Grão A Grão, Enche A Galinha O Papo …
Ora bem: poupar é a palavra de ouro do ano de 2011. Os cortes salariais vêm aí, o preço de todos os bens de consumo vai disparar, o tempo não vai estar para despesas supérfluas e telemóveis trocados de seis em seis meses. Mas desde que não percamos os nossos empregos, há sempre luz no fundo do túnel. Até lá, vamos ter que reformular os nossos hábitos de vida e reaprendermos a viver com pouco.
Como? Seguem-se aqui quatro sugestões:
O Meu Querido Porquinho – “Mas para onde é que foram parar os 100 euros que acabei de levantar???” Quantas e quantas pessoas não fizeram a si mesmas esta pergunta… A resposta é muito simples e pode até ser verificada: experimente, no fim do dia, despejar todas as moedas que tem na bolsa. Faça isto todos os dias. Ficará siderado/a ao descobrir que, a meio do mês, estarão lá cerca de 40, 50 euros no mínimo, dinheirinho esse que virá mesmo a calhar naqueles malditos dias em que o salário seguinte ainda é uma miragem. A maior parte do buraco nas contas vem do uso que damos aos trocos: um euro aqui, outro ali, um cafezinho, ali, um pastel de nata acolá… E quando nos apercebemos, já voaram 100 euros ou mais do nosso salário.
“Não te Esqueças do Farnel!” – Os nossos avós tinham a sabedoria de trazer o almoço de casa e as lancheiras eram uma coisa bastante comum. Há mil e uma maneiras de se fazer uma boa e saudável sandes, e não é por comermos também uma peça de fruta no local de trabalho que os parentes nos caem na lama. Além disso, habitue-se a comer o pequeno-almoço em casa. É mais saudável, vai trabalhar com mais energia e o corpo não lhe pedirá tanta gordura logo no início do dia. No jantar, aposte na sopa. Metade da fome desaparecerá e, assim, poupará mais no prato principal. Seja criativo/a com os restos: um pedaço de frango pode dar, por exemplo, um bom esparguete ou uma boa lasanha. Por fim, faça a sua horta. Não tem quintal nem terraço? Consulte a internet, especialmente o Youtube: nem imagina o que se pode fazer com uma simples varanda!
Missão Casa: poupar – Desligue todas as luzes que não esteja a utilizar; desligue todos os aparelhos eléctricos da ficha, pois o stand by consome muita energia; use lâmpadas ecológicas (Caso estas lhe provoquem muitas dores de cabeça, aposte nos candeeiros decorados com vidrinhos. Dão uma luz muito suave); use a lareira, caso a tenha; lave a roupa à noite; compre uma máquina de lavar loiça, pois está provado que gastamos menos água usando este electrodoméstico do que a lavarmos no lava-loiça; evite secar a roupa na máquina, sempre que possível, e só a lave quando tiver o suficiente para encher o tanque; tente calafetar portas e janelas, uma vez que 40% do calor desaparece por causa deste inconveniente; utilize os sacos de supermercado para o lixo (e recicle, por favor!); compre sempre produtos de marca branca (e aposte em produtos com o código 560, o código de Portugal); só precisamos de uma garrafa de lixívia, um detergente para a roupa, um detergente para a louça e, por fim, um detergente para o chão para mantermos uma casa limpa; livre-se do arsenal de produtos de higiene que não servem para nada. Há mais conselhos que poderíamos dar mas estes são os principais.
Para Quê gastar tanto?? – Pinta o cabelo? Aprenda a tingi-lo em casa. Depila-se no cabeleireiro? Faça-o em casa. Quer o carro limpo? Pegue num pano e detergente e convide os filhos para a festa. Conhece um sapateiro? Leve-lhe os sapatos em vez de comprar novos. Não sabe coser um botão ou bainha? Aprenda a fazê-lo (mais uma vez a internet está cheia de dicas para cuidar da roupa). O pão está caro? Aprenda a fazê-lo (e use o forno: as máquinas de fazer pão não são, por enquanto, um bom investimento). Está farto/a da sua casa e quer mudá-la? Compre mantas baratas, mude a disposição dos móveis, pinte você mesmo as paredes. Por muito pouco dinheiro consegue-se dar cara nova ao velho. Se fumar, acabe com o vício ou tente retirar cinco cigarros por dia. Gosta de fofoca? Vá à Internet: muitas revistas “cor-de-rosa” já têm páginas online. Gosta de ler? Vá a feiras do livro, alfarrabistas, inscreva-se numa biblioteca municipal. Não sabe o que fazer com os catraios no fim-de-semana e está nas lonas? Leve os filhos aos museus ou exposições, leve-os ao jardim zoológico, prepare um divertido piquenique em família: fica ao preço da uva mijona e eles adoram estes mimos. Não tem dinheiro? Não vá a centros comerciais. Em vez disso, passe o fim-de-semana com a família, convide os amigos para jantar. Tem dois carros? Veja se pode usar apenas um. E, mais importante de tudo, faça as contas em família e ensine os seus filhos a poupar. Só assim é que eles darão valor ao dinheiro e se aperceberão que ele não cai do céu.
Em suma: se pode poupar, poupe! Gastar dinheiro inutilmente não é prestígio social, é estupidez.
Terminamos este artigo com uma sugestão do site Chave Mestra. No link entre parêntesis, poderão consultar um artigo com excelentes conselhos para tirarmos proveito do nosso dinheiro e aprendermos a esticá-lo (http://www.chave-mestra.com/index.php?option=com_content&view=article&id=60:dia-mundial-da-poupanca&catid=39:familia&Itemid=114). Só para vos dar um cheirinho, este site deu-se ao trabalho de publicar uma grelha, onde se mostra mesmo o quanto se pode poupar numa só semana e os ganhos que adquirimos no final de um ano!
Vem aí o Natal: Como Poupar 300 Euros por mês (parte I)
Vem Aí o Natal: Como Poupar 300 euros por mês (parte II)
2 comentários:
Ainda bem que começam a aparecer estes artigos. As pessoas precisam de reavaliar a sua vida e recomeçar a dar valor a coisas que estavam antes desaparecidas, tais como a companhia dos outros, passeios em conjunto e o afecto da família e dos amigos. O grande problemas é que, ao fim de tantos anos de consumo, as pessoas desaprenderam de comunicar e de poupar. Agora a crise obriga-as a mudar de hábitos de vida.
Muito bom artigo! E isto é verdade, temos todos de começar a poupar!
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