Ficar a ver navios
A expressão completa é “Ficar a ver navios no alto de Santa Catarina”, e vem do tempo dos Descobrimentos, quando os mercadores, todos os dias, subiam a esse lugar e ficavam à espera de que as suas cargas caríssimas e valiosas chegassem a Lisboa. Ora, como vocês já sabem, ser comerciante, naquele tempo, era quase como jogar no Euromilhões: tão depressa uma pessoa enriquecia estupidamente como, no ano seguinte, andava a pedir nas ruas. As tempestades, as naus excessivamente carregadas, os piratas e as más condições dos navios davam quase como certo o naufrágio de um bom número delas.
Existe também uma outra história, à volta desta expressão: conta-se que um certo milionário do Porto assistiu aterrado ao fim de TODA a sua frota, devido a um temporal terrível que tinha estourado no preciso momento em que as naus estavam a chegar a bom porto. Só que ele assistiu à sua ruína não no Alto de Santa Catarina (em Lisboa), mas sim, na Torre da Marca (no Porto).
Músico de Pancada
Todos nós conhecemos o seu significado: um “músico de pancada” é uma pessoa que não tem talento nenhum para tocar qualquer instrumento, nem sequer ferrinhos.
No entanto, há cem anos atrás, era precisamente este o nome que se dava a todos os membros de uma orquestra que tocavam instrumentos como o tambor ou o bombo, ou seja, instrumentos que, para serem ouvidos, precisavam de levar umas boas “pancadas”. A título de exemplo, o Corpo de Marinheiros da Armada Real, em 1855, tinha incluído na sua lista um “Mestre de Música”, oito “músicos” e dois “músicos de pancada”.
2 comentários:
Coloquei o blog nos links do meu blog sobre Serpa (afinal este blog é sobre a biblioteca de uma escola de Serpa, logo tem direito ;) )
O blog é este:
http://www.noticiasdeserpa.blogs.sapo.pt
É com muito agrado que vejo que a biblioteca da minha antiga escola está agora mais inovadora, interessante e proporciona aos seus alunos oportunidades de se cultivarem que nem todos têm.
A continuação de um excelente trabalho que como sei e vejo está a ser reconhecido, e uma palavra para os estudantes: Aproveitem!
Com saudades,
José Miguel Lopes.
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