Com palavras, demonstro tudo o que de mim quer sair, mas que, de outra maneira, me impede de sorrir, impede-me de viver a vida, de viver a felicidade. Nas palavras confio, com elas tento falar, são elas que me aturam, sem reclamar, sem pedir algo em troca. É a escrever que me sinto bem, sem medos, sem temer que alguém fique a saber. Elas percebem-me e, para mim, é o essencial. Por vezes, parece que não faz sentido, mas faz.
E gosto de me divertir com elas, porque esqueço a realidade que tento esconder. Mas é impossível. Em tudo o que nós fazemos, ela entra, há sempre algo que nos faz lembrá-la. E, com palavras, posso fazer histórias, com histórias posso construir tudo, tal como nos sonhos.
Um sonho. Entrei num sonho cheio de fantasia, dele tirava a felicidade, que tentava esconder no mundo real, que não conseguia enxergar. Todos os dias, entrava nesse sonho, cada dia que passava, adorava-o ainda mais, mais me fascinava, ia com ele até ao fim. Entrava sem querer voltar, tinha pena de acordar, de voltar à realidade.
O sonho tinha campos verdes, papoilas e margaridas, laranjeiras e pessegueiros. E havia um rio, onde nele mergulhava e nadava cercado de peixes. Brincava com as rãs e os cisnes.
Que mais queria? A felicidade estava nesse sonho. Mas havia que voltar, e isso entristecia-me. Porque uma voz disse-me: “Não podes cá morar. Porém, desde que tenhas este sonho e te lembres dele, poderás sempre voltar”.
Desde aí, compreendi que, se fechasse os olhos, o sonho seria a realidade. Porque eles não são para serem vividos. São para serem sentidos.
Paulo Estradas
(Ilustração retirada de:
2 comentários:
Temos aqui um poeta com grande futuro, para além de ter um vocabulário bem construido, também espressa os seus sentimentos por simples palavras. palavras essas que valem muito. continua assim. Não te deixes desiludir por meras frases, acredita mais nos teus sonhos, que são grandes...
Melinda Ramani
7ºB
Parabéns!
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