Agora que toda a gente anda com a “pancada” da farmville, seria interessante colocarmos a nós mesmos esta questão: temos assim tanta vontade de voltarmos à “boa vidinha” do campo ou o espaço da cidade é aquele que mais nos atrai e mais estimula o nosso cérebro? É que cuidar de quintas de verdade não é pêra doce, que o digam os agricultores de todo o mundo…
Mas uma coisa é verdade: pela primeira vez na História da Humanidade, há mais gente a morar em grandes cidades, do que pessoas a morar e a trabalhar no campo. Nunca antes se tinha visto algo assim, mas a razão para tal é mais que óbvia: é nas cidades que encontramos mais oportunidades de emprego. Quanto à agricultura, esta deixou de ser uma mais-valia e tornou-se uma indústria gigantesca para poucos. Os pequenos camponeses e marinheiros já não são capazes de competir com grandes empresas de gado, pesca, aviário, entre outras. Empresas estas que ganham bilhões de dólares, exportam para todo o lado do mundo e, muitas vezes, fazem “batota”, ao construírem produtos alimentares que crescem mais depressa do que os tradicionais. Por isso mesmo, deixar de trabalhar no campo deixou de ser uma opção viável.
Isto quer dizer, então, o quê? Que a Ciência do Urbanismo (isto é, a arte de sabermos construir uma cidade de qualidade) nunca foi tão importante como o é agora. Aliás, qualquer pessoa que tenha jogado jogos como Sim City ou City Life (foto) já tem uma pequenita ideia do quão difícil é criar boas condições de vida para tanta gente, muitas vezes em espaços pequenos.
O que é, então, uma metrópole de qualidade? Para já, tem que ter espaços verdes, boas condições de acesso, bom sistema de esgotos, limpeza, espaços de lazer, segurança pública, ruas bem iluminadas, casas bem construídas, escolas… Sobretudo, tem que ser um lugar onde todas as pessoas, não importa a idade, cultura, sexo, deficiência motora ou etnia sintam como sendo uma espécie de gigantesca segunda casa.
Este é um dia mundial que devia ser acarinhado e respeitado pelos nossos políticos. É que muitas das nossas grandes metrópoles (a começar por Lisboa) não são locais de prazer e de qualidade de vida.
E, por isso mesmo, andamos nós todos, cheios de saudades do campo, a plantar cenouras virtuais no facebook…
Terminamos este artigo com uma das mais belas homenagens feitas a uma cidade: a canção New York, New York, cantada por Frank Sinatra e Tony Bennet. Ou, como dizem eles, I Want to wake up in a city that doesn’t sleep (…) and if I can make it there, I’ll make it anywhere (quero acordar numa cidade que não dorme (…) e se conseguir triunfar ali, consigo triunfar em qualquer lado).
New York, New York
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