Kôt, de Rafael Ábalos
Para muitos jovens que gostam de ler, Rafael Ábalos é mais conhecido no nosso país por ter escrito a obra Grimpow. Porém, e na opinião de muitos, Kôt é o seu melhor romance juvenil, precisamente porque é dedicado a um público mais “crescidinho” e também porque a intriga da acção é bastante mais complexa e melhor trabalhada. Com efeito, este livro aborda três histórias que parecem não ter inicialmente qualquer conexão entre elas, impressão essa que, obviamente, está errada.
Mas falemos do que interessa. A sinopse que aparece na contra-capa da edição portuguesa faz água na boca: Um e-mail que convida a um jogo infinito… Um homem numa Idade Média que nunca existiu… Um crime que anuncia um futuro inquietante… Tudo começa em Nova Iorque… Ou será numa cela medieval?... Ou será na Escola Experimental de Jovens Astronautas (EEJA)? Por que motivo um homem do século XXI acorda de repente acorrentado numa masmorra, em plena Idade Média? Por que motivo dois adolescentes sobredotados recebem um estranhíssimo e-mail que os convida a participar num complicadíssimo jogo cheio de operações matemáticas? Mas por que razão alguém haveria de se interessar por estes dois “putos”? Que ligação existe entre estes dois rapazes, o prisioneiro da masmorra e a morte de uma brilhante neurologista, marcada com a palavra Kôt?
O mais fascinante deste livro não é a história em si mas a forma como toda a acção é descrita e narrada: à medida que vamos virando as páginas, começamos a encontrar padrões que nos ligam directamente às outras personagens que, como já dissemos, não têm, aparentemente, nada a ver umas com as outras. Mas têm: Walter Stuck é um perigoso assassino ligado a uma seita secreta, de nome Kôt (“Gótico”) e tem procurado, ao longo da sua vida, a Essência do Mistério (leiam o livro, está lá tudo explicado); os dois adolescentes jogam um jogo cujo objectivo é chegar precisamente às mesmas respostas de Walter; e Aldous Fowler é um detective cuja missão é procurar um assassino talentoso que parece ter uma estranha predilecção por cientistas… E sempre, sempre, sempre a palavra Kôt…
Já encontraram o fio condutor destas três histórias?
E mais não diremos.
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