Parece mentira, mas não é: há mais de 200 anos atrás, a primeira geração de robôs – mais conhecida pelo nome de “autómatos” – enchia as Cortes de todo o mundo e decorava as casas das famílias mais abastadas. Na verdade, estas máquinas brincalhonas já existem há muito tempo: os persas eram doidos por estas engenhocas e espantavam os visitantes com os seus tronos que voavam, pássaros mecânicos, etc.
Mas, afinal, qual é a diferença entre um autómato e um robô? O primeiro é, tal como o segundo, uma máquina que não pensa nem sente emoções (por enquanto). Ambos possuem o “corpo” de um humano ou de um animal e ambos tentam imitar os movimentos e a postura do ser que tentam copiar. Porém,
os autómatos são engenhos que se reduzem a um grupo muito pequeno de acções, não se deslocam, não fazem cálculos, não falam nenhuma língua nem interagem com os homens e mulheres que os tocam ou os vêm. São, para todos os efeitos, brinquedos deslumbrantes que se movem e nada mais.
O autómato mais famoso de todos chama-se la joueuse de Tympanon (“a tocadora de saltério”, um instrumento dos séculos XVII e XVIII cujo som faz lembrar o cravo. Primeira imagem) e esteve encafuada num sótão durante mais de 100 anos. Deslumbrou a Corte da célebre Maria Antonieta (século XVIII) mas esta prodigiosa obra de arte foi esquecida depois da Revolução Francesa. Foi graças a um dos maiores génios do Ilusionismo, Robert Houdin, que hoje temos o prazer de a ver mexer (vejam o vídeo e deliciem-se com esta perfeição. Este “brinquedinho” consegue tocar oito músicas diferentes!).
Não sabem quem foi Robert Houdin? Então, se não sabem é porque não viram o filme O Ilusionista (segunda imagem), que se baseia na história do mais genial prestidigitador de todos os tempos, também ele um fã e criador de autómatos. O mais conhecido dos seus autómatos é a extraordinária árvore do tempo, um belíssimo brinquedo mecânico que dava laranjas verdadeiras a um público estupefacto e maravilhado.
Já não se fazem obras-primas como estas…
A Tocadora de Saltério – Autómato do século XVIII
A árvore do tempo (retirado do filme O Ilusionista)
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