Florence Nightingale (1820-1910)
Poucos são aqueles que (infelizmente) ainda se lembram do nome desta extraordinária mulher, que mudou o mundo. Não, não foi uma grande compositora, actriz, cantora, política ou cientista. A sua herança neste mundo consistiu em revolucionar, de uma vez por todas, a imagem que as massas e os poderosos tinham dos hospitais e das próprias enfermeiras.
Custa a acreditar, mas antes de Florence, os hospitais eram lugares insuportavelmente sujos, cheios de ratos e de baratas; as janelas dos quartos nunca se abriam, pois havia a superstição de que o ar infectava os doentes (hoje sabe-se que é precisamente o contrário!); as ligaduras dos pacientes ficavam a apodrecer nos seus corpos e só eram trocadas, com muita sorte, uma vez por semana; os lençóis idem; banho, só lá para o fim do mês; os médicos nem se davam ao luxo de lavarem as mãos, o que explicava a gigantesca onda de mortes nestes lugares, particularmente nas salas de parto; fumava-se para cima dos enfermos; ofereciam-lhes álcool para acalmarem as dores; os doentes ficavam junto de outros doentes, espalhando as infecções e as mortes.
Como se não bastasse toda esta horrível descrição, as enfermeiras não eram nem um pouco profissionais: quase todas eram de uma classe muito baixa, sem instrução, analfabetas, e muitas eram mesmo prostitutas. Não é de espantar, portanto, que no século XIX, esta profissão tenha sido muitíssimo mal-vista. Por isso, quando a nossa Florence, uma senhora muito culta da classe alta, contou determinadamente aos pais que se iria dedicar para sempre à carreira da enfermaria, o choque foi tão terrível que, dizem as más-línguas, a mãe nunca mais lhe dirigiu palavra. As senhoras decentes casavam, tocavam piano e falavam francês. Ponto final.
Só que esta nossa heroína era uma mulher de fibra diferente: era uma apaixonada pela matemática e uma feroz defensora dos direitos dos pobres. Foi a sua tenacidade e perseverança que fez dela a mulher revolucionária que hoje conhecemos. Além disso, foi também um ser de muita coragem: quando ficou a par das condições dos soldados na guerra da Crimeia, comprou um bilhete de barco e, juntamente com mais trinta mulheres que conseguiu convencer, dirigiu-se ao campo de batalha. Os soldados deram-lhe um nome: The Lady With a Lamp, a senhora com uma lanterna.
Terminada a guerra, abriu uma escola de enfermagem, foi uma mulher política, estudou muitas novas teorias de saneamento e limpeza nos hospitais, e mudou de vez a reputação das enfermeiras.
Sem ela, os hospitais não seriam o que são hoje…
Para saberes mais sobre Florence Nightingale:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florence_Nightingale
http://www.florence-nightingale.co.uk/cms/
Para saberes mais sobre a guerra da Crimeia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Crim%C3%A9ia
Poucos são aqueles que (infelizmente) ainda se lembram do nome desta extraordinária mulher, que mudou o mundo. Não, não foi uma grande compositora, actriz, cantora, política ou cientista. A sua herança neste mundo consistiu em revolucionar, de uma vez por todas, a imagem que as massas e os poderosos tinham dos hospitais e das próprias enfermeiras.
Custa a acreditar, mas antes de Florence, os hospitais eram lugares insuportavelmente sujos, cheios de ratos e de baratas; as janelas dos quartos nunca se abriam, pois havia a superstição de que o ar infectava os doentes (hoje sabe-se que é precisamente o contrário!); as ligaduras dos pacientes ficavam a apodrecer nos seus corpos e só eram trocadas, com muita sorte, uma vez por semana; os lençóis idem; banho, só lá para o fim do mês; os médicos nem se davam ao luxo de lavarem as mãos, o que explicava a gigantesca onda de mortes nestes lugares, particularmente nas salas de parto; fumava-se para cima dos enfermos; ofereciam-lhes álcool para acalmarem as dores; os doentes ficavam junto de outros doentes, espalhando as infecções e as mortes.
Como se não bastasse toda esta horrível descrição, as enfermeiras não eram nem um pouco profissionais: quase todas eram de uma classe muito baixa, sem instrução, analfabetas, e muitas eram mesmo prostitutas. Não é de espantar, portanto, que no século XIX, esta profissão tenha sido muitíssimo mal-vista. Por isso, quando a nossa Florence, uma senhora muito culta da classe alta, contou determinadamente aos pais que se iria dedicar para sempre à carreira da enfermaria, o choque foi tão terrível que, dizem as más-línguas, a mãe nunca mais lhe dirigiu palavra. As senhoras decentes casavam, tocavam piano e falavam francês. Ponto final.
Só que esta nossa heroína era uma mulher de fibra diferente: era uma apaixonada pela matemática e uma feroz defensora dos direitos dos pobres. Foi a sua tenacidade e perseverança que fez dela a mulher revolucionária que hoje conhecemos. Além disso, foi também um ser de muita coragem: quando ficou a par das condições dos soldados na guerra da Crimeia, comprou um bilhete de barco e, juntamente com mais trinta mulheres que conseguiu convencer, dirigiu-se ao campo de batalha. Os soldados deram-lhe um nome: The Lady With a Lamp, a senhora com uma lanterna.
Terminada a guerra, abriu uma escola de enfermagem, foi uma mulher política, estudou muitas novas teorias de saneamento e limpeza nos hospitais, e mudou de vez a reputação das enfermeiras.
Sem ela, os hospitais não seriam o que são hoje…
Para saberes mais sobre Florence Nightingale:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florence_Nightingale
http://www.florence-nightingale.co.uk/cms/
Para saberes mais sobre a guerra da Crimeia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Crim%C3%A9ia
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