sexta-feira, outubro 29, 2010

Onde É Que Eu Estacionei A Minha Nave Espacial??Parte I

clip_image002 Há um estilo literário que foi relegado para segundo plano, por ser considerado “inferior”, e que só muito recentemente tem vindo a ganhar adeptos em Portugal. Estamos a falar, se ainda não tinham adivinhado, do género de Ficção Científica. E não: Ficção Científica não é só falar (ao contrário do que o título deste artigo diz) de naves espaciais e de extra-terrestres. Este tipo de literatura aborda vários assuntos como, por exemplo, a possibilidade de existirem universos paralelos, realidades alternativas, histórias que se passam num futuro bem terrestre, a velha concepção do Bem e do Mal, o perigo das tecnologias, entre outros temas sempre actuais e, muitas vezes, bastante proféticos.

E, para espanto de muitas editoras mais conservadoras, estes livros vendem que nem pastelinhos de Belém, quentinhos e acabados de sair do forno! Que o diga a editora Saída de Emergência (sim, eu sei que estou sempre a falar dela…), uma das verdadeiras “culpadas” por este boom de novas gerações viciadas neste género.

“Parece interessante. Mas agora que autores é que nos aconselha?”, deve estar a perguntar o/a leitor/a. Neste blog, já demos destaque a vários grandes “mestres” deste tipo de literatura: Frank Herbert (Duna, já traduzido pela mesma editora, o fantástico e arrepiante imaginário de H. P. Lovecraft, Keith Roberts, o português David Soares e George Orwell. Vamos hoje falar de três (não tão) honrados desconhecidos.

Philip K. Dick, O Homem do Castelo Alto – Muitos já viram o filme Blade Runner, mas poucos sabem que foi baseado numa obra de nome “Será que os Andróides sonham com carneiros eléctricos?” (tradução livre do título original: Do Androids Dream of Electric Sheep?). Também foram adaptados para cinema Relatório Minoritário, Total Recall, entre muitos outros. Philip K. Dick é apenas um dos maiores escritores vivos de Ficção Científica de todos os tempos e já não era sem tempo que um dos seus romances mais emblemáticos, O Homem do Castelo, fosse traduzido para o Português.

A História aborda uma realidade alternativa: e se o presidente Norte-Americano Franklin T. Roosevelt tivesse sido assassinado em 1933? A partir daí, entramos no mundo da imaginação: os Americanos não conseguem fazer frente aos Nazis e o mundo é mergulhado numa era de terror e de genocídios ainda mais violentos. A ditadura está instalada, ninguém fala, ninguém critica, tal é o medo de se morrer num campo de concentração. Mas há um estranho, anónimo e proibido livro que circula de mão em mão: este manuscrito maldito chama-se O Homem do Castelo Alto e imagina um mundo possível, onde os nazis não dominam e os Americanos venceram. Ou seja, fala do nosso mundo!

Imagem retirada de:

http://cadernosdedaath.blogspot.com/2010/09/proposito-de-o-homem-do-castelo-alto.html

Sem comentários: