Há que admitir que, ultimamente, não temos tido boas razões para sorrir: Portugal encontra-se actualmente “refém” do FMI, a dívida externa não tem feito outra coisa senão disparar diariamente, a credibilidade da nossa nação anda de rastos, a Finlândia olha com desconfiança para Portugal… Lá fora, os portugueses são vistos como sendo um país de perdedores e gastadores, certo?
Errado.
É verdade que as nossas finanças andam actualmente pelas ruas da amargura. Porém, Portugal tem somado pontos e galardões, sobretudo graças a uma nova vaga de empresários e de cientistas. Para além das nossas exportações terem aumentado substancialmente, a nossa nação tem sido – algo impensável há cerca de 20 anos! – capa de grandes revistas de renome como, por exemplo, a conceituada revista Science. Estamos a assistir a uma nova vaga de jovens lusitanos que, ao contrário dos seus pais e avós, não hesitam em arriscar, investir e apostar em empresas e ideias que não só dignificam Portugal como, ainda por cima, fazem aquilo que um país mais deseja: fazem dinheiro.
Vejamos alguns exemplos: a Fundação Calouste Gulbenkian está de parabéns, graças a uma equipa de cientistas liderada por José Feijó. Este biólogo e os seus colegas descobriram que tanto as plantas como os animais possuem mecanismos comuns de comunicação celular. Tais resultados comprovam mais uma vez até que ponto a Teoria da Evolução é verdadeira: a Natureza mais não faz do que “copiar”, “reciclar” e “aperfeiçoar” uma boa ideia que já provou ter sido eficaz em outras formas de vida. Esta descoberta mereceu a capa da prestigiada revista Science (foto acima).
Elvira Fortunato é outro nome a ter em conta: esta inventora genial e criativa tem feito descobertas revolucionárias no mundo da electrónica. Conseguiu, por exemplo, criar transístores, chips e baterias de papel! Tal irá fazer com que os produtos digitais atinjam preços bastante acessíveis aos bolsos de qualquer um. Juntamente com o seu marido Rodrigo Martins, esta dupla tem causado espanto e admiração no terreno da Microelectrónica. A genialidade deste par é de tal forma que já correm rumores de que Portugal ganhará em breve o prémio Nobel da Física, às custas destes dois cientistas.
Para terminar, não podemos deixar de elogiar a cientista Maria do Carmo Fonseca, directora executiva do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa (IMM). A faculdade de Harvard convidou-a para ser directora do Programa Harvard Medical School, convite este que foi aceite. O sonho desta grande senhora é transformar o IMM num centro de excelência mundial em todas as áreas relacionadas com a investigação médica.
Poderíamos mencionar muitos outros nomes, mas estes quatro cientistas possuem uma coisa em comum: são portugueses que não largaram o seu país e, por isso mesmo, estão a criar patentes e lucros que enchem os cofres de Portugal. É sobretudo graças ao mundo da Ciência que as nossas exportações têm aumentado bastante, particularmente nas investigações contra o cancro. Os nossos produtos são tão bons e tão competitivos que, actualmente, nós andamos a vender o que é nosso em vez de comprarmos o que é dos outros.
Moral da história? Se queres ser grande tens que pensar grande. O tempo do fado chorado e dos queixumes na esplanada terminaram. A única forma de sairmos do ciclo vicioso da crise que leva a outra crise que leva a outra crise tem que passar pela inovação, pela criatividade e pela inteligência. Portugal é um país pobre: não tem petróleo, tem pouca água, a nossa terra não é muito fértil e a nossa população é pequena. Só pode apostar na única coisa que tem: nos próprios portugueses.
Ou aprendemos esta lição ou seremos eternamente pobres.
2 comentários:
Assim é que é, cientistas lusos! Façam os portugueses sentir orgulho na sua nação!
A única coisa que funciona em Portugal é a Ciência. Alguma coisa tem que dar certo!!!
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