Não, não é para glorificar advogados, políticos, alunos que se esquivam aos TPCs, falsos feiticeiros e videntes. O Dia das Mentiras está estranhamente entranhado numa série de países, e tentar explicar as origens do mesmo provoca sempre alguma polémica. Há, de facto, muitas teorias sobre a origem deste feriado.
Aquela que é a mais aceite tem origem em França e está relacionada com a introdução do Calendário Gregoriano, pelo papa Gregoriano XIII a 24 de Fevereiro de 1582, de forma a substituir o Calendário Juliano, pois descobriu-se que este possuía algumas falhas: corrigiu-se o ano solar, e este passou a ter 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Para rectificar as contas mal-feitas do calendário anterior, retiraram-se 10 dias e 1 de Janeiro passou a ser o dia oficial de abertura de todos os novos anos (estes dados foram retirados daqui.Obviamente que isto criou uma imensa confusão para a época: os Franceses e vários outros povos estavam habituados a festejar o começo do novo ano no dia 25 de Março, início da Primavera, e as festas duravam até ao dia 1 de Abril. Como era de se esperar, houve logo um grupo de resistentes, adeptos do velho calendário (os humanos lutam por tudo e por nada...) e um grupo de ferozes admiradores do segundo (a maioria aborreceu-se com a confusão, mas habituou-se depressa à mudança). Não tardou muito para que os “pró-gregorianos” franceses começassem a gozar com os antiquados “pró-julianos”: enviavam presentes estranhos ou brincalhões, convidavam-nos para festas que não existiam, anunciavam mortes de parentes ou de reis...
Estas plaisanteries (brincadeiras, em francês) criaram moda e foram seguidas por outras nações. Hoje, passou a ser um costume todos os jornais, televisões e rádios tentarem passar uma mentira convincente, no meio de verdades sérias, e esperar para ver se as pessoas acreditam ou não. Feliz ou infelizmente, hoje em dia é cada vez mais difícil “enfiar o barrete” aos espectadores ou ouvintes, precisamente porque estes já ficam de pé atrás, neste dia. Mas custa a acreditar que em 1957 o canal BBC tenha passado uma reportagem de árvores que produziam esparguete e, pasme-se!, muita gente acreditou!
Uma das “partidas” mais divertidas teve lugar no Brasil: o jornal A Mentira começou a sua curta carreira no dia 1 de Abril de 1848, com a notícia falsa da morte do rei D.Pedro e fechou as portas no dia 14 de Setembro de 1849. Qual foi a piada final? Convocou todos os credores para uma reunião no dia 1 de Abril... num lugar que não existia.
Imagem retirada daqui
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