de vampiros, vamos falar de… anjos. Não só é mais original como, ainda por cima, estamos na época certa para falarmos deles. Mas se vocês pensam que já leram tudo o que havia para ler sobre este tema, preparem-se para a surpresa: estes anjos não são nada tradicionais.

Segundo Jay Amory, o autor deste livro, os anjos são exactamente iguais a nós. Em tempos que já lá vão, e de que nós já nos recordamos, teve lugar uma catástrofe. Vários seres humanos alados, para fugirem às nuvens negras (pela descrição, podemos perceber que houve provavelmente uma catástrofe nuclear ou uma repentina e violenta mudança climática), esta gente construiu toda uma civilização nos ares. A Humanidade ficou, assim, dividida em duas: Os Alados, que moram nos céus, e os Terrenos, que moram no planeta Terra. A partir daí, não houve praticamente nenhum contacto entre as duas espécies. Os Alados sentem-se seres superiores e, através dos elevadores mecânicos que descem à terra (que têm como único objectivo abastecer a cidade de cima de comida) arrecadam o seu alimento e dedicam-se a coisas mais dignas da sua casta como, por exemplo, compor poesia, música, filosofar, etc. Os Terrenos só servem para os sustentar. Mais nada.

Ora, um dia as coisas começam a correr mal: os antiquíssimos elevadores mecânicos começam finalmente a dar de si, o que quer dizer que a sociedade dos Alados, sem comida, arrisca-se a desaparecer para sempre. Pior ainda, começam a chegar vazios…Quem irá, então, resolver este problema?

A tarefa de reparar este assunto bicudo é dada a Az Gabrielson, um anjo que… nasceu sem asas. É através desta personagem que nós nos apercebemos o quanto estes humanos alados são iguais a nós: apesar de muito amado e respeitado pelos seus pais e irmão, Az é sistematicamente gozado e humilhado pelos seus colegas de escola e pela restante sociedade. Mas uma criança vítima de Bullying constante só tem duas opções: ou passa a ter ódio a si mesma ou aprende a ser forte e a dar-se ao respeito. Az optou pela segunda hipótese. Por não ter asas e por ser um rapaz determinado, os membros do seu “governo” confiam-lhe uma missão secreta, que convém não ser do conhecimento do povo: descer à Terra, saber o que se passa com os elevadores de abastecimento e tentar, se possível, resolver o problema. Ora, Az sempre teve curiosidade de conhecer os Terrenos que, como ele, não podem voar. A nossa personagem sente, pois, um enorme fascínio e empatia por estes humanos que nunca teve oportunidade de conhecer…

A partir daqui, não diremos mais nada. Leiam o livro, que vale a pena. Segundo Rui Pedro Baptista (autor do site Bela Lugosi is Dead, um site dedicado exclusivamente à literatura fantástica: http://belalugosiisdead.blogspot.com/) A escrita do livro é extremamente fluida e fácil de ler. É aquele tipo de livro que nos prende de uma maneira subtil, mas bastante forte, que não nos deixa largá-lo até estar terminado. O autor teve uma ideia brilhante e conseguiu desenvolvê-la bem. A descrição das cidades e dos mecanismos faz-nos entrar naquele mundo e tentar imaginar ao máximo como ele será.

Divirtam-se!

sábado, dezembro 12, 2009

Ler Devia Ser Proibido!

Pensando a respeito, eu acho que ler devia ser proibido. (…) ler não é nada bom. A leitura nos torna clip_image002incapazes de suportar a realidade. A leitura tira o homem de sua vida pacata e o transporta a lugares nada convencionais. Para a criança o perigo é ainda maior porque ela pode crescer inconformada com os problemas do mundo e querer até mudá-lo. Dá para imaginar? E tem outra coisa: ler pode estimular a criatividade e você não quer uma criancinha bancando o geniozinho por aí, quer? Além disso, a leitura pode tornar o homem mais consciente e ia ser uma confusão se todo mundo resolvesse exigir o que merece! Nada de vagar pelos caminhos da imaginação simplesmente porque leu um bom livro. (…) Quer um conselho? Silêncio! Ler só serve aos sonhadores e sua vida não é uma brincadeira. Cuidado! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas.

E foi com este discurso absolutamente genial que a Universidade de Salvador (Brasil) começou a sua campanha de incentivo à leitura (vejam o anúncio em baixo). O texto é de Guiomar de Grammon e mostra o quanto os livros nos podem fazer bem: tornam-nos mais inteligentes, mais criativos, mais conscientes do mundo à nossa volta. Não é por acaso que os alunos “carolas” da turma são sempre aqueles que lêem mais.

Na quarta e quinta-feira da semana que vem, a nossa biblioteca irá utilizar o seu espaço para fazer aquilo que já se tornou um hábito na nossa escola: promover a leitura. Estamos, é claro, a falar da nossa feira do livro. E, para quem não se lembra, as escolhas do ano lectivo passado eram tantas, que chegámos a usar cadeiras para colocar mais livros.

Nada faltou: romances, poesia, testemunhos reais, receitas de culinária saudáveis e ecológicas, obras de divulgação científica ou de conteúdos de disciplina, ficção científica, literatura de fantasia, policiais, livros para crianças… Sem falar, é claro, que todas estas publicações têm um desconto, o que quer dizer que estarás a oferecer um belo presente a alguém, a um preço mais barato do que estaria numa livraria.

Eis, pois, uma óptima ocasião para ires adiantando alguns presentes de Natal, e evitares a “lufa-lufa” dos últimos dias desta época natalícia. E com uma escolha tão variada, é praticamente impossível não encontrares algo a um preço acessível e que seja do agrado de um familiar ou amigo!

Ler Devia Ser Proibido (anúncio)

Imagem Retirada de:

http://www.middletownjournal.com/blogs/content/shared-gen/blogs/dayton/butlerentertainment/entries/2009/01/index.html

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Tenha Um Natal Arrepiante, São Os Votos Da Nossa Equipa!!!

 

clip_image002 Ao contrário do que muita gente pensa, criar um filme de terror não é nada fácil. Que o digam os donos de Hollywood que, ultimamente, têm-se visto gregos para encontrar uma longa-metragem que seja suficientemente assustadora. É que estas novas gerações já viram tudo o que tinham a ver e não são assim tão facilmente impressionáveis. Como se não bastasse tudo isto, os produtores e criadores de cinema estão a passar por (mais) uma crise de inspiração, chegando ao ponto de “roubarem” ideias de outros cineastas de terror, sobretudo se estes forem da Ásia, onde a arte de criar medo é uma verdadeira arte.

Com efeito, os americanos ainda não entenderam que o verdadeiro terror não se mostra, sente-se. E, por isso mesmo, O Projecto Blair Witch é, ainda hoje, considerado uma das longas-metragens mais assustadoras que foram imaginadas. Para quem viu esta história, sabe muito do que estamos a falar: espaços escuros e fechados, sons terríveis vindos do nada, uma câmara enlouquecida…

Ora, Oran Peli, o realizador de Paranormal Activity, deve ter aprendido as liçõezinhas todas que Blair Witch deixou ao mundo. Para se criar uma história que nos crie pesadelos não precisamos de orçamentos milionários e de grandes efeitos especiais. Tudo do que precisamos é de uma atmosfera credível, familiar, capaz de nos fazer pensar “isto poderia acontecer a mim”. De preferência que jogue com as sombras e o medo terrível do escuro que o Ser Humano sempre sentiu e sempre sentirá. De preferência que perturbe os espectadores com uma “banda sonora” de sons arrepiantes, vozes de fundo abafadas, ruídos que parecem vir do mais fundo do sótão de todos os sótãos. E nunca, nunca mostrar “a coisa” ou a”força” aos espectadores. Afinal, os antigos Gregos tinham toda a razão: o verdadeiro medo é aquele que nós imaginamos, é aquele que nós não vemos.

Este filme tem uma história engraçada: trata-se de um filme “caseiro”, ou seja, com actores anónimos (a personagem feminina é namorada do realizador), baixíssimo orçamento, câmaras steadycam, montagem caseira, e as gravações tendem a ser feitas na casa de um amigo ou familiar. Não há gigantesco marketing, nem gigantescas promoções, nem nada. Custou a ridícula quantia de 11.000 dólares e os fãs foram crescendo devagarinho (a publicidade foi mais do tipo “passa a palavra”). Até que, finalmente a distribuidora de filmes Paramount reparou nele…

Não sendo uma obra-prima (os actores são péssimos!), esta obra de terror é, no entanto, bastante eficaz. É capaz de não criar história mas pode, durante uns tempos, criar escola.

Vê aqui o Trailer legendado

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Hoje É O Dia Internacional Do Combate À Corrupção!!

E o que é que nos corrompe? O poder e o dinheirinho, os euros e dólares, o “vil metal”, o carcanhol, o pilim, o… Bom, chamem aquilo que quiserem. Porém, como diziam os nossos antepassados, O Poder corrompe e o Poder Absoluto corrompe absolutamente.

E por falar em Poder e Dinheiro…

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Bibliomúsica

 

Hoje, vamos dar a conhecer uma banda que durante décadas esteve clip_image002completamente esquecida: The Zombies. De facto, é graças à Internet que as suas músicas estão a ser redescobertas e poderás escutá-las em sites muito conhecidos como, por exemplo, a youtube e a lastfm.

Embora nunca tenham atingido a fama de muitas outras bandas foram, no entanto, muito amados por “colegas” como os The Beatles, os The Beach Boys, Bob Dylan e Joan Baez, entre outros. O seu estilo musical já estava a ficar “fora de moda”nos anos sessenta. As multidões queriam cada vez mais rock ou música de intervenção. Por isso mesmo, a delicada elegância e extrema beleza das suas canções (apesar de tudo, nota-se um certo toque psicadélico nos seus últimos álbuns) não tocou os corações de muita gente. Só hoje, já afastados desta época de grandes revoluções e ideais, é que podemos voltar a escutar as suas pequenas sinfonias com outros olhos e outros ouvidos.

Espero que gostem destas duas “amostras” do álbum Odessey and Oracle.

The Zombies – Brief Candles

The Zombies – A Rose For Emily

Imagem retirada de:

http://theguitarsnob.blogspot.com/2009/10/zombies-odessey-and-oracle.html

domingo, dezembro 06, 2009

Livro da Semana

As Suspeitas do Sr. Whicher, de Kate Summerscale

clip_image001 Custa-nos quase a acreditar mas, no século XIX, não existia ADN; as impressões digitais não eram valorizadas; não existia a Ciência Balística; não existiam profilers; não existia o FBI; não existiam profissionais especializados em encontrar pistas no espaço que hoje chamamos a “cena do crime”; as polícias não dispunham de laboratórios feitos especificamente para encontrarem qualquer substância química, que pudesse indiciar um possível assassinato; as autópsias ainda eram muito rudimentares e os polícias entravam no local do crime, destruindo provas e evidências; um detective não era respeitado e ganhava uma miséria de salário. Pior ainda, nem sequer estava autorizado a investigar famílias aristocratas. Quando tinha de o fazer, entrava pela porta dos fundos e tinha que “pedir a colaboração” dos suspeitos; não existiam nem câmaras nem telemóveis; não existiam profissionais especializados em ouvir gravações encontradas ao pé do/s cadáver/es por que não existia uma coisa chamada “gravador”. Em suma: aquilo que hoje chamamos a Ciência Forense (a arte de desvendar, com provas científicas, um crime) e que faz as delícias dos fãs da CSI… Não existia.

Então… Como é que se apanhava um criminoso, nesse tempo????!!!! Simples: confiava-se nas testemunhas (quando as havia, e todos nós sabemos que o olho humano pode enganar-se muitas vezes), chamava-se um detective (que fazia o que podia, quase sem recursos humanos e materiais fiáveis), acendia-se uma velinha aos deuses e rezava-se para se ter sorte. Mais nada.

É só no dia 30 de Junho de 1860 que a Ciência Forense efectivamente começa a ganhar forma e prestígio. O nosso livro da semana não é apenas um simples livro policial: trata-se, isso sim, de uma história real, que marcou a investigação criminal para todo o sempre. E este caso foi tão importante, que ainda hoje é estudado em todas as faculdades que preparam os futuros cientistas forenses.

clip_image005 Reza a sinopse: É meia-noite do dia 30 de Junho de 1860 e tudo está calmo na elegante casa da família Kent, em Road, Wiltshire. Contudo, na manhã seguinte, acordam e descobrem que o filho mais novo foi vítima de um crime extraordinariamente macabro. Pior ainda, o culpado é, de certeza, um dos seus - a casa estava trancada por dentro. Jack Whicher, o detective mais célebre da sua época, chega a Road para descobrir o assassino. Entretanto, o crime está já a provocar a histeria nacional perante a ideia dos podres que poderão existir por detrás das portas fechadas dos respeitáveis lares de classe média: clip_image003serviçais intriguistas, filhos rebeldes, insanidade, ciúme, solidão e ódio.

A autora deste romance policial, Kate Summerscale, ficou fascinada por este caso trágico e decidiu investigá-lo meticulosamente. Uma vez que não desejava ofender as pessoas que tomaram parte deste episódio histórico, a obra que escreveu foi elaborada com muito cuidado e elegância. Kate Summerscale reconstituiu passo a passo um dos crimes que mais chocaram a Inglaterra (A Imprensa da época chamou à mansão da família Kent a “Casa dos Horrores”) e mostra-nos como era feita uma investigação policial no século XIX. Este livro é também uma belíssima homenagem a Jack Whicher (última foto), um dos primeiros detectives a sério da Scotland Yard.

Um livro de leitura obrigatória e aclamado por escritores como John Le Carré e Ian Rankin.

A foto de Jack Whicher, bem como a ilustração da casa, foram retiradas do seguinte site:

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1035832/The-whodunnit-How-murder-year-old-boy-gave-fictional-detectives-know-today.html

sábado, dezembro 05, 2009

O Natal Está À Porta!

Há sempre aquele amigo ou familiar que, na hora de dar presentes, só nos cria uma enorme dor de cabeça: “O que é que eu vou oferecer-lhe?”, perguntamos a nós mesmos. Ou já tem tudo ou é difícil agradá-lo/a. Pois bem, desta vez surpreenda-o/a com algo completamente diferente: um livro.

Sugerimos três prendinhas para o sapatinho, completamente diferentes umas das outras. Escolham a que mais vos convém.

 O/A seu/sua amigo/a ou familiar gosta de Sonhar e de ler? Então o presente clip_image002que lhe cai que nem uma luva é o Livro do Deslumbramento, de Lord Dunsany. Escritor do início do século passado é, segundo a editora Saída de Emergência, “O Autor de Fantasia mais influente do século XX”. Influenciou um enorme número de autores como, por exemplo, H.P. Lovecraft, Tolkien, Jorge Luis Borges, Neil Gaiman, Italo Calvino e Clark Smith, entre muitos outros. O Livro do Deslumbramento e O Novo Livro do Deslumbramento (foram publicados juntos) consistem numa compilação de pequenos contos que se lêem num abrir e fechar de olhos e, décadas depois, conseguem ainda deslumbrar-nos e surpreender-nos. Não é fácil escrever pequenas histórias (a maior parte delas não tem mais do que quatro, cinco páginas) mas Lord Dunsany é um verdadeiro mestre nesta arte. E há contos que são verdadeiramente imperdíveis: A Coroação Do Sr. Thomas Shap (um simples homem que inventou na sua cabeça todo um reino imaginário), Chu-Bu E Cheemish (uma briga caturra entre dois deuses), Porque É Que O Leiteiro Estremece Quando Se Apercebe De Que Está A Amanhecer (não vamos dizer nada!), O Gabinete De Troca De Males (o título já diz tudo) e Uma Fuga à Tangente (Londres escapou por um fio de uma destruição certa…). Escrito com imenso sentido de humor, eis um presente que agradará a todos os sonhadores.

O/A seu/sua amigo/a ou familiar não gosta de ler, mas gosta de uma boa clip_image004aventura? Então o livro que aconselhamos é o Símbolo Perdido, de Dan Brown. Não, não é Literatura (nem sequer é Ciência!), mas são horas garantidas de puro e de descarado entretenimento. Dan Brown possui o dom de agarrar o leitor da primeira à última página. O seu estilo é simples, mas eficaz: frases curtas, um vocabulário acessível, acção que só se completa no próximo capítulo (por isso é que não conseguimos largar o livro), personagens misteriosas, poderosas ordens secretas, documentos históricos guardados a sete chaves e perigosos… Por fim, a personagem principal é um professor culto. Sabe bem ler uma história, onde o herói é alguém que salva o mundo não através das armas mas através da inteligência. Ideal para todos aqueles que acham que ler “é uma seca”.

O/A seu/sua amigo/a ou familiar não gosta que lhe “enfiem o barrete”? clip_image006Então, o livro que aconselhamos é O Espectáculo Da Vida, de Richard Dawkins. Escrito neste mesmo ano, é não só uma belíssima homenagem a Charles Darwin, “inventor” da Teoria da Evolução, como é também um “ataque bombista” a todos os radicais religiosos, que juram a pés juntos que o mundo foi construído em apenas sete dias e não em milhões de anos, como a Ciência afirma e comprova. Com efeito, farto da ascensão e poder dos “Novos Cristãos” e “Novos Muçulmanos” (e nenhum deles tem nada de “novo”…), que chegam a impor às escolas que a Teoria da Evolução não seja leccionada, Richard Dawkins, através deste livro escrito numa linguagem acessível a todos, prova A+B que a Vida no planeta Terra existe há milhões e milhões de anos e que o desenvolvimento das espécies (inclusive a do Homem) foi lenta e progressiva. Prova também que todas as espécies estão interligadas e que todos nós somos, no fundo, “primos e irmãos” uns dos outros. Desde a humilde esponja, o primeiro ser complexo que surgiu no nosso planeta, até ao Homem, tudo tem uma explicação e uma razão de ser. Em poucas palavras, a Teoria da Evolução não é mais uma teoria: é um facto cientificamente comprovado! Eis uma prenda ideal para todos os seres humanos que gostam de pensar, de raciocinar e que não gostam de ser manipulados.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Por Que Razão Os Três Reis Magos São Três?

 

clip_image002 Ou estamos muito enganados ou já há para aí centenas de milhares de casas em Portugal que já estão decoradas com as típicas luzinhas douradas, a famosa árvore, os anjinhos repolhudos, o Pai Natal… E são cada vez mais os pais e as mães que se “esquecem” de colocar um presépio ou que se “esquecem” de falar da lindíssima história dos reis magos, aos seus filhos. Infelizmente, este dia que devia ser uma homenagem ao nascimento do Filho de Deus não passa hoje de um convite ao consumo desenfreado. E é uma pena que assim seja: a lenda dos reis é bastante bonita e merecia ser contada às nossas crianças.

A história ainda é conhecida por muitos: quando Jesus nasceu, três reis magos, vindos de muito longe e tendo sido guiados por uma estrela, quiseram prestar homenagem ao Filho de Deus e cada um deles trouxe um presente: ouro, incenso e mirra. Porém, quando falamos de História com “H” grande (ou seja, os acontecimentos reais) temos que dar um grande desconto: para começar, nem sequer se sabe se Jesus foi de facto visitado por estes três homens tão importantes. Com efeito, o único testemunho desta visita está na Bíblia, um livro que, como todos nós sabemos, é lindíssimo mas, muitas vezes, não é historicamente correcto. Afinal, todos nós sabemos que “quem conta um conto, acrescenta um ponto”… Além disso, o mito dos três reis magos só começa a ganhar importância a partir do século IV d.C.

Inicialmente, nem sequer existiam três reis magos (os Russos acreditam em quatro. Segundo as lendas deste povo, um deles, muito bom e piedoso, não conseguiu chegar “a horas”, porque levou o tempo todo a ajudar os pobres e necessitados que encontrou pelo caminho). O Evangelho Segundo São Mateus é o único livro da Bíblia que menciona a sua chegada e nem sequer especifica quantos foram. Presume-se que são mais do que um porque a citação está no plural: Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do Rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. Com o tempo, uns diziam que eram dois, quatro, seis ou até mesmo dez. Mas como os presentes que trouxeram eram só três, concluiu-se que cada um trouxe a sua respectiva oferenda. Finalmente, é só no século VII d.C. que estes reis passam a ter nomes e é precisamente neste momento que começamos a ver imagens de um rei mago africano.

clip_image004 Por que motivo estes homens sábios, que só aparecem uma vez na Bíblia, foram “embelezados” pela Igreja Católica? A explicação é simples: a simpática visita de três homens importantíssimos, ricos, sábios e, ainda por cima, reis, só reforçaria o valor e o poder de Jesus Cristo. Em segundo lugar, cada um destes magos representa os três continentes do planeta Terra (naquela altura, achava-se que eram só três): Melchior, sempre representado como sendo um ancião de cabelos brancos, simboliza os herdeiros de Jafé, os europeus. Estes ofereceram a Jesus ouro, o símbolo da realeza; O bonito e alourado Gaspar representa a Ásia, e este continente valorizava muito o incenso, símbolo do Poder Divino; por fim, o magro Baltazar, negro e com barba, simboliza os filhos de Cam, os africanos, que entregam a mirra, símbolo da vida eterna. A simbologia não deixa de ser bonita: a Humanidade inteira, representada por estas três personagens, veio prestar homenagem ao Salvador da Humanidade (Grão Vasco chegou a pintar um Baltasar índio, como se vê na segunda imagem)…

A palavra “Mago” era normalmente atribuída a sábios e astrónomos, vindos do Oriente. Quanto ao facto de serem “reis”… Bom, esta é outra história embelezada pela Igreja Católica, como já referimos acima.

Uma lenda da Idade Média afirma que estes três sábios acabaram por se reencontrar cinquenta anos depois, na cidade de Sewa, na Turquia e foi nessa mesma cidade que vieram a falecer. Mais tarde, os seus corpos foram trasladados para Milão, em Itália.

E já que falamos de reis magos…

Queres conhecer a história do quarto rei mago? Então, clica aqui: http://malarranha.net/2008/03/17/o-quarto-rei-mago/

Imagens Retiradas:

Primeira Imagem: pintura de Mantegna

Segunda Imagem: pintura de Grão Vasco

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Solários: Tão Maus Ou Piores Do Que O Tabaco?

 

clip_image002 Bem podem todos os fãs do “bronzeado a tempo inteiro” começar a pensar duas vezes, antes de se “enterrarem” num solário: as últimas pesquisas e estudos sobre estas câmaras supostamente milagrosas são no mínimo assustadores. Os solários triplicam o cancro da pele, destroem a sua elasticidade e envelhecem-na a um ritmo bastante acelerado. É que as fãs da Diana Chaves não sabem que 15,20 minutos de exposição destes raios “milagreiros” correspondem a uma manhã e a uma tarde de raios ultravioleta, num belo dia de Verão. Com efeito, segundo uma notícia do jornal Diário de Notícias (http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=658122), apenas dez idas a este caixão solarengo fazem subir por oito vezes o risco de contrairmos um cancro de pele. Ribas dos Santos alertou que "30 sessões de solário por ano equivalem a cerca de cem escaldões solares, podendo induzir novas doenças".

E como se tudo isto não bastasse, até os ossos são afectados: segundo vários estudos, esta parte importantíssima do corpo humano, sempre que é exposta a estes falsos raios solares, sofre uma progressiva descalcificação, o que quer dizer que muitas mulheres e homens podem vir a sofrer muito cedo de males que, antes, eram atribuídos aos nossos avós como, por exemplo, a Osteoperose.

Todos os clientes dos solários justificam o amor a este sarcófago, afirmando que uma pele douradinha faz-nos sentir mais jovens e mais sexys. Mas os solários, longe de rejuvenescerem a nossa pele, envelhecem-na a um ritmo assustador. De facto, é muito comum depararmo-nos com estrelas VIP que, aos trinta anos, já parecem estar na casa dos quarenta ou até cinquenta anos. Pior ainda, fazem-nos lembrar mais uma múmia egípcia do que propriamente uma bela e saudável adolescente: é que estas câmaras de luz artificial arrasam com a elasticidade da nossa pele, secando a sua água e destruindo as suas células. Daí o envelhecimento precoce…

clip_image003Precisamente por estas razões, o governo brasileiro proibiu o uso dos solários para fins estéticos. Trocando por miúdos, estas câmaras poderão ser usadas apenas para curar ou diminuir doenças como, por exemplo, algumas depressões ou doenças musculares, mais nada. A polémica, como devem calcular, já começou e nada nos diz que os brasileiros aceitem de bom grado esta nova lei. É bem possível que, daqui a uns anos, exista um mercado clandestino de solários, tal como já existe o contrabando de Cocaína, Heroína ou Ecstasy

Para quem não sabe, a mania do bronzeado é bastante recente. Durante milhares e milhares de anos, o sol era evitado. Os nossos antepassados conheciam o seu poder maravilhoso mas também sabiam o mal que ele podia fazer ao nosso corpo. É claro que muitos deles não faziam a menor ideia do que significava a palavra “Cancro” (se bem que esta doença já fosse conhecida na Grécia e até no Egipto Antigo) mas, instintivamente, sabiam que os alegres raios solares também podiam destruir a nossa pele e a nossa saúde. Durante muito tempo, as avós das nossas avós andavam nas ruas de sombrinha e os avôs dos nossos avôs nunca saíam sem o indispensável chapéu. Foi só no início do século XX que passou a ser chique ir à praia e quem o fazia eram os ricos. Até aí, uma cor escura e bronzeada era “coisa de pobre”, que trabalhava “de sol a sol”. As meninas finas e prendadas apresentavam uma tez branca e pura, de fada sem pecado. Porém, assim que os ricos começaram a ir “aos banhos”, depressa os pobres começaram a imitá-los (ver foto à esquerda). Foi assim que o bronzeado começou a ser uma moda internacional…

Actualmente, assistimos a uma contra-reacção: as grandes estrelas de Hollywood assumem cada vez mais a cor natural da sua pele. Agora que já se sabe que o sol pode provocar cancro e envelhecer a pele, mulheres como Nicole Kidman ou homens como Orlando Bloom evitam a praia e os solários. Por isso, é bom que todos os fãs da Diana Chaves se apercebam de uma vez por todas que os bronzeados… estão out!

Imagens retiradas de:

http://www.lfabolivia.org/?p=163&lang=pt

http://osdedosdospesemflor.blogspot.com/

terça-feira, dezembro 01, 2009

Livro Da Semana

Mulherzinhas, de Louisa May Alcott

Há livros que nos incomodam, há livros que nos deslumbram, clip_image002há livros que nos fazem voar para outros mundos, há livros que são verdadeiros “murros no estômago”, há livros que denunciam a injustiça e o crime, há livros que nos ensinam coisas como as estrelas, a vida nos mares, as civilizações perdidas… E há livros que falam das coisas simples e maravilhosas da vida. Como a família, por exemplo. Ora, a família e a educação das mulheres são os temas centrais do nosso livro da semana.

Cem anos depois, por que motivo o romance Mulherzinhas ainda é hoje tão fascinante e tão familiar? Afinal, estamos a falar de um mundo que, para os americanos e os europeus, já (quase que) não existe. As mulheres já não são criadas apenas “para arranjarem marido” e para serem apenas mães. Além disso, esta obra literária aborda, como pano de fundo, a Guerra Civil Americana. Vivemos, actualmente, numa sociedade onde as mulheres e os homens (pelo menos aos olhos da lei) têm direitos iguais, oportunidades iguais, frequentam a mesma escola e as mesmas faculdades, lêem os mesmos livros, vêm os mesmos filmes, etc.

Porém, no tempo de Louisa May Alcott, nada era assim: embora já existisse uma corrente pré-feminista, que defendia que a Mulher nem só na esfera do lar se poderia afirmar, a sociedade ainda não estava preparada para aceitar estas “modernices”. Com efeito, na ausência do pai, que se encontra a combater (embora com o acordo deste), a mãe March tenta superar as suas dificuldades económicas e oferecer às suas filhas uma educação mais moderna e mais “feminista” (o Feminismo é uma ideologia do século XX, que se implementou após a Segunda Guerra Mundial. Defende a igualdade de direitos, até na vida profissional. No século XIX, tal ideologia ainda não existia). É por isso que uma das “mulherzinhas”, Amy, embora tenha muito talento como pintora, não é levada a sério nos meios artísticos. Sendo mulher, devia dedicar-se à casa, e a pintura não devia ser mais do que um simples “passatempo”. Por sua vez, Jo (personagem principal e Narradora), bate a todas as portas dos jornais e todos os donos dos mesmos afirmam que o público não está interessado em “histórias de fadas”. Como afirma Isabel Salema, “Mulherzinhas” é o retrato do dia-a-dia das quatro irmãs, que hoje pode parecer conservador e moralista, mas que na época não era tanto assim. As irmãs discutem boas maneiras, mas também se devem ou não trabalhar e ganhar a sua independência — as duas mais velhas trabalham para ajudar as finanças da casa. A família também discorda dos castigos corporais que Amy recebe na escola e a mais nova das irmãs nunca mais lá volta.

Mulherzinhas não é, nem por sombras, uma obra “datada” e “inofensiva”. Parece, à primeira vista, uma simples história de quatro “moçoilas” à procura da felicidade. Porém, um olhar mais atento permitir-nos-á perceber que a autora deste romance (e também a personagem principal) já possui uma mentalidade que, para a época, era considerada bastante moderna. Esta obra literária não é apenas um belo romance, é também um importantíssimo documento histórico de uma América que não permitia nada ao Sexo Feminino, nem sequer o direito de votar.