quarta-feira, janeiro 19, 2011

Será Que É Desta Que A Amazónia Se Safa?

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As notícias, lá para as terras do Samba, têm sido bastante animadoras: desde que o presidente Lula ocupou o “trono” do Brasil, a caça aos caçadores furtivos, o tráfico de madeira, o poder total dos “senhores da Amazónia” e os seus constantes “avisos à navegação” (entenda-se assassinatos para intimidar e calar os inimigos) baixaram drasticamente. É que Lula da Silva pode ter o nome de um cefalópode mas não gosta de ser guisado de ninguém: carregou com a cavalaria toda, pôs ordem na Máfia da América Latina e criou legislação (e fiscalização!) que dificultou bastante o abate por dá aquela palha daquela zona verde do planeta que é considerada por todos como sendo o pulmão da Terra.

Quais foram os seus trunfos? Muito simples: apertou a fiscalização, criou um disparate de áreas protegidas em regiões críticas, dificultou as licenças de abate para os madeireiros e não perdoou quem pisasse o risco. Comparado com o que tem sido feito, Lula deu um enorme passo em frente e não se ficou apenas pela Amazónia. De facto, o Brasil é hoje um dos países em desenvolvimento que mais respeitou o protocolo de Quioto e pretende, nos próximos 10 anos, reduzir as emissões de gás carbono para apenas metade. No início do governo Lula havia muita resistência do Brasil em tratar da questão da mudança do clima de forma mais proativa, era um discurso na defensiva.  Passamos de uma posição extremamente conservadora e cautelosa para outra de liderança, assume Paulo Moutinho, director executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia (Ipam).

Porém, estas vitórias poderão cair por terra se outros pormenores não forem verificados e rapidamente corrigidos como, por exemplo, o Programa Aceleração de Crescimento (PAC), que entra em nítido choque com as políticas ambientalistas do governo de Lula. A política ambiental dos últimos anos foi marcada pela ambiguidade, clip_image002na avaliação de ambientalistas.  No centro da contradição está o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado para espalhar grandes obras de infra-estrutura pelo país, muitas vezes à revelia da conservação ambiental e do interesse de populações tradicionais. Ou seja, em nome do progresso (isto não vos faz lembrar um certo país da Europa?) passa-se por cima do meio ambiente.

Esperemos que Dilma Rousseff, a nova presidente do Brasil (e discípula de Lula) tenha a coragem de resolver este problema de uma vez por todas. Mas tendo em conta que, logo nos primeiros dias, fez frente às Máfias das favelas, e ganhou, podemos respirar de alívio e acreditar que esta ex-colónia portuguesa continua a estar em boas mãos.

É que 2011 é o Ano Internacional Das Florestas e já não é sem tempo que os pulmões da Terra comecem a ser, de uma vez por todas, protegidos.

Será que alguém em Portugal irá lembrar-se de tal?

As informações deste texto foram retiradas daqui

Imagens retiradas de: 1 e 2

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